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Acordo com uma dor de cabeça horrível, eu quase não dormi, porque ontem a minha vó passou a noite gritando de dor, eu já não sei mais o que fazer.
Levanto da cama e vou para o banheiro fazer minha higiene, logo em seguida vou para a cozinha preparar o café e para minha surpresa encontro com a minha vó no pé do fogão e corro até ela.
Melinda- Vó, a senhora não pode se esforçar assim, isso não fará bem a senhora.
Eu nunca vi uma pessoa tão teimosa quanto a dona Ana.
Quando falo minha vó mim olha fazendo uma cara de brava.
Ana- Não precisa se preocupar eu acordei um pouco melhor e resolvi cozinhar, vai mim negar isso também?
Eu observo sua reação e dá vontade de brigar com ela por essa atitude infantil, mas eu não faço porque eu gosto de vê-la disposta, dou-lhe um beijo na testa e fico ali do seu lado.
Melinda- Que cheiro bom, o que é isso?
Assim que eu perguntei ela logo começou a rir, sem entender muito bem o motivo da sua risada eu peguei uma colher e experimentei a coisa mole , era uma mingau de maisena tingido com suco de pacotinho sabor laranja, eu não sabia se ria ou se chorava.
Melinda- Onde aprendeu fazer isso vó?
Esperei a resposta mas ela não disse nada e eu também não insisti, então começamos a comer, era estranho mas era muito gostoso.
Ana- Você não vai trabalhar hoje?
Ela me pergunta com uma cara de surpresa, não digo nada e vou lavar a louça, ainda são 7:00h e eu só entro no serviço 10:00h, essa já é a terceira vez que a minha vó perde a noção de tempo.
♧ANA NARRANDO ♧
Levanto com um pouco de dificuldade e vou para o banheiro, eu não estou nada bem, quando saio do banheiro faço um esforço e vou para cozinha.
Começo a preparar um mingau que eu acabei inventar, Melinda chega e me repreende, mas eu não me importo, afinal meus dias estão contados e vou fazer o que eu puder e quiser.
Melinda se aproxima tentando descobrir o que eu estou fazendo, eu forço um sorriso e não digo nada, ela não insiste e então começamos a comer, eu pergunto se não vai trabalhar hoje, ela não responde e vai lavar a louça.
Melinda- Vó, vá para o seu quarto eu preciso limpar a casa e fazer o almoço.
Eu falo e ela me olha com um olhar diferente de agora a pouco, parece muito abatida eu fico triste mas não posso fazer nada para impedir suas dores que ela insiste em esconder de mim, ela levanta e vai para o quarto.
Depois que termino tudo subo para o quarto e vou me arrumar, depois de pronta passo no quarto da minha vó e dou um beijo de despedida.
Melinda- Até mais tarde vó, Alice estará aqui daqui a pouco.
Sinto um aperto no peito, não sei explicar só não gostei da sensação, saio de casa correndo e quando chego no trabalho dou de cara com o gerente com uma cara de poucos amigos.
Gerente- Você está 8 minutos atrasada.
Ele fala e eu dou um sorriso, apesar de ser chato de vez em quando, ele é um bom amigo.
Melinda- Desculpe seu Elias, não foi de propósito.
Eu falo e vou logo me trocar, não demora muito os primeiros clientes começam a chegar, tudo estava normal, corrido como sempre, de repente meu telefone toca, vou para uma local afastado, vejo que é Alice e logo atendo.
Alice- Amiga sua vó...
Ela tenta falar mas não consegue, nessa hora eu sinto uma grande pontada no peito, mas resolve insistir para ela terminar a frase.
Melinda- O que aconteceu com ela?
Eu tento segurar a lágrimas, mas não consigo, o silêncio de está me matando.
Alice- Mel ela se foi, eu sinto muito.
Quando eu ouço aquilo meu mundo desaba, sinto vontade de morrer com ela, eu não posso acreditar no que ouvi.
Melinda- Diz pra mim que isso é só um pesadelo, que a minha vó está em aguardando minha volta, por favor.
Eu falo em prantos e no outro da linha Alice também chora, então não possibilidade de ser apenas uma brincadeira, corro a até o gerente e conto pra ele, pego minhas coisas e saio ainda de uniforme.
Sai em disparada em direção a porta e sem querer acabo esbarrando em um homem, para minha surpresa é o cara que eu gosto, ele mim olha com cara de nojo, mas não me porto.
Melinda- Desculpe senhor, não tive a intenção.
Eu falo e saio correndo, ele ficou lá bufando horrores para o gerente, pouco depois chego no hospital e encontro Alice, quando ela me ver corre ao meu encontro e me abraçar.
Alice- Eu sinto muito pela sua perda, pode contar comigo para o que der e vier.
Ela fala com a voz de choro, eu não consigo dizer nada, abraço de volta e choro de dor e desespero, porque a última integrante de minha família acabou de morrer.