Ficamos em silêncio. Um silêncio que me faz pensar que talvez seja um erro sair com a minha cunhada. Mas antes que eu possa desistir de fato disso, chegamos ao bar do Teobaldo.
- Chegamos!
Digo parando o carro. Natália olha a frente do bar e morde o lábio. Será que ela faz ideia do quanto isso é perturbador?
- Sabe como me sinto agora?
Minha mente grita a palavra excitada, mas talvez seja o meu caso e não o dela, já que não tiro meus olhos de sua boca.
- Como se sente?
- Como aqueles escravos fugindo de seus donos para o quilombo, para terem liberdade.
Ri de forma escandalosa.
- Vamos curtir a liberdade, pretinho!
Abre a porta do carro e sai empolgada. Isso vai dar merda! E mesmo tudo em mim gritando para fugir, abro a porta do carro e saio atrás da minha cunhada. Entramos no bar e seguimos para uma mesa. Nos sentamos e pego o cardápio para ver os pratos e bebidas.
- Isso é sério?
Tiro meus olhos do cardápio e encaro Natália.
- O que?
Suas mãos apontam para todo lado no bar.
- O bar do Teobaldo.
Digo sem entender a cara dela irritada.
- Olá, Matheus!
Teobaldo se aproxima com um enorme sorriso.
- Vejo que tem uma nova companhia. Se permite dizer, ela é mais bela que a sua antiga namorada.
Meus olhos se arregalam.
- Teobaldo, essa e Natália, irmã da Eliana minha antiga, mas ainda atual namorada e futura mulher.
Teobaldo fica vermelho e sem graça e Natália está rindo muito da situação.
- Teobaldo, adorei você.
Natália diz toda animada.
- Me desculpe! Não queria ser...
- Não se desculpe.
Ela abre um sorriso lindo para ele, que o faz sorrir.
- O que vão querer?
Natália pega o cardápio.
- Ainda vou escolher.
- Assim que tiverem suas escolhas é só me chamar.
Teobaldo se afasta e Natália se curva para mim.
- Isso aqui é o bar onde curte a vida?
Olho em volta.
- Sim...
Fecha os olhos e vejo que tenta não rir. Assim que abre os olhos, tomba a cabeça me analisando.
- Quantos anos você tem? Uns oitenta anos?
Estreito meus olhos para ela.
- Tenho vinte e oito anos.
- Olha em volta, Matheus! Qual a pessoa mais nova daqui, além de nós dois?
Olho em volta e estamos sozinhos no bar.
- Teobaldo...
Respondo vendo-o no balcão.
- Provavelmente Judy a esposa dele seja mais nova que ele.
- Quantos anos tem Teobaldo?
- Uns oitenta?
Tento não rir.
- Isso aqui é um bar de idosos e está vazio, porque os idosos já estão dormindo a essa hora, prontos para acordarem com as galinhas.
- Esse bar não é de idoso.
Suas sobrancelhas arqueiam.
- Você nunca foi em uma balada?
- Isso aqui é um ótimo bar. Precisa ver quando tem competição de petisco.
Natália se joga para trás rindo.
- Pretinho, você só viveu na senzala. Preciso te mostrar a vida no quilombo.
- Como assim?
- Te mostrar a vida, o delicioso sabor da liberdade.
- Não, obrigado! Estou feliz em meu bar de idoso.
- Você é muito escravo da sinhazinha. Aposto que tem medo dela saber que saiu da senzala.
- Eliana não me vigia assim. Ela confia em mim.
- Liga pra ela agora e diz que estamos bebendo.
- Nem fodendo! Ela me mataria.
Solto sem pensar e me arrependo ao vê-la gargalhar da minha cara.
- Pretinho medroso.
Balança a cabeça de um lado para o outro.
- Pode deixar que a pretinha vai te mostrar as coisas boas fora da senzala.
Ergue o braço, chamando Teobaldo.
- Por enquanto podemos curtir aqui.
Teobaldo se aproxima.
- O que tem de bebida forte?
Natália pergunta e recebe a lista narrada por Teobaldo.
- Tudo muito fraco.
- Meu neto deixou semana passada uma garrafa de tequila. Isso é forte pra você?
- Está ótimo. Quero essa garrafa, limão e sal.
- Só isso?
- Sim...
- Precisamos comer pra beber.
Digo e recebo um revirar de olhos dela.
- Só isso Teobaldo.
Pisca pra ele e arrancando o cardápio da minha mão, entrega o meu e o dela para ele levar embora.
- Não gosto de tequila.
- Já tomou tequila?
- Não... Só tomo cerveja.
- Vai amar tequila.
- Não vou tomar.
Teobaldo coloca na mesa uma garrafa, dois pequenos copos, um prato com limão e sal.
- Obrigada!
Natália diz e já abre a garrafa, enchendo os dois copos.
- Pega um pedaço do limão.
- Já disse que não vou beber.
- Você quem sabe.
Pega o limão e passa o sal no vão do polegar e do indicador. Respira fundo e chupa o sal, vira toda a tequila do copo e chupa o limão em seguida. Solta um som engraçado e balança a cabeça.
- É isso que costuma fazer na sua cidade?
Ela não me responde e enche o copo novamente.
- Não vai falar comigo?
- Não... Pretinha vai se divertir sozinha.
Faz novamente toda a coisa estranha e bebe a tequila.
- Se quer que eu responda algo, beba comigo. A cada copo virado é um direito de pergunta que lhe dou.
Bufo e reviro os olhos. Merda! Peguei a mania dela e da Eliana. Natália empurra um copo com tequila pra mim. Passo sal como ela faz e encaro o limão.
- Depois que beber, faz a pergunta que quiser.
Chupo o sal, viro a bebida e começo a tossir.
- Chupa o limão.
Ela manda e chupo o limão. Que merda é essa? Minha garganta queima. Natália está rindo da minha cara.
- Faça a pergunta.
Limpo minha garganta que ainda arde. Existem muitas perguntas que passam em minha cabeça, mas uma delas é a que mais me deixa intrigado.
- Por que você e sua irmã não se dão bem?
- Simples... Ela é a filha mimada idiota e eu não. Somos diferentes em tudo e por isso não combinamos.
Pega meu copo e enche novamente.
- A cada pergunta é um copo?
- Sim...
Respiro fundo e ignoro a merda do sal e o limão, virando a bebida de uma vez e tento não tossir. Limpo a minha boca.
- Por que você nunca vem ver seu pai? Em todo esse tempo que estou com a Eliana, nunca esteve aqui.
Agora é ela quem vira a tequila de uma vez, também sem sal e limão.
Solta um longo suspiro.
- Não sou bem-vinda.
Sussurra e encara o copo a sua frente. Pego a garrafa de tequila e encho meu copo. Viro a tequila e ela não me parece mais tão estranha. Coloco o copo na mesa e vejo um leve tremor em torno de mim.
- Quantos anos você tem?
Natália abre um pequeno sorriso.
- Por que quer saber?
- Responda...
Natália inclina a cabeça de lado.
- Faço vinte e seis anos daqui um mês.
Com uma dificuldade estranha, que não entendo. Calculo a diferença de idade dela e de Eliana. Isso devia ser fácil, mas os números começam a embaralhar. Eliana tem vinte e cinco e completa vinte e seis anos em... Porra! Não me lembro a data de aniversário da minha futura mulher. Vejo meu copo cheio novamente e o viro de raiva. Como posso ter esquecido quando é o aniversário dela? Olho para Natália e começo a rir. Ela está tremendo e meio desfocada.
- Agora vai começar a diversão.
Ela diz e enche meu copo.
- Bem-vindo a liberdade, pretinho...
*********
Puta que pariu! Minha cabeça parece que vai explodir. Tento abrir meus olhos, mas fica cada vez pior com a claridade a dor em minha cabeça. Passo a mão sobre meu corpo e sinto o lençol macio. Mas o que me assusta é saber que embaixo desse lençol macio, tem meu corpo nu. Abro meus olhos assustado e me vejo em meu quarto.
- Porra! Minha cabeça.
- Silêncio... Tem gente querendo dormir.
Olho para o lado e entro em desespero ao ver o corpo nu de Natália ao meu lado na cama. Caralho! Comi a minha cunhada. Pulo da cama tão rápido que esqueço de puxar o lençol junto. Natália se vira e me vê nu. Sua cabeça tomba, analisando meu pinto mole.
- Caramba!
Cubro meu pau com as mãos. Nem pra essa merda estar dura e causar uma boa impressão. Se bem que se eu comi minha cunhada, ela deve saber o tamanho. Balanço minha cabeça afastando esses pensamentos idiotas.
- Natália... Olha...
Tento achar algo para cobrir meu pau e vou procurando palavras para me desculpar pelo que fiz. Que merda! Nem me lembro do que fiz. Queria ao menos saber como foi. Pego uma almofada e coloco na frente do meu pau.
- Me desculpa por...
Natália está vermelha por segurar o riso. Qual a graça nisso tudo? Ela foi fodida pelo noivo da irmã. Isso não é engraçado.
- Isso não devia ter acontecido. Foi um erro.
Um barulho de celular tocando me salvando de uma conversa constrangedora. Natália empurra o lençol do corpo e sai da cama nua. Fecho meus olhos e respiro fundo. Tentação do inferno.
- Vou ter que atender.
Abro meus olhos e a vejo encarar o celular.
- Fique quieto, pretinho. A pretinha aqui precisa mentir para um certo senhor.
Respira fundo e atende o telefone.
- Pai!
Puta que pariu... Fodeu de vez... Ela faz uma careta.
- Não pai, não dormi em casa.
Olha pra mim com um sorriso arteiro.
- Dormi na casa de uma amiga.
Bufa irritada.
- Tenho amigas em São Paulo, só nunca te apresentei.
Passa a mão em seu cabelo.
- Estou mentindo... O senhor me pegou. A verdade é que estou na casa de um homem que conheci ontem. Bebemos todas e dormi com ele. Não usamos camisinha e posso estar grávida.
Começo a ter uma leve arritmia. Vou andando até a cama e me sento.
- Agora estamos nus e prontos para fazer besteirinha de novo.
Sua risada alta quase me faz cair duro na cama.
- Desculpa! É que não aguentei. Tive que mentir.
Ela não mentiu. De fato ela saiu comigo ontem, o cunhado que tinha acabado de conhecer e bebemos todas. Também transamos. Espera! Ela quer transar de novo? Olho pra ela que apenas escuta atenta o pai.
- Avisa a Eliana que ajudarei, assim que chegar em casa.
Ela parece sem graça.
- Também te amo!
Desliga o celular e o joga na cama.
- Pronto! Onde estávamos mesmo?
Vem andando até mim e para nua na minha frente. Meus olhos estão em seus seios.
- Para de olhar para os meus seios, isso já está ficando estranho.
Ergo meus olhos para seu rosto.
- Assim está melhor.
- O que fizemos foi errado.
Solto de uma vez.
- Não fizemos nada.
Abaixa os olhos e encara o meio das minhas pernas.
- Ele não funcionou.
Sinto meus olhos arregalarem.
- Passei a madrugada inteira brincando com ele, igual uma gata com um novelo de lã. Joguei de um lado para o outro e nada. Nadinha de ereção.
Estou aliviado por não ter fodido minha cunhada. Mas incrivelmente decepcionado por não ter tido uma ereção. Como assim ele ficou mole na mão dela? Preferia ter ouvido que arrebentei o sexo dela de tão grande que sou, do que ouvir que não tive ereção.
- Isso nunca me aconteceu.
Falo sem graça. Natália começa a gargalhar da minha cara.
- Estou brincando.
Suspiro aliviado.
- Você teve uma linda ereção, ele ficou muito duro e você queria coloca-lo na minha boca.
- Caralho!
Me jogo na cama e cubro meu rosto com o braço.
- Você pediu pra te chupar e queria pegar nos meus seios.
Não acredito que fiz isso.
- Ficou duro como agora.
Percebo que de fato estou tendo uma ereção e me viro na cama, ficando de bruços.
- Uma bela visão tenho agora.
- Que inferno!
Rodo na cama me embolando no lençol. Paro de rodar e respiro fundo.
- Foi constrangedor?
Pergunto olhando pra ela.
- Não tanto quanto te ver na rua chorando, gritando que a sinhazinha iria te matar por estar bêbado.
Natália morde o lábio inferior, segurando o riso.
- Isso é mentira.
- Não é não. Filmei tudo, quer ver?
- Quero...
Natália se joga na cama e vem por cima de mim, arrastando seu corpo nu, para pegar o celular no criado. Pega o celular e seus seios ficam na minha cara. Podia sair debaixo dela, se não estivesse preso no lençol. Meus olhos estão em seus mamilos duros, próximos a minha boca.
- Aqui...
Suspiro aliviado quando rola pro lado e me mostra a tela do celular. Aperta o play e apareço no vídeo, no meio da rua.
- Pretinha... Eu tô fudido. A sinhazinha vai me matar, vai acabar com o pretinho. Sinhazinha não pode saber que eu gostei da liberdade. Eu vou pro tronco, pretinha...
O vídeo acaba e Natália está rindo de chorar.
- Tem outros, quer ver?
- Não...
Tento me desenrolar do lençol.
- Estou pensando em colocar na internet. Colocar a descrição como: alforria do pretinho.
- Nem pensar.
Me solto e tento pegar seu celular.
- Me dá aqui esse celular.
- Não...
Natália tenta fugir e rolo pra cima dela.
- Você não vai postar nada.
Coloca a mão para trás e quando tento pegar, o celular cai no chão. Estamos nus e encaixados. Meu rosto de frente para o dela. Seus seios contra o meu peito e seu sexo quente colado ao meu membro, já duro. Encaro seus lábios carnudos e depois seus olhos castanhos. Sua respiração pesada bate em meu rosto.