Te amo. Mas me odeio por isso
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Capítulo 5 05

Lucas Menezes.

Sexta-feira, sete e meia da noite.

- Lucas, eu juro por tudo que é mais sagrado nesta terra, se você demorar mais vinte minutos nesse quarto, eu vou arrombar e te obrigar a sair. Nem que seja pelado! - Gab gritou, do lado de fora do cômodo.

- Espere, Gab! - Gritei de volta, fechando o zíper de minha calça, checando que tudo estava em seu devido lugar. - Acabei! - Gritei novamente, alegre por finalmente achar algo.

Faziam exatamente duas horas e meia em que eu estava preso no meu quarto na tentativa de escolher uma roupa boa o suficiente para usar hoje e que não me sentisse um lixo pela noite inteira. E sim, eu sei que separei uma trouxa de roupa um dia antes para justamente esse tipo de coisa não acontecer, não é? Porém eu não me senti satisfeito, tudo bem? Me julgue o quanto quiser. Me senti péssimo e fiquei quebrando minha cabeça durante duas horas para me sentir razoavelmente bonito. Além de ter uma mulher de um e sessenta de altura bravíssima comigo do lado de fora de meu quarto. E não sem motivo.

- Finalmente. - Ouvi-a resmungar, enquanto eu abria a porta. - Nossa! Pelo menos valeu a pena esperar, se você fosse hétero, eu juro que eu lhe dava. - Fiz careta. - Exatamente por isso - Apontou para meu rosto, detalhando minha careta. - Que não lhe dou.

- Nojenta.

- Ah, qual é?! Você nunca experimentou, ok?!

- Quem falou? - Andei até a cozinha, colocando a comida de Mint, já que eu iria fechar a área de serviço com medo do mesmo fugir. Ela me olhou surpresa.

- Jura?

- Sim, eu já namorei com duas gurias, aos meus quinze e dezesseis anos. Transei com ambas, e eu odiava todas as vezes que tínhamos relação. Acho que já entendia que não era para mim. - Fiz cara de nojo.

- Compreensível. - Ela riu. - Mas quando você teve relações com um homem, percebeu que era realmente isso que você queria?

- Definitivamente. - Rimos, enquanto eu pegava meu celular e carteira, os colocando em meu bolso. Pegando a chaves de casa. - Notei, ali, que eu era gay. Só pensar em beijar alguma outra mulher depois de ter um relacionamento gay ativo, era traumatizante e aterrorizante. Não que meu relacionamento não fosse uma merda total, de qualquer forma. - Brinquei, ela bateu fracamente em meu ombro.

- Para de fazer piadas depreseativas com seus traumas, Lucas! - Ela riu fraco. - Isso é problemático.

- Você riu, ok? - Falei, enquanto caminhavamos para fora de casa, tranquei a porta. - Então está tudo bem.

- Nossa, sabe de uma? - Neguei, a olhando. - Esqueci totalmente de te contar!

- Fale!

- Sai com um carinha ontem! - Arregalei os olhos, em surpresa. - Sim!

- Já? - Ela gargalhou. - Céus. Achei que ainda não tinha superado. Não que isso seja um problema, só realmente fiquei abismado com sua velocidade.

- Lu, quem lhe disse que eu superei? - Me olhou, sugestiva. Quase falei: "Eu chamo isso de não ser sentir suficiente sozinha, então encontra pessoas razas para se prender", mas decidi ficar calado. Eu ainda queria amizade dela. - E outra, foi só um beijinho, não quer dizer que virei otária de uma noite para outra. - Concordei com a cabeça, mas na verdade eu não dava dois meses para ela estar apaixonada. - E você meio que o conhece... Indiretamente, mas conhece.

- Quem? - Indaguei curioso, estávamos caminhando em direção a nova pub, não era tão longe de casa, mas tínhamos umas boas quadras a descer.

- Você por acaso lembra daquele cliente que discutiu com você no caixa na lanchonete? - Assim que a mesma terminou de falar, me recordei de quem era. Fiz cara de nojo. - Eu imaginei que faria isso, e você fez. - Ela riu. - E com toda razão.

- Você já escolheu homens melhores, Gabriella. - Fui ranzinza, ela sorriu.

- Qual é, me dê uma chance. Ele é o maior gatinho, vai?!

- Já vi melhores. Muito melhores.

- Você está falando isso porque aconteceu o que aconteceu, Lu. - Ela riu. - Além do mais, ele beija muito bem. - Sorriu maliciosa, a fitei indignado.

- Já estão assim? - Ela gargalhou novamente.

- Olha, não me entenda mal, eu não sou uma vagabunda ou algo do tipo, eu só queria me divertir, e ele me convidou para sair e ej simplesmente aceitei, sabe? Era só um café, conversamos e trocamos informações muito boas e interessantes. Ele parece ser legal, meio ambicioso, mas legalzinho.

- Não sabia que havia como ser ambicioso e legal ao mesmo tempo. - Ela revirou os olhos.

- Sabe de quem ele é filho?

- Do diabo?

- Do Senhor e Senhora Calandes.

- Quem são eles? - Ela me olhou, abalada.

- Como não sabe quem eles são?

- Eles são cantores? - Negou.

- Eles só são os nomes mais cobiçados e caros de todo o mundo.

- E ai? - A fitei, sem me importar. E eu realmente não ligava para isso. - Quer dar o golpe da barriga? Pelo menos para algo esse cara deve prestar, não?

- Aí, Lu! Eu sei que está chateado com aquele incidente, mas...

- Chega, não é, Gab? - A interrompi, tentando não lembrar novamente o que ocorreu. - Deixe isso para lá. Fico feliz que finalmente esteja tentando esquecer e viver sua vida sem o Matt. Eu acho esse cara um boçal, mas fico feliz em ver você animada. - Ela sorriu com sua boca fechada, abraçando meu braço direito, enquanto continuavamos a caminhar até a casa de show.

A Pub estava realmente muito muito cheia, como era nova, não estava colocando certeza que iria encher desta forma, mas foi muito pelo contrário. Eram pessoas entrando e saindo, a música alta, bebidas e tudo mais... E eu só precisava curtir, só isso. Não precisava nem pegar ninguém, só curtir. Eu precisava e iria me permitir a fazer isso hoje.

- Tem openbar, Lu! - Gritou para mim, por conta da altura da música, me puxando para o barzinho que tinha ali. - Têm muita gente, não é? - Concordei, me sentando na cadeira que ficava no balcão. Pedi uma cerveja.

- Não imaginei que seria tão cheio assim. - Ela sorriu, pegando uma cerveja que o barmen havia trazido, enquanto ele me entregava outra.

- Ninguém perde uma oportunidade de conhecer algo novo nessa cidade, amigo. - Sorriu, bebendo sua cerveja. Fiz o mesmo. E, sinceramente, eu perdi a afinidade com a cerveja, o gosto era péssimo.

- Vamos dançar, Lu! Foi para isso que eu te trouxe aqui! - Desceu de sua cadeira, fiz o mesmo, bebei mais um gole da cerveja e deixamos ambas as garrafas no balcão, correndo para a pista de dança, era uma música eletrônica muito boa, não tinha como ficarmos parados somente observando.

Aquela noite estava pequena para nós dois. Estávamos dançando e cantando tanto, como se não houvesse amanhã. Era engraçado que, a cada dez minutos, passava alguém e me arrancava um selinho, não achei ruim, eu estava permitindo, não era algo que eu não queria, vamos lá. Mas teve um que me beijou de verdade, me puxou pela cintura e me beijou por um minuto inteiro, fazia tempo que eu não sabia o que era isso, suspirei contra o beijo, e quando ele me soltou, pediu meu número. Obviamenre passei, e ele logo me deixou na pista novamente, tendo que sair para algum lugar que não me recordo. Seu nome era Thomás.

Eu estava dançando com um estranho, não havia perguntado seu nome e muito menos iria me preocupar com isso, eu estava finalmente me divertindo numa noite qualquer. Eu simplesmente não queria pensar em nada neste momento, eu estava finalmente feliz depois de anos de dias repetitivos. Enquanto dançava com aquela música alta me envolvendo por inteiro, ouvia alguém me chamar, achei esquisito, mas continuei de olhos fechados, mas continuei ouvindo, percebi ser a voz de Gab, a procurei só com o olhar, logo a achando.

- Vem! - Ela me chamou, estranhei, eu não conseguia entender o que ela dizia ao certo. Aparentemente ela se aborreceu e veio até mim, me puxando para fora da pista. Já não sabia quantos minutos eu estava ali de pé, mas eu estava me sentindo livre. Apenas senti o cansaço bater em meu corpo quando me sentei na cadeira do balcão novamente.

- O que foi? - Gritei perguntando, meio alterado. Eu tinha bebido mais do que já bebi em todos os meus anos de vida, era como se estivesse caminhando nas nuvens. Era divertido.

- Já faz três horas que você está dançando e bebendo, senta um pouco e descansa. Você pode passar mal. - Ela riu, ri junto, concordando. - Nunca te vi tão feliz.

- É porque nunca estive, obrigado! - A abracei, ela retribuiu. - Minha vida estava um lixo, as vezes cansa. - Ela concordou. - Eu precisava me aliviar dessa vida monótona.

- Está tudo bem, amigo. Tudo por você. - Sorri, soltando-a. - Vi que você pegou o contato daquele carinha, ele te deu o maior beijão. - Ela riu, me senti vermelho.

- Sim, ele se chama Thomás. Disse que queria me ver mais vezes.

- Hm, que delícia. Eu imagino o que significa "ver mais vezes". - Brincou, maliciosa. A empurrei fraco. - O que?

- Deixa de ser besta, garota. - ela continuou rindo. Peguei outra bebida com o barmen e ficamos conversando por um tempo até voltarmos a pista para deixar tudo de ruim ir embora.

Sábado, seis da manhã.

- Deus, eu nunca mais te trago para beber, Lucas. - Verberou Gabriella, me carregando para me sentar numa das cadeiras da pub que já estava bem vazia. Eu me sentia um pouco tonto, o álcool já fazia boa parte de meu corpo, ela deixou seu copo no balcão e pegou o meu, colocando no mesmo lugar e se sentou comigo para descansar. - Precisamos ir embora, já deu nossa hora. - Notei, só ali, que tinham pessoas indo embora daquele local, e a maioria, carregada. O que era o meu caso também, por incrível que pareça.

- Já acabou? - Falei embolado, céus. Onde cheguei para estar assim? - Eu vomitei, Gab? - Fiz careta, sentindo o gosto de minha boca.

- Já? Lucas, chegamos aqui oito horas de ontem, são seis horas agora. De um sábado. - Eu ri fraco. - E não, você não vomitou, ainda. Mas não duvido que vá.

- Não queria ir embora. - Resmunguei, fazendo bico. - Não quero ir.

- Vamos, garoto. O Uber acabou de chegar aqui. Céus, como você bebeu tanto e eu não vi? Nem eu que sou acostumada a beber tanto, não estou um terço do que você está, como pode?! - Ela reclamou e enquanto me levantava da cadeira, eu me encostei em si. - Calma, Lu. Você é pesado.

- Eu não sou pesado!

- Você é.

- Não sou, não.

- Calado. - Falou, enquanto caminhavamos para fora, respirei fundo quando saímos, o ar puro renovou meus pulmões, o lugar era muito fechado. - Entre. - Ela abriu a porta do Uber, me colocando para dentro, dali para frente, não me recordo.

Acordei com muita dor de cabeça, mal consegui abrir os olhos, mas me obriguei a fazer isso. Todas as partes de meu corpo doíam e latejavam, Deus do céu. Achei que tinha ido numa balada, não numa academia para crossfit. Será que realmente valeu a pena ter vida social? Sorri fraco pelo meu pensamento ranzinza e me levantei devagar, minha cabeça latejavam sem fim. Fiz careta e procurei na gaveta do criado mudo um remédio para dor de cabeça, peguei e me dirigi até a cozinha, atrás de um copo d'água.

Quando finalmente tomei o remédio, coloquei comida a minha e tomei coragem para tomar um banho, eu estava fedendo pavorosamente. Odiava me sentir grudento e fedorento.

Peguei a toalha e fui ao banheiro, retirei o resto de roupa que tinha em meu corpo e liguei meu chuveiro, quente, apenas para relaxar meu corpo. Molhei meu rosto tentando deixar de lado esse cansaço imaculado, me concentrando e tentando lembrar em tudo que rolou ontem naquela pub. Mais tarde eu tinha que ligar para Gab para ter certeza do estrago que fiz contra mim mesmo, além de meu fígado. Eu ghabia esquecido totalmente como era ficar de ressaca desta forma. Aliás, não recomendo e nem ao menos estava com saudades.

Terminei de me lavar e voltei ao meu quarto, que, por acaso, estava uma verdadeira bagunça do dia anterior, vesti uma bermuda e um blusão, ainda tinha uma grande porcentagem de teor alcoólico em meu corpo, pelo lado bom, amanhã eu não trabalho e poderia "curtir" minha ressaca em paz, sem ter que ficar pensando muito no dia seguinte, certo? Posso apenas dormir até tarde, como um filho da puta. Depois de arrumar parcialmente meu quarto (ou jogar todas as minhas roupas no chão e fingir que não vi), voltei a me deitar, resolvendo dar uma olhada em meu celular. Eram seis da tarde, Arregalei os olhos. Como o tempo passou rápido, não é?. Vi algumas mensagens, decidir as ver. A primeira fora de Gab.

"Sei que você não vai se lembrar de nada, provavelmente. Mas eu te levei para casa, está tudo bem com sua carteira e não, você não vomitou. Você se divertiu bastante ontem, vamos repetir isso mais vezes, tudo bem?! Amo você, amigo! Se cuide. (Tem uma cartela de remédio de dor de cabeça na sua gaveta do criado mudo). Me mande mensagens depois!" - mensagem recebida de Gab.

Sorri e logo a respondi.

"Oi, Gab. Obrigado por cuidar de mim, foi uma noite ótima. Te amo. Obrigado por muito."

Vi duas mensagens de um número desconhecido, estranhei.

"Oi, gatinho. Aqui é o Thom, salve o meu número."

"Espero te ver novamente, seu beijo foi o melhor que já provei! <3"

Ri fraco, negando. Salvei seu contato e logo, também, o respondi.

"Oi, Thom. Já salvei, haha! Espero logo logo um convite para sairmos! Um beijo! <3"

Olhei minha galeria para saber que tinha feito alguma foto durante, e vi algumas com Gab, a maioria borrada, mas uma delas, estava linda e em ótimo estado. Estávamos sorrindo enquanto olhava os para a câmera, resolvi a postar em uma de minhas redes sociais, e assim, fiz. Apenas colocando um emoji de coração. Mas em seguida, um pouco mais abaixo, vi o perfil do cara da lanchonete: "Bruno Calandes". Senti meu estômago revirar. Larguei meu celular e resolvi voltar a dormir, dois segundo para acabar com meu sábado, que inferno! Me aconcheguei em meus edredons e fechei meus olhos, na tentativa de voltar a dormir, como estava mais cedo. Felizmente, logo conseguindo.

                         

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