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Após sofrer uma tentativa de estrupo de meu padrasto e ser expulsa de casa por minha mãe, apenas com uma trouxa de roupas que juntei das que foram jogadas em mim, me levanto, aos prantos ainda, para onde eu vou? Não faço ideia. Mas escuto os gritos de minha mãe e Liam, só quero ficar longe daquele monstro ele me tirou tudo, a minha casa, a minha mãe, a possibilidade de um futuro, até meu pai ele me tirou, pois, minha mãe nunca mais me deixou falar com ele, é isso preciso pegar a carta que meu pai me mandou, lá tem o endereço dele, vou dar um jeito de ir até ele.
Vejo um beco, parece vazio e tem uma marquise o jeito vai ser eu me esconder aqui, hoje preciso trabalhar, lá penso melhor, me escondo e consigo trocar de roupa sem ser vista, dobro minhas roupas para que a trouxa fique menor e sigo para meu trabalho, minha patroa, Dona Amanda Mikaowski, parece um anjo, mas determinado a destruir minha vida, Liam foi até meu serviço atrás de mim e bateu em meu patrão, assim que toquei a campainha para entrar eles me mandaram embora, minha patroa um anjo de pessoa, me chamou no canto e me deu 100 dólares.
- Minha filha não sei o que está acontecendo, mas te conheço, sei que aquele homem é um monstro, vai atrás de seu pai, toma aqui. – Além dos 100 dólares ela me deu, ela me entrega uma mochila com produtos de higiene, quando ela viu que minhas roupas estavam em uma trouxa. - Espera aqui Nick. - Ela correu lá dentro e pegou outra mochila para que eu colocasse minhas roupas e tinha um lanche, ela fez por mim o que uma mãe faria.
Ver ela fazendo isso me parte ainda mais o meu coração, como minha mãe foi capaz... Paro em uma praça preciso organizar meus pensamentos, me sento e como o lanche que Dona Amanda me deu, ainda há esperanças nesse mundo. Me decido em ir para a rodoviária pegar um ônibus e ir para Paris, meu pai estava morando lá naquela última vez em que falei com ele pelo telefone, me lembro dele contando o que ele queria me mostrar que ficava perto de seu apartamento, assim que minha mãe me deixasse ir vê-lo, mãe, ela não merece esse título, irei chamar ela pelo nome apenas, Dana.
Compro a passagem para Paris, me restam apenas 30 dólares, preciso encontrar meu pai rápido.
Chego em Paris a cidade é linda, como queria ter vindo em uma situação completamente diferente, como sempre sonhei. Tento me lembrar dos locais que meu pai disse que ficavam próximo onde morava, peço ajuda, pergunto e chego, pelo que conheço de papai aqui deve ser onde ele mora.
Bato na porta e a vizinha, a amante de papai abre a porta.
- O que faz aqui?
- Desculpa Debora, mas preciso falar com o meu pai.
Ela me olha de cima embaixo ela repara nas duas mochilas em minhas mãos.
- O que aconteceu, sua mãe te colocou para fora?
Meus olhos enchem d'água.
- Só preciso do meu pai, por favor.
Ela respira fundo, apesar de tudo, Débora sempre foi uma boa pessoa.
- Vem aqui entra.
Eu entro e me sento no sofá.
- Olha Dom, eu sinto muito, mas... seu pai, ele não mora mais aqui.
- Onde ele está?
- Não faço a mínima ideia, ele me traiu com a secretária, na verdade ele traia nos duas, a mim e a sua mãe com ela. Quando viemos para cá, ele a trouxe junto, o coloquei para fora de casa e nunca mais falei com ele, troquei meu número, arrumei um trabalho e toquei minha vida, não voltei para trás pois tive medo de como sua mãe reagiria e a forma como todos me julgariam como uma vagabunda, sei que não fui correta, mas eu realmente amo seu pai e por isso dói tanto o que ele me fez, mas também não vou aceitar o que ele fez.
- Sinto muito Debby, nunca pensei que meu pai fosse assim.
- Eu até entendo que ele não amasse sua mãe, pois ele foi forçado a se casar com ela, mas comigo, ele veio até mim porque ele quis, mas vamos deixar isso para lá, me diga o que aconteceu com você?
- Eu... – Respiro fundo. - Minha mãe arrumou um namorado e por causa dele ela me colocou para fora de casa.
- Bom com a sua pensão você consegue se manter de forma simples, mas consegue.
- Não tenho acesso ao dinheiro, na verdade, eu nunca tive peguei um centavo.
- Como assim?
- Minha mãe... ela mudou... ela... – Não aguento e desabo, vejo Debora pegar o celular. Ela se levanta e pega água para mim.
- Faremos o seguinte, amanhã, tentamos achar seu pai, vai tomar um banho e hoje você dorme aqui.
- Obrigada Débora.
Passo a noite lá, mas no dia seguinte não conseguimos falar com meu pai, ele bloqueou todas as formas possíveis de contato dela com ele e pelo que os funcionários da empresa disseram ele foi transferido para o Brasil e a secretária o acompanhou. Mesmo eu dizendo que sou filha eles não me passaram nenhum meio de contato com ele. Mais uma vez me sinto perdida, mas Debby diz que irá me ajudar a encontrar um emprego e dar um rumo a minha vida, como se fosse um pedido de desculpas por ter tirado meu pai de casa. Ela me cotou como ela e meu pai se aproximaram, a verdade ela foi vítima dele, isso sim, ela me contou que sofreu um aborto espontâneo, ela pegou a camisa do meu pai e tinha marca de batom, ela havia montado um bela mesa de jantar para contar a novidade e ao ver aquela marca na camisa dele e sentir perfume de outra mulher nele, seu mundo desabou, ele confessar amar a secretária dele a destruiu e ela o colocou para fora de casa, ela se deitou na cama e acordou com uma poça de sangue em baixo dela, correu para o hospital e foi um aborto espontâneo, devido ao stress.
Um mês se passou, de acordo com Debby ela se acostumou tanto com minha presença que não quer que eu vá embora, estou pela primeira vez em muito tempo, nutrida, com sono regularizado, um pouco feliz, nos damos bem e cuidamos uma da outra. Ela arrumou um serviço de faxineira para mim, como sou menor ainda, ela não poderia fazer muito, chego em casa, sim agora é minha casa, a calçada está cheia de policiais e a porta da casa está aberta, estranho pois sempre tomamos muito cuidado, vejo eles saindo com ela em uma maca, seu braço está caído e ela inconsciente.
- O que aconteceu?
- Ela foi esfaqueada.
Medo percorre minha espinha como assim? Tento entrar na casa, eles tentam me barrar.
- Eu moro aqui. Eu moro aqui...
Uma policial vem até mim
- Vamos pegar uma troca de roupa para você, eu te acompanho.
Vamos até onde era meu quarto está revirado, isso me traz péssimas lembranças, daquele dia na casa de Dana, mas meu coração acelera quando vejo, um bilhete embaixo do meu travesseiro.
- Era para ter sido você, nunca vou desistir. Ass.: L
Pego e escondo o bilhete, não posso deixar Debby passar por algo assim novamente.
- Vou juntar minhas coisas e ir para a casa do meu pai.
- Tudo bem garota, só não demora. – Diz a policial que me espera em pé na porta.
Junto tudo que é meu, poucas coisas, algumas coisas que Debby me deu, as coisas que Dana jogou em mim na calçada.
- Eu nunca vou parar de sofrer?
Vou até o hospital, Debby está passando por uma cirurgia, preciso saber se ela vai ficar bem, aproveito para comer o máximo que puder, já sei que nublosos virão. Assim que fico sabendo que ela saiu de perigo, escrevo uma carta a ela explicando tudo, decido contar a ela sobre a tentativa de estrupo de Liam, para que ela entenda a necessidade de eu ir embora. Aconselho ela a se mudar também.
Deixo com a médica peço descrição referente a carta e vou embora, sem rumo mais uma vez.
Ando perdida pensando onde ir, me recordo de um abrigo e vou para lá, assim consigo passar a noite, mas existe algo que me esqueci, ainda não tenho 18 anos, assim que eles pedem os documentos e veem a minha idade, já saio correndo, eles irão querer me devolver para Dana e isso eu não quero.
Encontro um beco, parece vazio, me encolho e passo a noite, no dia seguinte acordo e pouco dinheiro que eu tinha fui roubada e algumas coisas que estavam na mochila também. Como irei comer?
Passo a mão pelos meus cabelos, preciso encontrar um lugar para lavar meu rosto e pensar para onde vou. Com fome, fraca, me sento na calçada, sabe quando nos sentamos sem perceber onde, ouço risadas e olho, é bem em frente a uma agência de modelos, uma garota mais bonita que a outra. Me encolho, porque lembro do que passei no colégio. Coloco minha cabeça entre meus joelhos, é como se eu estivesse ali no colégio de novo. Até que sinto uma mão em minha perna.
- Ei, está tudo bem?
Levanto a cabeça aos poucos, uma moça muito bonita, deve ser modelo, está ajoelhada no chão de frente a mim.
- Está tudo bem? Posso te ajudar?
- Não... Não precisa.
Ela olha para os lados, sabia que era uma menina rica, pois um homem se aproxima dela, quando ela faz um sinal.
- Xavier, quero comer dois cachorros-quentes, refrigerantes.
- Dona Amanda...
- Por favor Xavier, vou desmaiar de fome.
- Não saia daqui por favor, ou sua mãe me mata.
Ela se senta ao meu lado.
- Não irei a lugar nenhum.
Ele sai andando. Ela me olha.
- Como você se chama?
- Dominick
- Eu sou a Amanda, amei a cor do seu cabelo. Vai me conta, por que está aqui encolhida chorando?
Respiro fundo
- Muita coisa já me aconteceu, agora, só estou sem casa, se eu for a um abrigo, irão me levar para a casa da Dana, minha mãe e meu padrasto ele... eu só quero ficar o mais longe possível dele.
- Você trabalha?
- Estava fazendo faxinas, mas precisei fugir de lá.
- Perfeito, você vai trabalhar comigo, preciso de uma faxineira exclusiva, não gosto das da mamãe, são velhas, rabugentas e controladoras.
- Eu tenho só 17 anos.
- E eu 18 olha que legal, seremos amigas.
Não sei como, ou porque, Deus colocou Amanda na minha vida, nem o que fez ela vir até mim e se esforçar tanto a me ajudar, mas não posso ser exigente, não tenho um teto, dinheiro, preciso aceitar a oferta dela.
- Tudo bem, serei sua faxineira.
Ela se levanta e me puxa, pego minha mochila, seguimos para o carro que estava quase de frente a nós duas, ela me leva para o apartamento dela, é enorme, limpo, cheiroso e tem empregadas até demais, ela me leva para um quarto lindo, cheiroso, tudo limpinho.
- Esse será seu quarto.
- Não posso.
- Por enquanto. Por favor não diga não, eu sinto que preciso de você aqui.
- Tudo bem.
Ela me mostrar o banheiro eu tomo um banho, me visto e vou até a cozinha, ela é bem alegre e já me puxa e me apresentar a todos.
- Essa é minha amiga Dominick. Vou te chamar de Dom. Agora vem aqui, vamos para o meu quarto.
Quem em sã consciência iria trazer para dentro de casa uma desconhecida? Um anjo que apareceu em minha vida... Amanda Launder.