O aluno e a professora
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Capítulo 7 O aluno e a professora img
Capítulo 8 O aluno e a professora img
Capítulo 9 O aluno e a professora img
Capítulo 10 O aluno e a professora img
Capítulo 11 O aluno e a professora img
Capítulo 12 O aluno e a professora img
Capítulo 13 O aluno e a professora img
Capítulo 14 O aluno e a professora img
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Capítulo 18 O aluno e a professora img
Capítulo 19 O aluno e a professora img
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Capítulo 4 O aluno e a professora

Fomos para casa e não falamos mais no assunto. Quanto menos penso

nisso, menos ódio sinto. Mas claro que minha paz não duraria muito...

Rosa bateu na porta do meu quarto e eu pedi para entrar.

- Sabrina está aqui e quer falar com você.

- Diga que estou dormindo.

- Tudo bem. - Saiu do quarto.

Depois de uns segundos escutei os sapatos da Sabrina. Será possível? Ela

abriu a porta do quarto e entrou. Estava sentado na cama e a encarei com fúria.

- Por que não quer me ver?

- Eu já sei que você está com o Júlio - falei frio.

- Quem disse isso? Foi ele? - Se aproximou de mim rapidamente. -

Não acredite nele, Dani! Eu não faria isso com você. Nunca!

- Ah! Nunca? - perguntei irônico.

- Nunca!

- Para de mentir, Sabrina! - falei alto. - Eu sei que é verdade!

- Mas ele está mentindo! Ele me agarrou! Não contei a você, pois sabia

que ia ficar magoado com ele.

A encarei indignado. Será possível ser tão cínica assim?

4º Capít lo

- Sai do meu quarto! - falei seco.

- Dani, por favor!

- Para de me chamar assim! - gritei.

Sabrina engoliu a fala e me encarou de olhos arregalados.

- Seja honesta pelo menos uma vez na vida e assume a merda que você

fez! - falei alterado.

- Melhor falarmos depois. Você está muito nervoso.

Ri com escárnio.

- É claro que sem motivos, pois devo ser maluco.

- Volto amanhã. - Virou as costas.

- Melhor não.

Ela saiu sem dizer nada. Passei a mão no cabelo com raiva. Como pode

ser tão cara de pau? Eles se merecem!

Rosa apareceu na porta do quarto.

- Sinto muito, não consegui impedir.

- Tudo bem. A culpa não é sua.

- Quer alguma coisa?

- Obrigado, Rosa. Só quero ficar quieto.

- Tá bom. Se precisar de algo me chame.

- Obrigado.

Ela saiu do quarto fechando a porta e eu apaguei a luz. Quero ficar no

escuro e em silêncio. Preciso me acalmar e recuperar a sanidade... Não posso

ficar surtando assim. Não é do meu feitio. A menos que seja algo realmente

avassalador... Como agora.

Uma semana se passou depois do meu surto com o Júlio. O Erik vinha na

minha casa todos os dias e tentava me convencer a sair e a conversar com o

Júlio. Isso me enchia de fúria e eu o mandava ir embora. Até que parou de falar

do Júlio. Só tentava me tirar de casa mesmo, mas não estava a fim.

Mas no sábado ele conseguiu me convencer a ir em um barzinho perto da

casa dele. Fui porque ele prometeu que se eu quisesse ir embora, não ia me

impedir. Chegando lá ele pediu uma garrafa de cerveja. Não curto muito

cerveja, mas na atual conjuntura, ela vai descer.

Ele conseguiu me fazer rir um pouco. Erik é um bobo idiota. Está sempre

fazendo palhaçada com as pessoas. Estava rindo de uma piada dele quando vi a

Sabrina e o Júlio entrando no bar. O sorriso morreu na mesma hora. Erik

franziu a testa olhando meu rosto e logo virou a cabeça para ver o que eu

olhava. Assim que os olhos de Sabrina encontraram os meus, ela ficou lívida.

Não desviei o olhar dela. A encarava com fúria. Eu nunca faria isso! A voz dela

veio na minha mente.

A raiva que senti há uma semana voltou com tudo ao ver os dois ali.

Percebi que o Júlio tentou puxar ela para sair, mas ela veio na minha

direção. O queixo para cima como se fosse superior a mim. Apertei os olhos,

mas não desviei dela.

Sabrina parou perto da mesa.

- Perdeu alguma coisa aqui? - falei seco.

- Por que não me atende?

- É meio óbvio. - Desviei meus olhos por um momento dela para o

Júlio. Ele desviou o olhar e eu voltei a olhar a Sabrina.

- Não é o que está pensando.

Soltei uma risada histérica e ela pulou de susto.

- Não preciso usar a imaginação. Você faz as coisas serem bem

verdadeiras.

- Melhor a gente ir, cara - Erik chamou, mas ignorei.

- Você não tem mesmo coração, sabia? Eu só o chamei aqui para saber

se está falando com você, pois eu não consigo.

Bati na mesa com raiva e ela olhou ao redor. Todos olhavam a gente.

- Deixa de ser mentirosa! Já deu essa sua falsidade!

- Quer a verdade? - disse olhando as pessoas do bar.

- Já está bem explícito! - falei com fúria.

Sabrina apoiou as mãos na mesa e me encarou mais de perto.

- Estou com ele mesmo. Sabe por que? Você não é de nada, Daniel. A

única coisa que me interessa em você é a conta bancária. Nada mais. Você é e

sempre foi um frouxo. Tudo tem que ser certo e no lugar - imitou o meu

jeito de falar com deboche. - Você é um mala! Só não te chutei ainda porque

queria me dar bem. Você não sabe e nunca vai saber dar conta de uma mulher,

Daniel. Principalmente na cama.

Fiquei em silêncio olhando-a.

As pessoas ao redor zombavam e gritavam incentivando o que ela disse.

Queria dizer: ah claro! Então todas as vezes que você dormia cansada depois de ficar

comigo era pura mentira. E eu sou tão ruim que você muitas vezes pediu arrego, por não

aguentar mais.

É, realmente eu não dou conta!

Mas eu não disse nada. Só fiquei encarando-a com desprezo. O sorriso

desafiador que tinha no rosto mostrava quem ela era de verdade. E não era

nada do que eu imaginei ser...

- Vamos embora, Daniel - Erik falou nervoso.

Levantei da cadeira em silêncio.

- Viu? Quem cala consente.

As risadas aumentaram com o comentário irritante dela. Mas eu não

respondi. Não preciso me rebaixar a isso. Apenas paguei a conta e fui embora.

Com certeza eu não deveria ter saído de casa!

- Desculpa, cara... Eu não imaginei que ela fosse lá. Sabe que não gosta

de bar...

- A culpa não foi sua e faz o favor de nunca mais falar desse assunto?

- Tudo bem.

- Vou pra casa.

- Desculpa.

Suspirei e não respondi. Sentia como se fosse sufocar! O bar estava

completamente cheio e sei que ela fez aquilo para me humilhar...

Todos aqueles rostos me olhando e zombando de mim... Por algo que nem

era verdade. Nesse momento estou mais puto é comigo de não ter respondido à

altura.

Passei a mão no cabelo.

Talvez seja melhor assim. Mas de uma coisa eu tenho certeza depois disso:

Nunca mais vou deixar que façam isso comigo de novo! E para isso só tem um

jeito: Não quero me relacionar com ninguém nunca mais! Elas vão ser sempre

iguais: fúteis e interesseiras. Prefiro ficar sozinho. Assim não tenho decepções e

humilhações como essa de hoje. É um jeito de me resguardar. E sinceramente

depois de um relacionamento tão perturbado, o melhor que eu faço é ficar

sozinho. Ela nunca me ajudou em porra nenhuma. Estava sempre olhando o

umbigo dela.

Como não vi isso antes? Por que não ouvi minha mãe? Ou meu pai? Até a

Rosa tinha soltado um: "essa menina é tão egoísta". Por que não dei ouvidos a

eles? Acho que burro não serve para mim. Estou além da burrice...

Dias se passaram e eu não falei com ninguém. Queria ficar em silêncio.

Não quero que as pessoas se metam na minha vida. Ela já foi bem fodida. Não

preciso da opinião de mais ninguém.

Meu pai tentou insistentemente falar comigo, mas não abri a boca. Vi que

ele ficou preocupado, mas no momento, não me importo.

Senti como se tivessem arrancado algo de dentro de mim. Será que foi a

sensibilidade? Meu pai não é um velho nem nada, mas já tem certa idade. Eu

devia me preocupar em ele estar preocupado comigo, mas por algum motivo,

não me preocupo.

Não me leve a mal! Eu amo meu pai, mas no momento eu não sinto nada

por ninguém. Nem por mim mesmo.

- Coma, por favor - Rosa insistiu.

Balancei a cabeça em negação. Ela suspirou e passou a mão no meu rosto.

- Você não come há dias. Vai te fazer mal.

Não respondi e fiquei olhando o rosto dela sem expressar qualquer

sentimento. Rosa franziu a testa olhando meu rosto.

- Estou preocupada, Daniel. Seu pai também. Por favor, fale alguma

coisa...

Fiquei quieto. Não queria falar, mas o olhar de Rosa fez algo dentro de

mim me fazer responder.

- Não quero pena de ninguém.

Ela suspirou aliviada. Era a primeira coisa que eu falei desde a humilhação

de Sabrina.

- Não estamos com pena, filho. Só preocupados. Você precisa se

alimentar.

- Não quero.

- Por favor, só o suco? - Me olhou suplicante.

Suspirei e peguei o copo da mão dela. Rosa sorriu largamente enquanto eu

bebi o suco de manga. É o meu preferido. Rosa está na nossa família desde que

eu tinha cinco anos. Cresci com ela e a considero minha segunda mãe.

- Obrigado. - Entreguei o copo vazio.

- Se quiser alguma coisa, por favor, me peça. Farei com o maior gosto.

Sorri levemente e ela sorriu mais abertamente.

- Vou deitar.

- Claro.

Segui para o quarto e voltei a me deitar na cama. Depois daquele dia, toda

vez que fecho os olhos, vejo os rostos daquelas pessoas rindo de mim. Não

consigo dormir direito e muito menos ir trabalhar. Meu pai conversou com os

alunos e disse que eu precisava me afastar por um tempo.

Não sei qual motivo ele deu a eles e sinceramente não me importo com

isso.

Pensar que acreditei ter encontrado a pessoa que amava e descobrir que

não era desse jeito, me abalou de uma maneira que eu nem esperava... Ainda

mais com o que ela falou. Sei que não tinha experiência quando fiquei com ela

a primeira vez, mas depois eu me esforcei para ser melhor e pelo jeito dela,

acreditei que conseguia... Será que foi tudo mentira também? Eu realmente não

sei dar conta de uma mulher?

Só quero que essa cama me engula e não me solte nunca mais...

++++

Dois anos se passaram depois daquela cena deplorável. Continuei fechado

e quieto. Não do jeito que fiquei logo que fui humilhado, mas ainda assim, não

conversava com ninguém e muito menos falava o que sentia. Nunca mais vi o

Júlio e o Erik se mudou para a Itália há pouco tempo. Obviamente não

namorei ninguém desde então.

Não que faltasse admiradoras. Até porque na própria aula que eu dava

tinha uma ou outra que me tratava com muito interesse e tinha dúvidas demais.

Elas pensam que sou idiota... Tá... Um dia eu fui, mas não sou mais.

Estava no banho quando meu pai bateu na porta falando que

precisávamos conversar. Disse que estava terminando e que já ia. Ele pareceu

nervoso, então não demorei muito a sair.

- Que foi, pai? - falei assim que saí do banheiro.

Ele estava sentado na minha cama e estava pálido.

- O que? - perguntei nervoso.

- Depois de tantos anos...

- Pai o que é? - falei mais alto.

- Estão ameaçando tirar todo o meu dinheiro.

            
            

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