Capítulo 6 005

Dodô: Qual foi Menor? Tá doido, caralho?! - se levantou.

Vapor: Deu ruim, parceiro. Deu ruim! - ele estava muito afobado - A Rocinha invadiu, tão querendo meter bala, nessa porra!

Olhei para a pista, o som havia sido cortado, as pessoas estavam todas rendidas, em fila.

Dodô: PUTA QUE ME PARIU! - tirou uma pistola da cintura - Segura ai, já volto! - deu um beijo no meu rosto.

Meu coração começou a disparar, eu sabia que iria dar merda. Dodô foi barrado na porta, reconheci o cara da boate, que havia apontado uma arma na minha cara.

Cadu: PENSA QUE VAI ONDE, CARALHO?! - ele apontou o revolver no rosto do Dodô.

Dodô: QUAL FOI DO BAGULHO, PARCEIRO?! - apontou a arma para ele, também.

Cadu: PARCEIRO É O CARALHO! FOI METER TERROR NO MEU BAILE, ACHOU QUE IA DAR BOM PRA TU?! - balançou a cabeça.

Dodô: Isso é conversa de gente grande - abaixou o tom - Me deixa levar minha mina pra baixo, e nos resolve essa porra!

MINHA mina, oi?! Eu os encarava assustados, tudo que eu queria era sair dali, sou muito nova pra morrer.

O olhar do Cadu encontrou com o meu, tenho certeza que ele me reconheceu.

Cadu: Ah, eu não acredito, porra! - exclamou - Tu de novo? Qual foi, tu é alguma policia? Tá me seguindo, caralho?!

Samantha: Nem te conheço, idiota! - murmurei.

Cadu: EU VOU LEVAR A MINA! - o mesmo se aproximou, em passos rápidos, suas mãos seguraram meu cabelo com força.

Samantha: NÃO, ME DEIXA! - soltei um berro de desespero.

Dodô: SOLTA ELA, TÁ MALUCO?! - apontou novamente a arma, na direção do Cadu.

Cadu: SE TU ATIRAR, EU ATIRO! - senti o cano gelado do revolver, na lateral da minha cabeça.

Cadu começou a me puxar, suas mãos estavam fixas nos meus cabelos, eu chorava compulsivamente, eu estava indo pra morte. Descemos as escadas do camarote, todos olhavam, passamos pela quadra, o Dodô e seus vapores vieram atrás, mas qualquer atitude, ele estourava meus miolos.

Havia um Corola no estacionamento, ele abriu a porta da frente, e me jogou lá dentro, travando a mesma.

Dodô: O QUE TU VAI FAZER PORRA?! SOLTA A MINA, A TRETA É ENTRE NÓIS! - ouvi o mesmo gritar.

Cadu: Entro em contato, mais tarde! Isso é pra tu ficar esperto, pilantra! - entrou no carro, batendo a porta.

Ele deu partida, e saiu cantando pneus, eu estava amedrontada demais, para fazer ou falar, qualquer coisa.

Cadu olhava fixamente para a estrada, o único barulho que se ouvia no carro, era o meu soluço.

Cadu: Onde tu mora? - perguntou por fim, quebrando o silêncio.

Samantha: Pra que tu quer saber? - funguei.

Cadu: Onde tu mora? - repetiu impaciente.

Samantha: Moro no Leblon! - murmurei.

Cadu: O que tu veio fazer no morro do Antares, patricinha? Seu namoradinho veio junto? - me olhou de canto.

Samantha: Que namoradinho? - franzi o cenho - Olha, você deve estar me confundido Eu não tenho nada com o Dodô, nem com ninguém. Tu pegou a pessoa errada! - falei rapidamente.

Cadu: E aquele cara que tu defendeu na boate? Tá me achando com cara de otário? - riu irônico.

Samantha: É o meu irmão, e o idiota do amigo dele! - respondi trêmula.

Cadu: Então tu não é fiel do Dodô? - diminuiu a velocidade.

Samantha: Santo Deus, eu conheci ele hoje, a gente nem chegou a ficar. Eu... Eu acho que vou vomitar, para o carro! - senti meu estomago revirar.

Ele rapidamente parou o carro no acostamento, em seguida destravou a porta pra mim, abri a mesma e vomitei compulsivamente. Não sei por quantos minutos ficamos ali, meu estomago embrulhava cada vez mais.

Cadu: Tu tá bem, ow? - sua mão tocou minhas costas.

Samantha: Estou! - limpei a boca, e me endireitei no banco.

Cadu: Vou te levar pra casa! - deu partida no carro, novamente.

Samantha: O que? - olhei perplexa - Então por que agiu daquele jeito?

Cadu: Achei que tu fosses fiel do Dodô - deu de ombros - Mas já que não é não me serve pra porra nenhuma!

Achei melhor não falar nada, não queria que ele mudasse de ideia. Falei meu endereço para o mesmo e, seguimos para o Leblon. Em dez minutos estávamos na frente de casa.

Cadu: Tá em casa, patricinha. Não tromba meu caminho mais não! - destravou a porta do carro, e me encarou.

Samantha: Pode ficar sossegado - revirei os olhos - Até nunca mais!

Cadu: Pô espera - segurou meu braço.

O encarei, esperando ele falar.

Cadu: Qual teu nome?

Samantha: Não interessa. Só isso? - arqueei as sobrancelhas.

Cadu: Deixa de marra, caralho. Manda o papo logo! - apertou meu pulso.

Samantha: Aff - respirei impaciente - Samantha!

Cadu: Valeu. Cadu! - sorriu sem mostrar os dentes.

Dei um sorriso cínico, em seguida sai do carro. Caminhei rapidamente para casa, ele saiu feito doido com o carro, respirei aliviada, nunca mais queria vê-lo. Minhas mãos tremiam sem parar, peguei meu celular, disquei o número do Bernardo, que atendeu no segundo toque.

IDL:

Bernardo: Samantha? Onde você tá?

Samantha: Olha, eu estou bem, Ber. Acabei de chegar em casa.

Bernardo: Certeza?

Samantha: Sim. Avisa o pessoal ai, está tudo certo. Vou desligar, até logo. - desliguei.

FDL

Entrei em casa na ponta dos pés, não queria fazer barulho, era quase 05h00minhr da manhã Subi para o meu quarto, tomei um banho gelado, escovei os dentes, vesti meu pijama, retirei a maquiagem, e fiz uma trança frouxa no cabelo. Eu ainda estava muito chocada com tudo que aconteceu, precisei tomar dois calmantes para dormir.

CADU NARRANDO

Porra, eu como sempre agindo sem pensar Peguei a patricinha, achando que de alguma forma iria atingir o desgraçado do Dodô, mas se nem fiel ela era, ele ia se danar pra ela. Só que havia algo em seu olhar, que mexia comigo desde aquela noite na boate.

Cheguei à Rocinha fudido, iria ter que bolar outro plano, pra aterrorizar no Antares Quando abri a porta de casa, dei de cara com a Paloma dormindo no meu sofá.

Cadu: Ow, tá maluca? - dei uma cutucada nela.

Paloma: Chegou amorzinho? - sorriu entre um bocejo - Estava te esperando.

Cadu: Tu é burra, porra?! Já falei que é pra brotar quando eu chamar! - segurei seu braço.

Paloma: Nossa, quis fazer uma surpresa! - choramingou.

Cadu: To com cabeça pra isso, não! Rala! - apontei pra porta.

Paloma: Por favor, Cadu! - fez biquinho.

Cadu: Porra, novinha! - tirei minha camiseta, e a encarei malicioso.

Paloma: Vem! - me chamou com o dedo.

Balancei a cabeça, e subi por cima dela, iniciando um beijo delicioso.

            
            

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