Capítulo 4 Dominada

Aquelas palavras tiveram um efeito totalmente contrário ao que Vasti achou que teriam. Ela sempre pensou que não se deixaria dominar por macho nenhum. E se algum dia algum deles tentasse, ele se arrasaria.

Agora, ali, nos braços daquele homem lindíssimo e sensual, dizendo que iria dominá-la, ela só queria dizer: "Sim, me domine, faça tudo o que bem entender comigo!". Vasti estava decepcionada com ela mesma.

- Você só precisa aceitar, senhorita Phillips - ele aproximou os lábios dos dela, mas sem beijá-la. - Você quer?

Sem nem perceber, com os olhos quase fechados, na expectativa do beijo, Vasti concordou com a cabeça. Ela provavelmente concordaria com o que ele quisesse, o que era super perigoso. Lá no fundo, a mente dela gritava para que ela corresse o mais rápido possível, mas o corpo dela não dava a mínima.

As mãos de Adônis foram rápidas, e ele já tinha descido o zíper do vestido dela, puxando-o para frente, a fim de expor o corpo de Vasti para ele. Quando ele viu o soutien bege, ele sorriu. Ele já esperava. Mas incrivelmente, ele achou extremamente sexy. A pele dela era muito clara, pálida, e o tom do bege da roupa íntima adicionava um charme. Além disso, ela tinha um busto avantajado, bem redondo.

- Perfeita... - ele sussurrou e passou a mão por cima da própria calça, fazendo Vasti abrir a boca e, logo em seguida, morder os lábios. Ela nunca tinha visto um órgão masculino. Não ao vivo, pelo menos. - Quer?

- Quero - Vasti nem acreditou que tinha respondido aquilo e com uma voz fraca de desejo! Adônis colocou a mão nos cabelos dela, que já estavam soltos, e os puxou com cuidado, mas com força o suficiente para fazê-la olhar para ele e sentir a pressão.

- Resposta errada. "Sim, senhor!" - como Vasti ficou olhando para ele, confusa, Adônis deu um novo puxão nos cabelos dela, apenas para que ela sentisse pressão. - Repita! "Sim, senhor!"

O mais normal era Vasti mandar alguém se ferrar, se falasse daquele jeito com ela. Porém, antes que pudesse pensar sobre aquilo, a boca dela já estava respondendo.

- Sim... Sim, senhor.

Adônis deu um beijo rápido, mas sensual, nela.

- Isso, muito bem. Você aprende rápido - ele a olhou de cima a baixo. - Você terminou o que tinha que fazer?

- Huh? - o cérebro de Vasti mal conseguia processar informações. - O quê?

- O seu serviço, você terminou? - ele perguntou, sério. Adônis estava louco por ela, mas ele ainda era responsável com a empresa. Ela engoliu em seco, tentando juntar os pensamentos.

- Ah... só preciso dar uma última revisada e enviar para o email da Senhorita Williams - ela achou melhor não chamar Heidi pelo primeiro nome, na frente dele. Ela já tinha sido demitida uma vez, não queria repetir a dose.

"Fala a mulher que está se pegando com o chefe!"

- Então termina logo isso e a gente vai sair daqui. Eu vou pegar as minhas coisas - Adônis deu um passo para trás, mas voltou rápido e a beijou nos lábios, mordiscando-os de leve, antes de se afastar e sair da copa, com uma piscadinha e um sorriso safado.

Vasti ainda ficou ali por uns instantes, sem conseguir se mover. "O que foi isso?", ela se perguntou.

Arrumando o vestido, Vasti se levantou e sentiu um incômodo entre as pernas. Ela estava muito ensopada e era esquisito andar daquela maneira. Ela foi ao banheiro rapidamente, se limpou e voltou para a mesa de trabalho. Ela sabia o que ele queria fazer. Ela não era burra. Ela só não sabia se deveria mesmo fazer aquilo.

"Pelo amor de Deus... meu primeiro dia, de verdade, nessa empresa e eu vou dar pro meu chefe?", ela se repreendeu mentalmente. "Mas ele quer. Ele é gostoso. VOCÊ quer. Vai... a vida é uma só. Aproveita!", a parte diabinha dela falava.

Vasti terminou de revisar o documento, enviou o arquivo para Heidi e pegou a própria bolsa. Assim que ela se pôs de pé, Adônis apareceu no corredor, segurando a pasta dele e sorriu para ela.

Ele estava com os cabelos desgrenhados, a gravata frouxa e os dois primeiros botões da camisa abertos. Ela se perguntou se aquilo havia sido obra dela.

- Pronta? - ele perguntou. Ela assentiu com um menear curto da cabeça e ele fez sinal com a mão para que ela fosse para o elevador com ele.

Vasti não sabia o que falar. Eles desceram o elevador em silêncio. Ali havia câmeras. É claro que ele não se atreveria a fazer nada.

Eles desceram na garagem e ele movimentou a mão, indicando que ela deveria sair da caixa de metal. Ela o fez e ele passou por ela. Ela o seguiu. Eles chegaram até o carro dele, o mesmo da noite anterior, e ele clicou no botão da chave, destravando-o e permitindo que ela entrasse ali.

Assim que eles saíram do prédio, Adônis colocou a mão na perna dela e deu um leve apertão na coxa. Em seguida, um tapa no mesmo lugar.

- Oh! - Vasti exclamou, surpresa. Ela sentiu o local ardendo, mas não foi ruim. Ela olhou para ele, perplexa, confusa. Ele, em contrapartida, abriu um sorriso imenso.

- Vamos nos entender perfeitamente bem, Senhorita Phillips - ele disse. Adônis tinha gostos... peculiares, e Vasti parecia aberta ao que ele tinha em mente.

Ela nunca tinha transado. Ela teve sim um namorado sério, porém, ela não se sentiu segura o suficiente para chegar àquele estágio com ele. E ele não aceitou o fato de que ela não "liberava" logo. No fim, ela o pegou na cama com a colega de quarto dela.

Na hora, ele acabou despejando que ela não era mulher o suficiente, pois não fodia, não agradava o homem dela. Ela pediu para trocar de quarto, claro, pois não iria querer ficar vendo o ex dela se atracando com a garota da cama ao lado. Dois meses depois, ele voltou implorando para que ela o aceitasse de novo. E tudo porque, Vasti soube depois, a outra garota havia trocado ele por uma menina. Vasti o mandou pro inferno. A sorte foi que aquilo aconteceu próximo já da graduação e ela não precisou correr dele por muito tempo.

Vasti olhou para o belo homem que dirigia o carro. Ela havia olhado na internet. Ele se chamava Adônis. Adônis MacGyver. O nome fazia jus a ele, pois ela nunca tinha visto um homem tão bonito. Não era só porque a cor escura do cabelo lustroso, ou a cor dos olhos, verde-turquesa, eram bonitas, mas porque tudo nele era proporcional, harmonioso, lindo. Ela chegaria a dizer perfeito.

- Pensando em alguma coisa? - Adônis perguntou, sentindo os olhos dela em cima dele.

- Ah... eu acho que eu deveria dizer isso agora. Não sei... - ela mordeu o lábio e ele franziu a sobrancelha.

- Dizer o quê? Pode falar - ele disse. Adonis esperava que ela não viesse com história de ter namorado ou coisa do tipo. Ele era safado, mas ele não pegava mulher dos outros, tendo consciência de que ela não era solteira.

- Eu nunca... nunca fiz isso.

Ele sorriu. Todas diziam a mesma coisa. Todas diziam que nunca tinham fodido casualmente, que só faziam isso com seus namorados e blá, blá, blá. Isso o decepcionou, de certa forma. Ele não achou que ela era daquele tipo.

- Entendo. Mas pode ficar tranquila. Pra tudo tem uma primeira vez. Transar fora de um relacionamento não é vergonha nenhuma. Pelo contrário. É uma libertação.

Vasti olhou para ele, virando a cabeça um pouquinho. Aquela resposta não fez qualquer sentido para ela.

- Não entendi o que isso tem a ver... - ela falou.

Agora, era a vez dele de ficar confuso.

- Você estava dizendo que nunca fez isso. Transar sem namorar. Transar sem conhecer bem a pessoa... Sexo casual - ele nem acreditava que estava precisando lembra-la das próprias palavras que a mulher tinha acabado de proferir.

- Ah, na verdade, não é isso. Não foi isso o que eu disse. Ou tentei dizer - Vasti limpou a garganta. - É que eu... Tá. Eu sou virgem.

Ela resolveu falar porque ela temia que ele fosse querer logo fazer as coisas apressadamente e ela não queria isso. Não assim. Se ele a machucasse sem querer porque ela não deu a informação, a noite estaria acabada e seria frustrante para os dois.

O carro foi jogado para o lado, no acostamento, e parou.

Vasti olhou para Adônis, sem entender nada. Ele olhava para o volante, e Vasti percebeu que os nós dos dedos dele estavam mais do que apertados.

- O quê? - ele perguntou, para confirmar que não tinha ouvido errado. - O que foi que você disse?

- Como assim?

- Virgem! Você disse... que é virgem?! - ele perguntou, virando o rosto para ela. Vasti podia perceber que ele estava ao mesmo tempo com raiva, decepcionado, e mais alguma coisa.

- Sim - Vasti respondeu. Ele voltou a olhar para frente e deu partida no carro. - Qual o problema? Eu não queria dizer isso só na hora... achei melhor dizer antes, não?

Adônis não respondeu, mas pegou um retorno. Logo, Vasti percebeu que ele estava indo para a vizinhança dela, mas ela esperou para ter certeza. Ele parou o carro em frente ao prédio dela.

- É melhor você descer - ele falou, frio, sem olhar para Vasti. Ela franziu a sobrancelha e ia colocar a mão no braço dele, mas ele percebeu e se afastou.

- Eu não tô entendendo... Nós...

- Eu não fodo virgens. É isso. Dão trabalho, são pegajosas e sempre acabam caindo na mesma ladainha: comprometimento, casamento. Eu não ofereço nada disso. Portanto, pode sair. Agora.

Vasti ainda olhou para ele, achando que ele estava brincando, mas não. Ele estava falando sério. Ela bufou em descrença e saiu do carro, batendo a porta e se afastando.