A TROCA {morro}
img img A TROCA {morro} img Capítulo 5 Cap. 05 ✿ Na boca ✿
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Capítulo 6 Cap. 06 ✿ Prendam ela ✿ img
Capítulo 7 Cap. 07 ✿ Papo reto ✿ img
Capítulo 8 Cap. 08 ✿ Meu braço ✿ img
Capítulo 9 Cap. 09 ✿ Tira a roupa ✿ img
Capítulo 10 Cap. 10 ✿ Saca só os novos brinquedinhos ✿ img
Capítulo 11 Cap. 11 ✿ Ele é o Dono do Morro ✿ img
Capítulo 12 Cap. 12 ✿ Sonho frustrado ✿ img
Capítulo 13 Cap. 13 ✿ O almoço ✿ img
Capítulo 14 Cap. 14 ✿ Pegos de surpresa ✿ img
Capítulo 15 Cap. 15 ✿ O que você vai fazer ! ✿ img
Capítulo 16 Cap. 16 ✿ Ele me usou como objeto ✿ img
Capítulo 17 Cap. 17 ✿ Me sentindo suja ✿ img
Capítulo 18 Cap. 18 ✿ Eu fui surpreendido ✿ img
Capítulo 19 Cap. 19 ✿ Mais que tesão louco é esse ✿ img
Capítulo 20 Cap. 20 ✿ Quem é pior a minha irmã ou os meus inimigos ✿ img
Capítulo 21 Cap. 21 ✿ Tendo piedade do meu inimigo ✿ img
Capítulo 22 Cap. 22 ✿ Resolvi ficar em casa ✿ img
Capítulo 23 Cap. 23 ✿ Me jogaram praga ✿ img
Capítulo 24 Cap. 24 ✿ Pow eu estou estranho ✿ img
Capítulo 25 Cap. 25 ✿ Tu fez o que! ✿ img
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Capítulo 5 Cap. 05 ✿ Na boca ✿

Faz oito anos que o meu pai me mandou para fora do Brasil, para que eu estudasse em um dos melhores colégios internos dos Estados Unidos, quando eu tinha apenas os meus quinze anos de idade, e depois que eu concluí o ensino médio lá, eu automaticamente fui transferida e aceita na universidade de Haward, para realizar o meu sonho de se transformar em uma renomada médica, a onde eu poderia ajudar a salvar várias vidas.

Pois eu prometi a mim mesma, no dia do sepultamento da minha mãe, ajoelhada e com as minhas duas mãos em cima de sua lapide, eu prometi que eu seria uma grande médica e que eu seria a melhor!

Assim eu poderia salvar a vida de muitas pessoas, já que eu não pude salvar a dela. (eu pensei e o meu coração partiu em mil pedaços, só por me recordar dessa fase difícil da minha vida)

E enquanto eu estava aqui presa não só nesse carro, mais também em meus pensamentos, eu pude perceber que nós estávamos subindo uma rua extensa e íngreme.

E na medida que o carro ia subindo nessa rua, esse tal de chefe abaixou o vidro do carro e eu pude perceber que as pessoas o cumprimentavam por onde o carro passava, como se ele fosse uma autoridade desse lugar.

Era um lugar bastante estranho, com muitas pessoas passando de um lado para o outro, com bastante agitação e muito barulho, pessoas falando alto mesmo elas estando uma do lado da outra, casas mal feitas e apenas em tijolos, umas casas mal arquitetadas, uma em cima das outras.

E enquanto o carro subia a rua fazendo várias curvas, eu conseguia perceber o quanto a vida humana era injusta, ou melhor dizendo, o quanto a sociedade era injusta.

Tinham tantas pessoas, e algumas delas aparentavam uma expressão tão sofrida em seus rostos e no meio delas tinham tantas crianças.

E elas estavam brincando no meio da rua, sem uma roupa decente, ou até um calçado nos pés.

Eu também percebi que tinham várias lojas e todas pareciam ser clandestinas, elas vendiam de tudo quanto era produtos, e eu percebi que muitos deles eram de várias marcas famosas.

E enquanto o carro ia subindo cada vez mais, passavam por nós vários motoqueiros subindo e descendo levando as pessoas e ambos estavam sem capacete, em uma velocidade assustadora.

E eu pensei...

...Como eles podem andar assim com essa velocidade toda, com esse tanto de crianças brincando no meio da rua?

E esses idosos? Subindo e descendo esse lugar íngreme, embaixo desse sol forte e escaldante.

Sem contar que hoje estava muito calor e o sol do Rio de Janeiro estava castigando qualquer um que se expusessem a ele. (eu pensei)

Me deu tanta pena de ver isso, eram coisas que eu nunca tinha visto antes, um mundo totalmente diferente do que eu imaginava.

E eu fiquei perplexa ao ver tudo isso.

Era como se eu fosse de outro planeta ou que eles fossem. (eu pensei)

E de repente o carro finalmente parou, eu fiquei tão distraída com tudo o que eu estava vendo que eu nem se quer percebi que nós tínhamos chegado em algum lugar.

E quando eu olhei de um lado para o outro, sentada ainda dentro do carro eu percebi que eu estava em um lugar muito alto.

E eu pensei...

...Aí meu Deus é agora que eles vão me matar e me jogar daqui de cima lá embaixo.

Eu senti um frio na espinha e as minhas mãos começaram a suar frio, quando um deles disse...

?: - Chefe o que nós faz com ela? (ele saiu do carro enquanto falava)

E esse tal de Junico também saiu do carro sem se quer responder a pergunta daquele homem e ele só fez um gesto com a cabeça e um deles puxou o meu braço me puxando para fora do carro e com a força que ele me puxou eu disse...

Aline: - Aiiii... Isso dói! (eu falei alto e olhei pra ele já franzindo a testa e fechando o meu semblante com raiva)

?: - Mermão já nu falei cutigo pra tu cala essa merda da tua boca! (ele disse praticamente gritando comigo e quando ele levantou a mão)

E eu jurava que ele iria me bater de novo, esse tal de Junico disse...

Junico: - Já chega Fraldinha! Na favela não porra! Você não está vendo os moradores?!!! (ele falou grosso com ele e ele abaixou a mão na mesma hora)

?: - Foi mal aí chefe. (ele disse igual um cachorrinho com o rabinho entre as pernas)

?: - Chefe e o que tu vai faze com a mercadoria? (ele disse se referindo a mim)

E me deu tanta raiva por ser tratada como um objeto sem valor algum.

Mas eu precisava ficar calada, eu não queria apanhar de novo.

E ele respondeu...

Junico: - Levem ela pra minha casa! (ele disse e saiu andando e subindo em cima de uma das motos que estavam ali paradas, ligando-a e dando partida indo para algum outro lugar)

[...]

____ Junico narrando ...

Eu me chamo Marcos Santos, mais conhecido como Junico mestiço, o dono do morro do Vidigal.

Eu lutei muito para chegar à onde estou hoje, eu tive que superar os meus próprios medos, traumas, frustrações, momentos de iras e raivas, eu tive que guardar o meu ódio muito bem escondido dentro de mim, para não mostrar aos meus verdadeiros inimigos que estavam tão perto que eu os odiava e que eu os considerava como tal.

Depois de presenciar a queda do meu padrinho e também a sua morte a sangue frio, eu tive que me alto superar, me alto amadurecer, naquela época eu só tinha oito anos de idade, e ver o meu padrinho sendo massacrado daquela forma foi a pior visão que eu já tive na vida, eu prometi pra ele e para mim mesmo que um dia eu iria vinga-lo, e eu cumpri!

Estudei todas as táticas e estratégias dos meus inimigos de perto, me infiltrei no meio deles, até que me tornei o sub do dono do morro do Vidigal, o mesmo que matou a sangue frio o meu padrinho naquela tarde sombria e aterrorizando, que até hoje não saí da minha mente.

                         

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