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- Quem é " el diablo"?- Perguntou Beatriz para Júlia, repentinamente.
As duas estavam na suíte que Beatriz ocupava em Rosa Rosso. Beatriz de frente para a penteadeira, terminando de pentear os cabelos de uma bonita tonalidade de cor de mel. Já Júlia, bem instalada na poltrona, distraída com o seu computador portátil.
Aparentemente, parecia bem concentrada com algo importante, mas desviou de seus interesses ao ouvir a pergunta. Piscou os olhos várias vezes, aturdida.
- Por que essa pergunta do nada?
- Não é do nada. - Beatriz voltou-se para Júlia, um pouco apreensiva.
Sabia que aquela pergunta era no mínimo estranha. Ela sabia perfeitamente quem era o tal " el diablo". Viu noticiários na internet, e na maioria deles falava sobre o famigerado.
Léo Gallo era o nome dele. Praticamente o poderoso chefão da cidade.
- Eu andei lendo alguns conteúdos sobre o tal mafioso. - Beatriz mordeu os lábios ao continuar com a explicação, achando um pouco cinematográfico demais usar o termo " mafioso". - A cidade é protegida por ele, não é? Sei que tem uma briga de gangues com um tal Gabriel Sorrentino.
- Perto do el diablo, Sorrentino não faz nem sombra. - disse Júlia, os olhos brilhando de entusiasmo. - O último embate foi no aniversário do Gallo, em um dos cassinos dele. Pelos boatos que andam circulando na cidade, a ex namorada do Gallo, que inclusive tomou a frente da organização do aniversário, era cúmplice do maior inimigo dele, por isso o Sorrentino conseguiu entrar no cassino.
- Meu Deus... Traído pela própria namorada, coitado. Como um fora da lei do calibre dele se permite passar por isso?
- E quem pode evitar o amor, Beatriz? Quem consegue não se permitir quando está apaixonado? Todo homem tem o seu calcanhar de Aquiles, até o poderoso chefão. Todo mundo em Rosa Rosso sempre comentou o quão perdidamente apaixonado ele era pela tal Camila. Bem que dizem que um romance é sempre muito perigoso para os negócios de um homem como o Gallo.
- Me diga, Júlia... Por que ele é exatamente chamado de el diablo? Com certeza não pagar impostos dos cassinos, é um crime, mas ele não seria tão temido por apenas isso, não é?
- É porque ele sempre se envolveu com gente da pesada. Participa de transações perigosas, mas ninguém sabe ao certo com o que. Gallo é amigo de muitos líderes de facções criminosas, e tem o apoio de todas elas. Para você ter noção, depois de matar o melhor amigo do Gallo, Sorrentino desapareceu da cidade. Ele é apenas um grude no sapato do El diablo, que incomoda de vez em quando. - Respondeu Júlia, repassando exatamente tudo como a sua principal fonte da cidade contou.
- E a tal Camila?
- Também está desaparecida. Acredita que foi a irmã do Gallo que descobriu a traição? Ela flagrou Sorrentino e Camila em uma conversa. Daí, para se safar, a Camila tentou matá-la com uma facada.
Beatriz arregalou os olhos, assustada, ao ouvir aquela informação.
- Céus... E eu achei que São Paulo fosse violenta. O que diabos tem nessa cidade? Imitações de Bonnie e Claid?
- Camila e Gallo eram exatamente isso, a definição perfeita de parceiros do crime. Mas daí, ao que tudo indica, a história não teve um final feliz, sendo que diferente da original, a moça é uma traidora. Também está jurada de morte se colocar os pés aqui. E pelo que falam do Gallo, ele vai dar uma morte lenta e cruel para ela.
Mais uma vez, Beatriz sentiu a espinha gelar. Não gostava sequer de ouvir menções a palavra morte. Não depois da forma trágica que seus pais morreram, logo no andar de cima ao que ela estava.
- Diga a verdade, Beatriz. Te conheço muito bem, suas curiosidades não são infundadas. Por que estava procurando a respeito do Gallo? Como ficou sabendo dele?
- Estou falando sério, vi em noticiários da internet. Noticiários de Rosa Rosso. - Beatriz mordeu os lábios, apreensiva.
Precisava mesmo compartilhar aquela história com alguém.
- Desconfio que a morte dos meus pais não foi por um simples assalto. - disse a moça, novamente.
Júlia franziu o cenho, intrigada com aquela rápida confissão. Por que diabos Beatriz achava aquilo? De onde tirou aquela constatação?
- Eu sei que parece estranho...
- Por que acha isso, prima? Percebeu algo suspeito?
- Eu ouvi uma conversa dos bandidos, antes de deixarem a minha casa. - Ela engoliu em seco, nada confortável ao relembrar daquele episódio grotesco de sua vida.
Fechou os olhos, as pálpebras trêmulas, os olhos cor âmbar marejados ao tornar a encarar sua prima.
- Logo após executarem os meus pais, eles disseram que precisavam me encontrar sob qualquer custo, porque eu com vida atrapalhava os planos do chefe deles. - Continuou a explicação, com a voz embargada.
Maria Júlia ficou tão perplexa que sequer conseguiu expressar seu horror. Ela ficou paralisada por um minuto inteiro, fitando a outra, assustada.
- Por isso eu vim para Rosa Rosso. São Paulo já não era um lugar seguro para mim, a própria polícia de lá me ajudou com todos os trâmites. Enfim... Eu não queria chegar tão de repente assim e invadir a vida de vocês.
- Para com isso, Maria Beatriz. - Júlia a interrompeu, já se recuperando do susto. - Minha mãe e eu somos sua família. Meu pai era irmão do seu pai, minha mãe irmã da sua mãe. Estamos unidas pelo sangue e pelo amor, além do mais, essa mansão é de vocês, só alugamos o nosso apartamento e viemos para cá a pedido dos seus pais, que não queriam deixar uma propriedade tão boa abandonada, mas agora que está aqui.
- Quero vocês comigo. Por favor, não quero me sentir sozinha de novo. - Suplicou Beatriz, levantando-se da cadeira na qual estava, e caminhando até sua prima, sentando de frente para ela, na cama.
- Ah, querida. Claro que vamos ficar com você.- Júlia prontamente a puxou para um abraço, a envolvendo contra si. - Sempre nos terá.
- Obrigada. - Agradeceu Beatriz, lágrimas rolando copiosamente por suas bochechas, quando ambas se afastaram.
- Não agradeça. - Júlia deu tapinhas de consolo em uma das mãos da jovem, antes de continuar com o tema do qual abordavam antes. - Mas ainda não me disse do seu interesse súbito pelo Gallo.
- Confesso... A ideia de ter uma proteção de um homem como o " el diablo" é muito interessante para mim. Mesmo longe de São Paulo, sinto que podem me encontrar. Pela forma com a que os bandidos falavam, é muito importante para alguém se livrar de mim, e pior é que eu não faço ideia de quem é. O bandido pode está a poucos metros de mim, e eu estou completamente vulnerável.
- Estou entendendo o xis da questão. Por isso está tão interessada em um mafioso. Você quer pedir a proteção do " el diablo", não é?
- É exatamente isso, Júlia. Esse é o xis da questão. Eu vou pedir a proteção do " el diablo", e com ela, ninguém vai se aventurar a colocar o dedo em um fio de cabelo meu. - Beatriz tomou a iniciativa de ficar de pé, nervosa, e até um pouco empolgada. - Como faço para saber mais dele? Ao menos o rosto, já que não sai nos noticiários.
- O Léo Gallo é uma celebridade de Rosa Rosso. Vou te mostrar as redes sociais dele. - Prontamente, Júlia se voltou para o seu computador portátil, em seguida, abriu a tela de novo.
- Léo Gallo. - Murmurou Beatriz, olhando fixamente para a imagem de um bonito rapaz na tela do notebook. - Eu preciso encontrar uma forma de me aproximar dele.
...
Para Gallo, ler notícias antigas na internet sobre a família de Beatriz, havia se tornado um vício. Ainda na mesa do café da manhã, enquanto degustava o maravilhoso café bem passado por sua avó, seus olhos verdes e espertos rolavam pela tela do tablet. A garota tinha mesmo um padrão alto de vida, e carregava um sobrenome muito respeitável. Associado a uma alcunha como aquela, Gallo facilmente regularizaria todos os seus negócios, e transformaria a sua rede de cassinos clandestinos, em algo não só legalizado, mas muito bem frequentado. Casando com a herdeira Maria Beatriz Savóia Mendonça e Albuquerque de Morais, ele teria a chave de acesso para a elite. Adeus transações perigosas, adeus mundo da máfia... Leonardo Gallo deixaria de ser o " el diablo" e passaria a ser um homem ainda mais rico e de bem. E claro, como consequência, nenhum dos seus, ninguém que ele amava, correria risco de vida. Não aguentaria perder mais ninguém. - Léo?- Chamou Leonora, franzindo o cenho, intrigada com a dedicação de seu irmão naquele tablet, todos os dias. Como de costume, ele deixava todos por fora de suas decisões. Não comunicava ninguém, apenas avisava quando o algo inovador estava prestes a acontecer.
- Leonardo! - Chamou a moça, novamente, dessa vez, o tirando de seu estado de transe. Ele desviou os olhos para ela, sem demonstrar o sobressalto ao ouvir sua voz aguda, repentinamente.
- O que está acontecendo com você? Já não é mais o mesmo desde que... - Ela se interrompeu antes de mencionar a série de acontecimentos desastrosos que aconteceu há alguns meses. - Desde que tudo aconteceu.
- Deve ser porque eu não sou mais o mesmo. Ninguém continua sendo o mesmo após sofrer uma traição daquelas da mulher que amava. - Respondeu, rispidamente, ficando de pé.
- Aonde vai? - Perguntou Arthur, achando muito estranho o fato de seu irmão mais velho sequer tocar no café da manhã.
A primeira refeição do dia sempre foi a mais importante para ele.
- Agora preciso prestar contas até para onde vou? Sou o mais velho, sou o chefe dessa família, e não devo satisfações a vocês. - Rosnou Gallo, saindo da sala de jantar, logo em seguida.
Bastava tocar no nome de Camila, bastava lembrar dela, para o humor do homem mudar totalmente.
Ele chacoalhou a cabeça enquanto percorria o extenso corredor de seu casarão, que o levaria para a sala de estar, e em seguida, para a porta principal que o levaria para a área da piscina, e depois, para a rua.
Precisava afastar aqueles pensamentos de sua cabeça, precisava focar nos seus planos.
Há duas semanas vinha observando Beatriz.
Ela não parecia ser a menina rica que Gallo imaginava.
Usava boas roupas, era lindíssima, mas nem de perto parecia fútil. Costumava ler no jardim todas as tardes, e era bastante eclética em suas opções. Lia sobre economia, ciências, história, e também romance. Gallo logo deduziu que, assim como ele, ela era uma intelectual. Quem pensava em um homem do calibre de Gallo, um mafioso, ligado ao mundo do crime, por mais que tivesse estudos e boas aparências, por mais que, sozinho, tenha expandido os negócios obscuros de sua família, como alguém que costumava ler um livro inocente no final da tarde? Nem sempre tão inocente, já que muitas vezes Gallo calculou qual a sua porcentagem de lucro em um determinado golpe. Ou então, em uma leitura ocasional, ele leu como os seios da personagem principal de um livro balançavam, enquanto um homem que nem era o seu par amoroso a estava "divertindo". Ele não era nenhum um pouco inocente, mas Beatriz parecia ser.
Aparências...
Jamais se enganaria por elas novamente. Isso já aconteceu uma vez, quando apaixonou-se por Camila. Foi tudo rápido demais. Ele a salvou de um assalto, olhou em seus olhos escuros que mais pareciam duas piscinas n.e.gras, e dali por diante se sentiu responsável por aquela mulher.
Ela era vulnerável, e precisava dele, de sua proteção. E Gallo amava cuidar dela.
Mais uma vez chacoalhou a cabeça, não queria continuar pensando em Camila. Enquanto dirigia, Gallo imaginou todas as formas das quais poderia se aproximar de Beatriz. Rosa Rosso era uma cidade pequena, e com certeza teria algum grandioso evento do qual ele teria a oportunidade de participar, e encontrá-la lá. Por mais que não pertencesse a nata da sociedade, ele era " el diablo". Se exigisse um convite, ninguém se recusaria. Ninguém teria a coragem de contrariá-lo. Era uma boa ideia, mas seria depender demais do acaso, precisava de outra alternativa. Chegou a conclusão que a forma mais assertiva era transformar um dos empregados que trabalhavam na mansão dela, em seu espião particular. Hoje mesmo providenciaria aquilo, chega de perder tempo. Quanto mais demorasse para conhecer a sua herdeira milionária, mais demoraria para deixar o mundo do qual não queria mais pertencer. Estacionou o carro a alguns metros de distância, e caminhava no sentido da mansão de Beatriz, quando percebeu um movimento estranho. Estava de longe, mas seus olhos de águia captavam mesmo que do outro lado da rua. Havia alguém a espreita. Com certeza alguém m.a.l intencionado. A julgar pelo capuz, essa pessoa não queria ser reconhecida. Gallo sentiu todos os pêlos de seu corpo arrepiarem, quando o portão foi aberto, e Beatriz, na companhia de sua prima, passava por ele. O instinto de Gallo o fez caminhar ainda mais rápido, como se precisasse fazer com que uma tragédia fosse evitada. Calculadamente, ele levou a mão para o revólver que levava na lateral de sua cintura, já que ainda não havia perdido o hábito de andar armado - e suspeitava que jamais fosse perder-. O sexto sentido de Gallo não falhou. O homem que vigiava Beatriz cometeu um descuido ao não olhar para trás. Ele sequer teve tempo de puxar totalmente a sua arma, porque Gallo, prontamente, mirou o seu ombro e disparou. Acertou o alvo, em cheio. O homem deixou o seu revólver cair no chão pouco depois do tiro. Tudo aconteceu ao mesmo tempo. Os gritos assustados de Beatriz e Júlia, os seguranças da mansão correndo para o lado de fora da casa, indo conferir o que estava acontecendo, os cães de guarda das casas vizinhas bem agitados. Mas por um minuto inteiro, toda a mistura de sons que os ouvidos de Gallo conseguiram captar, ficaram distantes. O homem baleado, enquanto sofria sua dor, voltou-se rapidamente para ele, e o mesmo empalideceu ao ver de quem se tratava, era Gabriel Sorrentino, o verme que matou o seu melhor amigo. Gallo ficou cego de ódio. Suas mãos ficaram trêmulas, assim como o resto de seu corpo. Sempre foi um homem frio e calculista, sempre se orgulhou de sua inteligência emocional, mas naquele momento, estava totalmente fora de órbita. Ele puxou o gatilho, mais uma vez. Gabriel estava de costas, fugindo, quando o tiro o acertou de raspão, nas costas. Gallo se odiou por ter errado a apontaria. Mesmo de costas, ele poderia ter acertado o coração do homem, ainda em movimento.
Nunca Gallo perdeu um tiro sequer, e se tivesse visto a tempo que aquele crápula era o Sorrentino, o desgraçado não estava mais vivo para contar história.
- Ele já fugiu, senhor, não continue atirando, pode acertar alguém. - Pediu um dos seguranças, temeroso ao chegar perto de Gallo. É óbvio que pelo menos a maioria o reconheceu. O rapaz prontamente olhou para Beatriz, que continuava encolhida nos braços da prima, ainda muito assustada.
- Se sabem quem eu sou, estão proibidos de falar para as moças, ouviram bem? Ou venho acertar contas com cada um. - Rosnou Gallo, certificando-se de falar baixo, para ninguém mais ouvir.
- Sim, senhor. - O homem engoliu em seco, quase tendo uma síncope de tanto tremor.
- Avise aos seus outros colegas. - Gallo deu o ultimato para um dos seguranças que estava na frente, olhando-o tão profundamente, como se pudesse corromper sua alma.
Ele se afastou, indo na direção das moças.
- Vocês estão bem?
Júlia quase desmaiou ao vê-lo em pessoa, mas Beatriz conseguiu dissimular. Ela seu o coração palpitar de nervosismo e ao mesmo tempo ansiedade, ao ver que estava de frente para Léo Gallo.
- Estamos assustadas e confusas. Ainda não entendemos o que aconteceu. - Ela olhou diretamente nos olhos dele.
Léo se flagrou prendendo a respiração, ao analisar tão de perto aqueles olhos âmbar, com um círculo verde próximo a íris.
- Eu estava de longe, mas vi quando ele pretendia puxar uma arma para as senhoritas. Não sei se pretendia assaltar, ou... - Gallo se interrompeu, para não assustá-las mais.
Não queria dizer " ou matá-las a queima roupa".
- Ou o que? - Insistiu Beatriz.
Seu coração quase explodiu da caixa torácica, quando, depois de todo o susto, ela se deparou com o " el diablo" em pessoa.
O destino havia jogado muito certo quando o escolheu para ser seu salvador, era justamente dele que Beatriz precisava.
Dele, e de sua proteção.
- Ou, por alguma razão, matá-la a queima roupa. - disse Gallo, por fim.
Beatriz ficou pálida, assim como Júlia. Ambas sabiam o principal motivo de ter alguém realmente querendo acabar com a vida de Beatriz.
Talvez não soubessem do principal motivo, afinal, Beatriz não fazia a menor ideia o porquê da existência dela atrapalhar os planos de alguém, mas sabia que tinha alguém a caçando para isso.
- Você nos salvou. Muito obrigada por isso. - disse Beatriz, após quase ter uma síncope ao lembrar que existia a possibilidade de ter alguém - que ela não fazia ideia de quem era-, a procurando para tirá-la do caminho.
- Não precisa agradecer. Estava procurando uma casa para comprar por essa rua, quando percebi que aquele homem estava sondando a sua casa. Apenas fiz o meu papel como homem e cidadão. Sou Thomás Fagundes. É um grande prazer conhecê-la. - Léo esticou a mão, esperando que Beatriz apertasse a sua em um gesto de cumprimento, no qual ela de imediatamente fez.
- Maria Beatriz. - disse a moça, seus olhos, mais uma vez, encontrando os dele. - É um grande prazer te conhecer.
Ela só não fazia a menor ideia de uma coisa.
Por que Léo Gallo estava mentindo sobre o seu nome? Não fazia sentido nenhum, já que ele era bem famoso pela cidade, e inclusive, tinha uma rede social bem ativa.
Não tem como alguém ter um perfil na internet e querer ser inexistente.
Provavelmente ele sabia que ela não era da cidade. A própria Beatriz viu que havia saído um noticiário em Rosa Rosso sobre sua chegada. Tudo estava sendo coincidência demais, e talvez não fosse o destino que tivesse colocado o " el diablo para salvar sua pele". Talvez o homem tivesse alguma espécie de interesse nela. Mas o que aquele homem poderia querer? Tudo era uma incógnita, e Beatriz precisava descobrir.
- Me deixe retribuir o grande favor que me fez, Thomas. Posso te chamar assim, não posso?
- Claro que pode. - disse o homem, com um sorriso galante, ainda segurando a mão dela.
- Te convido para um jantar na minha casa, hoje a noite. - disse a garota, disposta a jogar o mesmo jogo que ele.