Louco Por Ela - Livro 7
img img Louco Por Ela - Livro 7 img Capítulo 5 Louco Por Ela
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Capítulo 5 Louco Por Ela

Em menos de um minuto, Dylan seguia para dentro da delegacia, gritando a quem quisesse ouvir o quanto a vida era injusta. Eu soube que o olhar mortal de meu irmão tinha sido suficiente para fazê-lo perder qualquer valentia que o álcool pudesse ter oferecido.

- Era isso que você queria para sua vida, Julienne? - a pergunta foi tão seca como mordaz. Dylan tinha sido meu primeiro beijo e teria sido o rapaz que me faria enveredar pelos prazeres do sexo, se meus irmãos não tivessem estragado nossos planos na noite de nossa formatura. Desnecessário que Dallas me recordasse disso justamente hoje, agora. De como sua alegria e espírito aventureiro tinha passado pela maior vergonha e humilhação que já tinha

sentido.

"Você tem mesmo 21 anos?", perguntara o gerente, ao ajeitar a armação dos óculos caindo sobre o nariz.

Ele não tinha nem o ar, nem um sorriso amigável para oferecer ao jovem casal na recepção daquele motel de beira de estrada.

Claramente aquele não tinha sido o lugar dos seus sonhos para entregar a sua virgindade ao rapaz que acreditava amar profundamente, mas, desde pequena, aprendera que príncipes não existiam, uma cama com lençóis limpos era melhor do que rolar no feno, como Dylan uma vez havia sugerido.

"Claro que ela tem!", ele pegou a identidade falsa das mãos do gerente, e no que acreditei ser o único funcionário dali, e quase esfregou diante dos olhos dele. "Não est| vendo aí..."

"Dylan...", puxei o seu ombro, na esperança de acalm|-lo e começando a me assustar com a agressividade que via nele, causada pela tensão ou cervejas que havia tomado no carro, no caminho até ali.

Estávamos a mais de uma hora de Peachwood. Longe o suficiente para que meus irmãos percebessem que não havia chegado no horário combinado. Longe suficiente para Dylan e eu termos a noite apaixonada que idealizamos por semanas.

"Espere ali dentro, minha jovem", o senhor levantou o tampo do balcão e indicou o minúsculo escritório atr|s da recepção. "Seu namorado e eu iremos acertar alguns detalhes".

Inocentemente, eu tinha imaginado que os pequenos detalhes que ele sugeria seriam uma garrafa de champanhe, lençóis perfumados e pétalas de rosas sobre a cama e tudo o que seria preciso para uma jovem ter sua primeira e inesquecível noite de amor.

Vinte minutos depois, o homem surgiu exibindo um sorriso que nos tinha negado ao entrar ali. Ao ver as notas em suas mãos, eu automaticamente concluí que Dylan tinha sido generoso ao combinar certos detalhes, causando assim a mudança abrupta no comportamento do homem.

"Quarto oito", disse ele, naquele momento o sorriso era tão amplo que concluí que se passar por rabugento e mal-humorado era apenas mais uma tática dele para conseguir uns trocados a mais de jovens tolos e sonhadores como Dylan e eu.

"Obrigada".

O ouvi sair assoviando, mas continuei parada diante da porta fechada. Entre querer muito uma coisa que mudaria sua vida e ter que executá-la, havia uma larga diferença. De repente me senti confusa e com milhares de perguntas pipocando em minha cabeça.

Estava pronta para um passo tão importante como acreditava? Ou estava sendo apenas teimosa, tentando provar algo aos meus irmãos? Dylan era o homem que eu amava e queria passar o resto da minha vida?

Aprumei os ombros e decidi afastar todos os medos tolos para longe. Eu estava ali e levaria aquele plano até o fim. Foi o que eu pensei, até meu grande sorriso se desfazer e um olhar chocado tomar meu rosto.

Na cama, de braços e penas cruzadas e um sorriso diabólico, estava Austin. Virei em direção à janela e vi Clyde com os olhos chispando fogo; próximo ao banheiro, Dallas, girando o chapéu de cowboy entre os dedos.

Minha incrível noite romântica tinha acabado tragicamente e desastrosamente.

Pouco me importou o sermão que recebi dos três até o caminho de volta à fazenda e o primeiro olhar decepcionado de meu pai. Só quis me trancar em meu quarto e nunca mais sair dali.

Recusei-me a falar com qualquer um deles durante semanas. E nosso relacionamento só voltou a ser normal quando soube por James que, naquele mesmo dia, Dylan havia ido chorar suas mágoas com Lucinda St. Clare. E que daquela noite havia gerado frutos. Dois meses depois eles estavam casados, vivendo um relacionamento ioiô.

Aparentemente Dylan não conseguia atender muito bem as constantes exigências de Lucinda por uma vida de luxo, regada a roupas caras e carros importados que ela exigia ter. Para aguentar a vida miserável, que ele nada fazia em questão de esconder, frequentemente visitava Texas Hell, o único e mais fervoroso bar da cidade, independentemente de que horas fosse, para se embebedar. Era só brigar com Lucinda e lá estava Dylan, causando problemas ao dono do estabelecimento, que todos diziam já estar farto dele.

- Não vai responder ao que te perguntei, Julienne?

Munida de uma pequena chama de rebeldia, ergui meu rosto em direção a ele.

- Poderia ter sido diferente, entre Dylan e eu.

Dallas levou a mão até o queixo, era um gesto que fazia quando queria se acalmar. Lembrei do motivo que me levou até ali, então optei por recuar.

- Mas eu sei que só queriam me proteger naquela época - embora o olhar dele fosse incrédulo, sobre aquilo eu estava sendo sincera - Agradeço por isso, Dallas.

Surpreso, ou quem sabe curioso para saber até onde eu iria, ele permaneceu em silêncio.

- Olha, conversei com Penelope no fim de semana e percebi que, se quero que me tratem como adulta, tenho que agir como uma - continuei, com a voz humilde - Fugir para Nova York, deixando-os preocupados, não foi algo maduro. Sinto muito.

- Então, três dias ao lado de nossa prima te fizeram entender o que tentamos explicar todos esses anos?

Claro que não. Penelope me dera conselhos sábios e inspiradores. O que aqueles três idiotas fizeram a vida toda foi me controlar.

- Sim - respondi, com um sorriso doce que faria Penelope sentir inveja - Aceito qualquer punição que ache que devo merecer.

Dallas encarou a viatura e coçou o queixo um pouco mais rápido. Ele brigava entre o homem da lei que seguia rígidas regras e o irmão amoroso que tinha me ensinado a andar a cavalo.

- Bom... - ajeitou o chapéu em sua cabeça e voltou a cruzar os braços - Se você aprendeu alguma lição durante essa travessura...

- Ah, eu aprendi - balancei a cabeça, dando ênfase ao que falava - Aprendi muito.

- Nova York é uma cidade assustadora, não é? - disse ele, acreditando que aquele tinha sido o motivo a me trazer de volta.

Dallas não poderia estar mais errado. Eu adorei a cidade.

- Sim. E todos aqueles prédios e carros barulhentos - carregada de nova coragem, fui até ele, enroscando o braço no dele - Poluição e toda aquela desordem caótica.

- Não há lugar mais acolhedor do que Peachwood - disse ele, ao entrarmos na delegacia

- Não tem melhor lugar no mundo do que nossa fazenda.

Sobre a fazenda eu tinha que concordar, mas desejava mais do que Peachwood tinha a oferecer. Esse final de semana em NY me deu completa certeza.

- Julienne, tem que prometer que nunca mais fará algo como isso de novo. Dallas parou em frente a mim e me fez encará-lo.

Fiz a única coisa que sabia fazer perfeitamente; menti. Ou, como prefiro dizer: ocultei a verdade para evitar sofrimentos desnecessários.

- Prometo, Dallas - ergui-me nas postas dos pés, beijando sua bochecha - Agora, será que papai e os meninos estão tão bravos comigo?

Voltando a me abraçar, Dallas bagunçou meus cabelos, como sempre fazia quando era criança.

- Eu lido com eles.

Um grande sorriso tomou meu rosto quando passamos pela mesa de Derek. Eu, essa garota com cara e jeito inofensivos, havia dobrado o cara mais durão daquela cidade, talvez de toda região do Texas.

Um grande sorriso tomou meu rosto quando passamos pela mesa de Derek. Eu, essa garota com cara e jeito inofensivos, havia dobrado o cara mais durão daquela cidade, talvez de toda região do Texas.

- Acha que ainda terei uma festa de aniversário? - pergunto, querendo saber até onde exatamente eu tinha sido perdoada.

- Caramba, menina - ele esfregou a mão em meus cabelos, bagunçando tudo - Não acredito que fará vinte anos. Ainda vejo a pestinha de tranças correndo na fazenda. Claro que terá uma grande festa.

- Pode ser no Hell?

O olhar contrariado que ele me deu foi resposta suficiente. Seria mais um ano com muita comida e bebida na fazenda. Se há uma coisa que minha família sabe fazer muito bem, é uma boa festa.

                         

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