Morro de Amores
img img Morro de Amores img Capítulo 6 Conversa
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Capítulo 11 Apaixonado img
Capítulo 12 Presente img
Capítulo 13 Maravilha img
Capítulo 14 Aulas img
Capítulo 15 Avançado img
Capítulo 16 Preparações img
Capítulo 17 Desentendimentos img
Capítulo 18 A verdade img
Capítulo 19 Perdão img
Capítulo 20 Pazes img
Capítulo 21 Ajuda! img
Capítulo 22 Pro boy! img
Capítulo 23 Primeira vez img
Capítulo 24 A prova img
Capítulo 25 Tudo bem img
Capítulo 26 Tudo com você img
Capítulo 27 Nas news img
Capítulo 28 Tá de parabéns! img
Capítulo 29 Advogada img
Capítulo 30 Lembrei! img
Capítulo 31 Envergonhar img
Capítulo 32 Na festa img
Capítulo 33 Resolvido img
Capítulo 34 Presentes img
Capítulo 35 Notas img
Capítulo 36 Churras img
Capítulo 37 Resultado img
Capítulo 38 Não chegou img
Capítulo 39 Melhor opção img
Capítulo 40 Resgate img
Capítulo 41 Olha quem está aqui img
Capítulo 42 Irmão img
Capítulo 43 Aceitam você img
Capítulo 44 Diversão img
Capítulo 45 O dia img
Capítulo 46 Futuras médicas img
Capítulo 47 Surpresinha img
Capítulo 48 Atentado img
Capítulo 49 Mentiras img
Capítulo 50 Choro img
Capítulo 51 Desgosto img
Capítulo 52 Tem que se comportar img
Capítulo 53 Casar img
Capítulo 54 Acordou img
Capítulo 55 Não permito! img
Capítulo 56 Pra adoçar img
Capítulo 57 Início das aulas img
Capítulo 58 Brincadeiras img
Capítulo 59 Fogosa img
Capítulo 60 Não dá img
Capítulo 61 É pra você img
Capítulo 62 Ajudinha img
Capítulo 63 Apaixonadinha img
Capítulo 64 Tinha curiosidade img
Capítulo 65 Gosta img
Capítulo 66 Ela te deu esperanças img
Capítulo 67 Não vai ajudar em nada! img
Capítulo 68 Vamos pra casa img
Capítulo 69 Desculpe o atraso! img
Capítulo 70 Cachinhos dourados img
Capítulo 71 Olha só o perigo! img
Capítulo 72 Só um pouquinho img
Capítulo 73 Eu acho que o amo img
Capítulo 74 Ele tá vindo img
Capítulo 75 Mulher do Dono do Morro img
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Capítulo 6 Conversa

Anne não gostou nada daquelas palavras de Fortão, porém, ela nada disse.

"Melhor eu deixar esse homem falar o que ele quer falar e pronto!", ela pensou.

Quando o carro parou bem em frente ao pequeno prédio no qual ela morava, Anne saiu do carro, seguida por Fortão. Um dos capangas já ia saindo do carro, mas Fortão fez um sinal com a mão e balançou a cabeça negativamente.

- Tá suave. Eu vô subir com a minha mina. Precisa esperá, não.

O homem concordou com a cabeça e voltou a entrar no carro.

- Eu não sou a sua mina! - Anne cochichou para Fortão, irritada.

Ele sorriu de lado e deu um beijo rápido no pescoço dela.

- Claro que é.

Ela revirou os olhos, mas não pode negar que aquele beijo foi gostoso.

Os dois entraram no apartamento dela e ela achou melhor já ditar algumas regras.

- Seguinte, Fortão: não viemos até aqui para fazer nenhuma graça, entendeu? Mas sim para conversarmos.

- Tendi - ele disse, balançando a cabeça e segurando um sorriso.

- Nada de sorrisinhos. Eu vou agora tomar um banho e você vai ficar aqui, na sala.

Ele fez um beicinho.

- Ah, poxa... Deixa eu te ajudar a tomá banho...

Ela deu um sorriso sem graça e negou com a cabeça.

- Não.

Anne foi direto para o banheiro e trancou a porta. Fortão pensou que ela estava brincando e que abriria a porta, mas ela não o fez.

- Mulher difícil, essa! - ele sussurrou e suspirou, olhando em volta.

O apartamento de Anne era pequeno, mas bem arrumadinho. Ela não tinha muito ali na sala diminuta: um sofá de dois lugares e um armário. A TV estava pregada na parede, e devia ser de trinta e duas polegadas.

"Eu devia dar uma maior pra ela...", ele pensou.

Olhando na direção do banheiro, ele ouviu a água caindo e imaginou como as gotas rolavam pelo corpo de Anne. Mais um suspiro. Ele foi até o armário e o abriu.

- Nossa... - ele falou, fazendo uma careta. O armário continha livros, apostilas. Muitos papéis. - Credo, pra que ela quer tanto livro?

Fortão não era um ignorante, ou iletrado. Ele ia muito bem na escola, até que a vida dele mudou aos quinze anos. Mas ele terminou o ensino médio com notas regulares.

Antes de ele se tornar capacho do antigo dono do morro, Fortão tinha sonhos de ir pra faculdade, sim. Ele queria ser engenheiro. Ele era muito bom em matemática e foi inclusive por isso que ele conseguiu se dar tão bem com o antigo dono. Ele mostrou que era bom com as contas e ajudou em estratégias. Ele ganhou o respeito de todos.

Fortão passou os dedos pelos livros e viu que, além de livros de romance, ela tinha muitos livros de biologia, física e química, além de português. Ele pegou uma das pastas dela e viu que continha vários resumos.

"Ela é mesmo estudiosa... E bem organizada," ele falou para si mesmo, impressionado e, de certa maneira, orgulhoso.

O barulho do chuveiro findou e ele abriu um sorriso, esperando que ela saísse do banheiro, porém, ao abrir a porta, ela apenas colocou a mão para fora.

- Ah.. você pode ir aí no meu quarto e me dar uma blusa e um short, por favor? Blusa na primeira gaveta da cômoda; short, na segunda.

- Ue, e calcinha?

Ele perguntou, só pra provocar.

- Eu já tenho, aqui! Sempre deixo uma no banheiro. Agora, por favor... - ela balançou a mão em direção ao quarto.

- E se eu não for? Você pode sair de toalha, mesmo, amor. Prometo que não te ataco.

Ela duvidava muito daquilo.

- Não quero que me veja de toalha!

Ele revirou os olhos e foi até o quarto dela. Ao abrir a primeira gaveta, constatou que, de fato, ela era muito organizada. Tudo separadinho por cores.

Já com a blusa e o shorts na mão, ele saiu do quarto e colocou na mão dela, que ainda estava estendida para fora da porta. Ela fechou esta e se vestiu.

Não deu nem três minutos e Anne saiu do banheiro, uma toalha enrolada nos cabelos, como um turbante.

Fortão segurou a respiração. Sim, ele tinha se aproximado dela só porque queria brincar com ela, encrencar com a garota que não estava se enturmando com ninguém. Mas agora, ele sabia que tinha se metido em algo muito mais sério.

- O que foi? - Anne perguntou, levantando a sobrancelha.

- Tú é linda demais, sabia disso?

Ela corou e ele achou aquilo muito fofo. E ele não era homem de achar nada fofo.

- Ah, obrigada. Agora, sente-se - ela ofereceu o sofá, mas ele olhou para o quarto. - Nem pense. Sofá!

Ele revirou os olhos, mas fez o que lhe foi pedido.

- Ao menos senta no meu colo.

- Não.

- Caramba, amor!

- Nada de "amor". Foi para isso que viemos aqui: esclarecer as coisas.

Ele se recostou no sofá com uma careta e cruzou os braços. As pernas de Fortão estavam abertas, dando a ele um ar de "dono da casa".

- Beleza. Fala.

- Fortão, eu sei que você está acostumado que as coisas sejam do seu jeito. Porém, eu não sou uma coisa, não sou um dos seus capatazes...

- Capatazes?

- Isso. Capangas. Seguidores. Esses homens que trabalham pra você - ela falou rapidamente. - Eu não sou "cria" daqui e nem pretendo permanecer neste lugar por muito tempo. Por mais que eu tenha conhecido pessoas super bacanas, não é isso o que eu quero.

Ele pensou um pouco.

- Mas... O que isso tem a ver com nós dois ficarmos juntos?

Ela inspirou profundamente, procurando se acalmar, antes de falar.

- Eu não sou de "ficar" com ninguém. Eu não quero "rolo" , coisa de uma noite só. Coisa de uns amassos. Não sou a garota mais romântica do mundo, mas sim, eu pretendo ter certeza de com quem eu vou ficar tendo intimidades e a quem eu vou me entregar.

Fortão olhou para Anne e a viu de uma maneira diferente. Ele sentiu um certo remorso, por ter tentado seduzi-la, como se ela não fosse nada mais do que uma conquista.

- Eu não firmo esses compromisso, não.

- Eu percebi. Não moro aqui há muito tempo, mas eu percebi. E é exatamente por isso que eu sei que você e eu, - ela fez um movimento de vai e vem com o dedo, indicando eles dois. - não temos futuro algum e nem chance.

Ele suspirou algumas vezes, pensando, e Anne não disse nada. Ela sabia que a realidade com a qual ele estava acostumado era outra. Ele era o garanhão dali e não lhe faltavam mulheres interessadas. Ele era o rei!

- A gente não tem chance nenhuma, mesmo?

Ela balançou a cabeça em negativa.

- Você acabou de dizer que não se compromete. E isso é o que eu quero e espero de um homem. Além disso... você é...

Ela não sabia como dizer aquilo. Ele franziu a testa.

- Eu sou o quê?

            
            

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