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Vejo que Alice está tentando me dizer algo, estou com uma sensação ruim, conversamos por algum tempo até que ela cria coragem e me conta tudo.
Alice- Mel, eu nem sei como te falar isso, mas assim que você saiu pela manhã veio um homem aqui, bateu na porta várias vezes e como você não estava, eu me aproximei e perguntei se queria deixar recado, ele apenas me entregou esse papel.
Assim que ela me entrega o papel, eu leio e o meu coração aperta, sinto o meu corpo afundar em uma escuridão sem fim, eu não sei porque tudo está acontecendo ao mesmo tempo.
Melinda – Uma ordem de despejo? Me diz que isso é uma brincadeira.
Eu falo chorando, são tantas pancadas em apenas 24 horas que eu não se posso suportar essa barra.
Alice- Infelizmente é verdade, eu ouvi falar que o antigo dono vendeu o imóvel e agora será demolido e irão construir um prédio comercial.
Depois de ouvir o que ela falou eu choro mais ainda, a casa que vivi por tantos anos daqui apouco não existirá mais, o pior é que eu não tenho para onde ir.
Melinda- Será se jogaram macumba em mim? Eu não sei o que pensar.
Alice me olha com pesar, sei que se ela pudesse ela me ajudaria, mas sei que ela mora em uma casa pequena e não pode me acomodar.
Depois de um momento em silêncio, resolvi tirar uma dúvida com Alice.
Melinda- Amiga, eles me deram apenas 24 horas para deixar a casa, eles podem fazer isso legalmente?
Eu não entendo muito sobre isso e pergunto a Alice, aguardo resposta ansiosamente.
Alice- Bem, tecnicamente não, mas como eles tem um contrato de locação do imóvel e estava no nome de sua avó e ela morreu, o contrato não tem mais validade, nesse caso eles estão agindo dentro da lei.
Assim que ela termina de falar eu me desespero mais ainda, eu não sei o que eu vou fazer com tudo que está aqui, tudo foi conquistado com muito esforço e agora será jogado na rua como se fosse lixo.
♧WILLIAM NARRANDO ♧
Volto para a empresa extremamente irritado comigo mesmo, porque eu não paro de pensar naquela bendita garçonete.
Quando chego na empresa dou de cara com um dos meus advogados, nos cumprimentamos e seguimos para o meu escritório e quando entramos pedi para ele sentar e comecei a falar.
William- O senhor fez o que eu mandei?
Eu falo e ele me olha com um pouco de temor nos olhos, eu causo isso em pessoas fracas, já estou acostumado.
Advogado- Sim senhor, eu levei a ordem de despejo, mas não tinha ninguém em casa e tive que entregar a uma vizinha.
Eu fico um pouco chateado com isso, mas acabo relevando, depois de alguns segundos percebo que ele quer me dizer algo, e sem rodeios eu pergunto o que é.
William- O que você quer me dizer?
Quando eu pergunto ele fica um pouco apreensivo, mas logo começa a falar.
Advogado- Desculpe a intromissão, mas o prazo que o senhor deu a ela é muito curto, ela é muito jovem e vive sozinha, certamente não saberá lhe dar com essa situação e acabará perdendo seus pertences, que pelo que sei, conquistou com muita luta.
Ele fala e eu sinto vontade de rir da cara dele, mas não faço porque de repente sinto um aperto no peito e não sei o que é, mas não gostei daquilo.
William- Esse é o meu negócio, faça apenas o seu trabalho e já será suficiente.
Eu falo e ele prontamente assente e mudamos de assunto.