Depois daquela viagem...
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Capítulo 7 7

ESTHER

Acordo sem saber onde estou e com uma tremenda dor de cabeça, tento me levantar, mas tudo dói, então volto a fechar os olhos.

Definitivamente odeio ter ressaca.

Flashes da noite anterior passam pela minha cabeça, beijo um cara lindo e nem lembro seu nome...

Bryan aparece...

Continuo a beber...

Danço em cima da mesa e nada mais aparece.

Tento abrir os olhos mais uma vez e a claridade me incomoda. Tento me localizar e começo a reconhecer onde estou. Estou no quarto de hóspedes da casa de Agnes.

Graças a Deus estou em um lugar conhecido.

Olho em volta e vejo meu vestido jogado em um canto, meu sapato em outro, dou uma olhada no meu corpo e estou apenas de calcinha.

Como cheguei aqui?

Quem tirou minha roupa?

São algumas das perguntas que rondam a minha cabeça.

Tento me levantar e tudo gira, me forçando a deitar novamente.

O que eu fiz?

Perdi totalmente a porra do juízo!

Em vinte e cinco anos nunca antes havia ficado nessa condição e ontem chutei o balde, mas, quer saber, nunca havia me divertido tanto.

Fecho os olhos mais uma vez e escuto o som da minha risada.

Tento achar o celular e acabo encontrando um bilhete na cômoda. Pego o bilhete com uma letra até bonita, mas não conhecida e começo a ler.

"Linda morena, a noite foi incrível. Você é demais.

Gostaria muito de te encontrar novamente...

Me liga, Pedro.

Sem meu número não tem como, né?

Anota aí 96996666."

Como assim, passei a noite com um cara e não lembro de nada?

Não sei o que é estar com alguém, além de Bryan.

Faço algo desse porte e não me lembro de nada?

Odeio de você, amnésia líquida, vulgo vodca.

Conheci outro pau e não me lembro.

O que falta mais me acontecer?

Enquanto estou deitada, tentando lembrar pelo menos um pouco de como terminou minha noite, a porta se abre e Agnes aparece linda e plena.

- Acordou, Bela adormecida? Imagino que você não deve estar nada bem, por isso trouxe um comprimido para você. Tome que irá te fazer se sentir imensamente melhor.

- Ag, como você consegue estar linda e plena, depois de ontem à noite? E outra você não deveria estar trabalhando?

- Primeiramente, bom dia, Thethe do meu coração. Adorei a noite de ontem, você deveria se soltar mais vezes. - ela se aproxima e me abraça. - Agora sim, eu acordo plena simplesmente porque aprendi a beber e o que fazer depois de uma bebedeira para não cair nas armadilhas, ou você acha que anos de prática não contam. - Pisca o olho. - A gora quanto a segunda pergunta, sim, eu deveria estar, mas não estou. Peguei férias.

- Como assim férias? Como cheguei até aqui? Como fiquei seminua? E esse bilhete? - Acabo gemendo de dor e volto a me deitar.

- Nossa quanta pergunta pela manhã, mas vamos lá, senhorita amnésia. Eu falei para você não exagerar na vodca, mas você não me escutou. Amei o chega pra lá que você deu em Bryan pela saco.

Abro a boca em espanto.

- Sim, você deu um belo chega pra lá e ele saiu bufando. Arrasou!

- O que fizeram comigo?

Agnes começa a rir e diz:

- Assim que Bryan saiu, você começou a beber shots de tequila e caipirinha de morango, segundo você mesma era suquinho. Até tentei te dar água, mas você não quis. Uma dica, amiga, sempre intercala a bebida com água, ajuda no dia seguinte.

Faço uma careta e ela continua a falar.

- Enfim, o cara lindo e atlético de nome Pedro, começou a te beijar e você enlouqueceu quando começou a tocar a música Cheguei da Ludmilla. Você simplesmente encarnou a dançarina fatal subiu na mesa e começou a dançar. Foi a sensação do lugar.

- E você me deixou fazer isso?

- Não só deixei, como tenho filmagens da cena toda, quer ver? - pergunta rindo.

- Não quero ver e você vai apagar.

- Nunquinha, amiga, é a prova que você adora ser livre. Sempre que te ver séria e toda certinha novamente, vou te lembrar o quanto é bom ser vida louca, como diz Mariana Barcellos, personagem do livro da minha musa Jussara Leal. Aliás, você precisa ler os livros dela são maravigolds.

- Tá você falou, falou, mas ainda não me explicou como cheguei nessa situação.

- Você não me deixa, mas vamos lá. Depois de dançar e se acabar ao som de minha amiga, Lud. Ficou na pegação com o Pedro e percebi que você não estava em condições de fazer nada. Eu mais que ninguém queria te ver feliz, aproveitando a vida, mas, como uma boa amiga, não deixaria ninguém aproveitar de você na situação que estava. Sei também que seria a primeira vez a ver uma piroca que não fosse daquele ser e não podia ser assim, bagunçado. Então convenci o Pedro a te trazer para cá. Foi o que ele fez e foi embora, tirei sua roupa e você hibernou tranquila no aconchego do meu lar.

- Mas isso não é o que o bilhete diz.

- Bom isso foi parte do que pedi para ele fazer e deixar você com a pulga atrás da orelha, pelo jeito funcionou - diz rindo.

- Você não presta, Ag, mas eu te amo. Obrigada por cuidar de mim.

- Sempre, amiga, nunca te deixaria numa situação constrangedora, mas vamos deixar de sentimentalismo barato. Agora vamos providenciar nossas malas, porque nosso voo sai em aproximadamente dez horas.

- Voo? Mala? Como assim está doida? Sou eu que bebo e é você que enlouquece?

- Sabia que não ia lembrar, por isso filmei.

Agnes pega o celular e coloca um vídeo onde afirmo com todas as letras que vamos viajar e ela diz que vamos para San Andrés.

- Jesus, eu enlouqueci literalmente ontem!!!!! Eu não posso viajar, preciso procurar um novo emprego, desmarcar as coisas do casamento. Meu Deus, eu tô solteira...

- Thethe, isso é uma dádiva... Hoje pela manhã já organizei as coisas na agência, comprei nossas passagens, reservei o hotel e meio que liguei no salão e remarquei sua festa. Expliquei a situação me passando por você e transformei a recepção de casamento em uma festa de bota fora quando você desejar - relata desconfiada.

- Você o quê????? Agnes, eu te amo, mas você passou dos limites. A festa era minha e do Bryan, eu precisava resolver com ele.

- Thethe, minha querida, sei que quem pagou foi você, então a festa não era de vocês dois, mas sua. Dane-se aquele pé no saco. Ele te traiu, amiga, da pior maneira possível

- Pensando por esse lado você tem razão. Quer saber você fez bem, depois só me explica essa coisa de festa bota fora, mas quanto a viagem, amiga, preciso poupar, não sei o dia de amanhã.

- Calma, Thethe, digamos que foi meu presente de solteirice pra você, ou melhor, pra nós. Quinze dias, isso mesmo, quinze dias no paraíso. Pode apostar que você vai voltar outra. Aproveite essa oportunidade que a vida está te dando. Como dizem, se a vida te der limões, pegue vodca, açúcar, gelo e faça uma deliciosa caipirinha.

- Eu não conheço esse ditado, mas enfim eu preciso sair dessa rotina mesmo - digo rindo. - Quem sabe depois de espairecer eu pense em algo pra fazer.

- É assim que se fala, amanhã a Deus pertence, por isso vamos viver o hoje. E, hoje, vamos fazer nossas malas e curtir sol, praia, corpos sarados, porres com consciência e o mais importante, orgasmos fantásticos. Vamos exorcizar o pé no saco da sua vida. Aposto que daqui quinze dias você nem saberá quem é Bryan.

- Ok, você me convenceu. Preciso ir em casa arrumar minhas coisas. Nem sei se tenho mala, biquíni.

- Não seja por isso, partiu shopping.

- Tudo bem, vou ser louca por um dia.

- Um dia não, vários - Agnes diz rindo.

***

Passamos o dia no shopping e compramos tudo o que precisaríamos para os próximos dias. Passo em casa, pego meus produtos de higiene e na saída, encontro Rafael, o porteiro do prédio.

- Senhorita Esther, está de mudança? - pergunta olhando as malas.

- Não, Rafael, só de férias.

- O senhor Bryan estava te procurando.

- Não quero saber de Bryan e se ele vier aqui, diga que sumi.

- Você dois brigaram? Pareciam tão felizes.

- Sim, mas nem tudo é o que parece ser.

- Divirta-se senhorita e boa viagem.

Me despeço de Rafael e sigo rumo a casa de Agnes, pois sairemos juntas rumo ao aeroporto e ao desconhecido.

***

Chegamos no aeroporto e nosso voo está atrasado, mas isso não é problema algum afinal estamos de férias. Então me acomodo na área de embarque, coloco os fones de ouvido e viajo ouvindo a música Dona de mim, da Iza.

Ultimamente essa música me define.

Estou tão envolvida ouvindo a música que até acabo cantando de olhos fechados.

"Já não me importa a sua opinião. O seu conceito não altera minha visão. Foi tanto sim que agora eu digo não. Porque a vida é louca, mano, a vida é louca. Quero saber só do que me faz bem. Papo furado não me entretém. Não me limite que eu quero ir além. Porque a vida é louca, mano, a vida é louca..."

Sinto um toque e é Agnes que parece estar admirada.

- Nunca vi nesses anos todos que te conheço, você cantar. Sua voz é linda.

- Ai que vergonha, achei que estava sozinha. Esqueci completamente onde estava.

- Continua, amiga.

Quando vou protestar nosso voo é chamado, seguimos até o portão de embarque e embarcamos rumo ao paraíso.

Espero que seja realmente um lugar para pensar sobre tudo e recomeçar, afinal eu quero e sou...

DONA DE MIM.

            
            

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