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- Hunter! - olho para trás e ele está parado com um leve sorriso no rosto.
- Vem cá, princesa! - ele me puxa para um abraço apertado. - Como você está? Ouvi dizer que não está se alimentando bem!
- Eu estou melhorando aos poucos, mas uma hora vai passar. - pego sua mão e levo ele para sentar ao meu lado no banco.
- As pessoas não andam te pressionando? - ele segura minha mão carinhosamente.
- A todo momento! - suspiro fundo.
- Você não precisa ceder a eles! - ele me olha tranquilamente.
- Eu tenho tentado não ceder, mas são tantas perguntas que me deixam cada vez mais confusa. - desvio do se seu olhar - Tem sido dias difíceis sem você...
- Não se preocupe mais com isso! - ele me tranquiliza.
- Logo você dizendo isso. Haha. - começo a rir dele, que logo faz biquinho.
- Você não acha que está precisando pegar um solzinho? - ele ri da minha aparência.
- O que você tem em mente? - pergunto curiosamente.
- Vamos dá um passeio no shopping? O aniversário da Margaret está chegando! Você não vai comprar nada pra ela? - ele dramatiza suas palavras.
- É claro que sim! Vou me arrumar e já já saímos! - saio correndo para o meu quarto.
- Não demore muito! - ele grita.
Quando passo correndo nos corredores, topo Margaret e papai na sala. "Irei almoçar com Hunter no shopping, não esperem por mim!", continuo correndo até o meu quarto. Não lembrava o quanto essa mansão é grande, haha.
- Hunter está aqui?! - Tyler olha para Margaret.
- Eu não sei, senhor! - ela responde confusa assim como ele.
- Como ele chegou? Os seguranças não avisaram nada! Aonde ele pode estar? - Tyler coça as mandíbulas.
- Estou aqui, papai! - os dois se encaram por longos segundos.
- Hunter, meu filho! Aonde você esteve esse tempo todo? - Tyler vai ao abraço de Hunter, ao qual o evita. - O que foi? - ele pergunta sem entender a personalidade de seu filho.
- Não creio que você já tenha esquecido o que aconteceu há 11 anos atrás! - ele olha para seu pai com uma expressão de nojo.
- Já faz tanto tempo, pensei que você já havia esquecido, assim como eu não lembrava! - ele se vira de costas para Hunter.
- Eu não esqueci, mas acho que a Haley sim! O que você disse pra ela? Como é possível que ela não lembre? Eu tenho falado muito com ela nesses últimos anos e percebi que ela não pergunta e nem toca no assunto! - ele fala estressado.
- Você sabe muito bem que a culpa não foi minha! - Tyler o olha seriamente.
- Pode não parecer, mas você sabe que lá no fundo, bem no fundo mesmo, foi você que fez aquilo com ela. - ele olha para o pai com os olhos lacrimejados.
- Hunter, vá atrás de sua irmã. Não exalte o seu pai! - Margaret fala tranquilamente.
- É o melhor a se fazer, Margaret. - ele sobe as escadas sem olhar para trás.
- Como ele pode pensar que eu...você sabe... - ele senta-se no sofá e põe as mãos no rosto.
- O senhor não fez nada! Ele era apenas uma criança, talvez tenha entendido mal. - ela acalma Tyler.
Eu estava terminando de me preparar, Hunter bateu suavemente na porta, eu pedi para que ele entrasse. Enquanto eu colocava algumas jóias, ele olhava um álbum de fotos que estava na cômoda.
- Sally ainda mora aqui? - ele me perguntou enquanto olhava o álbum.
- Sim! - respondi a ele.
- E a Janet?
- Faz um bom tempo que não a vejo! Ela estava na Rússia, não nos falamos há meses.
- Você já está pronta?! - ele me olhou de baixo para cima.
- Sim! - peguei a minha bolsa e o puxei até a garagem.
- Você percebeu que eu tenho pernas? - ele me olhava totalmente eufórico.
- Oh, desculpe! Pensei que você ia ficar olhando o álbum e fazendo mais perguntas que eu provavelmente não iria querer responder. Os motivos? Não estou afim de saber das pessoas que viviam ao meu redor! - entrei no carro e esperei ele fazer o mesmo.
- E por que você não quer saber delas? - ele ligou o carro e deu partida.
- Sinto que não é o melhor momento para encontrá-las e repetir o processo de me explicar novamente.
- Você está completamente certa! Curte a vida! Divirta-se! Apenas seja você mesma! - ele pôs uma mão sobre a minha.
- E você também! Não se prenda ao passado e perdoe o papai seja lá pelo que ele fez a você! - aperto firme a mão dele.
- Se eu te pedisse para perdoar o Peter, você perdoaria? - ele solta a minha mão e a direciona ao volante.
- Tenho certeza que os motivos são diferentes, não misture as coisas! - repreendo-o pelo seu ponto de vista.
- Mas os dois envolvem o "perdão".
- Não vamos mais tocar em assuntos pessoais um do outro! - eu propus para ele, que apenas sorriu em sinal de afirmação.
Chegamos ao shopping, as pessoas tentavam disfarçar seus olhares sobre nós, mas era impossível. Eu estava me sentindo vigiada pelos seguranças do papai, não imaginava que as pessoas ainda lembravam da traição e da grande polêmica envolvendo os Peterson e os Evans. Os olhares tornavam-se cada vez mais pesados e fofoqueiros, Hunter que caminhava ao meu lado, pegou o meu braço e colocou-o ao redor do seu.
- Está nervosa, não é mesmo? - ele olhava para as pessoas ao nosso redor.
- E como não estar? As pessoas estão... praticamente me examinando e provavelmente criando teorias de onde eu estive esse tempo todo. - respondi nervosamente.
- Fique calma! Relaxa o corpo e tranquiliza a mente!
Ele propôs algo totalmente impossível, a cada passo que eu dava, algo dentro de mim dizia que era melhor eu estar em casa. Mas eu estou aqui! Rodeada de olhos que me deixam constrangida mais, mais e mais.
Hunter me levou há uma lanchonete, nos sentamos na esperança que os olhares diminuíssem, mas estávamos enganados.
- Eu não sei se irei suportar isso! - falei baixinho para ele.
- Você vai! Eu sei que vai! - ele colocou sua mão sobre a minha.
- Fazendo esses gestos parece até que é meu marido e não meu irmão. - apontei com os olhos para sua mão sobre a minha.
- Está bem, senhorita Haley Peterson! - ele debochou de mim apenas por repreende-lo.
- Não se deixe intimidar! - ele bateu as mãos uma na outra em sinal para a garçonete vim até nós.
- O que deseja pedir, senhor? - ela pegou seu caderno e uma caneta para anotar os pedidos.
- Não sei ao certo! O que você vai querer minha querida irmã? - Hunter olhou para o cardápio.
- Pode ser hambúrguer, a não ser que você queira sair da dieta. - olhei para ele com um sorriso de canto.
Logo percebi que a expressão de Hunter não era tão boa assim, ele olhava para algo ou alguém atrás de mim. Seus olhos queriam dizer algo, mas não eram expressivos o bastante, ouvi passos e mais passos, muitos passos atrás de mim. Uma multidão de repórteres chegaram a nossa mesa, colocaram microfones e câmeras ao nosso redor.
- Srt. Haley, o que houve com Peter? - uma repórter loira perguntou diretamente para mim.
- Vocês ainda vão se casar?
- E quando as suas empresas? A aliança continua?
- Peter não apareceu, você sabe aonde ele pode estar?
- Este é seu novo namorado?
- Realmente não amava Peter Evans?
- A sua carreira despencou assim como o seu noivado?
- Poderia nos fornecer alguma informação sobre a tal "traição" que houve da parte de seu ex noivo?
Em um momento de raiva, medo e agonia, sai correndo para fora do shopping. Ao chegar na frente, avistei um carro próximo e entrei sem ao menos saber de quem se tratava o dono.
- Esse carro é meu! - a pessoa ao meu lado disse seriamente.
- Eu não deveria ter feito isso, sinto muito!
Abri a porta do carro e corri para a rua, quase sendo atropelada, olhei para o carro parado na minha frente. Os gritos dos repórteres estavam se aproximando, entrei no carro a minha frente sem ter a devida permissão.
- Desculpe por isso! Eu estou assustada com todos eles, você poderia me deixar em casa? - assim que olhei para a pessoa ao meu lado, percebi que era Alec. - Alec! - eu disse em voz baixa.
- É um prazer revê-la novamente, não nas condições certas ou desejadas, mas é isso! - ele me olhou por um longo tempo.
- Eu não imaginava que nos veríamos novamente... - abaixei a cabeça.
- Você saiu da minha casa sem ao menos avisar, seu vestido ainda está lá. Não vai quere-lo de volta? - ele levantou a minha cabeça para que pudesse olhar para seus lindos olhos verdes.
- Pode fazer o que quiser com aquele vestido, eu não quero vê-lo e lembrar do meu noivado que não deu certo!
- Mas você está lembrando nesse exato momento não é? - ele continuava me olhando calmamente.
Olhei para a rua e depois para o shopping, os repórteres olhavam e procuravam por toda a parta á minha procura. Vi que eles cercaram o carro de Hunter, será que ele ainda está lá dentro? Ou já saiu e está me procurando?
- Hunter! - disse em voz alta.
- Quem? - Alec voltou a olhar para mim, sua expressão era de confuso e curioso.
- Meu irmão! Ele deve estar me procurando, aonde está o meu celular?! - olhei dentro da minha bolsa e não o encontrei. - Droga! Eu não uso ele desde aquele dia! - coloquei minhas mãos na cabeça, completamente aflita.
- Acho que seu irmão sabe se virar sozinho, eu deixo você em casa, assim posso conversar com seu pai sobre negócios. - ele ligou o carro e deu meia volta.
Todo o trajeto foi rodeado por um silêncio profundo e frio, eu não ousava olhar para Alec, percebi que seus olhos caíram sobre mim, mas logo foram retirados. Olhando para a vista ao lado, não deixei de dá um sorrisinho bobo pelo que havia acontecido.
- Está tudo bem? - ele me perguntou.
- An? Ah, sim! - completamente perdida, disse apenas essas palavras.
- Bem, chegamos! - ele estacionou o carro bem em frente a minha casa. - Bela mansão!
- Como você sabe aonde eu moro? - perguntei extremamente confusa.
- Eu estive aqui há alguns dias atrás, vim resolver alguns assuntos empresariais com o seu pai. - ele fez questão de explicar o motivo pelo qual já esteve aqui.
- Você vai querer entrar?
- Isso é um convite? - ele me olhou sem expressão alguma.
- Não exatamente. Mas você pode entrar e tomar um café, chá, suco, vinho ou alguma outra bebida. Não sei qual bebida você prefere ou gosta mais...
- Um copo d'água já é suficiente. - ele retirou o cinto e saiu do carro, fiz o mesmo que ele e caminhamos até a mansão.
- Haley! Hunter está preocupado com você! - Margaret vem até mim e me examina.
- Aonde ele está? - pergunto a ela, mas logo Hunter aparece descendo as escadas.
- Quem é ele? - Hunter olhou para Alec, sua expressão não era das melhores.
- Este é Alec Coleman, um sócio do papai. Alec, este é... - antes que eu terminasse de apresentá-los um ao outro, papai apareceu atrás de nós.
- Alec! O que faz por aqui? - papai perguntou surpreso.
- Vim deixar a sua filha em casa, nos encontramos por acaso. - ele responde calmamente.
- Ah, certo. Então vocês já se conhecem, não é mesmo? Não preciso apresentá-los! - ele aponta para que Alec sente-se no sofá.
- Hunter, vamos para o meu quarto? - puxo a mão de Hunter para sairmos da sala.
- Aonde pensam que estão indo? - papai nos olha seriamente.
- Para o meu quarto, Hunter chegou a pouco tempo, então temos muito o que conversar. - falo com a voz trêmula.
- Vocês podem por essa conversa em dia com o nosso convidado.
Eu e Hunter nos sentamos um ao lado do outro, Margaret trouxe alguns doces e bebidas para nós. Alec não se atreveu a falar, mas seu olhar caía sobre mim, sempre desviando para não ser descoberto.
- Como foi a viagem? - pergunto a Hunter.
- Foi ótima! Você deveria ter ido passar um tempo comigo na Argentina. - ele responde enquanto enche a boca de doces.
- O senhor gosta de viajar? - olho para Alec, que já estava com o olhar sobre mim.
- Não muito. Sempre viajo a negócios, nunca por motivo pessoal ou casual. - ele responde friamente.
Há algo nele que me deixa inquieta, seu olhar é tão doce, a sua personalidade muda facilmente. Dentro do carro, a atmosfera era perfeita, mas agora...Ah, agora mudou.
- Quando o senhor volta para casa? - pergunto ao papai que está tomando um capuccino.
- Estou tentando agilizar tudo, assim que der, nós iremos embora. - ele fala seriamente.
- Eu não sei se quero ir. - coloco a minha xícara sobre a mesa.
- Mas você vai comigo. Não vou deixar você ficar morando na mesma cidade que aquele idiota. - ele responde em um tom grotesco.
- Ainda tenho coisas para resolver nessa cidade! - olho para Margaret que entende o que quero dizer.
- Resolva suas coisas imediatamente. Não vamos demorar para irmos embora. - ele coloca sua xícara sobre a mesa.
A atmosfera fica tensa e pesado por um longo tempo, olho para Alec que provavelmente quer sair daqui, mas talvez esteja com vergonha.
- Deseja alguma coisa, Alec? - olho para ele, tentando trazer a atmosfera agradável de antes.
- Não. Obrigado! - ele me olha e rapidamente pega o celular.
- Você faz o que, Alec? É empresário exatamente...? - pergunto tentando aliviar a tensão que existe apenas entre nós dois.
- Diretor de uma empresa de alimentos! - ele coloca o celular no bolso.
- Deseja ir? - eu olho para ele, na esperança que fique, mas seu olhar diz diferente.
- Sim. Tenho que resolver alguns assuntos empresariais e pessoais.
- Eu o levo até a saída! - papai o acompanha até o portão principal.
Sem ter o que fazer, vou para o meu quarto, chego e encontro meu celular sobre a cama. Estou muito curiosa pra saber o que andou acontecendo esses dias, há várias mensagens e chamadas perdidas. A maioria é de Peter! Meu coração acelerou quando chegou uma mensagem, era ele...
- Eu te conheço Haley, o suficiente para saber que você não usou seu celular durante esses meses. Espero que esteja bem!
Sua mensagem de voz era como um conforto para o meu coração que estava tão pesado, ouvi novamente e resolvi responder.
- Esta é a primeira vez que uso desde que o nosso noivado acabou. - ele rapidamente respondeu.
- Sei que você não quer falar sobre isso agora e, eu até entendo, mas podemos conversar um outro dia? De preferência, sobre nós!
- Vamos ter muito tempo para falar sobre nós. Mas creio que agora não seja o momento certo! Estou tentando recuperar os dias perdidos que passei chorando por sua causa, foram os dias mais infelizes que tive. - respondi com as mãos trêmulas.
- Eu não posso falar tudo o que está preso na minha garganta. Quando nos vermos, terei a oportunidade de botar tudo pra fora e ter a resposta que tanto almejo ter.
Apenas desliguei o celular, não queria ter que decidir tudo por mensagem. Papai quer que eu vá com ele para Los Angeles, mas é isso mesmo que eu quero? Algo me diz que ainda tenho que viver muitas aventuras por aqui.
- Seu pai quer saber se você irá jantar com ele. - Margaret ainda na porta, espera pela minha resposta.
- Sim. Eu irei descer em alguns minutos, avise a ele! - digo para ela, enquanto guardo o celular na gaveta.
- Conhecendo seu pai, tenho certeza que o jantar vai render muita conversa.
- Como assim? - olho confusa para ela.
- Não sei, meu amor. É apenas um palpite. - ela saiu e me deixou completamente confusa.