A TENTAÇÃO
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Capítulo 5 -4

A forma como ela lambe os lábios agora me faz ficar ainda mais duro.

- Adoraria saber como o pretinho é na cama.

Move o quadril, sentindo minha ereção. Sua boca se aproxima da minha.

- Já sei que tem um maravilhoso tamanho e imagino que deva saber usá-lo.

Desliza o nariz pelo meu rosto e vem com a boca para o meu ouvido.

- Mas você é meu cunhado.

Morde a parte fofa da minha orelha e suspiro.

- Não quero a sinhazinha incorporando o satanás cuspidor de fogo com você.

Volta o rosto para a frente do meu.

- Imagino que a ame, já que vão se casar.

Usando o pouco de sanidade que me resta perto da Natália, saio de cima de seu corpo.

- Amo... e isso não devia acontecer.

Olho em volta um pouco constrangido.

- Eu não devia saber como é seu corpo e muito menos você saber como é o meu.

- Corpos nus não é um crime.

Olho pra ela que se senta na cama.

- Crime seria usá-los juntos.

Sorri e vem se arrastando para sair da cama.

- Na verdade...

Sai da cama e fica na minha frente.

- Crime é você comer o satanás cuspidor de fogo e achar bom.

Joga a cabeça para trás e solta uma gargalhada alta.

- Pretinho deve passar fome.

Bate em meu peito e vai andando em direção ao banheiro do quarto.

- Vou tomar um banho.

Para de andar e vira apenas a cabeça sobre seu ombro, para me olhar. Ela é linda de costas. Na verdade ela é linda de todos os lados.

- Quer vir junto?

Não respondo. Na verdade isso nem merece uma resposta. Essa tentação tá me matando. Vejo seus olhos percorrerem meu corpo.

- Ele quer tomar banho comigo.

Olho para baixo e vejo meu membro mais do que duro. Parece que está tentando fugir do meu corpo para ir tomar banho com ela.

- Vou deixar a porta aberta, caso queira se unir a mim no banho. Olhar não é pecado pretinho, lembre-se disso.

Entra no banheiro me deixando excitado e agoniado para ir junto tomar banho. Ando de um lado para o outro no quarto, escuto o som do chuveiro ligando. Minha mente já imagina a água batendo em seu corpo e minha respiração acelera. Passo as mãos em meus cabelos, tentando controlar a vontade de tocá-la. Isso é tortura! Preciso ficar longe da minha cunhada, muito longe. Ando em direção a porta do banheiro e paro. Posso ouvir a voz suave e doce dela cantando. Natália tem uma linda voz. Encosto no batente da porta.

- Abre a porta que fica melhor pra me espiar.

Diz ao parar de cantar.

- Não estou vendo nada. Só queria conversar e saber realmente o que houve ontem.

- Você bebeu, fez um show no meio da rua pra pretinha aqui e depois me trouxe pra sua casa.

- Tem mais coisa nessa história?

- Sim... Você não sabe dançar. Tem dois pés esquerdos.

Cubro meu rosto com uma mão, envergonhado. Não acredito que tentei dançar. Sou péssimo e Eliana nunca tenta me ensinar. Diz que quem nasceu torto, nunca vai se endireitar e sou bem torto dançando.

- Você quer detalhes de tudo?

- Sim...

Respondo Natália e escuto o chuveiro desligar. Espero na porta e em pouco tempo ela se abre. Natália sai com o cabelo preso em um coque e minha toalha enrolada no corpo.

- Certo!

Passa por mim e vai para perto de uma cadeira no quarto, onde estão nossas roupas. Solta a toalha e começa a se secar. Vou para a cama e me sento nela, cobrindo minha, ainda ereção, com o travesseiro.

- Você começou a beber a tequila para me fazer perguntas.

- Isso eu me lembro.

- Se lembra das perguntas?

- Me lembro das três ou quatro que fiz.

- Você me fez vinte perguntas.

Meus olhos se arregalam.

- Você respondeu todas?

- Sim...

Que merda! Não me lembro de nenhuma resposta.

- Até a safada.

- Fiz uma pergunta safada?

- Sim...

- Qual?

Natália sorri colocando a calcinha. Uma minúscula calcinha, diria.

- Vou guarda-la pra mim.

Pisca e pega o vestido.

- Você bebeu a garrafa toda praticamente sozinho. Depois ficou resmungando que minha irmã ia te matar. Tive pena e decidi te tirar da bebedeira.

- Foi quando saímos do bar e você filmou aquilo?

- Aquilo e muito mais.

Ajeita o vestido no corpo e solta seu cabelo, que cai perfeitamente por seus ombros.

- Vai tomar banho que vou fazer o café. Depois conto o resto.

A vejo sair do quarto e relaxo o corpo. Não sei o que ela tem que mexe tanto comigo. Me levanto e vou para o banheiro.

********************

Já tomado banho e com roupas, saio do quarto. O cheiro bom de panquecas me faz sorrir. Faz tempo que não como panquecas. Entro na cozinha e vejo Natália arrumando nossos lugares na mesa. Ela tirou meus processos da mesa e os colocou com cuidado no balcão.

- Vocês vão morar aqui na sua casa, depois do casamento?

Natália pergunta se sentando em uma das cadeiras. Imagino que sua pergunta tenha vindo, por causa dos presentes que chegaram e ocupam minha sala.

- Sim...

- Eliana não quis tornar a casa a cara dela?

- Nossa casa está em construção. Eliana vai decorá-la quando estiver pronta. Vamos morar aqui até ficar pronta.

- Entendi!

- Ela odeia essa casa.

Digo dando de ombros e me sento ao seu lado. Vejo panquecas, ovos e bacon, para mim e para ela.

- Sua irmã nunca comeria bacon. Ela diz que vai tudo pra bunda e que não quer ficar com uma bunda enorme.

Natália pega um bacon e o morde gemendo. Revira os olhos de prazer.

- Por que acha que ela é o satanás cuspidor de fogo? Falta de bacon na bunda.

Nós dois estamos rindo.

- Ela se priva das melhores coisas da vida.

Começo a comer as panquecas.

- Continua...

Peço enfiando o bacon na boca.

- Te enfiei no carro e você veio capotado.

- Como sabia onde morava?

- Teobaldo me disse o endereço e me contou que você deixa a porta da cozinha aberta, porque sempre esquece a chave no escritório.

- Teobaldo bocudo.

Digo sorrindo e bebo um gole de café.

- Graças a ele estamos aqui dentro e não no carro. Você esqueceu sua chave de casa no escritório.

Natália limpa a boca e bebe o café.

- Como fiquei nu?

Natália vira o corpo na cadeira para mim.

- Você saiu do carro passando muito mal. Não passou da cozinha e já vomitou.

- Merda!

Olho o chão da cozinha e não vejo nada. Limpei ontem a noite.

- Você limpou meu vomito?

- Sim... Foi logo depois de te colocar na cama.

- Você tirou minha roupa?

- Sim... Te limpei também. Queria te dar um banho, mas você não estava se aguentando em pé.

- Tirou minha roupa e me deixou nu?

- Você não me deixou colocar a calça do pijama.

Agora ela ri na minha cara.

- Ficou segurando seu membro, dizendo que sua chibata precisava me punir. Disse que fui uma pretinha má te levando pra liberdade.

- Oh meu Deus! Eu queria te dar uma surra com o meu pau?

- Sim... Depois capotou segurando-o retinho. Tem uma foto caso queira ver.

- Meu Deus! Você tem um arquivo no seu celular só comigo fazendo merda.

- Sim... Uma pasta com senha só com suas loucuras. A pasta se chama "pretinho da chibata".

Juro que não quero rir, mas é impossível.

- Como você foi parar nua na minha cama?

- Você dormiu e tirei minha roupa para não suja-la ao limpar o vomito. Limpei tudo e fui no quarto ver se estava vivo.

Me viro de frente pra ela.

- Quando te toquei para ver se respirava, agarrou minha mão. De olhos fechados me pediu para ficar com você. Para não te deixar sozinho. Me deitei ao seu lado e você me agarrou, enfiando o rosto em meu peito.

Fico calado sem saber o que dizer. Estive no meio dos seios dela e nem me lembro.

- Dormiu e eu também. Fimmmm

Meu celular começa a tocar e o tiro do bolso. O nome da Eliana pisca na tela. É melhor atender longe da minha cunhada.

- Vou atender na sala.

Digo me levantando da cadeira e indo para a sala.

- Oi!

- Está atrasado. Temos que estar na degustação do bolo em vinte minutos.

- Já estou saindo!

- Seja rápido!

- Eliana...

A chamo antes dela desligar.

- Fala!

Não sei porque vou fazer essa merda de pergunta.

- Se estivéssemos em uma festa e eu tivesse bebido demais...

- Você não bebe a esse ponto.

- Mas e se tivesse bebido. O que você faria?

- Você sabe que odeio pessoas bêbadas. Te arrastaria pra sua casa, muito puta.

- Se eu vomitasse?

- Se fosse do tipo que bebesse e vomitasse, não estaria com você Matheus. Sabe muito bem que odeio isso. Te abandonaria no seu vomito.

Era o que eu imaginava.

- Agora vem logo e para de perguntas idiotas.

Desliga na minha cara e guardo o celular no bolso.

- Pode me deixar perto de casa?

Me viro e vejo Natália na porta da cozinha.

- Tenho que buscar sua irmã. Te deixo na sua casa.

- Não acho que seja bom chegarmos juntos. Lembre-se do satanás cuspidor.

- Te deixo na esquina.

- Tudo bem!

********************

Paro o carro perto da casa de Eliana.

- Valeu!

Natália vai abrir a porta do carro e seguro sua mão.

- Obrigado por cuidar de mim.

- Não te deixaria sozinho.

Aperta minha mão.

- Senzala sempre unida.

Sorri e pisca para mim.

- Boa sorte com a sinhazinha.

Abre a porta do carro e sai.

- Tchau, pretinho!

- Tchau pretinha!

Solto com um sorriso e a vejo fechar a porta e ir andando. Espero dar um tempo para ela chegar em casa e ligo o carro. Assim que paro em frente a casa de Eliana, vejo ela e a irmã. A cara da Natália não é boa. Eliana abre a porta do carro e entra na frente, enquanto Natália entra atrás.

- Sua irmã vai com a gente?

- Meu pai pediu para ela me acompanhar.

Eliana diz se curvando e beijando meus lábios.

- Vocês dois estão cheirando bacon.

            
            

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