Depois daquela viagem...
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Capítulo 5 5

Esther

Puta que pariu, duas cacetadas em menos de vinte e quatro horas!

O que eu fiz para merecer isso?

Sempre fui uma boa menina, fiz tudo certinho e acabei tomando na cabeça duplamente. De quebra, quatro sonhos meus que pensei que estavam se realizando foram por água abaixo, perdi meu empregos do sonhos, perdi aquele que achava ser meu príncipe encantado e como consequência meu casamento e meus filhos que ainda nem foram concebidos.

"Respira, Esther, não enlouqueça.

A vida continua e você precisa se reestruturar.

Você é forte e superou a perda dos seus pais que foi pior que isso. Não é um idiota como Bryan que vai acabar com você ou um emprego perdido".

Repito como um mantra essas palavras para tentar me convencer.

Vou até a agência da Agnes e a encontro conversando com um casal. Ela me vê, faz um vinco na testa, pede para esperar um pouco e termina o atendimento. Pelo sorriso nos rosto de todos, acredito que fecharam uma viagem incrível.

Nossa, faz tanto tempo que não vou sequer na praia, que acho que nem sei mais o significado da palavra viagem.

O casal sai abraçado e enquanto olho para a cumplicidade deles, algumas lágrimas descem por meu rosto

- Thethe, está tudo bem?

Eu só balanço a cabeça e a abraço deixando sair todos os sentimentos que me consomem.

Choro como se só assim, fosse acordar e sair desse pesadelo.

Quando consigo me acalmar, começo a contar sobre minha demissão.

- Não acredito, Thethe, tantos anos de dedicação para eles te demitirem assim? Só pode ser brincadeira.

- Pois é, Ag. Sem aviso prévio algum. Eu sabia que as coisas não estavam boas, mas não imaginava darem um passo desse sem nos comunicar. Vender ações não é fácil assim. Mas como dizem conhecimento leva longe.

- Thethe, com o curriculum que você tem vai chover oportunidades. Sabe, lembrei de algo agora - Agnes diz pulando e batendo as mãos.

- Já tenho até medo do que vem por aí - digo enxugando as lágrimas.

- Lembra que falei no telefone que não via a hora de algo acontecer e sua vida virar de ponta cabeça? Acho que aconteceu uma não, mas algumas - diz rindo.

- Mas eu bati na madeira, eu juro.

- Para com isso, Thethe, isso tudo pode ser uma benção, agora que você está livre, poderemos viajar. Que tal Nepal, México, Disney, diga o lugar e amanhã mesmo estamos fazendo as malas.

- Você está louca, Ag? Digo que minha vida está em ruínas e você só pensa em viajar?

- Thethe, se permita, divirta-se, viva. Agora que você não tem mais aquele pela saco no seu pé, pode conhecer novas bocas, novos gostos, ter orgasmos fantásticos. - Continua rindo.

- Nem me fala daquele traidor, o pior justo com minha prima. Está certo que nunca fomos próximas, mas é da família, temos o mesmo sangue correndo em nossas veias. E outra nem sei como é paquerar mais. Bryan foi meu primeiro e único até então em tudo.

- Você sabe que nunca gostei da loira aguada da sua prima e o Bryan nunca me desceu com aquela cara de bom moço, que de bom não tem nada. Vai saber se Andreia foi a única, que ele te colocou chifres, afffff.

- Chifres é demais, sempre pedi respeito e ele faz o quê? Não quero ver o Bryan nem pintado de ouro. E não choro mais, por ele ou por qualquer outro. Descobri da pior maneira que príncipe encantado não existe. Agora bola pra frente, não sou nem quero ser mais aquela nerd que fica no canto.

- Falou tudo, amiga, então vamos no salão ter um dia de meninas - Agnes diz pulando, parecendo que hoje está numa felicidade só. -E digo mais, amiga, irei te convencer a viajar comigo, ou meu nome não será mais Agnes.

Passamos a tarde no salão, cortei meu cabelo em um corte mais moderno, luzes, depilação completa, unha.

Me olho no espelho e lá está outra mulher.

Por mais que a casca está linda, por dentro estou arrasada. Ainda não sei qual dos tombos foi o pior, apesar que perder o emprego foi a gota d'água, ali era minha segurança e estabilidade. Já começo a ficar triste novamente.

Quando Agnes aparece depois de uma sessão de reflexologia nos pés, diz toda alegre:

- Sou uma nova mulher, literalmente. Thethe, diz que não nos arrumamos toda para ficar em casa, vamos para a balada.

- Só se for pra beber e esquecer.

- Não, peraí, fala de novo que vou gravar. Você, a senhora certinha, falando em beber? Essa eu quero só ver. Mas antes iremos comprar roupas novas e sapatos, porque quero ser uma diva hoje.

Vamos ao shopping e depois de passar em inúmeras lojas, acabo comprando um vestido branco rodado, que marca a cintura e deixa as costas de fora.

Já Agnes comprou um macacão curto com um decote que vai até o umbigo, azul-escuro.

Assim que terminamos nossas comprar que nem poderiam acontecer devido aos gastos não planejados, seguimos para a casa de Agnes, onde tem sido minha parada desde o dia anterior.

Nos arrumamos e em plena segunda-feira partimos para um barzinho super badalado. Nem preciso dizer que assim que chegamos já atraímos vários olhares indiscretos.

Não vou negar que me sinto a gostosa.

Nos sentamos próximo ao palco e ficamos ali só observando as pessoas.

Apesar de linda, não me sentia bem.

- Vamos de caipirinha ou chope de vinho? - pergunta Agnes gritando devido a música alta.

- Caipirinha, com muita vodca.

- Thethe, você não é acostumada, vai com calma.

- Não é você mesma que diz que sou careta demais e preciso me soltar, então hoje é o dia.

- Não está mais aqui, quem falou. Vamos nessa - Agnes diz chamando o garçom.

Nem preciso dizer que após o segundo copo, tudo já estava girando e estava rindo do nada.

Quando um gato loiro, alto, atlético, se aproxima e diz no meu ouvido:

- A gata está sozinha?

- Não, estou acompanhada da minha amiga - digo apontando para Agnes que está beijando um negro gastíssimo.

O gato loiro beija meu pescoço e acabo me lembrando de Bryan, em como ele estava frio e distante ultimamente.

Mesmo meu corpo reagindo, minha cabeça não para de pensar no idiota.

Hoje não vou estragar minha noite por causa dele.

É quando olho para a porta e lá está ele, parado, me olhando de boca aberta.

Só para fazer ciúme, descaradamente mordo a orelha do gato que nem sei o nome. É então que ele me beija e assim que o beijo molhador de calcinha termina, olho rindo para Bryan, que ainda me olha, parado na porta, chocado.

- Que palhaçada é essa, Esther? Você é minha noiva - Bryan diz se aproximando.

- Ex-noiva, por favor. Você não é meu dono e perdeu qualquer direito quando transou com minha prima na sua mesa do seu escritório e sabe-se lá Deus em que lugar mais.

O loiro me olha e pergunta se quer que ele vá embora. Faço sinal que não é contínuo a falar:

- Agora nos dê licença, Bryan, que quero aproveitar minha noite.

- Esther, essa não é você. Eu te levo para casa e conversamos - Bryan diz tentando me convencer, mas hoje estou despeitada e não saio daqui tão cedo.

- Não, ficarei aqui com esse gato loiro, até mais Bryan - digo, tirando meu braço da mão dele e voltando a beijar o loiro.

- Cara, sai fora, ela não te quer e eu não quero briga, então vai embora - o loiro diz e me abraça.

- Cara, fica fora dessa história para o seu bem. Esther para de me provocar, se você queria me ver com ciúme, conseguiu. Vamos embora que não suporto mais isso - Bryan diz com raiva, socando a mesa.

- Me deixa, Bryan, você não é meu pai e muito menos meu namorado. Você não é nada meu. Então vaza...

- Algum problema aqui, Thethe - Agnes diz abraçada ao negro super gato.

- Tinha que ter seu dedo nisso, né, Agnes? Só podia...

- Me erra, Bryan. Foi namorar perdeu o lugar - Agnes responde rindo.

- Bryan, já está de saída e se for por falta de adeus... Adeus, Bryan. E outra, Agnes, sabe aquela viagem? Eu aceito.

- Não acredito, adorei essa nova, Thethe - Agnes diz e beija meu rosto.

- Viagem, Esther, que história é essa?

- Você ainda está aí? Não te interessa o que eu faço ou vou fazer. Vou para onde eu quiser. Agnes, deixo você escolher, quero sol e calor humano, se é que você me entende.

- Você vai se arrepender, Esther, e virá atrás de mim, mas será tarde demais - Bryan diz espumando de raiva.

- Isso é o que vamos ver - respondo rindo.

Os seguranças vêm até nós e pergunta se está tudo bem. Bryan percebe que não vai conseguir nada e sai bufando.

Quer saber?

Nem ligo mais, pensei até que sofreria mais.

- Thethe, você foi demais! Colocou o azedo no lugar dele. Mas e aí o lance da viagem foi de verdade ou só para irritar o esquentadinho?

- Tô falando sério, Ag, preciso sair um pouco dessa rotina e me permitir ser porra louca um pouco. E esse é o momento, antes que me arrependa.

- Ehhhh, já sei pra onde vamos. San Andrés, aí vamos nós... - Bate palmas e grita.

            
            

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