Depois daquela viagem...
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Capítulo 3 3

Esther

Estou sentada analisando as notas para serem lançadas quando reparo em uma pasta de couro. Abro e vejo que são os papéis que Bryan havia separado para levar para a empresa e que são extremamente importantes.

Lembro quando o celular dele tocou e nossos planos foram adiados mais uma vez.

"- Amor, tenho que ir à empresa para analisar esses papéis e enviar ainda hoje para o cliente que está esperando.

- Mas, amor, hoje é domingo, ninguém está esperando nada.

- Amor, no mundo dos negócios não tem essa de domingo, business não dorme, business é vinte e quatro horas. Se você não está pronto perde a chance, lembre-se disso. Vamos ter a vida inteira para ficarmos juntos e o que íamos ver hoje ainda está em tempo. Falta um ano para o grande dia.

- Amor, mas não era só isso, achei que poderíamos aproveitar um belo banho de banheira juntos - digo já tirando a camiseta que estou usando, deixando a lingerie de renda vermelha que ele adora à mostra.

- Deixa para quando eu chegar, agora preciso ir. - Ele se aproxima, beija meu rosto e se vai".

Olho para a pasta e decido levar para ele já que são os documentos que o fizeram ir para a empresa em pleno domingo. Eu me troco rapidamente, sigo para meu carro e no caminho ainda tento ligar para ele, mas o celular só cai na caixa postal.

Chego na empresa, vejo o carro de Bryan estacionado e ao lado do dele, um Civic vermelho. Por um momento, penso que conheço o carro, mas logo tiro da cabeça porque a única pessoa que tem um carro desse e conheço é a minha prima, Andreia, e pelo que sei ela está em uma viagem a trabalho.

Entro e Geremias está na portaria.

- Olá, Geremias, tudo bem? Fazendo hora extra?

- Olá, dona Esther, estou ótimo. Estou fazendo hora extra, sim, tenho que garantir o leite das crianças - diz rindo. - Mas, em que posso ajudá-la?

- Só vim trazer uma papelada para o Bryan. Ele esqueceu na minha casa e precisa deles, é coisa rápida.

- Só um minuto, senhora, que irei avisá-lo.

- Não é necessário, é coisa rápida e já estou de saída. Obrigada, Geremias.

Subo a escada, por ser mais rápido e ainda fazer um exercício, em direção ao escritório de Bryan.

Assim que me aproximo, escuto gemidos e paro na porta sem coragem de abrir.

- Vai, gostoso, mais forte. Delícia.

- Aí você é uma delícia. Ahhhh

- Fala que eu sou mais gostosa que minha prima, fala.

- Dé, você é uma delícia, mas por favor não vamos falar da Esther agora.

Abro a porta chocada com o que havia escutado e vejo Andreia de quatro em cima da mesa de Bryan, enquanto ele a fode.

Andreia me vê e dá um sorriso, antes de falar:

- Bryan, temos um voyer.

Bryan vira o rosto na direção da porta e fica branco me olhando.

- Business, né, Bryan? Belo business. - Deixo os papéis cair no chão e saio correndo.

Escuto ainda Bryan me chamar, mas não quero ouvir nenhuma palavra dele ou da Andreia, afinal o que tinha que ver e ouvi já fiz.

Corro o mais rápido que consigo e as lágrimas caem pelo meu rosto. Passo por Geremias que nem um furacão e só aí quando chego perto do meu carro pego ar.

Que raiva, que ódio!

Não acredito nisso!

Ahhhhhhhhh!

Com tanta mulher no mundo tinha que ser justo com a Andreia?

Continuo gritando para tirar essa dor de dentro de mim.

Meu telefone toca e o nome Bryan brilha então desligo a ligação e bloqueio seu número. Respiro tentando me acalmar enquanto olho o carro dos dois estacionados um ao lado do outro. Abro meu carro e encontro um canivete no porta-luvas, sempre ando com um, afinal nunca se sabe quando podemos precisar.

Saio calmamente e furo sem dó os quatro pneus dos dois carros. Sei que isso é o mínimo que posso fazer para eles sentirem o que sinto, mas já diminui um pouco a raiva.

Saio sorrindo, mesmo estando dilacerada por dentro.

Pego o celular e ligo para a única pessoa no mundo em que confio.

- Alô, Thethe, diz que você mudou de ideia e que iremos sair, preciso conversar com você.

- Ag, eu preciso de você - digo já chorando.

- Amiga, o que aconteceu?

- Estou indo para a sua casa, não vou conseguir contar por telefone.

- Cuidado, Thethe, sinto que é algo grave e não seria prudente você dirigir nesse estado. Mas conhecendo você como a conheço sei que não se colocará em risco. Estou à sua espera.

***

Chego na casa de Agnes e ela já me espera com o portão aberto. Entro com o carro na garagem, desligo e saio correndo para os braços da minha irmã.

- Thethe, pelo amor de Deus, o que aconteceu?

- Eu vi, Ag, eu vi...

- Meu Deus, o que você viu? Fala, por favor, que já estou aflita desde sua ligação.

- Bryan e a Andreia juntos.

- Eu avisei para ele que não era para te fazer sofrer, eu avisei. Ele me jurou que nunca mais ia se repetir, mas... Eu vou matá-lo!

Agnes percebe que falou demais e tapa a boca assustada.

- Você sabia, Ag?

- Sabia, mas você não ia acreditar em mim, mesmo sendo sua melhor amiga no mundo. Você estava enfeitiçada pelo senhor perfeito, o príncipe encantado. Eu peguei os dois juntos no banheiro na festa da sua avó, mês passado. Tentei bater nele, mas não podia fazer escândalo. E também não podia contar porque seria minha palavra contra a dele. Eu não queria ser a portadora de más notícias. Mas já estava achando um jeito de te contar, hoje mesmo queria fazer isso.

- Traída por você, Ag? Não acredito.

- Amiga, pensa, sem provas você iria acreditar em mim?

- Não, pensaria que você estava de birra com ele.

- Tá vendo.

Abraço minha amiga, que apesar de me omitir essa história toda, eu ainda amo. Acho que no lugar dela eu faria o mesmo, afinal sem provas eu nunca iria acreditar nisso. Pensando bem, Bryan sempre me manipulou e ainda iria conseguir me deixar com raiva de Agnes.

Como foi tão burra assim?

Como nunca percebi isso?

Ficamos na sua casa, comendo brigadeiro e assistindo shows de stand-up para ver se conseguia me animar.

Bryan ainda tem a cara de pau de ligar para Agnes para saber de mim, mas ela diz meia verdade, que não sabe onde estou, até porque tinha falado comigo mais cedo e estava em casa organizando as coisas para a semana.

Durmo na casa dela até porque não quero encontrá-lo nesse momento.

Como toda manhã, chego na empresa e cumprimento a todos. Chego na minha mesa impecável e encontro um aviso para ir até a diretoria para tratar de um assunto urgente. Tento imaginar p que pode ser, mas nada me vem a mente.

Chego na sala da diretoria e Alexia, a secretária, me anuncia ao diretor.

- Pode entrar, senhorita Esther, estão à sua espera.

- Obrigada.

Entro na sala e lá estão os três sócios da empresa.

- Sente-se, Esther - diz o senhor Araújo. - Bom, vamos ser direto, como você bem sabe, estamos com problemas na nossa folha. Muitos clientes nossos faliram devido a crise e nossa empresa está passando por apuros. Para tentar minimizar o impacto da crise no mercado em geral, nas nossas contas, colocamos a venda algumas ações que foram compradas por um investidor que prefere se manter anônimo. Uma das exigências dele foi que o setor de contadores sênior fosse reformulado. Por mais que tentei tirar essa ideia da cabeça dele, não consegui. Então com muito pesar digo, Esther, você está demitida.

Sento sem reação alguma e meu único pensamento é que o mundo está contra mim.

Minha vida perfeita acabou foi arruinada em menos de vinte e quatro horas.

            
            

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