Capítulo 9 PARTE 1 - Cap VIII - Natal à vista

Beto pegou a estrada rumo a Minaçu com a ordem de levar abraços dos padrinhos aos seus pais e chegou à Minaçu se pavoneando sobre seu reencontro com Gaby. Ele não tinha o "troféu" em mãos para exibir, pois ela se recusou a voltar com ele, mas tinha as fotos tiradas na casa dos pais dela para provar a quem duvidasse.

Dona Alice quase morreu de felicidade de receber notícias de sua querida amiga e comadre Glória. E ficou em êxtase de saber que o filho finalmente iria cumprir sua promessa de se casar com Gaby. Feliz, ela fez questão de contar a todos que a conheciam, a razão de sua alegria e aos poucos a notícia foi se espalhando na cidade.

Flavia e Cida, ao saberem da volta de Gaby e Fred, se reaproximaram da amiga com esperanças de fortalecerem sua grande amizade da infância e adolescência. Passaram a se falar com mais frequência e até criaram um grupo de mensagens no aplicativo de mensagens instantâneas para conversarem as três. Gaby adorou retomar a amizade com suas queridas amigas.

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Depois que Beto foi embora, Gaby voltou à sua rotina normal. A semana passou num piscar de olhos para ela. Beto ligava todos as noites e ficava horas lhe falando que estava com saudades. No sábado pela manhã, Gaby foi surpreendida pelo Porteiro anunciando a chegada de Beto na Portaria de seu prédio e trazendo consigo seus pais. Ela ficou feliz em rever seus padrinhos. O tempo havia passado, mas eles continuavam sendo muito queridos.

Almoçaram juntos e a madrinha lhe fez um monte de perguntas sobre sua vida, seu trabalho etc. A madrinha, ainda, fez questão de dizer que estava feliz com o retorno do relacionamento dos dois e que fazia muito gosto que o casamento deles se concretizasse.

Após o almoço, Gaby levou os padrinhos na casa dos pais e foi outra festa! Muitos abraços e choro de felicidade. Gaby sentiu que estava fazendo a coisa certa ao voltar para Beto, pois por causa de seu orgulho ferido, ela havia afastado os pais, de amigos tão queridos, com quem tinham uma linda história juntos!

E assim passaram o fim de semana com as famílias novamente reunidas como tinha que ser desde o começo, se Beto não tivesse aprontado no dia mais importante de sua vida.

No domingo à tarde as mães já confabulavam o futuro dos filhos e Beto sorriu feliz, pois entendia que sua decisão de trazer os pais havia sido acertada. Ele imaginava que com paciência os pais o ajudariam a convencer Gaby a deixar o emprego e voltar a morar em Minaçu.

À noitinha, Beto pegou a estrada acompanhado dos pais e Gaby voltou para sua rotina de trabalho. E assim seguiram os dias. Durante a semana Gaby se dedicava integralmente ao trabalho e nos fins de semana se dedicava a Beto que vinha de tão distante só para vê-la.

Rubens ainda sofria a distância, mas ao que tudo indicava, Gaby já estava adaptada à sua vida com Beto.

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Natal de 2016

O Natal estava chegando e houve um impasse entre as famílias Monteiro e Leão. Beto e os pais queriam fazer o Natal em Minaçu, mas Gaby se recusava a pisar naquela cidade. Desta forma, acabaram por fazer a festa em Goiânia mesmo. Dona Glória reservou o salão de festa do prédio em que moravam e Dona Alice chegou uns dias antes para ajudar na preparação.

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Nas vésperas do Natal, Fred soube que Beto havia voltado com Gaby, afinal a família Leão não conseguia esconder tamanha felicidade e fizeram questão de contar a todos que iriam passar o Natal com a família Monteiro em Goiânia.

Fred novamente se lembrou do dia em que Gaby foi embora e ficou pensando o que Beto fizera para conseguir reconquistá-la depois do que havia aprontado no passado. Após refletir, chegou à conclusão de que esse e negócio de destino devia realmente existir e, Gaby e Beto de fato estavam predestinados a se casarem um dia. Meio maluco, mas ... fazer o que?

No mais, quem era ele para duvidar do destino se ele também tinha finalmente, após anos, conseguido ficar com a garota que ele era fã na adolescência?

Independente de existir destino ou não, Fred desejou que Gaby retornasse à Minaçu, pois sentiu muita vontade de revê-la.

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Fred tinha um bom coração e soube que a mineradora, em razão dos acontecimentos, aquele ano não faria a tradicional distribuição de brinquedos para as crianças carentes. Pensando como as crianças ficariam tristes, teve a brilhante ideia de ir à Goiânia comprar pessoalmente um caminhão de brinquedos para distribuir para a criançada na cidade. Ele chamou Jane para ir com ele e ela foi na expectativa de fazer compras para ela.

Fred se divertiu de montão escolhendo ele mesmo os brinquedos e parecia que ele tinha voltado a ser criança. Jane ficou morrendo de raiva e reclamava o tempo todo de cansaço, enquanto Fred mostrava um excelente preparo físico para bater pernas em prol das crianças minaçuenses.

-Você vai ficar só escolhendo brinquedos? Que coisa chata! Eu queria ir ao shopping escolher coisas para mim! – Jane bufou de raiva.

-Calma aí, Amor! Daqui há pouco a gente vai para o Shopping.

-Daqui à pouco? Você está falando isso há horas! Preciso de uma roupa legal para usar no Natal e no Réveillon, mas você só quer ficar escolhendo brinquedos!!! – falou visivelmente irritada.

-Mas os brinquedos foram a razão de nossa vinda, Meu bem!

-Sua razão, não minha não! Eu quero fazer as minhas compras e não ficar perdendo tempo com crianças... – mordeu a língua para não dizer "xexelentas". - ... carentes. – completou a frase.

O vendedor da loja de brinquedos então, decidiu ajudar Fred a resolver o impasse com a namorada e, de quebra, poder fazer sua pomposa venda sem a chateação da mulher reclamando o tempo todo. Solicito, informou a Jane que havia um shopping pequeno nas redondezas e sugeriu que ela pegasse um taxi. Assim ela poderia fazer suas compras enquanto eles concluiriam as compras dos brinquedos.

-Não! Eu não quero shopping pequeno. Quero ir ao maior shopping da cidade. – disse Jane irritada.

O vendedor explicou que embora não fosse grande, o shopping ao lado da Rodoviária tinha boas lojas. Fred insistiu para que Jane fosse e deu dinheiro para que ela comprasse o que quisesse. Jane pegou o dinheiro imediatamente, considerando que era melhor ir a um shopping pequeno do que em shopping nenhum e ficar vivendo aquela tortura de comprar brinquedo para crianças pobres!

Horas depois, Fred terminou as compras e ligou para Jane para buscá-la. Fred estava todo feliz com as compras que havia feito e informou à Jane que o caminhão para levar os brinquedos já estava contratado e sairia no dia seguinte para Minaçu. E eles iriam embora naquele momento.

-Mas você já quer ir embora? Você nem comprou sua roupa para o Natal e o Ano Novo!

Fred disse que era bobagem e que tinha muita roupa em casa. E ela ficou indignada por ele querer usar roupa velha no réveillon.

-Não é velha. Posso perfeitamente usar a roupa que usei o ano passado. Roupa é assim, lavou, enxugou, tá nova! Além do mais a roupa que vou usar no Natal eu já comprei!

-Sério?! Você só foi à loja de brinquedos!

Ele então contou a Jane que havia comprado uma fantasia de Papai Noel para fazer a distribuição dos brinquedos. Jane quase infartou e olhou para ele incrédula! Ele já estava um horror com aquela barba cobrindo quase todo seu rosto e aquele cabelo comprido! "Oh, meu Deus!" Só faltava ele ter comprado uma tinta para pintar a barba e o cabelo de brancos. Que lástima de homem ela foi arrumar! E aquilo era o melhor partido da cidade!"

-Pode acreditar! Vai ser divertido. – falou Fred empolgado.

Jane queria dormir e acordar só depois do Ano Novo do ano 2030, se fosse possível!

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O Natal chegou e a festa das famílias Leão e Monteiro transcorreu tudo dentro dos conformes, com muitos presentes, abraços e felicitações.

O Natal de Fred foi maravilhoso na visão dele e desastroso na visão de Jane. Pensando na alegria das crianças, Fred chamou seu amigo Tony que era dono da Padaria para entrar em parceria com ele, onde Fred distribuiria os brinquedos e Tony serviria lanches. Tony topou na hora e eles organizaram tudo.

Fred alugou um carro de som e circulou pela cidade convidando a criançada para a festa. Tony, montou uma tenda na praça da cidade, onde os brinquedos e os lanches seriam distribuídos. Na hora marcada a praça estava cheia de crianças. Fred apareceu vestido de Papai Noel e fez a alegria da criançada. Fred também distribuiu cestas básicas para as famílias carentes.

Jane não foi à praça para ver. Estava morrendo de vergonha daquilo e não queria se expor. Enquanto isso a mulherada, que era apaixonada por Fred, compareceu em peso. Fred era amado não só pelas mulheres que o achavam bonito, mas por boa parte dos moradores da cidade que admiravam o que ele tinha de mais belo: seu bom coração.

À noite, Fred buscou a namorada e a levou para a Ceia de Natal no sítio da família. Para variar, ela odiou!

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