Capítulo 8 Obrigado a se divertir

Conhecer a Elaine aquele dia como corretora e ela ter me visto em um dia que é tão doloroso e naquela situação, nos aproximou, meu irmão Arthur diz que não existe amizade entre homem e mulher, mas eu e a Elaine somos a prova viva que existe, nunca ela deu algum sinal de ter interesse em mim e ela sabe que eu não tenho interesse em nenhuma mulher, ah ganhei um apelido, pois é essa doidinha me deu um apelido que todos que nos conhecem já usam.

O VIÚVO

Incrível o poder da nossa amizade, antigamente quando alguém falava olha o André o Viúvo, isso doía na alma, mas a forma como Elaine fala, me fez ver que não se passa de um adjetivo e literalmente é o que sou, eu perdi minha mulher, o amor da minha vida então sim, eu sou o Viúvo.

Foi aí que vi o quanto ela me faz bem, ela me obriga a fazer coisas que pensei que nunca mais faria, ela é muito só, não dá espaço para as pessoas se aproximarem, mas sabe manipular muito bem, faz um drama e já estou lá eu, fazendo o que ela quer e a risada dela, cara, é incrível como ela ri e faz todos ao seu redor sorrir também e isso é ótimo porque o meu melhor amigo o Gabriel, ele foi atrás de uma mulher que ele diz amar loucamente, ele é louco viu a mulher uma vez, passou uma noite juntos e foi ao Brasil atrás dela, eu as vezes quero acreditar que foi a Beatriz quem mandou Elaine aparecer na minha vida, elas duas seriam unha e carne.

Ela ainda não se abriu por completo, sei alguns fragmentos da vida dela, mas isso não importa, o que importa é que estou furioso com ela, o que ela fez? Me manipulou de novo, fez um drama dizendo que queria morrer, pois não fechou a venda que ela tentou a semana inteira, iria a boate sozinha e beber até cair, como eu sendo amigo dela, deixaria isso acontecer? Qualquer pessoa pode fazer mal a ela. Então estou eu aqui na porta da casa dela, esperando-a para que possamos ir aonde? Em uma boate. Acho que a última vez que fui a uma boate foi na minha despedida de solteiro.

- Até que enfim o donzelo chegou, estava criando teias de aranhas no sofá já.

- Larga de ser exagerada, vamos logo quero voltar logo para casa.

- Hahaha. Veremos viúvo, veremos.

Entramos no carro, ela passa o endereço para o motorista, nunca nem ouvi falar dessa boate, mas vamos lá, não demora e chegamos na boate, está cedo então não está tão lotada, vamos direto para a área VIP, querendo ou não ainda sou conhecido pela cidade, sou um Launder.

- O que eu estou fazendo aqui.

- Hoje vamos nos divertir um pouco, eu um pouco mais porque tenho você para cuidar de mim.

- Tudo bem, eu prometi te acompanhar.

A noite começa a ser divertida, Elaine é uma figura, dança, ri, bebe, eu também estou bebendo mais com certeza nem um terço do que ela está, bem que dizem que mulher é mais forte que os homens em diversos fatores, como esse a bebida, se engana quem acha que mulher é o sexo frágil, nós que somos ignorante em dizer isso, aprendi isso com a minha Beatriz.

- Ei que carinha é essa aí?

- Nada, uma lembrança que veio a mente.

- Olha aqui viúvo, olha bem para mim, você não é lindo, mas não é feio, então levanta essa bunda daí e vai dar uma volta pela boate, já reparou o tanto de mulher linda que tem aí.

- Elaine, já disse que não quero me envolver com nenhuma mulher.

- Ótimo arrume um homem para você então.

- Hahaha, nunca precisou. – Eu me levanto. - Não quero dessagrar a dama então vou me levantar, preciso mesmo de ir ao banheiro.

- Até quando vai manter esse voto? – Ela me olha. - Ah deixa para lá.

Saio andando pensando no que ela disse que será que algum dia conseguirei olhar para uma mulher com desejo novamente? Acho que não, nunca irei encontrar uma mulher como Beatriz.

Acabo dando uma volta pela boate, Elaine tem razão tem diversas mulheres bonitas, eu acho que devo me arriscar, mas primeiro preciso me preparar emocionalmente e mais uma vez eu dou para trás, acho que me tornei um covarde, se Arthur estivesse aqui, iria dizer isso, vou enfim ao banheiro, acho que demorei demais nessa minha volta, porque quando eu retorno para o local onde eu estava com Elaine ela não está lá mais, pergunto dela para as pessoas próximas e ninguém a viu.

- Elaine, onde você se meteu garota.

Me encosto na grade que nos dá a liberdade de ver a pista de dança no andar de baixo, vejo um tumulto próximo ao bar, parece que tem alguém dançando, quando eu olho melhor, saio correndo.

- Elaine desce já daí.

Era ela, tirou o sapato, subiu em cima do balcão e dança no ritmo da música quando reparo melhor ela está com uma garrafa de vodca na mão direita, um monte de marmanjo tentando assediar ela. Vou abrindo espaço por entre a multidão de homens ouriçados até chegar no balcão.

- Chega Elaine.

- Viúvooooo

Estico a mão e a puxo, coloco em minhas costas e saio andando de dentro da boate, vou em direção ao carro entro com ela, ainda bem que quando vi que ela, sumiu peguei a bolsa dela indo a sua procura.

- Meu... é pé... nãoooo... sapato.

- Ah minha amiga, o que aconteceu nos minutos em que sai de perto de você?

- Eu vi... vi um babaca.

Ela desmaiou... como eu a levo para a casa dela? Me diz? Impossível

- Ramon, por favor, siga direto para meu apartamento, não tem condições de deixar a senhorita Marques sozinha.

- Sim senhor.

Seguimos para meu apartamento, levo ela carregada até o quarto de hospedes, a deito e me lembro não procurei o sapato dela, amanhã preciso dar um de presente a ela. Porque as mulheres usam salto se depois voltam para casa descalça.

Cubro ela, apago a luz, fecho a porta e sigo para meu quarto, tomo um banho e me deito, lembro da noite, fui forçado a me divertir, mas por fim ela alcançou o objetivo dela, eu me diverti um pouco, acabo dormindo.

Amanhece

- Hum que dor de cabeça. – Elaine diz ainda sem abrir os olhos

- Quem é você? O que faz no apartamento do meu irmão? E no meu quarto.

Elaine abre os olhos e devido a ressaca e a pouca luz ela não consegue identificar direito quem é, muito menos onde está, ela se lembra de subir no balcão do bar da boate, ela olha para si, puxa o lençol e se cobre direito.

- Sou... Sou a Elaine. – Ela diz se sentando na cama.

Nisso a porta se abre.

- Ei, deve estar com dor de cabeça sua doidinha... Arthur, o que faz aqui.

- Oi irmãozinho.

- Ah! – Elaine solta um suspiro de alívio. - Estou na sua casa viúvo, graças a Deus.

Ele se aproxima dela, entrega um copo de água e um comprimido.

- Toma, beba.

- Obrigada viúvo.

- Arthur, vamos, o que faz aqui?

- Me explica.

- Não, vamos.

Arthur segue André, mas para na porta e fica olhando para Elaine, pisca para ela e por fim sai da fechando a porta.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022