Capítulo 4 Determinação

Deanna teve um sobressalto. Seu primeiro ímpeto foi gritar de medo, e era o que ela estava prestes a fazer.

Foi então que um odor familiar de cigarro invadiu as suas narinas.

Aquele cheiro lhe lembrava Dario. "Dario?"

O homem, no entanto, não disse uma palavra. Com suas mãos fortes, ele segurou a cintura de Deanna, e isso fez com que ela se sentisse sufocada.

Ela tentou se esquivar imediatamente do seu aperto.

A escuridão dentro da sala privativa a impedia de vê-lo.

Ainda assim, ela tentou aparentar calma. "O que você pensa que está fazendo? Me solte", ela sussurrou, e sua voz soava tão sedutora que qualquer homem a acharia irresistível.

"Está com medo?", Dario disse em tom de zombaria.

Fechando os olhos, Deanna suspirou aliviada.

Agora tinha certeza de que era Dario.

"E por que eu estaria com medo? Pelo jeito, é você quem está nervoso", ela respondeu com um sorriso.

Ele então empurrou Deanna contra a parede fria, fazendo-a estremecer.

"O que faz você pensar que eu estaria nervoso?", quando Dario falou, ela sentiu o calor da respiração dele roçando a pele do seu pescoço, provocando um leve formigamento.

Mais uma vez, Deanna estremeceu involuntariamente. "Se não está nervoso, por que me trouxe até aqui? O que pretende fazer?"

"O que você acha que um homem faria aqui dentro com uma mulher?"

Com a mão de Dario serpenteando lentamente pelas suas costas, fazendo com que o calor que emanava da palma se infiltrasse na sua pele, Deanna sentiu a paixão se acender em seu corpo.

Ela foi incapaz de conter um gemido. "Você quer mesmo fazer isso em um lugar como esse?"

"Não creio que uma libertina como você se importaria com o local onde fazemos sexo", Dario disse com sarcasmo.

Deanna sentiu seu corpo congelar. No entanto, ela conseguiu recuperar rapidamente a compostura.

Então, passou os braços em volta do pescoço dele.

"Acho que você está com tanto tesão quanto eu, Dario. Você fica tentando parecer sério, quando, no fundo, tudo o que quer fazer agora é me foder aqui mesmo."

Bem nesse momento, o celular vibrou dentro da bolsa que ela havia esquecido de fechar.

Olhando de relance, Deanna viu o nome de Garrett piscando na tela.

Sem outra alternativa, ela teve que atender a ligação. Afinal de contas, ainda precisava da ajuda dele para descobrir toda a verdade sobre a morte dos seus pais.

"Desculpe, mas preciso atender essa ligação."

Com isso, Deanna pegou rapidamente seu celular.

"Estou no banheiro, Garrett. Daqui a pouco estarei aí. Até já."

Deanna desligou rapidamente. A essa altura, Dario já havia desistido, afastando suas mãos do corpo dela.

"Tchau, então."

Na penumbra da sala privativa, sua voz soou fria.

Depois disso, ele apenas abriu a porta e saiu.

"Dario."

Mas no instante em que Deanna alcançou a porta, Dario já tinha ido embora.

Ela nem mesmo se preocupou em ir atrás dele. Tudo o que precisava fazer era conseguir um emprego na Yonder. Assim, teria inúmeras oportunidades de se aproximar de Dario.

Procurando se acalmar, Deanna respirou profundamente e então saiu.

Agora, Dario já havia retornado ao seu lugar original. Enquanto um cigarro já parcialmente queimado descansava entre os seus dedos, ondas de fumaça flutuavam ao seu redor. Seus olhos profundos encaravam um ponto distante.

Sentada ao lado dele, Jeannie conversava animadamente, mas Dario parecia frio e distante.

Quando Deanna se lembrou dos braços fortes dele enlaçando a sua cintura, um sorriso ergueu os cantos dos seus lábios. Meneando a cabeça, ela foi imediatamente procurar por Garrett.

No meio do caminho, no entanto, ela encontrou subitamente alguém.

Era ninguém menos que Bruce Prescott, o melhor amigo de seu pai.

Naquele momento, ele conversava alegremente com Vernon.

A visão deixou Deanna um tanto surpresa. Bruce sempre havia estado no exterior. Então, o que ele fazia ali?

Depois de hesitar por um instante, ela decidiu caminhar até ele.

"Senhor Prescott, que surpresa! Não esperava ver você aqui."

Bruce ficou desconcertado ao ver Deanna. Seu rosto instantaneamente corou de constrangimento.

"Deanna, quando foi que você voltou?"

"Já faz algum tempo que estou de volta. Pensei que você não conhecesse o meu tio. No fim das contas, o círculo dos negócios não passa de um ovo."

Vernon deu risada do comentário dela. "Bem, Bruce é um homem de negócios muito bem-sucedido. E, naturalmente, também é um dos acionistas da Yonder. Contamos com a ajuda dele para que possamos colaborar com essa empresa."

Bruce riu ao ouvir as palavras de Vernon. "Em breve, Jeannie vai se casar com o senhor Archer. Com isso, você não vai precisar da minha ajuda para nada."

Deanna então forçou um sorriso para ele.

A julgar pela expressão de Bruce, ela teve a sensação de que ele devia saber de algo.

Isso apenas aumentou a sua determinação em trabalhar na Yonder.

"Nada como ter amigos. Nos últimos anos, meu tio tem administrado o Grupo Miller", ela disse com um sorriso. "O que ele precisa é justamente de pessoas de sucesso como você, senhor Prescott."

"Minha sobrinha está coberta de razão. Isso faz todo o sentido."

Erguendo sua taça, Vernon propôs um brinde a Bruce. Foi somente nesse momento que Deanna avistou Garrett procurando por ela.

"Com licença, vou deixar vocês dois agora. Meu amigo está procurando por mim."

Depois disso, ela se afastou, pavoneando-se na direção de Garrett.

"Você já terminou?"

"Terminei, e você? Conseguiu descobrir alguma coisa?", Garrett perguntou.

O local estava bastante barulhento, então Garrett precisou se inclinar para mais perto dela para falar. Para quem visse de fora, os dois pareciam bastante íntimos.

Dario os observava de longe. Com uma expressão sombria no rosto, ele apagou o cigarro e se levantou.

"Onde você vai, Dario?", Jeannie perguntou com um ar de curiosidade.

"Tenho um assunto para resolver."

Sem ao menos olhar para ela, Dario foi embora.

Ao se virar, Deanna avistou a figura dele se afastando.

Ela sentiu como se perdesse instantaneamente todo o interesse pelo que se passava à sua volta.

"Meu tio já retornou. Então preciso voltar mais cedo para casa hoje."

"Certo, vou te levar para casa. Já terminei o que tinha para fazer aqui."

"Não precisa, obrigada. Não quero que descubram quem você realmente é."

Acenando para ele, Deanna empurrou a porta giratória.

Assim que saiu, seu olhar recaiu sobre um carro preto que estava prestes a partir.

Ela sabia que era o carro de Dario.

Depois de um instante de hesitação, Deanna correu até o carro e o parou.

"Você pode me dar uma carona, Dario?"

Com uma expressão sombria em seu rosto, Dario apertou a mandíbula.

"Passe por ela e siga em frente!"

Com um rugido, o carro deu ré antes de passar por Deanna.

Tudo o que ela conseguiu foi o sopro da fumaça atingindo o seu rosto.

Furiosa, ela sentiu o sangue ferver em suas veias.

Sentindo a raiva invadi-la, ela ergueu o queixo com arrogância.

Estava completamente determinada a conquistá-lo.