Grego sedutor
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Capítulo 2 Grego sedutor

Com aquela etapa completa, passei para a seguinte e mais desafiadora, tentar me descrever. Havia certo e errado quanto às informações a serem colocadas ali? Ir por uma linha mais misteriosa ou ser direta? Engraçada ou séria? Ah, qual é, você nem gosta disso aqui, por que está se importando tanto? Aposto que vai ficar cinco minutos e depois desistir, pensei, para em seguida colocar a primeira coisa que me pareceu minimamente interessante. "Sou como você me vê.

Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar." - Clarice (que não sou eu) Lispector. Jornalista, amo gatos, livros, um bom vinho, comida japonesa e caminhadas ao ar livre. Não sei quando um impedimento é marcado, mas adoro futebol e, de vez em quando, danço até me acabar. Alguém aí está disposto a conversar em inglês? Preciso praticar para viagens que um dia farei. Prestes a apagar tudo e desistir do que tinha feito até o momento, apertei de uma vez no ícone de confirmação das alterações e publiquei. No instante seguinte fui redirecionada à tela inicial, onde poderia encontrar um "pretendente". Sem expectativa nenhuma, dei início ao ciclo sem fim de arrastar perfis desinteressantes para a esquerda e um ou outro mais agradável para a direita. Se fosse contabilizar, o time dos "descartados" estava ganhando. Os caras achavam mesmo que ser passivo-agressivo era atraente? Babacas! Ao que parecia, nem tudo estava perdido, uma vez que a cada sete homens desinteressantes, surgia um que me fazia parar por alguns segundos e ao menos considerar a possibilidade. Em uma dessas vezes, acabei sendo surpreendida, não apenas pela bio divertida e com algo que eu buscava, como também por sua beleza digna de apreciação e uma foto com a mesma camisa de futebol que eu tinha, uma edição especial do uniforme do Real Madrid. Lembrando do meme de que "no Brasil não tem homem para mim", uma vez que o cara em questão era gringo como ele mesmo especificou em seu perfil - claro, se não estivesse mentindo na descrição -, resolvi arriscar e arrastar para a direita. - Quem sabe esse é meu dia de sorte, não é, Jujuba? O miado da gata, que eu jamais saberia se era em concordância, discordância ou apenas ela mandando eu me foder em seu idioma, foi interrompido pelo som do interfone, anunciando a chegada da minha comida. Morta de fome como estava, levantei da cama, calcei os chinelos e corri para fora do quarto em direção à porta. Só de fechar os olhos, eu já podia sentir o gosto do sushi em minha língua. Capítulo 2 "[encosta o focinho] Está aí, papai?" Hum... reli a inesperada mensagem pela terceira vez. Tendo nascido na Grécia, certas palavras em português ainda me causavam estranheza. Fazia sete meses que eu morava no Brasil e, até então, nunca ninguém me respondeu com frases entre colchetes. Teria um significado especial? Em busca de ajuda, abri o navegador e pedi a definição da palavra. Focinho (substantivo masculino) 1. A parte anterior da cabeça de certos animais, constituída pela saliência das mandíbulas e do nariz. "Olá?", respondi à garota que eu tinha dado match algumas horas atrás. Pela foto de perfil - com ela de quatro enfatizando o decote -, era muito bonita, com uns peitões que imploravam para serem chupados. Motivo pelo qual, não dei muita atenção ao que estava relatado na bio. "Sua cadelinha está abanando o rabo para você [coloca a língua para fora]. Vai me dar leitinho?" "Achei que os gatos gostassem de leite." "É que eu sou a cadelinha novinha, papai [dá a patinha]." Que conversa era aquela? Estava tão confuso! Aparentemente, não ler a descrição do perfil foi um erro. Suspirei aliviado ao confirmar que ela tinha vinte e um anos e era maior de idade. Desviando o olhar dos peitos quase expostos pela foto, percebi que a garota usava orelhas de cachorro e um nariz falso. Passando o dedo para o lado, fiquei chocado ao ver que todas as fotos apresentavam a bela jovem com fantasias de bicho ou efeitos de Instagram de filhotinho. Na descrição informava: Minnie, 21 anos, sou uma furry submissa em busca de um daddy para chamar de meu. Uh. Eu não sabia o que pensar, mais uma vez pedi ajuda ao Google, pois apenas estava ciente da tradução literal da palavra, que seria "peluda". Mas, segundo a pesquisa, também poderia se relacionar a personagens ficcionais que eram antropomórficos, ou seja, animais humanizados. No entanto, ela era humana e estava agindo como animal, não o contrário. "Então, Minnie, o que você gosta de fazer?", respondi, tentando não julgar as manias alheias. "Gosto quando o meu dono me leva para passear [piscadela]." Cocei a testa, cansado da conversa que mal havia começado e fui ao barzinho que ficava no canto da sala, servindo-me de uma dose de uísque. O restante da minha estadia no Brasil seria curta, após quase dois anos deixando a filial sul-americana da empresa de minha família nos eixos, em cerca de oito meses eu poderia finalmente partir para o próximo desafio. Nada como o olhar do dono para colocar ordem nas coisas e eu tinha outros continentes para desbravar. Era divertido estar longe de casa e não me apegar a ninguém, afinal, iria embora logo. Sem culpa ou sentimentos envolvidos, o Tinder era o meu buffet pessoal, onde poderia passar pelas mulheres e escolher uma por semana. As brasileiras amavam um gringo, ainda mais se pudessem contribuir com o meu aprendizado da língua nativa. Em mais de um sentido da palavra. Neste caso, Minnie estava mesmo me ensinando algo novo: se comunicar com colchetes. "Posso te levar para uma volta no meu pênis [pau duro]" "Que grosso! [prepara para atacar]" Ela entrou no clima! "É grosso mesmo e grande, você vai gostar...", o que se devia colocar para complementar isso? Que tal: "[pegando a camisinha]."

Durante os meus primeiros dias no Brasil fiquei confuso em relação ao preservativo masculino. Eu achava que camisinha era, literalmente, uma camisa pequena e que poderia ser traduzido como camiseta. Foi estranho quando entrei em uma loja do shopping e pedi para provar a camisinha tamanho grande deles, não entendi porque a mulher ficou um pouco assustada, encarou os meus músculos, o quadril e chamou o segurança. A coitada achou que eu era um tarado crossfiteiro. "[Rosna]" Google ao resgate de novo! Descobri o que significava o verbo rosnar. Ok. "Isso, cadela, rosna mesmo [grrrr]." Quantas doses eu bebi para entrar naquela conversa sem sentido? Não o suficiente, se teria que continuar a grunhir até ela aceitar que eu enviasse o meu motorista à sua casa para trazê-la para a minha. Apesar de não ter a menor intenção de morar no Brasil, seria obrigado a vir com regularidade para checar o funcionamento da mineradora, então, ao invés de ficar em hotel, comprei uma cobertura na área nobre da cidade em que ficava a sede da empresa. Era um apartamento desnecessariamente grande, mas eu não sabia fazer nada pequeno e comedido. Além do mais, amigos gregos e meus irmãos já haviam informado que adorariam vir para conhecer o famoso carnaval. "Não é assim que se trata uma lady! [Vira o rosto para o outro lado]", a garota respondeu, deixando-me perdido. Eu a ofendi? Achei que tinha entrado na brincadeira! Será que poderia achar na internet um manual para conquistar uma Furry? Queria conquistar uma? Seria uma pergunta mais adequada a se fazer. Talvez no sexo ela só gostasse da posição cachorrinho. "Você rosnou para mim e eu me tornei o errado?", precisava esclarecer bem porque apesar de estar perdido na conversa, tinha quase certeza de que foi isso que aconteceu. "Não adianta vir se ajoelhar implorando [gargalha com superioridade], você acabou de perder uma garota legal, nunca vai achar alguém como eu."

            
            

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