Capítulo 6 : De volta à cidade

Sua voz era muito fria, fazia Rachel sentir como se estivesse na geladeira.

Uma garota tão inteligente como ela, entendeu perfeitamente as palavras do Hiram. Isso significava que ela não tinha capacidade suficiente para ser sua esposa e que, se ela se casasse com ele, faria todo o possível para se divorciar.

"Primo, por que a senhorita Ruan parece triste? Aconteceu alguma coisa?", Carl caminhou até o lado da Rachel e viu que ela estava um pouco distraída.

"Por que vocês acham que pode ser minha esposa? Se vocês desenterrarem os dois velhos, eu me casaria com ela no frente deles".

Uma promessa feita há 100 anos entre dois homens velhos, tornou-se um casamento obrigatório para ele. Além disso, ela era uma mulher da família Ruan.

Dizendo isso, Hiram saiu furiosamente do lugar. Carl, ouvindo as palavras de seu primo, ficou um pouco assustado. Porque se isso fosse ouvido pelos ancestrais da família Rong, eles certamente sairiam do cemitério e dariam uma boa lição a seu descendente desobediente.

Quando Rachel voltou, foi direto para a porta da frente porque não queria ficar ali por mais um segundo. Pouco antes de sair do lugar, seu telefone tocou e era uma ligação da mãe.

"Rachel, é hora do almoço. Volte o mais rápido possível! Não faça a senhora Rong se preocupar, ok?".

"Mãe... Não sinto vontade de comer. Eu quero voltar primeiro e, por favor, peça desculpas à tia Rong".

Quando a Rachel terminou de falar, desligou o telefone. Esse homem poderia ter duas personalidades, mas ela não era assim e não podia fingir que nada tinha acontecido. Se as coisas eram tão claras, não havia nenhuma necessidade de comer juntos.

Quando voltou para casa, trocou de roupa e foi à cozinha para preparar ramen como seu almoço. Depois de comer, ela começou a fazer sua mala para voltar à cidade.

Quando ela estava se preparando, sua mãe chegou à casa.

"Rachel! Diga-me o que aconteceu hoje, você não vai a lugar nenhum até deixar as coisas claras".

Quando ela disse isso, a jovem quis ir embora diretamente, mas sua mãe a deteve.

Ela sabia que sua mãe iria repreendê-la, suspirou e se virou: "Mãe, Hiram realmente não quer se casar comigo, por que vocês tem que forçá-lo?".

"Que bobagem está dizendo? Na hora do almoço, Hiram disse que você é uma boa garota, a verdade é que você não quer se casar. Ele não tem a culpa", Fannie não acreditou as palavras da filha.

"Eu...", ela percebeu que esse homem não era uma coisa fácil, sentiu-se impotente e balançou a cabeça. "Tá bom mãe! Então não quero me casar com ele, você acha? Tenho alguns problemas de negócios para resolver. Voltarei agora".

"Pare!", Fannie franziu o cenho, caminhou na frente dela e disse: "Eu sei que estou forçando você a se casar com um cara que acabou de aparecer da nada, mas se o garoto fosse ruim, eu não aceitaria isso. Mas você já viu, Hiram é um garoto perfeito, sem falhas. Além disso, toda a família Rong esta na suas mãos, ele tem que ser muito capaz e, ademais, ele é bonito, pode dizer que é o melhor do todo o povo. A coisa que eu não entendo é por que você não gosta dele, ou pelo menos porque não tenta ficar com ele".

Fannie não entendeu os pensamentos da Rachel, na teoria todas as meninas gostavam de homens bonitos e ricos. Por que sua filha não estava interessada num homem assim?

"Mas bom, eu já expliquei tudo para sua tia Rong. Tudo está resolvido e agora Hiram também tem que trabalhar na cidade,porque não aproveita esta oportunidade para se relacionar com ele".

Rachel não sabia como continuar explicando e disse com relutância, "Mãe, por que você não acredita em mim? Esse homem não é tão bom quanto você pensa. O que tenho a dizer para fazer você acreditar em mim?".

Se fosse o habitual, ela não teria nenhum problema em se casar, porque a família Rong era muito rica, além de ter muitas empresas. Rachel não tinha que rejeitar essa oportunidade.

Mas só agora... Ela temia que o homem a matasse antes de receber o dinheiro.

"Mesmo que eu acredite em você querida filha, por que não obtém um pouco da confiança que tem no seu interior? Mesmo que o Hiram não a ame, mesmo que ele a odeie, por que não tenta mudar a maneira de pensar dele? Você não acha que conquistar um homem é o desafio que qualquer mulher merece?", Fannie mudou a maneira de convencer sua filha, ela olhava para a jovem de maneira encorajadora.

Rachel respirou fundo e sorriu um pouco pensando que, se não aceitasse a proposta de sua mãe, ela não pararia, "Aceito! Eu vou tentar".

"Isso é! Neste momento, você não precisava de voltar à cidade? Eu já disse a Hiram para que a leve", Fannie piscou e disse seriamente.

'Maldita seja!', Rachel ficou sem palavras com o que sua mãe acabara de dizer.

Fannie empurrou a filha em direção à porta e viu o Maybach escuro estacionado fora.

Rachel pensou por alguns segundos, não tendo escolha, caminhou até o carro, para o lado da porta do passageiro, pensando que o homem não iria dirigir o carro e que poderia estar no banco de trás. Com base nisso, ela pôde deduzir que não havia ninguém nesse lugar. Antes de abrir, alguém a agarrou e colocou ao lado da porta traseira.

"Rachel, não dê problemas ao Hiram no caminho", Fannie disse enquanto abria a porta traseira do carro, empurrando a filha para dentro com toda sua força.

Tirando vantagem disso, ele cumprimentou Hiram com um aperto de mãos: "Boa viagem!"

Depois de fechar a porta, o carro saiu devagar e desapareceu aos poucos.

Nestes dias choveu muito e, nesse momento, o céu ainda estava nublado, parecia que estava prestes a chover de novo.

...

Antes que Rachel dissesse alguma coisa, o Hiram disse sem levantar a cabeça, "Pare".

"Primo, isso...", Carl não entendeu por que seu primo queria parar o carro tão de repente, mas só seguiu suas instruções e estacionou ao lado da entrada do povo.

Rachel entendeu, ele não tinha intenção de levá-la de volta à cidade ou talvez ele quisesse que ela saísse do carro.

Assim que ela queria abrir a porta e sair, as gotas da chuva começaram a cair, pegou a mão e se virou para olhar para o homem ao seu lado. "Não me deixe aqui agora. Pagarei pela gasolina".

Estava chovendo muito forte e também não havia ônibus no momento; se baixasse agora, não poderia fazer nada além de esperar.

Hiram estava olhando os documentos na mão e disse friamente, "Não permito que as pessoas que não consigam manter sua palavra, estejam no meu carro".

'Não mantém suas próprias palavras?'. Hiram estava certo, desta vez foi Rachel quem não cumpriu sua promessa.

No entanto, ela não tinha muito que fazer no trabalho, podia perder tempo conversando com ele. O tempo de Hiram era mil vezes mais importante que o dela, por isso, queria ver quem estava realmente com pressa.

Hiram, vendo que a jovem não disse nada, levantou lentamente a cabeça para vê-la. "Realmente acha que não posso fazer alguma coisa com você?".