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Eram 14h e 45min, no horário de Brasília, quando o avião pousou no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, me dando às boas-vindas ao Brasil. Eu teria ainda mais 2 horas de viagem, se conseguisse a sorte de não pegar engarrafamento, até chegar em Guarujá, que é onde fica a casa da minha família. Meu pai preferia manter uma casa no litoral, invés da grande São Paulo, porque era uma das coisas que minha mãe mais amava na vida: o mar, como a boa carioca que era.
O Rio é, sem dúvidas, muito lindo e minha mãe amava a sua Cidade Maravilhosa, mas São Paulo era melhor para manter a sede da empresa de papai.
Eram 15h e 15min quando saí do aeroporto, já com todas as minhas bagagens e parti em direção à minha casa. Meu pai havia mandado Alfredo, nosso motorista, ir me buscar no aeroporto. Como o esperado de São Paulo em qualquer horário, pegamos um pouco de trânsito, mas nada muito demorado, como seria mais tarde. Cheguei em casa 18h e 31min. Meu pai, como o esperado, ainda não havia chegado em casa. Cansada da viagem exaustiva, subi para o meu quarto, que ainda permanecia com tudo exatamente do jeito em que deixei, tomei um banho e desci para a cozinha, para comer algo; foi quando eu vi, sentado na ilha da cozinha, um vislumbre de um corpo masculino que eu sabia ser meu irmão. Sorri, feliz em finalmente poder estar junto à minha família e adentrei a cozinha, sorridente, pronta para dar um abraço em Christopher, meu irmão mais velho. Então, eu dei um grito.
- AHHH!!!
- Quem é você?
- Eu é quem pergunto: quem é você e o que faz na minha casa?!
- Ah, você deve ser a Chloe.
- Eu vou perguntar novamente: quem é você e o que faz na minha casa?!
- Adam Mackenzie, princesa, ao seu dispor. - havia um tom de deboche em sua voz, ao se referir à mim como princesa.
- Não me chame de princesa! O que faz em minha casa, senhor Mackenzie?
- Receio que eu esteja morando aqui, senhorita.
- O que??? - eu não estava entendendo nada. Quem era aquele homem, de cabelos louros escuros e olhos azuis como as águas do Caribe, sentado na bancada da minha cozinha?
- Senhorita Chloe! - ouvi a voz de Marta atrás de mim, adentrando a cozinha. Ela é a nossa governanta. Me impressiona não ter estado à minha espera quando cheguei, sequer havia esbarrado com ela pela casa, até agora. Não que eu me importasse com isso. - Peço perdão por não tê-la recebido, antes. Ouvi gritos vindos da cozinha e vim correndo, presumindo que fosse a senhorita. Vejo que seu pai não lhe contou sobre a estadia do senhor Mackenzie, aqui. Ele é filho de um dos sócios de seu pai, o americano de Miami. - ela parecia um tanto nervosa. Apenas sorri para ela e a abracei. Fazia tanto tempo! Marta era como se fosse da família, trabalhava em nossa casa há anos e me ajudou muito quando perdi a minha mãe.
- Que prazer em revê-la, Marta. E obrigada por esclarecer as coisas. Já estava prestes a chamar pelos seguranças e ligar para a polícia.
- Sou inofensivo, senhorita! - falou Mackenzie, com um sorriso simpático no rosto.
- Da próxima vez, se apresente como um, então. Não como alguém suspeito! - falei um tanto ríspida e ele levantou as mãos, em sinal de rendição.
- Me retirarei imediatamente, dando privacidade à senhorita em sua própria residência. Estaria sendo audacioso em desejar-lhe "bem-vinda" em sua própria residência?
- Considerando que você, para mim, é um estranho na minha casa, poderia ser estranho. - falei e ele assentiu, com um fraco e forçado sorriso de canto de boca, saindo da cozinha.
- Com fome, senhorita? Olga deixou pronto um bolo de chocolate, para recebê-la.
- Marta, por favor, é só Chloe! E sim, estou faminta! Adoraria esse bolo, com toda a certeza!