Capítulo 3 SOPHIA

Chuck Burks era um idiota.

Embora gostasse do meu trabalho, meu chefe era a única coisa que eu não sentiria falta. O homem era um saco de lixo. Ele não era meu fã quase desde o começo, desde que descobri que ele contratou meu colega, que tinha menos experiência do que eu e menos tempo na empresa, com um salário de vinte mil a mais que o meu. Chamei a atenção dele de uma maneira profissional, e ele começou a explicar que havia prós e contras em todos os funcionários e em todos os cargos. Ele disse que eu não deveria me preocupar, que eu teria benefícios que Jack Dorphman não teria em breve, como quando aproveitasse a ótima política de licença de maternidade que a empresa possuía.

Eu apresentei uma queixa formal sobre meu salário ao RH e consegui um salário equivalente. Mas não havia como voltar atrás do que Chuck Burks considerou traição da minha parte. Tínhamos encontrado uma maneira de trabalhar juntos sem muito atrito, principalmente por evasão, embora seu e-mail hoje provasse mais uma vez que ele era um idiota colossal. E algo instintivo me fez pensar que ele tinha ajudado a empresa a assistir ao vídeo da praia em topless. Deus sabe que o homem queria muito dar o meu trabalho a Silvie Eckert.

Nota adicional, Silvie é seu nome verdadeiro, não seu pseudônimo. O que seus pais estavam pensando? De qualquer forma...

Chuck Burks, um homem de 54 anos, acima do peso e careca que cheirava a queijo velho, não era a pessoa mais brilhante do grupo quando se tratava de mulheres. Aposto que ele achava que tinha uma chance com Silvie, a jornalista de vinte e quatro anos, vice-campeã Miss Seattle, só porque ela bateu seus cílios para ele. Aposto que ele também achou que eu seguiria as instruções em seu e-mail.

Cara Srta. Melbourne,

À luz dos acontecimentos infelizes e sua recente saída da Mídia de Transmissão, agendei seu comparecimento ao escritório às 10 horas na quinta-feira, 29 de junho para recolher os seus pertences. Espero que você se comporte profissionalmente durante sua visita. Como a identificação do funcionário e o cartão de acesso foram desativados, você deverá passar no balcão da segurança.

Saudações,

H. Burks

Realmente? Eu queria rastejar através do meu laptop e estrangular o homem. Fez-me estremecer pensar que ele pode ter visto os "acontecimentos infelizes". Ele provavelmente se masturbou, enquanto observa ao vídeo de vinte e dois segundos de mulheres de topless, antes de ir até Silvie e oferecer-lhe o meu trabalho.

Deus, a única coisa boa sobre minha demissão, era que eu finalmente diria àquele homem o que pensava dele na quinta-feira. No entanto, não duvidava que o covarde desaparecesse quando eu fosse "recolher meus pertences".

Suspirei e apertei o ícone da lixeira para me livrar de Chuck de uma vez por todas. Mas quando eu estava prestes a fechar meu laptop, vi um novo email aguardando. Este de DylanBlackWood. Curiosa, eu imediatamente cliquei para abrir.

Cara Srta. Melbourne,

Após uma análise mais aprofundada do seu arquivo, determinei que a decisão de reincidir seu contrato foi justificada. No entanto, vou contatar seu supervisor imediato e sugerir que ele forneça uma carta de recomendação neutra com base no seu desempenho.

Atenciosamente,

DylanBlackWood

Ótimo, simplesmente ótimo, deixe para Chuck me dar algo neutro. Eu provavelmente deveria ter fechado meu laptop e esfriado. Mas as últimas quarenta e oito horas haviam me levado a um ponto de ebulição. Então digitei a resposta, sem me preocupar com a formalidade de uma saudação ou algo assim.

Ótimo. Chuck Burks odeia mulheres quase tanto quanto odeia bater o pé. Ah... a menos que ele ache que tenha uma chance de te foder, como ele faz com a minha substituta. Obrigada por nada.

***

Dois dias depois, na quinta-feira de manhã, eu não estava menos amarga quando cheguei ao escritório. Eu cheguei, no entanto, quase quarenta e cinco minutos mais cedo desde que não tinha ideia de quanto tempo levava para chegar ao escritório durante a hora do rush. As ruas estavam sempre vazias quando eu saía para trabalhar às quatro e meia da manhã. Já que não contava que Burks me permitiria entrar mais cedo, decidi ir à cafeteria ao lado. Isso me daria à chance de me preparar mentalmente para limpar minha mesa e lidar com ele também.

Eu pedi um descafeinado, já que meu nervosismo já estava em chamas, e sentei em uma mesa de canto. Sempre que me sentia estressada, assistia a clipes de vídeo no Instagram do programa da Ellen. Eles sempre me faziam rir e isso, por sua vez, me ajudava a relaxar. Cliquei em um clipe engraçado, onde Billie Eilish assustava Melissa McCarthy e ri alto. Olhando para cima do meu telefone quando terminou, fui pega desprevenida por um homem de pé ao meu lado.

- Você se importa se eu compartilhar sua mesa?

Eu o olhei de cima a baixo. Alto, lindo, terno caro... provavelmente não é um serial killer. Por outro lado, meu ex também sempre usava ternos sob medida.

Eu apertei os olhos. - Por quê?

O homem olhou para a esquerda e depois para a direita. Quando seus olhos cinza esverdeados voltaram a encontrar os meus, pensei ter detectado a menor contração no canto esquerdo de seu lábio. - Porque todas as outras cadeiras estão ocupadas.

Eu examinei a sala. Oh. Merda. Todos os lugares estavam ocupados agora. Tirando minha bolsa da mesa, eu assenti. - Desculpe. Não percebi que o lugar estava cheio. Eu achei... Bem, não importa. Por favor, sente-se.

Aquele lábio teve a mais leve contração de novo. Ele tinha um tique ou eu o estava divertindo?

- Eu pedi licença, mas você não pareceu ouvir. Você estava absorta no que estava fazendo.

- Oh. Sim. Muito trabalho. Ocupada, ocupada. - Cliquei para fechar o YouTube e abri meu email.

O bonitão desabotoou o paletó e sentou-se na cadeira à minha frente. Ele levou o café aos seus lábios. - Aquele com Will é o meu favorito.

Minhas sobrancelhas franziram.

Ele sorriu. - Smith. Na Ellen. Eu não pude deixar de notar o que você estava assistindo. Você estava sorrindo. Você tem um sorriso lindo, a propósito.

Senti minhas bochechas esquentarem, mas não por causa do elogio. Revirei os olhos. - Então eu menti. Eu não estava trabalhando.

Você não precisava chamar minha atenção.

Seu pequeno sorriso se transformou em um sorriso completo, mas ainda havia algo muito arrogante nisso.

- Alguém já lhe disse que você tem um sorriso arrogante? - Perguntei.

- Não. Mas, novamente, não tenho o usado muito nos últimos anos.

Inclinei minha cabeça.

- Isso é uma pena.

Seus olhos percorreram meu rosto. - Então, por que você mentiu sobre trabalhar?

- Honestamente?

- Claro. Vamos tentar esse caminho.

Suspirei. - Foi uma reação instintiva. Perdi meu emprego recentemente e não sei... acho que me senti uma perdedora sentada aqui assistindo clipes da Ellen.

- Qual é a sua profissão?

- Sou apresentadora de notícias da BlackWood Industries, ou pelo menos era, até alguns dias atrás. Eu fazia o programa matinal. - O Sr. não sorrio muitas vezes não respondeu como a maioria das pessoas quando eu lhes dizia que trabalhava na TV. Eles geralmente erguiam as sobrancelhas e tinham um milhão de perguntas. Mas parecia muito mais fascinante do que era. No entanto, o homem do outro lado da mesa não parecia impressionado. Ou se estava, ele não mostrou.

O que achei curioso.

- E o que você faz usando um terno chique e ainda pode sentarse em uma cafeteria tranquilamente as... - Olhei para o horário no meu telefone. -... nove e quarenta e cinco da manhã?

Aquela pequena contração estava de volta. Ele parecia gostar do meu sarcasmo.

- Sou o CEO de uma empresa.

- Impressionante.

- Na verdade não. É um negócio de família. Então não é como se eu tivesse começado de baixo.

- Nepotismo. - Tomei um gole de café. - Você está certo. Estou muito menos impressionada agora.

Ele sorriu de novo. Se o que ele disse sobre não fazer isso com frequência era realmente verdade, era uma pena... porque aqueles lábios carnudos e aquele sorriso arrogante podiam derreter corações e ganhar jogos de pôquer.

- Então, me fale sobre ser demitida, - disse ele. - Quer dizer, se você não precisar voltar para todo o trabalho que estava fazendo no telefone.

Eu ri. - É uma longa história. Mas fiz algo que achei inofensivo, e isso acabou violando a política da empresa.

- E você é uma boa funcionária?

-Sim, eu trabalhei pra caralho por mais de nove anos para chegar onde estava.

Ele me estudou e tomou mais um gole seu café. - Você já tentou falar com seu chefe?

- Meu chefe me queria fora há anos, desde que reclamei dele ter contratado meu colega masculino por um salário maior do que o que eu estava recebendo. - O que me lembrou, que eu precisava ir até o escritório encontrar esse chefe idiota. - Eu deveria ir. O chefe está esperando que eu limpe minha mesa.

O Sr. CEO esfregou o queixo. - Você se importaria se eu te desse um pequeno conselho? Eu lidei com muitos problemas de emprego.

- Claro. - Dei de ombros. - Não vai machucar.

- A retaliação por denunciar uma diferença salarial de gênero é ilegal. Sugiro que você marque uma reunião com o departamento de Recursos Humanos e exponha essa afirmação. Parece-me que deveria haver uma investigação, e talvez seu chefe que deva estar aqui assistindo vídeos da Ellen.

Huh. Scott não mencionou que a retaliação era ilegal quando contei o que aconteceu. Mas isso não me surpreendeu. Ele estava muito ocupado me dando sermão por estar de topless na praia.

Eu levantei. - Obrigada. Talvez eu faça isso.

O homem bonito se levantou da cadeira. Ele olhou para mim, quase parecendo que queria dizer mais, mas tinha que pensar em suas palavras. Eu esperei até ficar estranho.

- Umm... foi um prazer conhecê-lo, - eu disse.

Ele assentiu. - Igualmente.

Comecei a me afastar e ele me parou falando novamente. - Você gostaria de almoçar mais tarde? Você não pode me dar à desculpa de que está ocupada demais agora que sei que está desempregada.

Eu sorri. - Obrigada. Mas acho que não.

O Sr. CEO assentiu e se sentou novamente.

Saí da cafeteria, não muito certa do porque eu disse não. Claro que havia um perigo estranho e tudo. Mas encontrá-lo para almoçar em um local público, não seria mais perigoso do que sair com um cara que conheci em um bar. E eu tinha feito isso antes. Se fosse honesta, algo sobre o cara me intimidava, não muito diferente de como me senti quando Scott e eu nos encontramos pela primeira vez. Ele era bonito demais e bem-sucedido e, bem, acho que me sentia tímida quanto ao tipo.

Mas isso era simplesmente estúpido. O homem era seriamente sexy, e minha manhã seria uma merda o suficiente. Por que não sair para almoçar e me arriscar?

Parei na rua, fazendo a pessoa atrás de mim bater nas minhas costas. - Desculpe, - eu disse.

O cara fez uma careta e me contornou. Corri de volta para a cafeteria e abri a porta. O CEO estava de pé e pegou seu copo como se estivesse prestes a sair.

- Ei, Sr. CEO, você não é um serial killer, certo?

As sobrancelhas dele arquearam. - Não. Não sou um serial killer.

- OK. Então mudei de ideia. Vou almoçar com você.

- Bem, agora estou feliz por não ter entrado naquele massacre, afinal.

Eu ri e procurei na minha bolsa o meu telefone. - Coloque o seu número. Vou enviar uma mensagem com as minhas informações de contato.

Ele digitou no meu celular e eu imediatamente enviei minhas informações de contato. Quando o telefone tocou na sua mão, ele olhou para baixo. - Sophia. Nome bonito. Apropriado.

Olhei para o meu próprio telefone, mas ele não havia digitado um nome. - CEO? Você não vai me dizer seu nome.

- Pensei em te deixar curiosa até o almoço.

- Hmmm... ok. Mas acho que você tem algum tipo de nome de CEO arrogante que foi passado junto com um fundo fiduciário.

Ele riu. - Estou feliz por ter parado para tomar café hoje.

Sorri. - Eu também. Eu te mando uma mensagem mais tarde sobre o almoço.

Ele assentiu. - Estou ansioso por isso, Sophia.

Deixei a cafeteria e me dirigi para o escritório com um humor muito melhor do que estava. Talvez hoje não fosse tão ruim, afinal...

***

- Serio? Você não podia tê-la feito esperar até que eu limpasse minha mesa?

Nosso espaço no escritório era um ambiente grande e aberto com cubículos privados no meio e divisórias de vidro tipo aquário revestindo o perímetro. A segurança tinha me escoltado até o escritório de Burks como se eu fosse uma prisioneira, e agora eu podia ver Silvie do outro lado do grande espaço, deslocando caixas do seu cubículo para o meu.

Burks mexeu na fivela do cinto e puxou as calças de baixo da barriga para cima e por cima dela. - Não faça uma cena, ou eu vou arrumar sua porcaria para você.

Eu fiz uma careta e comecei a bater o meu pé enquanto falava. - Espero que você ao menos tenha lhe dado equiparação salarial com um homem da mesma formação e experiência. Ah, espere... isso pode ser difícil, já que um homem com suas qualificações ainda trabalha na sala de correspondência.

Ele empurrou alguns botões em seu telefone e olhou para o meu cubículo enquanto falava no viva-voz. - Sophia está aqui para limpar sua mesa. Você pode dar-lhe um tempo e terminar a arrumação do seu novo espaço quando ela sair.

- Sim, Sr. Burks.

Revirei os olhos. Sim, Sr. Burks.

O imbecil acenou com a mão, dispensando-me para fazer o que eu precisava fazer. - Não demore muito.

Desgostosa, eu me virei para sair de seu escritório e depois parei e recuei. Eu não tinha decidido se iria ao RH sobre ele me demitir em retaliação. Eu realmente não tinha nenhuma prova, não podia provar que foi Burks quem enviou o vídeo que foi a razão de eu ser demitida. E eu sabia que a ameaça não o incomodaria. Ainda assim, precisava fazêlo se sentir uma merda, para que eu pudesse pelo menos me sentir melhor.

Voltei ao seu escritório e silenciosamente fechei a porta atrás de mim, virando-me para dizer uma última coisa.

- Você está procurando um motivo para me demitir a anos. Mas é difícil justificar, quando sou uma funcionária modelo e nossas classificações aumentaram consistentemente desde que entrei para o programa. Finalmente você encontrou um motivo. Não sei como fez isso, mas sei que você estava por trás do RH ter se apossado daquele vídeo. Diga-me, você guardou uma cópia para si mesmo? Eu espero que tenha feito, porque esse vai ser o único pedaço de bunda que você verá a partir deste escritório. Você certamente não verá a pele da garota desqualificada que mal completou o ensino médio para quem deu meu emprego. Você acha que isso a fará gostar de você, mas ela está ocupada fodendo o novo estagiário da publicidade. Ah, e lembra-se de Marge Wilson, a divorciada de meia-idade temporária que você embebedou na festa de Natal há alguns anos atrás? Aquela com quem você acha que ninguém sabe que foi para casa? - Sorri e levantei meu mindinho, balançando-o no ar. - Bem, todos nós sabemos. O apelido dela para você era Minhoca.

Abri a porta, respirei fundo e fui limpar nove anos da minha vida.

Literalmente três minutos depois, os seguranças estavam na porta do meu cubículo, e Burks bem atrás deles.

Coloquei as últimas coisas da gaveta de cima em uma caixa e olhei para ele. - Não estou pronta ainda.

- Você já teve tempo suficiente. Temos trabalho a fazer por aqui.

Murmurei baixinho e abri a segunda gaveta para continuar encaixotando. - Deus, você é um idiota, Minhoca.

Aparentemente, eu não era muito boa em murmurar. O rosto de Burks ficou vermelho e ele apontou para a saída. - Fora! Saia.

Eu puxei a segunda gaveta para fora da mesa e sem a menor cerimônia despejei o conteúdo na minha caixa. Depois, fiz o mesmo com outras duas e joguei as gavetas vazias nas cadeiras dos convidados do outro lado da minha mesa. Peguei as fotos emolduradas que estavam na minha mesa, meu diploma na parede e enfiei tudo na caixa.

Os dois seguranças uniformizados que ele havia chamado, pareciam completamente desconfortáveis.

Eu sorri para um tristemente. - Vou sair para que você não precise lidar com esse idiota.

Os guardas me seguiram até os elevadores e entraram em um deles comigo. Burks, pelo menos, teve bom senso suficiente para entrar em um elevador diferente. Embora quando saímos no saguão, ele saiu do elevador ao nosso lado.

Eu balancei minha cabeça e continuei andando. - Eu acho que os dois seguranças são suficientes. Você não precisa me escoltar, Burks.

Ele manteve distância, mas seguiu atrás, no entanto. Quando cheguei ao lobby principal, havia muitas pessoas ao redor. Então decidi sair com um estrondo. Parei e me virei para encarar Burks. Colocando minha caixa pesada no chão na minha frente, apontei meu dedo para ele e comecei a gritar no topo dos meus pulmões. - Esse homem usa sua posição para tentar tirar vantagem das mulheres. Ele acabou de me demitir e deu meu emprego a uma garota porque acha que ela pode abrir as pernas para agradecê-lo. Acho que ele não está familiarizado com o movimento #MeToo2.

Burks correu para frente e agarrou meu cotovelo. Puxei-o da mão dele.

- Não me toque.

Ele deu alguns passos para trás quando percebeu que as pessoas estavam assistindo e voltou a correr para os elevadores.

Eu precisava sair daqui antes que a segurança chamasse a polícia de verdade. Então, respirei fundo, me purificando, levantei minha caixa e ergui meu queixo enquanto andava em direção às portas de vidro. Então... um homem estava andando diretamente na minha

2 O movimento Me Too, com uma grande variedade de nomes locais e internacionais, é um movimento contra o assédio sexual e agressão sexual. A frase "Me Too" foi usada inicialmente neste contexto nas mídias sociais em 2006, no Myspace, pela sobrevivente de assédio sexual e ativista Tarana Burke.

direção, direto para mim com passos rápidos e largos. Meus passos vacilaram quando vi seu rosto. Seu rosto muito chateado.

- Mantenha suas malditas mãos para si mesmo, - ele latiu por cima do meu ombro para Burks.

Sr. CEO.

Ótimo. Apenas ótimo. O primeiro cara que conheci há meses que realmente me interessou um pouco, e ele tinha que entrar no meu prédio exatamente quando eu estava fazendo uma cena e agindo como uma pessoa louca. O momento não poderia ter sido pior. Então, novamente, combinou com o resto do meu dia de merda.

O estresse dos últimos dias deve ter chegado a mim, e eu rachei. Comecei a rir como uma maluca. No início, houve uma explosão de risadas, mas se transformou em um bufo, seguido de uma risada comum que fez parecer que eu tinha enlouquecido. Tentei tapar a boca e parar, mas minhas palavras saíram entre a histeria. - Claro que eu tinha que encontrar você aqui. Eu juro, eu não sou realmente assim. Foram apenas alguns dias realmente ruins.

O CEO continuou olhando por cima do meu ombro. O olhar em seu rosto era positivamente letal, a mandíbula apertada, os músculos pulsando na bochecha e as narinas dilatando como as de um touro. Eu me virei para seguir sua linha de visão e vi Burks voltando em nossa direção, em vez de ir embora.

Suspirei, sabendo que a cena ainda não havia terminado, e fechei os olhos. - Eu vou entender se você não me ligar para o almoço.

Os olhos do homem brilharam para mim, depois para Burks e depois para mim novamente. - Na verdade, eu ainda adoraria levá-la para almoçar. Mas acho que você está prestes a mudar de ideia.

            
            

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