Um amor para o BILIONÁRIO
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Capítulo 3 Samantha

Como de costume, deixei Hoper falar primeiro, pois ela era a que mais lamentava entre nós duas. Eu já tinha desistido de fazer isso, já que era comum coisas ruins me acontecerem.

- Sabe aquela pesquisa que estou estudando? - ela perguntou com a boca cheia de pizza.

A morena era assim: bruta, sem modos e bem sem noção. O que me fazia gostar dela.

- A ideia de que casais usam a superficialidade para determinar seus pretendentes? - Esse foi um resumo bem ruim para a pesquisa que ela mesma desenvolveu. - Sei.

- Enfim... - Revirou os olhos e respirou fundo. - Sabemos que a aparência determina muito dos nossos relacionamentos, mas sabemos também que os sentimentos...

- Sei que isso é bem importante, porém está querendo levar um efeito químico no cérebro humano para outro nível. - Eu a interrompi. Algo que ela odiava quando acontecia.

- Sabe o quanto é ruim quando alguém te desmerece. Por que está fazendo isso comigo? - indagou chateada, estreitando os olhos e apontando o pedaço de pizza, que estava em sua mão, na minha direção. - Achei que fosse uma cientista.

- Sou cientista, mas não acredito no amor. - Dei de ombros. - E você tem razão. Me desculpe.

- Sabe? Minha ideia está sendo posta em prática e devo dizer que será um sucesso.

- Quer descobrir em que ponto as pessoas podem se ligar emocionalmente?

Li a sua pesquisa. Realmente, é boa e tem pontos muito fortes. O problema - ou melhor, o meu problema - é que ela bate de frente com a minha realidade, jogando na minha cara que pode ser possível pessoas que não se conhecem, em menos de um mês, criarem sentimentos afetivos uma pela outra.

- Sei que você não acredita que possa ser possível, no entanto me baseio nos pensamentos de quem se apaixona à primeira vista.

- Uma alucinação humana, Hoper. Ninguém pode se apaixonar só de ver outro alguém. - Revirei os olhos. Outra coisa que ela odiava.

- Você está certa. - Sua resposta me surpreendeu. - Na realidade, o que acontece é um efeito inconsciente de atração baseado na aparência, e não no amor real, o qual só é alcançado com uma convivência com a pessoa e a experiência de um casal.

- Finalmente, algo em que concordamos. - afirmei mais animada.

Peguei um pedaço da pizza, que estava quase no fim, e o mordi. Estranhamente, minha amiga me encarava, observando cada movimento meu. Estava difícil até mastigar sem me sentir julgada.

- O que foi?

- Você é o meu maior desafio. - disse como se lamentasse. - Sempre amei as ciências e saber mais como a sociedade se tornou o que é hoje, assim como os seres humanos e seus relacionamentos, mas, quando conheci você, encontrei uma incógnita.

- Como assim? - Franzi o cenho, achando que a noite estava começando a acabar para mim. Eu odiava ser estudada por ela, ainda mais por ser uma brilhante pesquisadora social.

- Você é uma das pessoas mais fechadas que conheço. Seus medos ultrapassam barreiras nunca vistas por mim, e teme tanto se machucar, que se recusa a viver. - E lá estava ela, a menina que me julgava. Era a parte em que discutíamos. - Sabe por que me empolguei ou insisti tanto nessa experiência?

- Não quero saber. - Joguei de volta na caixa de papelão o pedaço de pizza e me levantei da cadeira, desejando não brigar por conta daquilo.

Eu sabia sim o porquê de tudo, e era do que estava fugindo.

- Por sua causa. - respondeu, mesmo vendo que eu não estava interessada no assunto. - Quero poder te ajudar a quebrar essa barreira. Sei muito bem o que a fez se sentir tão sozinha e mal-amada, embora isso não seja verdade. Eu amo você como minha melhor amiga e...

- Já chega, Hoper! - pedi duramente. - Se realmente gosta de mim, acho melhor parar.

- Por favor, prove que estou errada.

O sorriso de deboche que saiu de mim, doía por dentro. Era assim que eu me sentia quando era alvo das suas pesquisas. Parecia que estava em uma gaiola, como um rato de laboratório.

- Me desculpe, amiga, mas nada fará com que eu acredite em tal coisa ou a aceite. - falei um pouco alterada. - Sou medrosa por isso? Sim, eu sou, e não tenho medo de dizer em voz alta. Essa foi a maneira que encontrei para não me decepcionar comigo outra vez.

- E se você achasse alguém que lhe fizesse se sentir bem consigo mesma, pelo que é?

- Isso não vai acontecer. - Coloquei as mãos na cintura, sentindo o nervosismo de sempre. Sabia que me torturaria a noite inteira.

- Não fica curiosa para saber se daria certo ou não?

- Não!

- Então, faça pela ciência.

- Não!

- Samantha! - exclamou chateada.

- Hoper, eu não vou...

- Para quem odeia a palavra "não", está a falando muito.

Desejei matá-la por jogar isso na minha cara. Não era fácil me permitir fazer algo, ainda mais isso.

- Eu amo você. Sabe disso.

- Você se diz não merecedora do amor. Eu te amo e quero provar que alguém pode gostar de você sem nenhum interesse. - Levantou-se e veio em minha direção. - Eu sei que é difícil e que estou prometendo uma loucura, mas não precisa ser um namorado. Pode achar um amigo além de mim.

- Esse é o seu objetivo? Me dar mais amigos? - Estreitei os olhos. - Uma já dá muito trabalho.

- Quero propor a pessoas totalmente diferentes umas das outras a oportunidade de conhecer alguém que vá amar o que tiver dentro delas. Nosso mundo se baseia muito no corpo, no fenótipo e até mesmo em ter dinheiro ou não.

Eu queria ir embora nesse exato momento. Sabia que mais um pouco e ela logo me convenceria a fazer algo que eu não acreditava.

- É difícil para você se permitir. Sempre se boicota e perde a oportunidade de viver, por conta do medo.

- Pessoas são decepcionantes, Hoper. - Encarei-a. - Achei um modo de sobreviver, de aceitar que nunca serei escolhida. Você está me propondo algo absurdo: conversar com caras que não vou ver, nos quais não vou tocar, nem pesquisar sobre eles na internet, para saber se são de verdade ou mentirosos. E não seria apenas eu lá, teriam outras pessoas. Mesmo que eu não queira um relacionamento, seria terrível levar mais um "não" de um homem de quem poderia ou não gostar.

Minha amiga não disse nada e seu olhar pensativo me deixou desconfortável. Odiava não saber o que se passava na sua mente.

- Tudo bem. Me desculpe. - Abaixou a cabeça e se afastou de mim. - Não propus isso por desejar que se decepcione. E se acha que será exatamente isso que vai acontecer, é melhor não ir.

Para mim, foi uma surpresa vê-la concordar comigo.

Andei até meu quarto, fechei a porta e me deitei sobre a cama macia. O teto era meu amigo em dias de pensamentos tempestuosos. E eu estava em mais um desses dias.

Muitas vezes já me martirizei por conta do meu medo. O desejo de me manter na minha me protegia das decepções, só que também de novas experiências. Não era do meu gosto ser assim, mas como me sentiria bem em conhecer outro alguém, se a pessoa que deveria me amar, deixou-me para trás? Como pensar que seria escolhida, quando fui mandada embora tantas vezes?

- Isso não é para mim.

            
            

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