A única que eu daria motivos para ter tal preocupação é a Analu que possívelmente nesse momento estaria assustada por estar sozinha, ela é só uma menina e eu entendo isso mas a Vanessa não, ela é uma mulher e tem que se comportar como tal.
Eu odeio os chiliques dela e quando ela se dá um valor e uma importância que claramente não tem, eu posso proteger qualquer um e isso não dá confirmação que eu tenha sentimentos por ele.
Eu durmo com várias mulheres também e sempre deixei claro para todas que era sempre cama, momento, prazer e um instante e todas entenderam exceto a bendita da Vanessa.
Talvez a justificativa para isso seja a ajuda a mais que eu a dou porém ela não é a única, logo não tem justificativa nenhuma para ela estar assim.
Chego e coloco meu blazer no cabide, Maria estava descendo as escadas com uma bandeja, provavelmente o lanche da Analu então vou até ela e pergunto :
- Ela voltou a comer ? Está bem ? Parou de vomitar ? - indago preocupado ao ver apenas algumas coisas no prato que não era muito grande.
- Ela come um pouco mas por algum motivo ela vomita tudo depois, o doutor Hawkins já veio examinar ela hoje e disse que os exames não deram nada grave além da anemia que era bem visível - explica preocupada - Eu não sei o que fazer com ela mais Arthur, talvez se você tentar ela consiga comer afinal tem um apresso enorme por você. Tanto que passou o dia inteiro preocupada - expõe me deixando surpreso.
Eu não quero que ela tenha dependência de mim mas se isso for ajudar ela a sobreviver talvez seja uma boa saída, eu a quero bem e com a mente vazia de tudo que ela viveu naquele inferno.
- Faça um prato novo com coisas diferentes e leve no meu quarto, eu irei tomar um banho e levarei para ela ok ? - ordeno e ela acente com a cabeça descendo o resto das escadas - Coloca uns docinhos também ok ?
- Está bem - segue até a cozinha e eu subo até o meu quarto.
Abro a porta e logo quando entro já tenho uma enorme dor de cabeça, Vanessa estava aqui e pelo visto hoje terei que ser bem Rude para ela desgrudar e retomar a consciência.
- Vanessa eu já disse que essa não é a sua casa - repreendo tirando os braços dela dos meus ombros - Eu não pago um aluguel milionário pra você ficar parasitando a minha mansão.
- Você paga por que quer, é muito melhor eu vir morar aqui junto com você - gruda em mim denovo e eu me esquivo... Que chatice! - Imagina eu, você e o Felipe aqui.
- Primeiro que eu já te disse que não quero relação alguma com você nem ao menos com ele, a única relação que temos é na cama e com ele eu não tenho vínculo nenhum. Só o ajudo como homem não como pai - repreendo indo até o box e ela me segue.
- Arthur eu não te entendo, desde que resgatou aquela anêmica você está diferente comigo... Por que você troca pessoas assim tão rápido caramba ? Acha mesmo que aquela ninfeta vai fazer o que eu faço ali ? - aponta para a cama... Ela é doente ao ponto de achar que eu tenho interesse sexual em uma garota que tem idade pra ser minha filha.
- Como descobriu da Analu ? E isso não te interessa então não usa ela por que eu já pensava assim muito antes dela aparecer - grito revoltado. Que ódio !
- Viu... Você queria esconder aquela anêmica por que provavelmente está recuperando ela pra poder usar e abusar dela... Você acha mesmo que vai dar certo ? - zomba rindo e é impressionante e Quão imbecil ela pode ser.
- Você é doente ? Eu já te falei que não tenho interesse algum na Analu e eu não permito que fique xingando ela. Você não tem esse direito ! - grito bravo e ela começa a rir.
- Viu... É nítido, você quer sim ter algo com aquela raquítica e meu deus - coloca as mãos no rosto rápidamente - Eu não quero nem imaginar como seria por que ela não aguentaria você... Seria doentio Arthur... - a pego pelo braço e coloco para fora do quarto, volto e pego a sua bolsa e jogo nela que a pega.
- Se eu sair desse quarto e você ainda estiver aqui você sabe o que eu farei - ameaço sério - Não me provoque - bato a porta e sigo para o box.
É impressionante o quanto essa imbecil consegue me irritar...
Se não fosse uma mulher eu já teria a matado por que a cada cinco coisas que ela fala quinze são porcarias.
Esmurrou a parede do box por um tempo para me acalmar, eu precisava afinal se sobrasse um resquício de ódio em mim a Analu ficaria assustada e eu não queria isso, o olhar de medo dela me deixa angustiado e eu não gosto disso.
Acabo o banho o visto uma roupa qualquer, não me importo muito em escolher algo arrumado. Saio para o quarto e a bandeja estava na minha mesa, abro a porta e saio com ela até o quarto dela que estava deitada na cama mas acordada.
- Oi - coloco a bandeja na mesa ao lado da cama e pego uma cadeira para me sentar - Como foi o seu dia ?
- Triste... Eu quero voltar a andar Arthur eu não consigo mais desde ontem e eu quero correr e viver de uma forma normal... Eu não aguento mais ficar nessa cama - reclama com os olhos vermelhos, ela estava chorando.
- Não fica assim - pego na sua mão - Você vai voltar a andar logo e vai correr por toda essa mansão como o flash ok ? Mas pra isso - pego a bandeja e coloco no colo dela - Você precisa comer tudo isso aqui - aponto e ela olha para o prato por um tempo e diz :
- Eu não gosto disso - aponta para umas cenouras que estavam na bandeja - Mas eu amo isso - aponta para o arroz com alguns fiapos de frango.
- Se eu trocar isso por isso, você come tudo ? - negocio e ela acente com a cabeça de forma um pouco mais animada.
- Ok... Vai comendo que eu vou pegar outro prato lá embaixo ok ? Gosta desse suco ? - mostro copo e olha, logo em seguida ela diz :
- Prefiro de uva - pega o garfo e começa a comer.
- Ok eu vou trazer o seu suco de uva... Qualquer coisa é só apertar esse negócio - dou um controle de segurança pra ela - Aí um daqueles homens que estavam comigo vão vir te ajudar ok ? - explico e ela me olha com uma carinha não tão boa.
- Eu não quero eles, eu quero você - afirma me olhando.
- Ok... Eu venho no lugar deles ok ? Mas só se você comer tudo - dou um beijo rápido na testa dela e saio, fechando a porta logo em seguida.
Desço as escadas com o bendito do copo de suco de laranja, era o meu preferido mas já disseram que eu não gosto de coisas boas então a entendo, bebo o suco no meio do caminho e só chegar na cozinha eu pergunto :
- Maria ainda tem aquele arroz com frango ? - pego um pouco mais de suco e bebo.
- Tem sim, você quer um pouco ? - pega um prato e vai até o fogão.
- A Analu que quer, ela gosta muito e também prefere suco de uva - explico e ela me olha surpresa.
- Ela está comendo ? - indaga confusa.
- Sim está, pode colocar muito arroz por que eu quero que ela se alimente bem - incentivo e ela coloca uma quantidade bem grande.
- O suco - pega uma jarra a me entrega com alguns copos.
- É fresco não é ? - questiono preocupado afinal aquelas essências mortíferas poderiam fazer muito mal pra ela.
- É sim, daquele pomar que você compra sempre.
- Ok então, tchau - me despeço voltando para o quarto dela.
Abro a porta e ela já havia comido porém não estava como eu a deixei, ela estava na verdade pior do que quando eu entrei.
- Alu o seu arroz - dou o prato e ela enxuga o rosto rápidamente... Ou tenta - O que aconteceu ?
- Nada - responde com a voz embargada e pegando o garfo para comer.
- Alu não mente pra mim, se aconteceu algo você tem que dizer pra mim - insisto pegando na mão dela.
- Não aconteceu nada Arthur... Pode ir, eu como - diz com algumas lágrimas caindo pelo rosto.
- Ok então, quando acabar me chama ou toca o negócio ok ? - me levanto e sigo até a porta.
Eu tinha um palpite do que teria acontecido mas eu ia confirmar no escritório, se fosse isso mesmo ela iria me pagar bem caro.
Desço as escadas rapidamente e vou até o escritório, abro a porta e a fecho com ódio, viro o computador e o ligo rapidamente.
Entro nas filmagens das câmeras de segurança e escolho a do corredor do quarto da Analu, e para a minha infelicidade realmente era aquela cadela que tinha feito algo com ela.
Desligo o computador com ódio e saio do escritório, ela vinha da cozinha com uma cara deslavada imensa... Eu odeio gente sonsa e pelo visto era isso que ela queria que eu sentisse por ela.
- Eu fui comer um pouco na cozinha mas agora eu já vou embora - pega o bolsa no sofá e coloca no ombro - Tchau Arthur - vem até mim e tenta me dá um beijo no rosto porém eu seguro o pescoço dela e a empurro no sofá.
- Que porra você disse pra Analu ? - questiono gritando e ela se faz de desentendida.
- Eu nem sei que quarto essa anêmica está Arthur... Caramba por que tudo que acontece de ruim com aquela piolhenta sou eu ? - se levanta e ajeita o vestido, ela tenta sair porém eu a seguro pelo braço.
- Você vai embora sim, só que antes você vai subir lá em cima e vai pedir perdão a ela - ordeno a puxando.
- Arthur me solta ! - grita alto fazendo um escândalo - Me solta Arthur !
- Eu vou te soltar - dou um aperto no braço dela - Mas se você não for pedir desculpas a ela acho bom nunca mais voltar aqui - ameaço a soltando.
- Ok... Eu vou - ajeita a bolsa no ombro.
Subo alguns degraus e ouço os sons do salto dela correndo pela casa, ela realmente quer me fazer perder a cabeça.
Os seguranças vem da cozinha porém eu os impeço de irem atrás dela, não valia a pena e o estrago já havia sido feito, eu teria que concertar só que seria a última vez que ela falaria merda pra Analu.
Volto para o quarto e ela estava comendo os bombons que estavam na outra bandeja, um dos seguranças estava perguntando qual canal ela queria na TV e ela afirma um e ele sai logo em seguida, o chamo para o corredor e digo :
- a partir de hoje você fica aqui nessa porta e não deixa de jeito nenhum a Vanessa entrar ok ? Se ela entrar nesse quarto sai os dois sem vida daqui - ameaço entrando no quarto dela.
- Quer um ? - oferece o último bombom me olhando.
- Não... Pode comer - recuso olhando os pratos e estavam sem nada, graças a quem reje o universo ela voltou a comer e também não irá mais vomitar, eu tenho certeza.
- Tem mais desses ? - pergunta jogando o papel na cama, eu o pego e jogo na lixeira do lado da mesa e digo :
- Não... Se você comer muitos pode ficar com diabetes. Já comeu quatro hoje e é o suficiente - me sento na cadeira - Se amanhã você comer certinho pode cinco no jantar.
- Só cinco ? - reclama e eu dou um sorriso. Que abusada.
- Seis, nada mais que isso - reformulo a promessa e ela parece satisfeita.
Ficamos um tempo assistindo até que ela adormece, a ajeito na cama e desligo a TV. Pego as bandejas e saio do quarto indo até a cozinha para as colocar lá.
- Ela comeu isso tudo ? - indaga Maria surpresa.
- Até as cenouras que ela disse que não gostava... Acho bom investimos em pratos com frango pra ela - incentivo me sentando na mesa.
- Será que ela vai vomitar ? - cogita preocupada.
- Acho que não, mas eu vou ficar de olho por que eu tenho um palpite do que pode estar causando isso nela - exponho e ela me indaga curiosa.
- O que ?
- Provavelmente a Vanessa com os xingamentos dela... Pensa comigo, ela chama a Alu de anêmica e talvez ela não coma por isso entende ? - explico e ela bufa de raiva.
- Se eu pegar aquela varapau xingando a Ana eu jogo ela escada abaixo - ameaça com ódio batendo nos pratos.
- Eu escondo o corpo - brinco rindo e ela dá um sorriso - Mas não precisa fazer isso, lembra do Felipe então... Vamos ter paciência com ela.
- Por que não pega esse garoto para você cuidar Arthur ? Sabe que ela não vai dar um futuro bom para ele mesmo com você dando assistência - sugere enxugando os pratos.
- Eu não quero essa responsabilidade para mim e nós dois sabemos que não importa o gênero da criança, o melhor é ela ter uma mãe por perto. Sem contar que se eu pegasse o Felipe ela iria misturar as coisas ainda mais e você sabe que a última coisa que eu quero é essa ilusão de que podemos formar uma família entende ?
- Entendo... Está bem então. Eu vou dormir, qualquer coisa me chama e boa noite querido - me dá um um beijo na testa e eu retribuo.
- Boa noite - dou um abraço nela - Se Lembra do remédio.
- Maldita memória - xinga sumindo pelo corredor e eu dou uma risada.
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