Harém Reverso - Mulheres no Poder
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Capítulo 5 5

DELILAH

-- Delilah, que merda é essa?

Minha companheira de apartamento me lançou um olhar feroz enquanto tentava se cobrir com as mãos, o que era uma bobagem já que ela andava sem roupa ao entrar e sair do banho quase todos os dias. Agachado desajeitadamente, não muito longe de onde estavam transando no sofá de dois lugares, seu namorado, também nu, se enrolava na manta que eu mantinha sobre o sofá.

Minha manta.

-- Você disse que ia sair hoje à noite! -- reclamou Traci.

-- E eu saí. E agora estou de volta -- disse checando meu telefone. -- São onze horas.

-- Bem, não dá pra considerar como sair se você vai estar de volta as onze -- choramingou Traci

Suspirei, sem me importar em tentar esconder minha chateação. -- Se você diz.

Fechei a porta atrás de mim e nem mesmo me dei ao trabalho de cobrir os olhos enquanto seguia rumo ao meu quarto. Gostaria de pensar que eles iriam para o quarto dela para terminar o que quer que tivessem começado, mas eu realmente duvidava daquilo.

-- Desculpa -- disse Mark, parecendo envergonhado.

-- Pelo que? -- perguntei. -- Por transar com sua namorada no meu sofá sem ao menos cobri-lo com um lençol?

O rosto de Mark foi do vermelho ao roxo enquanto ele apertava ainda mais a manta ao redor da cintura.

-- Ou por usar minha manta como roupa íntima?

-- Ai chega, Delilah! -- disse Traci, rolando os olhos. -- Não seja tão puritana.

-- Lave isso! -- ordenei, apontando vagamente na direção das partes íntimas de Mark. -- Ou melhor, fique com ela.

Bati a porta atrás de mim, sem me importar com o quanto ela estava irritada. Nos últimos tempos Traci estava mais do que me irritando, ela estava me dando nos nervos cada vez que eu a via. O que era muito, levando em consideração que ela quase não trabalhava mais.

Filha da puta.

Depois de largar minhas coisas e pegar algumas roupas de ginástica, atravessei o corredor para tomar um banho e me trocar. Alguns minutos mais tarde, voltei para a tranquilidade do meu quarto, onde tranquei a porta.

Que jeito de terminar a noite.

Uma pena, já que tinha sido um final de tarde e início de noite extremamente agradáveis. Depois de comermos, enquanto os rapazes limpavam a cozinha, fiquei brincando com Jace e Courtney. E depois assistimos um pouco de televisão e conversamos, sentados no grande sofá de couro, enquanto as crianças brincavam no chão à nossa frente. Os pequenos acabaram por dormir agarrados uns aos outros aos nossos pés, em uma cama improvisada feita com cobertores macios em tons de rosa e azul.

A melhor parte foi estar com outras pessoas, compartilhando conversas agradáveis. Trabalhar em casa com entrada de dados era silencioso e solitário, enquanto que ser garçonete no badalado restaurante italiano do bairro era exatamente o oposto. Minha vida era como uma montanha russa, cheia de extremos. E o pior de tudo, sem nenhum momento para mim.

Depois de ficar rolando na cama por dez minutos, percebi que ainda estava bem acordada, pensando primeiro nas crianças e no quanto elas me lembravam os filhos de minha irmã, Patrícia. Eles tinham se mudado há apenas alguns meses e eu sentia muito a falta deles. Mas além de Jace e Courtney, me peguei pensando também nos rapazes. Os braços grandes e musculosos de Liam. O peito e os ombros largos de Duncan. Os dois estavam cobertos de suor, exalando um cheiro viril e almiscarado sob o cheiro intoxicante de serragem fresca. E então havia Julius com seus olhos azuis cristalinos. E sua intensidade que chamou minha atenção. Ela fazia eu querer conhecê-lo melhor, descobrir o que existia além do exterior silencioso, o que o fazia vibrar.

Os três eram atraentes. Não, esquece Eles eram sexys. Grandes, fortes e altos o suficiente para fazer eu me sentir minúscula. E ainda eram militares. Comandos...

Meu Deus, esse tipo de dedicação os tornavam ainda mais atraentes.

Encarando o teto, pude sentir uma excitação crescente logo abaixo do meu umbigo, fazendo eu me dar conta do quanto estava mergulhando fundo naquela imaginação.

Você precisa transar, Delilah.

Isso era algo que eu repetia com frequência para mim mesma, seguido de uma curta risada às minhas próprias custas. Só que agora, a necessidade era real. Fazia quase dois anos que eu não tinha um namorado e tinha cortado contato com qualquer ex com quem eu pudesse ter um tipo de amizade colorida em momentos como esses. Aquilo era minha culpa também. Eu afastava todo mundo. Eu vivia apenas para o trabalho e nunca arrumava tempo para mim. Eu tinha até mesmo desativado o perfil que tinha começado a criar em um site de relacionamentos depois de secar uma garrafa inteira de vinho, há alguns meses.

-- Talvez seja a hora de reverter a situação.

Murmurei as palavras em meio ao silêncio da madrugada, bem no momento em que os sons de minha colega de apartamento sendo fodida chegaram aos meus ouvidos. Traci nunca era silenciosa durante o sexo e pra piorar, sua cama parecia ter milhares de molas barulhentas. Eu poderia ouvi-los do outro lado da rua. Bem, pelo menos eles não estavam mais na sala, usando os sofás como cama.

É, realmente tinha chegado a hora.

Aproveitei o ímpeto para me levantar, entrar no site e reativar meu perfil de encontros on-line, digitando de maneira decidida. Por meio minuto pensei em navegar pelos perfis, talvez enviar algumas piscadinhas ou flertes. Mas, como minha mãe sempre dizia: "deixe os meninos virem até você."

Voltando para a cama eu sorri ao pensar na frase. Ela podia fazer sentido quando eu era mais nova, mas agora minhas necessidades tinham mudado.

Eu não queria mais que os meninos viessem até mim.

Eu queria homens.

DUNCAN

Encostei o queixo no peito, desfrutando da sensação agradável da água quente descendo pelo meu rosto. Ela fluía como um riacho por minhas bochechas e meu queixo. Formando poças d'água aos meus pés, antes de descer pelo ralo.

E ainda assim, o sonho estava ali.

Suspirando, fechei os olhos e tentei afastar as imagens remanescentes. Mais uma vez eu tinha acordado coberto de suor. Às vezes era um suor frio, mas outras vezes, como hoje, eu me sentia mais quente que o sol.

O sonho...

Ele sempre começava da mesma maneira, comigo andando entre familiares, amigos e conhecidos. Com o tempo, eles desapareciam, um por um, a multidão se dispersando quando eu não estava olhando, por motivos que eu nem mesmo conseguia imaginar porquê.

Quando finalmente levantei os olhos, eu estava só e, desta vez, caminhando na neve, a qual se acumulava em meus pés, joelhos, minha cintura. A neve seguia caindo, se acumulando e me afundando cada vez mais. Finalmente ela alcançou meu peito, tornando difícil respirar. Mas eu continuo em frente. Continuo me mexendo.

Bem à minha frente, o último de meus companheiros tinha desaparecido no nevoeiro enquanto eu lutava para continuar. Uma escada se materializou à minha frente, feita totalmente de degraus de neve comprimida. No entanto, sempre que eu tentava subir, meu pé atravessava a substância pulverulenta. Não importava o quanto eu tentasse, eu continuava preso exatamente no mesmo lugar.

Respirei fundo e a neve se transformou em areia, deslizando para baixo, afundando-se sob meus passos. Eu continuava lutando para me mover, mas ela acabou por me arrastar com ela.

Aterrizei onde sempre acabava, não importava a maneira como o sonho me levasse até ali: uma caverna árida e fria. E não uma caverna qualquer, mas a caverna. O lugar onde passei seis meses e meio há pouco tempo atrás. As mesmas quatro paredes que me resignei como sendo as últimas que eu veria em toda a minha vida.

Pelo menos até Julius chutar a porta e me tirar dali.

O chuveiro que eu tinha projetado na mansão era grande o suficiente para acomodar nós três de uma vez só, algo que Liam tinha apontado como completamente exagerado. No entanto, para mim não havia espaço para negociação. Se íamos realmente fazer aquilo, e viver em meio a uma reforma, aquele chuveiro era minha exigência. Investi o dinheiro extra para fazê-lo desta forma, e para manter as paredes do box longe o suficiente para que eu pudesse esticar meus braços em qualquer direção e nunca tocá-las. Mesmo que eu me alongasse ao máximo.

Aquele era um pequeno preço a se pagar pelo bem da minha própria sanidade. Estava pouco me importando se os rapazes gostavam ou não ou se arquiteto achava que aquilo não se enquadrava no estilo do resto da reforma.

Finalmente fechei o registro e me enrolei na toalha antes de colocar algumas roupas limpas de trabalho. Escapar daquela caverna no deserto custara um preço e não apenas para mim, mas para meus amigos também. Julius me salvou naquele dia, mas também sacrificou algo importante, um pedaço dele mesmo que eu nunca seria capaz de devolver.

-- Olá?

A sala estava vazia, exceto por alguns brinquedos espalhados. O tipo de brinquedo barulhento que sempre faria barulho no meio da noite, alguém apertando ou não os botões. Pilhas fracas. Modelo ruim. Fantasmas tentando se comunicar do além. Fosse o que fosse, era um saco.

-- Onde está Julius? -- perguntei enquanto entrava na cozinha.

-- Na cidade -- respondeu Liam. Ele estava à mesa, alimentando os pequenos. Jace estava agitado, empurrando a colher tão abruptamente que acabou espalhando ervilhas por todo o rosto.

-- Ele está na Toca?

-- Está.

Cada um de nós ia até lá pelo menos uma ou duas vezes por semana. A Toca era um armazém que virou escritório na parte alta de Manhattan, onde pelo menos cinco grupos diferentes de mercenários se reuniam para formar equipes e planejar negócios. Julius tinha fundado o lugar logo depois de sua quase corte-marcial e em apenas alguns anos, a Toca tinha se tornado um importante centro de atividade freelance.

Ela era também um tremendo funil de dinheiro. No momento, ela estava nos fazendo gastar do que era reservado para a reforma da casa, o que nos fazia sentir coletivamente culpados. Mas, pelo menos por enquanto, não havia nada que pudéssemos fazer quanto a isso.

-- Estou indo para lá também daqui a pouco -- adicionou Liam. -- Assim que eu...

-- Não, você não vai.

Liam deixou a colher cair alguns centímetros do queixo de Jace, olhando de volta para mim. -- Por que não?

-- Porque eu estou trabalhando hoje -- respondi. -- Tenho uma equipe inteira chegando. Eles estarão aqui há qualquer momento.

-- Então hoje é minha vez de cuidar deles? -- perguntou, a expressão carregada. -- E eu esqueci completamente disso?

-- Parece que sim.

-- Merda.

Os horários estavam meio instáveis ultimamente, eu tinha que admitir. Eles flutuavam com base em nossas necessidades e em quem tinha que estar em algum lugar para algum encontro ou evento. Até o momento, nem eu nem Liam tínhamos sido chamados à ativa novamente. Quando isso acontecesse, limitaria e muito o que os outros dois poderiam fazer no dia.

E se nós dois fôssemos chamados ao mesmo tempo...

-- Você está tentando alimentar ele com ervilhas e cenouras -disse apontando para Jace --, ao mesmo tempo.

-- E?

-- E que você precisa misturar os vegetais em algo doce. Bananas. Ameixas. Purê de maçã. Fui até o armário e passei o purê para ele. -- É por isso que ele não está comendo.

-- Mas Courtney está -- disse Liam defensivamente.

-- Sim, porque Courtney é um doce.

Nossa menininha sorriu para mim, como se entendesse o que eu estava dizendo. Fiz a careta que ela sempre gostava, arrancando um riso dela.

-- Então estou preso aqui? -- perguntou Liam. -- O dia todo?

-- Acho que sim.

-- Precisamos de ajuda -- murmurou ele, balançando a cabeça.

-- Não me diga -- disse gargalhando alto

-- Estou falando sério -- reiterou ele. -- Precisamos de ajuda. Alguém que possa cuidar das crianças durante o dia ou quando nós não pudermos fazer isso.

-- Você está falando de uma ajuda domiciliar?

-- Bem, devemos ter uns quarenta e cinco quartos neste maldito lugar -- exclamou ele. -- Então... sim.

-- São quinze, na verdade -- o corrigi --, mas eu sei o que você está tentando dizer.

-- Sério?

-- Sim.

Liam acenou concordando, abrindo o purê de maçã e o misturando com as cenouras. Parecia uma gororoba, mas eu sabia que as crianças comeriam achando uma delícia.

-- Que bom -- sorriu ele --, porque tenho uma ideia...

DELILAH

Eles tinham me dito para não me arrumar demais e certamente não estavam brincando. O lugar não era propriamente um restaurante, mas sim uma cervejaria, a Greenport Harbor Brewing Company. As mesas não passavam de longas tábuas de madeira lacadas, e as cadeiras estavam manchadas pelo derramamento de mil cervejas, muito parecidas com as lagers e pilsners à nossa frente.

Ou seja, eu estava em casa.

-- Que tal um hambúrguer?

Eles me abraçaram apertado depois de me cumprimentarem na porta, cada um deles me apertando um pouco mais do que o outro. Parecia uma competição entre eles. E eu tinha a sensação de que eles faziam isso sempre.

-- Quais são as minhas opções?

-- Você pode ter o melhor hambúrguer da vida ou um daqueles pretzels com cheiro incrível -- disse Liam apontando para um prato em outra mesa. -- Eles também têm uma espécie de salada, mas vem com passas e parece nojento.

-- Uma salada nojenta com passas, heim? -- sorri.

-- Isso mesmo.

-- Acho que vou ficar com o hambúrguer então.

-- Boa escolha -- disse Duncan rindo, empurrando o balde de cervejas na minha direção --, pois foi exatamente o que pedimos para você.

O convite surgira cerca de uma semana depois do nosso último encontro, começando com uma mensagem de texto enigmática vinda de lugar nenhum:

OLÁ, DELILAH! TEMOS UMA PROPOSTA PARA VOCÊ.

Só isso, sem qualquer explicação. Quando liguei de volta, eles me deram pouquíssimos detalhes. Disseram apenas que estavam me levando para sair para discutir algumas coisas, o que me fez supor que seríamos eu e os três.

Para ser franca, eu estava ao mesmo tempo animada e desapontada. Eu não tinha um encontro real há séculos, mas isso não era um encontro, estava mais para uma proposta.

-- Cadê os anjinhos? -- perguntei dando meu primeiro gole na cerveja à minha frente.

-- A Sra. Whitney está com eles -- respondeu Liam. Ele me contou um pouco mais sobre a senhora simpática, duas casas abaixo, a quem costumavam confiar os gêmeos, mesmo que de última hora.

-- Uau... então isso é um vale-night para vocês, meninos? -brinquei. -- Vocês devem estar eufóricos.

-- Mais do que você imagina -- suspirou Duncan, pegando uma das cervejas mais escuras e tomando metade do copo em apenas um gole. Para ser justa com ele, eram copos de degustação, apenas 250 mL.

-- Obrigado por dirigir até aqui -- disse Liam.

-- De novo -- respondi, sarcástica.

-- É -- riu --, de novo.

-- Sem problemas -- disse a eles. -- Além do mais, eu ainda não devolvi sua jaqueta.

Do outro lado da mesa, Julius ainda não tinha dito nada. Ele me encarava ceticamente, seus olhos azuis penetrantes pareciam feitos para reconhecer qualquer tipo de bobagem.

-- Você a trouxe dessa vez? -- perguntou ele.

-- Não -- admiti --, deixei em casa.

-- Hum... garantindo um terceiro encontro -- disse Duncan, erguendo o copo. -- Esperta você.

-- Então é disso que se trata? -- perguntei erguendo a sobrancelha. -- Um encontro?

Eu usava um vestido vermelho casual que destacava o pingente opala de fogo que escolhi usar. Ele mostrava o decote, mas não muito, embora o pingente fizesse maravilhas para atrair os olhares para o meu peito.

-- Faz um bom tempo que não tenho um encontro -- admiti, observando que eles ainda não tinham respondido minha pergunta. -- E agora dois na mesma semana.

-- Dois, é? -- perguntou Liam.

-- Hum hum -- murmurei tomando outro gole. -- Este, que estou quase certa de que é algum tipo de proposta e um verdadeiro encontro no sábado com um estranho não tão estranho.

Estranhamente, os rapazes pareceram um pouco incomodados com isto. Estariam eles enciumados? Eu podia jurar que era isso.

-- Quem é o estranho não tão estranho? -- perguntou Julius.

-- Apenas um cara que conheci em um desses sites de relacionamento -- disse. -- Eu sei como ele é porque vi fotos. E sei como é a voz dele porque nos falamos também.

-- Mas você nunca o encontrou -- disse Duncan. -- Por isso ele ainda é um estranho.

-- Exato.

À minha direita Liam balançava a cabeça.

-- Não acredito que alguém como você precise de um perfil em sites de relacionamentos -- disse.

-- Ei, estamos em 2021 -- disse um pouco na defensiva. -- E com todas as horas que passo trabalhando em dois empregos? -suspirei, empurrando o copo vazio e escolhendo outro. -- É um milagre que eu consiga ficar com alguém.

Os rapazes compartilharam um olhar e então se aproximaram mais, chegando para frente em suas cadeiras. Nossos hambúrgueres ainda não tinham chegado e eu tinha a sensação de que íamos começar a falar de negócios.

-- Talvez a gente possa ajudar você com essa coisa de dois empregos diferentes -- disse Duncan. -- E também com as muitas horas.

-- É mesmo? -- perguntei, virando a nova cerveja em meu copo.

-- Precisamos de ajuda em casa -- disse Liam. -- Alguém para cuidar das coisas enquanto estamos trabalhando, viajando... -- Ele fez uma pausa. -- E claro, reformando o lugar.

-- Então vocês precisam de uma secretária -- provoquei.

Eles trocaram um novo olhar, dessa vez como se estivessem confusos. Era óbvio que eles estavam achando que eu não tinha entendido. Só que eu tinha.

-- Vocês querem ajuda com as crianças -- disse finalmente, tirando-os daquela situação. -- Uma cuidadora intermitente, como a Sra. Whitney.

-- Não -- disse Duncan --, nada como a Sra. Whitney.

-- Não intermitente -- disse Julius.

-- E definitivamente não uma cuidadora -- disse Liam.

Agora era eu quem estava confusa. Minha resposta era óbvia, não importava os detalhes da proposta. Por mais que eu amasse criança e adorasse os gêmeos, eu simplesmente morava longe demais para...

-- Queremos que você seja a babá das crianças -- disse Duncan, enquanto os outros acenavam, concordando --, em tempo integral. Morando na casa e com todos os benefícios que você quiser.

-- Morando na casa? -- perguntei, inclinando a cabeça.

-- Isso.

-- Com vocês. E as crianças.

-- Isso.

-- Naquela...

Apontei vagamente na direção que eu achava que a bela mansão estava. Mas eles sabiam o que eu queria dizer.

-- É exatamente isso -- disse Liam. -- Você teria seu próprio quarto, espaço e tudo mais. Você viu o quanto a casa é enorme e as crianças já amam você. Por Deus, você salvou a vida do Jace. Já devemos a você mais do que seremos capaz de pagar.

-- E iremos pagar você bem -- interrompeu Duncan, rapidamente. -- O suficiente para você deixar o restaurante. Você pode continuar com a coisa da transcrição em casa se quiser e arrumaremos um quarto vazio para ser seu escritório. Mas você estará ganhando mais que o suficiente para deixar esse emprego se quiser também.

-- Morar com vocês -- continuei repetindo, sem acreditar. -Naquela casa.

-- Isso.

-- E o aluguel...

-- Sem aluguel -- disse Julius bruscamente. -- Sem contas. Nenhuma despesa para você.

Puxei minha cerveja para o peito e voltei a encará-los.

-- Cozinhar, limpar...

-- Não e não -- disse Liam. -- Já temos uma equipe de limpeza que vai uma vez por semana. E nos alternamos na cozinha, mas você não precisa fazer parte disse se não quiser...

-- AQUELA casa -- voltei a repetir, apontando de novo. -- Sem aluguel.

-- Sim -- disseram eles em conjunto.

Nunca mais ter que ver Traci.

Caramba, meu coração estava acelerado agora.

Nunca mais ter que ver Mark!

Os hambúrgueres chegaram e realmente pareciam fantásticos. De repente, tudo parecia ter se encaixado.

Nunca mais precisar fugir do proprietário do apartamento, tentando cobrar o aluguel...

-- Claro que a gente entende se você precisar de uma ou duas semanas para pensar sobre...

-- Posso mudar amanhã? -- perguntei antes de dar uma bela mordida em meu sanduíche.

            
            

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