Submissa do Chefe
img img Submissa do Chefe img Capítulo 4 Drogas
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Capítulo 6 Dívida Selada img
Capítulo 7 Sentimentos Confusos img
Capítulo 8 Desconfianças img
Capítulo 9 Sondagem img
Capítulo 10 O Bebê img
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Capítulo 4 Drogas

Suzan gargalhou, e também aceitou a garrafa de cerveja que lhe foi oferecida. Ao contrário da minha garrafa que me foi dada lacrada, a cerveja de Suzan já estava aberta. Ela bebeu e fez uma careta, olhando para o líquido esverdeado.

Eu soltei um gritinho de êxtase e troquei nossas garrafas. Minha mãe teria tido um infarto. Ela sempre dizia "cuidado para que nunca droguem a sua bebida", e lá estava eu, trocando minha cerveja por uma adulterada. O efeito da droga foi quase que imediato.

A droga deveria ser alguma combinação de diazepam, porque apesar de sentir a irrealidade me alcançando, eu permaneci acordada. O meu único medo das drogas, era o famoso boa noite Cinderela, mas esse, até onde eu sabia, era proibido nas festas de rua.

Nenhum tipo de abuso nunca foi uma cultura aceita pelos bandidos, e era por isso que em todas as festas de rua a segurança do Quartel ficava em peso nos pontos estratégicos e mais escuros, para evitar que alguém se esquecesse das regras do bairro.

O gosto da droga em minha bebida era amargo como o da cerveja e muito fácil para que ninguém percebesse o estrago até que fosse tarde. Suzan arregalou os olhos quando eu entornei a garrafa de uma só vez, derramando um pouco para baixo do queixo.

Enquanto eu me limpava, minha amiga dizia alguma coisa e balançava a cabeça. Eu não escutei nada. A música tinha mudado para mais uma que eu amava dançar escondida em meu quarto. O mundo se resumiu num borrão de céu estrelado, ventos frios, e pessoas me rodeando com corpos suados.

Os homens mantinham uma distância segura das mulheres, mas boa parte delas se aproximava deles enquanto dançavam. As danças do Reggaeton não eram nada com que meus pais se orgulhariam de saber que eu tinha tido uma grande facilidade para aprender. E era bem mais fácil do que o Ballet que eles me incentivaram a aprender quando criança.

Mexer com a bunda e descer até o chão em agachamentos, era muito mais fácil do que dançar se equilibrando nas pontas dos dedos. E a alegria que vinha junto do Reggaeton, não era algo que se conseguia num estúdio de dança. Eu não sabia como explicar. Tinha a sensação que pertencia àquele lugar, mesmo que minhas roupas e meu colar de ouro legítimo não dissessem a mesma coisa.

- Amiga - chamou Suzan, puxando-me pelo braço. Eu rodopiei ao redor dela, dando risada. Suzan tentou me manter parada, mas ela não conseguiu. Outra cerveja foi colocada em minha mão, e dessa vez, a garota que me oferecia segurava um pózinho entre os dedos, questionando silenciosamente se eu queria. E eu assenti com energia, segurando a garrafa para que ela colocasse. Suzan me impediu de beber, agarrando a garrafa. - Amiga, vem comigo. Preciso de água. Você também.

- Preciso esquecer - falei, erguendo minha cabeça para o céu. Os meus cabelos caíram ao meu redor como uma cascata loira e os ventos frios não me atingiram naquele curto momento, então eu dei um sorriso pela boa sensação. Aquela droga era demais. O som ficava mais alto, os graves mexendo diretamente com meu cérebro, e as pessoas pareciam muito mais receptivas. Bey era maluco de pensar que eu arrumaria alguma coisa. Eu só queria paz. Peguei a garrafa da mão de Suzan, quando ela se distraiu ao negar a bebida que lhe ofereceram. A melhor parte das festas no Quartel, era que não importava se você não tinha levado um único real para gastar, as bebidas e as comidas surgiam feito mágica. Uma festa de sempre acontecia pelo patrocínio de alguém do alto escalão. Era ótimo. - Ah, eu quero esquecer do meu nome. Eu quero me desfazer em cerveja.

- Amiga, não é cerveja, é droga. Para de beber essa merda. - Suzan puxou a garrafa da minha boca, batendo com o vidro nos meus dentes.

Eu gemi pela dor, cobrindo a boca com as mãos. A droga nem estava tão pesada se eu ainda podia sentir a dor. Eu fiz menção de tomar a garrafa das mãos dela, mas ela me puxou com violência pelo braço, e eu tropecei, quase ficando descalça. Dei risada.

Suzan gritou alguma coisa enquanto tentava abrir caminho. As pessoas eram apenas rostos difusos, eu não reconhecia ninguém, mas todos riam, então eu ria também. O mundo era incrível. Como eu nunca percebia isso sem as drogas?

- Bebe isso aqui, amiga.

De algum modo, ela tinha conseguido me levar para um dos cantos escuros e afastados da bagunça, e o som da música ainda reverberava em minha cabeça, apesar de estar um pouco mais baixa. Eu olhei com uma expressão amuada para o centro da festa, querendo estar junto das outras garotas que desciam e subiam ao som dos melhores cantores de Reggaeton.

Mesmo longe, continuei dançando, fingindo que não via Suzan com um copo em minha direção. Eu desci, rebolei, subi, fiz quadradinho e dei risada. Suzan revirou os olhos. O grave batia contra as janelas das casas mais próximas, balançando tudo.

Deveria ser horrível tentar dormir ali. mas era bom para o comércio local. Algumas adegas e bares de esquina estavam com as portas abertas, e eram deles que as bebidas vinham e iam, distribuídas entre aqueles que não estava com nada nas mãos. Os carros apenas aumentavam conforme as pessoas na rua apenas se amontoavam cada vez mais. Cada som diferente provocava uma bagunça sonora que só me fazia rir.

A minha cabeça já estava começando a ficar dolorida pelo barulho, mas eu continuei dançando. Todas as letras eram obscenas, nada elogiosas para uma mulher, mas eu estava me divertindo. Pelo menos por uma noite, eu podia me esquecer que tinha que agradar a tudo e a todos, que tinha uma criança dentro do meu corpo e que ela nasceria em algum momento.

Nem me ocorreu que as bebidas e as drogas poderiam ser extremamente prejudiciais naquela fase, eu era uma completa irresponsável, e talvez a ficha ainda não houvesse caído sobre o futuro que me esperava.

            
            

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