O VIÚVO NEGRO
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Capítulo 3 O VIÚVO NEGRO

CAPÍTULO 4

Já estamos na Espanha há quase dois dias.

A única informação que tenho do lugar é que

estamos na província de Guadalajara, e a cidade

mais próxima se chama Valverde de los Arroyos,

e nem é tão próxima assim. A cada segundo que se

passa sinto um medo assustador do meu futuro incerto, pois as poucas

pessoas que me conhecem não sabem onde estou, e mesmo se eu quisesse

fugir, seria humanamente impossível. O lugar é cercado por montanhas e a

residência de Lennox fica em uma região mais alta, um pouco distante do

vilarejo, e mesmo que eu tivesse a oportunidade de ir até lá, ninguém ousaria

ir contra o todo poderoso Feral. Acho que ele tem uma pequena cidade que

lhe pertence, onde ele é a lei.

Chegamos de jato, ele tem seu próprio campo de voo, acho que pode

ter tudo o que quiser. Lennox não brincou quando disse que tem muito

dinheiro. O lugar é perfeito, apesar de ser isolado, eu moraria aqui

tranquilamente, se não fosse prisioneira do diabo... No entanto, olhando do

lado real da coisa, tudo parece um pesadelo do qual eu sei que não

acordarei, nem que seja jogada do alto de algum penhasco.

- Senhora, está na hora. - Rosa, uma espécie de governanta da

grande casa, onde sequer posso sair se não for acompanhada por um

capanga, arrasta-me mais uma vez para minha cruel realidade.

- Na hora de quê? - Eu me viro, afasto meus olhos da linda

paisagem dos jardins e do de cara com a jovem senhora de sorriso amigável

e olhar terno.

- De se vestir para seu grande dia. - Mas que dia? Do que ela está

falando! - Senhora, hoje é o dia do seu casamento.

Por que me sinto surpresa? Eu já sabia que cedo ou tarde este dia

chegaria, só não pensei que fosse tão rápido. Como Lennox conseguiu uma

licença para se casar tão rapidamente? Outra pergunta idiota, ele tem

dinheiro, pode comprar quantas licenças quiser.

A coitada da Rosa me encara cheia de entusiasmo, acho que não sabe

que estou aqui contra minha vontade, que estou me casando à força.

Duas outras moças entram no quarto e logo atrás delas, uma outra

mulher bem estilosa fecha a porta atrás de si.

- Boa tarde, meu nome é Francisca e serei sua maquiadora e

cabeleireira. - Mal tenho tempo de dizer alguma palavra, pois as duas

moças começam a me despir e Rosa abre um dos armários que estava

trancado na chave.

- Quando este vestido chegou, eu quase chorei de emoção de tão

lindo que ele é, não via a hora de conhecer a moça que iria vesti-lo. -

Rosa, tira de dentro do armário um cabide envolvido em uma grande capa.

- Vejam que lindo!

E é mesmo. Nem em meus sonhos mais românticos poderia imaginar

um vestido assim, tão delicado e bonito. Branco como a neve, o tecido em si

já brilha imitando um céu estrelado. A saia ampla toda adornada com

pequenas flores de laranjeira e com uma calda longa. No decote estilo

imperial uma fita de seda que termina em um lindo laço. As mangas do

vestido são de tule transparente e justas com pequenos cristais, fico

pensando se aqueles cristais têm algum valor, já que o Lennox é dono de

minas de pedras preciosas.

- Como ele sabia o tamanho certo...?

- Seu pai me contou. - Lennox nesse momento entra no quarto. -

Saiam, quero um momento a sós com minha noiva. - Imediatamente todas

saem.

Desde que chegamos eu não o havia visto, pensei até que ele tinha me

esquecido, o que era um alívio, ficar próxima a ele me causa arrepios, eu

mal consigo respirar, quanto mais raciocinar.

- Meu pai jamais faria isso comigo, não tente me convencer que ele

me vendeu a você. - Tento disfarçar o tremor de minha voz e a raiva que

me domina, nesse momento eu quero muito socá-lo com toda a força do meu

punho.

- Não subestime um homem viciado, querida noiva, seu pai era um

desgraçado que venderia a própria mãe em troca de uns míseros centavos.

- O sinto se aproximar, seu cheiro másculo, sua presença sexy bem atrás de

mim, ativa todos os meus sensores. - Não estou aqui para enganá-la, minha

preciosa Safira, seu pai não tinha saída, ou ele aceitava meu pedido, ou

morreria com uma bala bem no meio da testa.

- Você é repugnante, Lennox Prysthon, meu pai nunca trocaria a

própria filha por uma dívida de jogo. O que você fez com ele, por acaso o

ameaçou? E o que estava fazendo no quarto dele, no dia em que ele morreu?

Pensei nisso desde aquele fatídico dia, o que Lennox estava fazendo

tão cedo em nossa casa, e justamente no dia em que papai faleceu?

- Se você quer saber se tive algo a ver com a morte de seu pai,

infelizmente não. Eu não gostava dele, isso é fato, não gosto de homens

fracos, homens que não valorizam a família, que se escondem por detrás da

beleza inocente, como a sua, Safira.

- Não fale mal do meu pai, seu calhorda! - Viro-me bruscamente e o

enfrento, e quando ele menos espera, o ataco. Minha mão aberta espalma em

sua face esquerda, o estalo do tapa é tão alto que ecoa no quarto.

- Menina idiota, acha mesmo que pode me enfrentar. - Sua forte e

áspera mão cerca meu pulso, e sinto meus ossos arderem com o aperto. -

Você tem sorte, pois não costumo bater em mulher.

Não, você as escraviza!

- Mas não se empolgue, posso mudar de ideia a qualquer hora. -

Ele segura um punhado dos meus cabelos logo atrás de minha nuca.

Sua mão forte faz minha cabeça ir para trás, e minha boca fica muito

próxima da sua. Começo a tremer, pois ele junta nossos corpos e sinto sua

ereção pulsando na altura do meu umbigo. Aqueles olhos de cores diferentes

brilham com o desejo expresso em seu riso debochado.

- Solte-me, eu tenho nojo de você, nojo, entendeu?

- Querida noiva, eu não estou nem aí para seu nojo, não me importo

se me odeia ou não, você é minha de qualquer jeito, e logo o sangue de sua

virgindade cobrirá meu pau, e farei um filho em você e depois outro, e

outro... vá se acostumando com meu toque, será o único que conhecerá.

Sua outra mão espalma em torno do meu queixo e sua boca bate furiosa

contra a minha. Não quero ceder, não quero abrir meus lábios, mais o aperto

em meu maxilar é tão forte que não tenho como resistir, então abro a boca e

deixo sua língua escorregar para dentro e se fundir com a minha. O beijo

grosseiro, ousado, pecaminoso, devora minha alma. Quando eu iria imaginar

que meu primeiro beijo fosse ser assim, tão cruel?

Mal consigo respirar, mal consigo pensar. Sua boca sobre a minha,

escorregando para todos os lados, seus lábios grossos e vorazes, sedentos

pelos meus. Seus dentes impacientes mordiscam a pele sensível de minha

boca, e sua língua afoita seduz a minha.

Não imaginava que um beijo pudesse fazer crescer tantas emoções

desenfreadas em uma pessoa. Eu odeio Lennox Prysthon e ao mesmo tempo o

desejo, e isso é perturbador. Ele só pode ter algum pacto com o diabo, ou ser

o próprio.

- É assim que a quero na cama, feroz e mansa ao mesmo tempo. -

Sua boca se afasta da minha por algumas polegadas, mas seus olhos me fitam

expressivamente, eu não sei se fecho os olhos ou se o empurro, de uma forma

ou de outra, eu mal consigo piscar meus olhos. - Eu sei que não era o que

esperava do seu primeiro beijo, acho que queria algo macio e lento, eu sinto

muito, querida, eu não sou nem macio, nem lento, e você vai aprender isso

em algumas horas.

Estou tremendo, não só meu corpo, mas minhas pernas também, e

assim que ele me solta eu caio de joelhos. Lennox sequer se mexe. Sua mão

segura um punhado dos meus cabelos e faz com que eu erga a cabeça.

- Acostume-se a esta posição, você a usará muito quando for chupar

o meu pau. - Ele empurra minha cabeça para frente de sua calça,

esfregando meu rosto na rigidez de sua ereção. Meu rosto sente o calor, a

umidade e o cheiro de sua excitação. Eu devia ficar enojada, mas meu corpo

me surpreende, estou molhada lá embaixo, e quero abrir a boca e abocanhar

sua dureza.

Deus! O que está acontecendo comigo?

- Tenho dentes, sabia? - Eu digo, quando sua mão afasta minha

cabeça e me faz encará-lo. Eu quero provocá-lo, quero que ele saiba que não

me intimida. Posso ser uma virgem sem nenhuma experiência, mas não sou

burra.

- E eu tenho uma mão, correntes, mordaças, plugs, vendas, chibatas,

chicotes e outros brinquedos que terei o prazer de usá-los em você, caso

queira me agradar com seus dentes em meu pau... - Ele solta meus cabelos,

o que é um alívio, pois já não sinto a minha nuca. - A propósito, a mão é

para socar a sua boca, caso pense em me morder, eu a deixarei sem dentes se

me machucar.

Continuo de joelhos, não consigo me levantar, a mão forte e decidida

dele permanece segurando o alto de minha cabeça.

- Levante-se. - Ele se inclina e me puxa para cima com uma mão em

meu braço. - Minha linda, não precisamos ser inimigos, acho que já

percebeu que a desejo, pois quando vi sua foto no gabinete do seu pai, eu a

quis para mim.

Eu não me livrei dele, ele continua perto, me avaliando com aquele

olhar sinistro, as lágrimas por mais que eu tente contê-las, não consigo, elas

saltam dos meus olhos, ferozes, igual às batidas do meu coração.

- Seu pai maravilha nem piscou quando fiz a proposta de me casar

com você em troca da dívida. E o cretino, ainda me pediu um dote, dizendo

que você valia bem mais do que alguns milhões de dólares. - Uma de suas

mãos segura meu queixo, enquanto a outra limpa minhas lágrimas. - Não

chore por aquele infeliz, ele não merece uma gota de suas lágrimas. E tem

mais, eu daria muito mais do que ele pediu por você. Agora sorria, eu a

quero rindo na hora de dizer sim.

Ele me solta e se afasta.

- Você é o satanás em pessoa, eu quero que queime no inferno, e eu

nunca serei sua, não de livre e espontânea vontade.

- Eu não ligo, Safira, você tem duas escolhas, ou faremos sexo

gostoso, ou eu a foderei como um animal no cio. Eu sei que você é uma

mulher inteligente e escolherá a melhor opção.

Ele se vai, e chego à conclusão que não tenho para onde correr. Serei

obrigada a me casar com um homem que mal conheço, alguém que me

comprou como se eu fosse uma mercadoria. E o pior, fui vendida pelo meu

próprio pai, que destino o meu. Nunca, nunca imaginaria que algum dia

estaria em um país estranho, ao lado de um homem demoníaco e sendo

obrigada a me casar com ele.

Onde está o romance dos livros que li? Onde está o homem que faria

qualquer coisa por mim, que desistiria até da própria vida para me fazer

feliz?

O que eu fiz a Deus para merecer esse destino?

O que eu fiz?

CAPÍTULO 5

As duas moças e a maquiadora já haviam

feito o trabalho delas e foram embora. E aqui

estou, vestida para o meu casamento. Analiso meu

reflexo através do espelho, sou a personificação

da pura beleza. Pareço um anjo, só me faltam as

asas. O vestido branco, o véu longo e fino, a grinalda de flores de laranjeira

me fazem parecer algo muito angelical. Segundo Rosa, só se casam com

flores de laranjeiras as moças que são realmente puras, e antigamente só era

permitido esse tipo de traje no casamento cristão se fosse comprovado em

documento a virgindade da noiva.

Acho que Lennox pensou em tudo.

- Você está tão linda, senhorita! Sabe, eu não via a hora de ver o

senhor Feral com aquele sorriso espontâneo nos lábios novamente. Desde

aquele maldito dia que ele não sorria. Aquela maldita roubou sua alegria,

sua vida...

- Como assim? - Me afasto do espelho e me viro para Rosa. O que

ela quer dizer com isso? Será que Lennox já foi casado? E o que aconteceu

com a outra mulher? Se ela estiver viva, ele não poderá se casar na igreja...

então...?

Ela só pode estar morta!

- Esqueça o que eu disse senhorita, pelo amor de Deus esqueça, e

não pergunte para o senhor Feral, para seu próprio bem. Não faça a pergunta

que está martelando em sua cabeça.

- O que aconteceu com ela? A mulher, o que aconteceu com ela?

- Esta muerta... muerta - ela responde rapidamente em espanhol.

- Foi ele! Ele a matou, não foi? Responda Rosa, ou perguntarei ao

Lennox.

- Sí...

Rosa já ia abrir a boca para me contar mais coisas, quando a porta se

abre e um dos seguranças surge me chamando. Este, que deveria ser o

momento mais feliz de minha vida, se transformou em um pesadelo. Acabo

de descobrir que meu futuro marido é viúvo e tudo indica que ele está

envolvido na merda toda.

Sigo entorpecida pelo caminho de pedras que leva até a pequena

capela que faz parte da propriedade. O vento bate em meu véu, fazendo-o

voar, como se quisesse se libertar de minha cabeça. Talvez ele estivesse

escutando meu grito silencioso e totalmente desesperado, pedindo em

pensamento para que um milagre acontecesse e alguém surgisse de repente

para me libertar desta prisão.

Não há uma alma viva em toda propriedade, acho que todos estão

dentro da capela, ou na parte de trás da casa, onde fica o jardim e a piscina,

onde certamente será realizada a recepção, estou supondo, pois logo cedo vi

uma grande movimentação fora da casa, só não sabia que era a preparação

do meu casamento.

A porta se abre, minhas pernas fraquejam, sinto meus joelhos

tombarem um pouco para frente quando sinto uma mão em minhas costas me

empurrando para dentro. Olho rapidamente para trás e vejo o segurança que

me acompanhou. Ele certamente tem ordens de me arrastar até o altar se for

necessário.

Eu não darei esse gosto para o satanás.

Então eu entro, e de onde estou, o vejo.

Lindo! Um deus grego em pessoa. Impecavelmente vestido em um terno

branco, o que contrasta com sua pele morena, seus cabelos pretos e seus

olhos de cores diferentes. Seus lábios esticados em um sorriso de orelha a

orelha, seu olhar não se desvia de mim. Se fosse outra ocasião, se ele não

tivesse me comprado de meu pai, e se eu não soubesse o que ele é capaz de

fazer, eu poderia sim, entregar meu coração, meu corpo e até minha alma

para ele.

Em determinado momento não consigo dar mais nenhum passo, penso

até que vou desmaiar.

Fecho meus olhos, respiro fundo, então sinto uma mão em meu braço.

Ao abrir os olhos e inclinar a cabeça, dou de cara com um rosto

perfeitamente esculpido.

Este homem é lindo demais, não existe sequer um único defeito, o que

poderia ser chamado de defeito para mim, é perfeito, o contraste entre o azul

e o dourado dos seus olhos é mágico, sedutor, hipnotizador.

Posso dizer que chega ser sombrio, mas é como transcender a minha

alma.

- Não pense que se desmaiar vai cancelar nosso casamento - Ele

articula, sorrindo, mas seu riso é frio como uma lâmina de aço. - Esperarei

você acordar, nos casaremos em nosso quarto com você deitada em nossa

cama se for preciso, portanto, respire fundo e aceite seu destino, você é

minha e está acabado.

Sua mão forte e quente como o inferno me guia até o altar. E daí por

diante, não consigo escutar e ver qualquer coisa. O sim foi dito de forma

mecânica, sem nenhum grau de emoção. O sim que saiu de sua boca soou

como posse, e meu coração quase explodiu dentro do meu peito.

Depois disso, só sinto o frio do aro dourado sendo empurrado em meu

dedo anelar esquerdo, e logo depois um anel com uma pedra azul, ladeada

de pequenos brilhantes. Sinto o toque dos seus lábios em meu dedo. Outra

argola dourada, pesada e larga é me dada, a aliança do Lennox, eu a coloco

em seu dedo e sou obrigada a fazer o mesmo, deixar um beijo sobre a

aliança.

"Em nome do nosso Deus glorioso, eu vos declaro, marido e mulher.

"

Esta é a frase que sela meu destino. Eu agora sou a esposa de Lúcifer.

O sol ainda brilha quase se escondendo atrás das montanhas quando

chegamos do outro lado da propriedade. Cortamos o bolo e fazemos todo o

ritual de um casamento normal. Sim, normal, porque este casamento não tem

nada de normal. O homem ao meu lado, não me ama, eu não o amo, ele me

tem como um troféu, como algo adquirido em um jogo. Então não temos nada

de normal.

- Senhora, vamos dançar! - Rosa, muito sorridente vem até mim,

estende a mão e espera minha reação. Fico quieta, será que eles não

perceberam que não estou aqui por vontade própria?

- Vá com ela, é tradição do nosso povo a noiva dançar com as

mulheres mais velhas.

Vou, não quero estragar o entusiasmo da jovem senhora que sempre

esteve sorrindo, alegrando meus dias neste inferno.

A lua já brilha no céu parecendo um enorme diamante refletindo suas

facetas, ela lá de cima e eu aqui embaixo, servindo de objeto de desejo e

admiração.

As mulheres me dão as mãos e começamos a dançar. Elas cantam uma

canção que não entendo o dialeto. Os tambores e instrumentos de sopro,

acompanham a cantoria, em dado momento sou jogada no centro da roda e

não sei muito bem o que fazer, então, começo a dançar. Rosa se aproxima e

leva para meus lábios uma taça de inox, um líquido doce desce por minha

garganta, bebo tudo. O sabor é gostoso, desce quente me aquecendo por

dentro, quando penso que acabou, outra taça toca minha boca e mais uma vez

bebo o líquido. Este é um pouco cítrico, mas tão gostoso quanto o outro.

- Seja bem-vinda, senhora, que a vida seja doce, quente, amorosa e

fértil.

Fico quente, e não entendo mais nada do que Rosa fala, eu só quero

dançar aquela música tão linda e mágica.

- Opa! Será que minha esposa não vai me deixar participar de tanta

alegria.

O rei do inferno chega, e me cerca com seus braços fortes. Seu corpo

másculo gruda ao meu, seu cheiro inebriante aguça meus sentidos, os mais

devassos e perturbadores que já pude sentir. Ele é tão lindo, tão gostoso, e o

desejo tanto. É como se ele fosse um ímã que me puxa para perto, se

impregnando em minha alma. Eu não posso desejá-lo, ele não é confiável,

ele me sequestrou, me obrigou a casar com ele...

- Eu a desejo tanto, Safira, desde o primeiro dia em que a vi.

Este homem é o próprio satanás, eu não posso estar atraída por ele,

não posso!

Empurro seu corpo forte e corro. Não sei bem para que direção eu

vou, me sinto tonta, acho que as mulheres do vilarejo me drogaram a mando

de Lennox. Tropeçando em meus próprios pés consigo me afastar o mais

distante do jardim, já não escuto o som da música.

O vento forte leva meu véu.

Onde estou?

- Safira! - Escuto um grito assustador e logo meu corpo é

arrebatado por uma muralha dura de músculos. - Por Deus, querida! Você

está bem? Nunca me perdoaria se algo te acontecesse.

- Lennox... - Olho para trás, e vejo o final do penhasco. Estamos na

beira, e se não fosse Lennox, meu corpo estaria completamente estilhaçado

no fundo do abismo.

            
            

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