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Ser o primogênito da família Launder não é fácil, nunca foi na verdade, quando pequeno era responsável por André, quando Amanda nasceu, a minha responsabilidade apenas aumentou, mas, isso sempre foi a única coisa boa em ser o primogênito dos Launder cuidar de meus irmãos, meu pai sempre me dizia:
"Arthur filho, para ser um bom empresário primeiro deve saber como cuidar da família."
Cresci acreditando nisso e como era novo demais para ter minha própria família cuidava dos meus irmãos como se fossem meus filhos, André sempre foi obediente e estudioso, defensor dos mais fracos, por isso estudou direito, tinha o tino para brigar com a razão, ou seja sem sair na briga, Amanda, a mais ela me deu trabalho, sempre foi de uma beleza marcante por onde passava, haviam tantos urubus ao seu redor e eu completamente diferente de André, vivia saindo aos socos com adolescentes "badboys".
Vivia uma vida plena, papai me fez optar por fazer faculdade de gestão empresarial tinha um plano para que eu assumisse a empresa, comecei até fazer estágio na empresa, confesso que admirava isso, saber que uma empresa toda, dependia de minha competência para sobreviver, saber quais acordos deveria assinar, fazer cálculos junto a parte administrativa para manter o dinheiro entrando, ser respeitado pelas pessoas as vezes até mais velhas que eu. O problema é que eu sempre gostei de balada e mulheres e isso foi minha perdição.
Me apaixonei, maior erro que cometi em minha vida, me apaixonar, ela era linda, confesso seu rosto delicado, traços perfeitos seus olhos azuis, cabelo loiro pouco abaixo do ombro, seus lábios perfeitos, seus lábios macios, carnudos, não consigo esquecer, quando fecho meus olhos vejo o rosto dela perfeitamente, mas toda essa beleza só foi usada para me destruir, ela arrancou meu coração, jogou no chão e pisou com salto fino.
Como isso aconteceu? Emily Albuquerque, uma argentina, com um sotaque espanhol que era percebido mesmo quando dizia o inglês, ela veio para Nova Iorque através de um intercambio, era muito inteligente, flertamos diversas vezes, até que consegui ter ela para mim, ela passou para a mesma faculdade que eu, só que o visto dela não foi autorizado, então a pedi em casamento, com meu nome e o pedido oficial e transmitido em toda a mídia ela conseguiu uma prolongação em seu visto por um ano, o motivo do noivado ser para prolongar o visto era um segredo meu, dela e do meu advogado, nos dávamos muito bem, éramos o casal dos tabloides de Nova Iorque, cada ida em um evento beneficente ela estava ao meu lado, cada casamento de celebridades, ela estava ao meu lado, acreditei que ela me amava, estávamos comprando nossa casa, mas ela quis construir ela estava estudando arquitetura então fez questão de desenhar a casa e ela queria ver o sonho dela sair do papel, com toda certeza apoiei ela, eu já a amava também e queria vê-la feliz, nunca mais fiquei com outra mulher desde que dei o primeiro beijo nela, fui fiel, um idiota, porque?
Fui corno, sim isso mesmo Arthur Launder é corno e o pior descobri em uma notícia que vi, quando chegava de viagem, todo feliz porque ia ver a mulher da minha vida, olho para o telão da Time Square e vejo ela tentando se esconder das câmeras, onde? Hahaha, na obra de nossa casa, ela estava tendo um caso com o engenheiro da obra, Donald Keller, um homem mais velho que ela uns 30 anos, já com cabelos brancos na cabeça, Donald já era avô, assim como eu, era muito conhecido no mundo dos negócios, fui direto para casa, peguei cada roupa dela, cada joia, tudo que dei a ela, e fui até a casa dela, joguei tudo na porta e claro a mídia fez questão de registrar minha atitude impulsiva.
Não quis voltar para casa estava cheia de repórteres, então fui para a empresa, chegando lá, a Emily estava lá na maior cara de pau, se escondendo da mídia, ao ver ela, antes que ela me visse me escondi na sala de reuniões, como possui acústica, gritei e chorei muito, assim me acalmei, peguei o celular e vi a repercussão que estava tendo das roupas de Emily sendo jogadas na casa de Donald a esposa dele saindo com malas e malas xingando ele, acho que ela só estava esperando um atitude minha, me sento e penso no que fazer com Emily e decido ligar para o agente da imigração que estava segurando a deportação dela, não quero mais ela aqui.
Assim que o agente chega, ele me avisa e aí sim vou ao encontro dela, ela me vê e já começa a chorar.
- Me entrega o anel vagabunda.
- Arthur por favor, me escuta.
- Me entrega o anel. Pega seu telefone e liga para Donald vim te buscar porque a imigração está lá embaixo para te levar.
- Arthur como você pode?
- Hahaha, como eu pude? - Olho para fora e vejo os agentes, abro a porta. - Podem levar ela.
Ninguém ousa falar nada. Mas meu pai os segue, conversa com eles algo e ela sai livre, sob as asas do meu pai. Passo a mão sobre as coisas na minha mesa e jogo tudo no chão.
Me aproximo do meu pai e dela
- Nunca irei te perdoar por isso.
Saio andando vou direto para um bar, recebo várias ligações de minha mãe, não atendo, André me acha, ele acabou de se casar e me arrasta para a casa dele. Beatriz conversa comigo e descubro que os pais de Emily conseguiram os papéis para regularizar a estádia dela nos estados unidos e em dois dias tudo estaria resolvido. Isso me irrita mais.
Dias se passam e todos os dias saio da empresa e vou para um bar encher a cara, voltei a ser um pegador, cada dia estou com uma mulher maravilhosa, mas o fantasma Emily vive me cercando. Agora o que me destruiu foi quando ela calçou o salto dela, e arrancou meu coração, fazendo o que? Se casando com Donald. Isso me destruiu, como iriamos estar no mesmo ciclo de amizades e eventos, eu tendo que ver minha ex-noiva ao lado de um velho, o homem que me tornou corno perante toda Nova Iorque. Quando vi o anúncio passar na TV do bar, peguei e sai andando sem rumo. Dormi no carro em um beco. Acordo volto para casa e tenho uma ideia, desço para almoçar, todos os domingos, André vem com a esposa para termos um almoço em família. Vejo que todos estão a mesa e faço o anúncio.
- Acabei de me alistar para o serviço militar, estarei no quartel em uma semana.
Todos deram sua opinião, mas eu só precisava sair dali.
- Está decidido. Já me alistei. Não irei voltar atrás.
E assim foi, fiquei enfiado no exército, me tornei um dos melhores soldados e fui subindo de patente aos poucos. Estava como primeiro Sargento e prestes a subir mais uma vez, me tornaria Subtenente, quando meu pai morreu e adiaram em respeito ao meu luto. Pois a cada patente que subimos ficamos um tempo recluso. Ainda bem que esperei porque André perder sua esposa, filho e nosso pai o destruiu, já não estava suportando ver ele assim. Então solicitei minha baixa.
Hoje chegou minha baixa, não disse nada a ninguém, mas fui direto ao apartamento dele, como ele nunca sai, sabia que estava dormindo, os porteiros já me conhecem então abriram para mim, decido dormir, pois cheguei muito cedo, às 04:00 estava entrando no apartamento dele, resolvo ir para o quarto de hospedes, mas quando abro a porta vejo aquela loira, linda, delicada, parecendo um anjo deitada na cama, o que me intriga um pouco é que seus traços me lembram muito Emily e na hora penso em voltar para trás, mas, já fazem anos, não sou um adolescente preciso superar isso, fico ali admirando a beleza daquela mulher, tantas coisas se passam pela minha cabeça, quem é ela é a principal. Vejo ela acordando, mas não posso demostrar interesse, nem sei quem ela é. Ela fala algo baixo relacionado a dor de cabeça, mas não abre os olhos.
- Quem é você? O que faz no apartamento do meu irmão? E no meu quarto. – Digo querendo respostas.
Ela abre os olhos, vejo que não consegue identificar quem sou, isso me diverte.
- Sou... Sou a Elaine. – Ela diz se sentando na cama. Agora tenho uma visão melhor e porra, que mulher perfeita.
A porta se abre e André entra com um copo na mão. Falando com a moça, moça não agora sei seu nome, Elaine. André me vê.
- Ei, deve estar com dor de cabeça sua doidinha... Arthur, o que faz aqui?
- Oi irmãozinho.
Ela reage e chama ele de Viúvo, ele deve que vai surtar. Mas não, ele não surta ele abre um sorriso, não o vejo sorrir desde o acidente, isso me intriga. E o pior ela o chama de Viúvo de novo e ele parece achar normal.
- Arthur, vamos, o que faz aqui?
Olho para ele e querendo fugir do tópico eu, olho para a beldade na cama e para ele.
- Me explica.
Ele fica sério
- Não, vamos.
Sigo André, mas eu paro na porta e olho para Elaine, tantas coisas me passam pela cabeça, sei de uma coisa, quero ela para mim, então, pisco para ela e por fim fecho a porta.