Capítulo 8 007

Samantha: Nada, não to chorando, me deixa passar! - pedi.

O mesmo desceu do carro, vindo até mim.

Cadu: Uma porra que tu não tá chorando! - segurou meu ombro - Me fala pô, namoral mermo!

Eu não consegui responder, voltei a chorar novamente. Pela sua expressão, ele ficou sem reação.

Cadu: Entra no carro, vamos vazar daqui! - segurou minha mão.

Eu estava frágil demais para recusar, assenti com a cabeça.

Entrei em casa, o Ber estava jogado no sofá, assistindo televisão. Pra falar a verdade, eu não estava sentindo sua falta, nós nunca fomos unidos, a não ser pra ir pra baladinha. Eu o ignorei, fui direto pra cozinha, estava cheia de fome.

Diana: Oi, Samanthinha! - a Diana era empregada e cozinheira da casa, desde que me conheço por gente, ela cuida de mim.

Samantha: Oi linda! Como foi o final de semana? Curtiu muito no pagode? - brinquei, lhe dando um beijo no rosto.

Diana: Tu é maluca? Mas é lógico, como diz meu filho: Estava o fluxo! - deu risada.

Samantha: Safadinha! - pisquei - O que tem pra comer?

Diana: Bife com batata frita! - esfregou as mãos - Para alegrar sua segunda-feira!

Samantha: Só você mesmo, Dianinha! - me sentei a mesa.

Diana: Como foi no colégio? - perguntou, enquanto arrumava a mesa.

Samantha: Foi bem! O de sempre! - dei de ombros.

Almocei fartamente, depois de colocar meu prato na pia, subi pro quarto Tirei o uniforme, vesti um vestido folgado, escovei os dentes, e refiz o rabo de cavalo. Peguei meu celular que vibrava sem parar, era a Ju me ligando. Pensei em não atender, mas como eu a conheço, ela não ia parar de insistir.

IDL:

Samantha: Oi

Juliana: Amiga, sua doida Aconteceu alguma coisa? Tu tá bem?

Samantha: To ótima - menti.

Juliana: Você sumiu cara!

Samantha: Pois é Só isso?

Juliana: Samantha, o que foi? O Bernardo me contou que vocês brigaram o que deu em você?

Samantha: O que deu em mim?! Você viu que eu estava bêbada, mesmo assim me deixou ir pro camarote com um traficante!

Juliana: Eu também estava bêbada! Você só tá achando ruim, porque o outro traficante entrou lá, se não tu tinha pegado o tal Dodô!

Samantha: Não to te culpando, mas poxa, tu poderia ter tentando impedir.

Juliana: Eu sei amiga Confesso que errei!

Samantha: Tudo bem, Ju Depois a gente conversa, pode ser?

Juliana: OK Cuida-se, minha flor!

Samantha: Pode deixar. - desliguei.

FDL

Cadu: Coé, vai me contar qual é da parada? - ele me entregou uma água de coco, em seguida se sentou do meu lado.

Estávamos na praia, era o único lugar que eu confiava de ficar a "sós" com ele. Limpei as lagrimas do rosto, já um pouco mais calma, então olhei para ele.

Samantha: Problemas em casa. Mas já estou melhor! - dei um sorriso forçado.

Cadu: Pô, to ligado que esses lances de família é mó bronca! - me olhou de canto - Quer que eu te deixe no barraco?

Samantha: Não, se você tiver algum compromisso, pode ir Eu estou bem, de verdade!

Cadu: Vou te deixar aqui não, pô. Eu... É, to a fim de me desculpar por causa daquela treta no Antares, fiquei boladão, e pisei feio na bola! - ele falou entre murmúrios, como se fosse a morte se desculpar.

Dei risada.

Cadu: Qual foi caralho? Esta rindo de que?! - me empurrou de leve.

Samantha: Nada! To rindo de nada, eu hein! - fiz careta.

Cadu: Iala, tá sim! - falou debochado - Consegui te fazer rir, sou pica, rapa!

Samantha: É trouxa, rapa! - revirei os olhos.

Passamos a manhã inteira na praia, ficávamos conversando, sobre coisas aleatórias, nada de interessante. Mas a maior parte do tempo, o silêncio predominou.

Samantha: Me leva pra casa? - me levantei, limpei a areia da calça.

Cadu: Demorou! - se levantou em seguida.

Seguimos em direção ao carro, em dez minutos chegamos.

Samantha: Obrigada, viu - sorri.

Cadu: Sem neurose! - retribuiu o sorriso - Tem como tu passar seu id? Pô tá foda, ficar escoltando sua mansão! - coçou a cabeça.

Samantha: Muito sem vergonha! - dei risada - Me passa o seu, e eu te mando um Whats.

Cadu: Já é sei que tu não vai mandar mermo! - me olhou de canto, com cara de cachorrinho sem dono.

Salvei seu número, nos despedimos com um aperto de mão e desci do carro.

Óbvio que eu não iria perdoar a Juliana, pois em todas as nossas festas, sempre que ela deu pt, eu a protegi até o fim, um exemplo disso, foi na boate no aniversário do Tiago Mas iria deixar pra lá, chega de ficar só na farra, e dando atenção para os outros, é hora de pensar no meu futuro, em mim.

Fiquei mexendo nas redes sociais, quando atualizei os contatos do WhatsApp, apareceu o Whats do Cadu. Todo lindo na foto, confesso que me senti atraída por ele. Pensei em mandar um 'oi', mas deixei pra outra hora. Acabei dormindo.

Acordei com muita gritaria vindo do na dar de baixo, era a voz do meu pai e do Bernardo, percebi que já estava anoitecendo, me levantei da cama, e desci rapidamente as escadas.

Bernardo: CALA A BOCA, SEU VELHO! TU NEM É MEU PAI, NÃO TE DEVO SATISFAÇÃO! - ele berrava.

Marcos: SEU MOLEQUE! SE HOJE VOCÊ TEM ESSA VIDINHA MANSA, FOI GRAÇAS A MIM! - segurou no braço dele.

Lavínia: Meu filho, por favor! - ela tentava apaziguar a situação.

Bernardo: VAI PRO INFERNO, MÃE!

Samantha: NÃO FALA ASSIM COM ELA, SEU IDIOTA! - o encarei com raiva, não iria o deixar falar assim com a minha mãe.

Bernardo: VAI SE FODER, SAMANTHA! - ele me encarou de volta, se aproximando de mim.

Marcos: FILHA, NÃO SE META!

Samantha: Vai fazer o que valentão? Me bater? - dei um sorriso cínico - Estou morrendo de medo!

Só senti meu rosto arder, meu corpo cambaleou para trás, por conta da força do tapa.

Bernardo: Esse foi só o troco! - falou friamente, em seguida segurou meu pulso.

Lavínia: BERNARDO! - veio até nós, segurou o mesmo pela gola da camiseta - PEDE DESCULPAS PRA SUA IRMÃ!

Marcos: DESCULPA? - cerrou os dentes - EU QUERO ESSE VAGABUNDO, LONGE DA MINHA CASA! - berrou.

Bernardo: FALOU O COVARDE QUE BATE EM MULHER! - soltou uma gargalhada irônica - EU VOU MESMO, COM MUITA DISPOSIÇÃO! MELHOR DO QUE TER QUE CONVIVER COM UM PAU NO CU! - encarou o meu pai.

Lavínia: Marcos, por favor! - suplicou, entre soluços.

Samantha: Mãe, não é possível! Ele tem que aprender! - balancei a cabeça, indignada.

Lavínia: SOBE SAMANTHA! VIU O QUE VOCÊ FEZ?! ISSO NÃO É ASSUNTO PRA VOCÊ! - gritou comigo, me olhando com raiva.

Marcos: Tá achando ruim, Lavínia? - abaixou o tom - Pode ir com ele!

As lágrimas já caíram sem eu perceber, subi as escadas correndo, entrei no meu quarto, batendo a porta com toda a minha força Eu precisava sair daquela casa, pelo menos agora, precisava conversar com alguém Peguei meu celular, e mandei uma mensagem para ele, a primeira pessoa que veio em mente.

Cadu estava online no Whats, menos mal, então o chamei.

            
            

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