•Protegida pelo Mafioso•
img img •Protegida pelo Mafioso• img Capítulo 2 QUE BABACA!!
2
Capítulo 6 SUA BELEZA NÃO ME ATRAÍ! img
Capítulo 7 TE PEGO A FORÇA! img
Capítulo 8 EU TE QUERO! img
Capítulo 9 VAI DIVIDIR O QUARTO COMIGO! img
Capítulo 10 PRECISO VOLTAR A REALIDADE! img
Capítulo 11 POSSESSIVO E CIUMENTO! img
Capítulo 12 VAI DEIXAR EU FAZER TUDO! img
Capítulo 13 QUER QUE EU CONTINUE img
Capítulo 14 QUERO CASAR COM ELA! img
Capítulo 15 SORTE SUA FAZER MEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE! img
Capítulo 16 ACOSTUME-SE! img
Capítulo 17 MADRUGA! img
Capítulo 18 CASAMENTO! img
Capítulo 19 PRESSÃO! img
Capítulo 20 CONFIANÇA! img
Capítulo 21 CUIDA DELA! img
Capítulo 22 QUANDO VAI VOLTAR img
Capítulo 23 CIRURGIA! img
Capítulo 24 OLHA AQUELA MULHER! img
Capítulo 25 VAI FICAR AQUI! img
Capítulo 26 EU TE AMO! img
Capítulo 27 ELA NÃO TEM ESCOLHA! img
Capítulo 28 PREPARATIVOS! img
Capítulo 29 ME AME EM TODAS MINHAS VERSÕES! img
Capítulo 30 VAI SER DIFÍCIL! img
Capítulo 31 FAÇO QUALQUER COISA POR VOCÊ! img
img
  /  1
img

Capítulo 2 QUE BABACA!!

Pérola - Narrando

Eu sorrio incansavelmente, como uma menina feliz diante de várias pessoas que me olham com indiferença, e outros da minha idade com pena.

Estou quieta, sentada no sofá da sala da casa dos meus tios, no aniversário da minha prima Regiane.

Como é difícil fingir, fingir que está tudo bem ser diferente. Olho para as muletas do meu lado, respiro fundo. Elas são minhas companheiras.

- Filha? - meu pai adotivo chama minha atenção, desvio os olhos da mesa na minha frente para encará-lo. Sorrio.

- Sim, pai? - respondo, ele se aproxima e senta do meu lado.

- Quer ir para casa? - ele faz a tão desejada pergunta para mim.

- Por favor! - imploro em minha resposta, ele mostra um sorriso triste me olhando. Holando é um pai exemplar, é carinhoso, compreensivo e engraçado às vezes. O amo como se fosse sangue do seu sangue.

- Me perdoe por insistir que viesse para essa festa - fala se sentindo culpado, só vim por causa dele, insistiu muito.

- O conheço, e sei que suas intenções foram boas ao insistir que viesse. E está legal - o tranquilizo, ele tem medo que entre em depressão novamente, mas isso não vai acontecer. Minha mente está muito mudada, tenho vinte e um anos, aprendi a lidar com a vida que tenho, com o meu destino.

Holando sorri pegando minhas mãos para me ajudar a levantar.

- Sua mãe chegou de viagem, trouxe muitos presentes - fala, ajeito-me com as muletas já em mãos.

Odete minha mãe havia viajado para resolver algumas questões sobre o casamento de Lorrana, com a sogra, Miranda Gratteri.

Fora da casa dos meus tios que não quis me despedir, vejo a Lorrana vir correndo para me encontrar.

- Também estou pronta para ir embora - ela fala ofegante, olhando-me com um sorriso.

- Lorrana, não precisa ir só porque já estou indo. Fique e aproveite mais com a nossa prima - falo, Lorrana sempre faz isso, não importa qual ambiente a gente esteja, seja o seu favorito, quando me canso e quero ir embora ela sempre vai junto para me fazer companhia. Vejo e sinto que não é por pena, ou se sente obrigada em fazer, mas é porque gosta de mim. Porém as vezes me sinto culpada.

- Aproveitei o suficiente. Não estou voltando só por você, mas por mim também. A gente precisa descansar para essa noite - fala, lembrando-me do importantíssimo compromisso.

- O jantar de noivado! - exclamo ansiosa por causa dela e sua alegria em casar com Igor Gratteri.

Papai apareceu com o carro e entramos. O percurso até nossa linda casa foi de conversas sobre o casamento, o único que não está tão animado para isso é nosso pai, ele resmunga enquanto Lorrana tagarela sobre Igor e sua beleza devastadora.

Somente faço rir, essa é minha vida e com eles, essa família que me encontrou é minha força e equilíbrio para não parar de sonhar.

Chegamos em casa e logo na entrada encontramos Odete, nossa mãe. O abraço dela aquecia toda e qualquer dor em minha perna, seu sorriso e gentileza me encantavam.

Odete mostrou os vários presentes que comprou, muitos vestidos lindos e sapatos. Mas nada que me fizesse querer usar, uma peça tão bonita teria que ser exibida com elegância, não comigo, que infelizmente nem consigo andar direito. Subo para meu quarto, no elevador feito para mim.

Vou para frente do meu computador, vejo várias mensagens dos grupos que participo na internet, interajo com pessoas em situações parecidas com a minha, passam pelo mesmo processo que eu de integração social.

O acidente que comprometeu meu futuro, aconteceu quando tinha treze anos, em uma viagem de família. Aquela noite foi horrível, fomos atacados, papai na tentativa de nos salvar acabou perdendo o controle do volante. Sei que até hoje ele se culpa, o que não é para acontecer. Holando não tem culpa, a não ser os homens que queriam matar nossa família.

Sei de todo esquema da máfia, o que meu pai faz parte e consequentemente todos nós, mas graças a Deus não é necessário que convivamos no meio do fogo cruzado. Às vezes papai precisa viajar, mas sempre volta para casa com vida.

- Pérola? Posso entrar? - Lorrana abre a porta, inclina a cabeça para dentro. Balanço a cabeça dizendo que pode. - Está conversando com alguém?

- Sim, alguns colegas da Internet, estão combinando para a gente se encontrar em algum lugar legal que aceite cadeiras de rodas - falo fechando a aba de conversa, após responder que quero fazer parte da saída, será bom conhecê-los pessoalmente e trocar experiências de vida.

Lorrana entra no quarto.

- Mas isso é seguro? - ela pergunta, é desconfiada, somos filhas de um capo, tem muitas pessoas vigiando. - Irei com você.

- Sim, é seguro - respondo. - Eu adoro a sua companhia, mana, mas quero estar sozinha nesse dia, pelo menos uma vez quero pensar que sou independente da ajuda de alguém.

- Fico esperando no carro, em frente ao restaurante que escolherem - retruca, não desiste fácil de estar comigo. - Tudo bem?

- Sim, Lorrana - falo fazendo careta pela insistência. - Mas a gente ainda nem decidiu nada, quando tudo for resolvido te aviso para ficar de segurança.

Satisfeita. Ela me guiou para seu quarto, para ajudá-la a escolher o vestido para a noite. Tarefa difícil, todos seus vestidos são bonitos.

Lembro que no meu closet, há muitos que nunca usei, e me culpo por não dar a ninguém, vez e outra pego algumas peças, as que desejo usar um dia quando perder a vergonha. Me imagino de salto altos, dentro de um vestido com decote médio, costas nuas, desfilando em um evento que nunca quis participar da família.

- Estou tão nervosa. Igor me faz sentir muitas coisas - fala Lorrana andando de um lado para o outro no quarto, já tendo decidido o vestido que usaria.

Sinto muita curiosidade sobre o amor, o calor que se sente ao ser tocada. Como é ser beijada? Ser admirada e desejada por alguém? Qual a sensação de fazer sexo?

Tenho muitos desejos e vontades. Os filmes picantes que já assisti despertaram em mim certas vontades, principalmente os livros.

- Que coisas o Igor te faz sentir? - pergunto curiosa. Eles se encontraram apenas cinco vezes.

Lorrana foi na porta e a trancou, se aproximou de mim com um olhar diferente, parecia envergonhado.

- Ele me faz sentir vontade de tirar a roupa - coloca a mão na boca rindo de nervoso, eu acompanho com os olhos arregalados. - O beijo dele é quente, o jeito que ele me olha me faz queimar por dentro.

Suspiro imaginando.

- Papai nem sonha que isso aconteceu - falo para espantar os pensamentos e a expressão de desejo de Lorrana.

- Não mesmo! - fala rindo.

E continuou contando algumas experiências com Igor, esse que nunca vi pessoalmente, apenas por foto. Só escuto falar muito sobre a família Gratteri

Algum tempo depois.... 19:48

Chegamos a propriedade dos Gratteri, onde tem uma das maiores plantações de café do país. Sinto ao vento da noite o cheiro suave e imagino o sabor adocicado.

Olho para o grande casarão que parece antigo mas tem sua beleza.

- Não precisa ficar atrás de mim, pai, fique perto da Lorrana, ela está muito nervosa - falo para meu pai, estou usando as muletas. - Vou devagar para apreciar esse lugar, de dia deve ser lindo.

- Sim, de dia é lindo - fala concordando, com certeza já esteve aqui. - Irei ficar com sua irmã, não exite em gritar por mim.

Passa para frente deixando-me para trás. Mamãe já estava na entrada do casarão conversando com Miranda, a única da família que conhecia pessoalmente.

Entramos no casarão, fomos recebido somente pela Miranda, segundo informações, Igor chegaria um pouco atrasado e seu filho mais velho de uma viagem.

Me aproximo de uma janela enorme que dá a visão ampla do céu e embaixo a plantação de café. Sozinha na sala, estando os outros na sala de jantar conversando, me arrisquei a subir na janela para passar as pernas para o outro lado e pensar enquanto apreciaria. Porém, isso sendo ridiculamente perigoso para alguém na minha condição, o previsível aconteceu, perdi o equilíbrio na minha própria arte e rodei para o lado de fora com as muletas e tudo.

O baque do meu corpo no chão não foi forte, mas doeu minha perna e gemir soltando o ar pela boca. Meu vestido branco sujou de terra, para meu azar as muletas ficaram longe de mim, do meu alcance.

Suspirei olhando para cima, para a janela. Como sairei daqui? Teria que me arrastar. Fechei os olhos procurando por autocontrole para não me descabelar de frustração.

Primeiro tentei ficar de pé, conseguir, mas o equilíbrio me faltou e fui ao chão.

Em uma dessas tentativas, só para não me arrastar, passar por essa humilhação, eu ouvi um latido um pouco longe, olhei na direção da plantação, e outro latido ecoou esse mais perto que o outro, mais perto e mais perto até que vi na iluminação nos estreitos caminhos entre uma plantação e outra um cachorro, esse que conhecia bem.

É um canário, essa raça tem uma das mordidas mais fortes. Meu coração disparou e rapidamente comecei a me arrastar, mas desisti quando o cachorro já estava perto. Fechei meus olhos, aguardando o ataque.

- Pare agora, madruga! - uma voz de comando se fez por cima do latido alto do cachorro. Abri meus olhos dando de cara com o cachorro sentado na minha frente, assustada, me afastei. - Vem aqui!

O cachorro obedeceu a voz, olhei para o lado, o dono da voz e do animal que me mataria, colocou uma coleira de cabeça no cachorro.

Fiquei em silêncio olhando.

- Leve-o! - mandou. Percebi a presença de um outro homem que saiu levando o cachorro. - Como chegou aqui?

O dono da voz se aproximou. Não conhecia. Mas seus olhos extremamente azuis me lembraram de Igor, poderia ser o irmão mais velho que chegaria de viagem. Ele usava um terno, tinha o cabelo bagunçado, expressão de cansaço.

- Não sei - falo, ainda processando o que acabou de acontecer, meu coração ainda estava acelerado.

O homem pigarreou um palavrão.

- Volte por onde veio, na próxima poderá ser o jantar do meu cachorro. Não a salvarei, essa é uma área proibida - fala grosseiramente andando para o lado esquerdo, onde com certeza dava a saída dessa área.

Permaneci no mesmo lugar, buscando coragem para me mover, e engolir as palavras desse homem grotesco.

- Não me ouviu? - ele voltou com expressão aborrecida no rosto. - Prefere ser arrastada pelos seguranças?

Que babaca! Sem escolha, me arrastei para pegar minha muleta.

- Você é.. - a voz dele falhou.

- Manca! Cair da janela, e não consigo ficar de pé e andar depressa para evitar ser o jantar do seu cachorro - falo, consigo ficar de pé com as muletas na mão.

Queria tanto sumir. Passei por ele sem olhá-lo, na minha lentidão, sentindo dor pela queda. Sair da área da plantação, e meu pai ia saindo do casarão.

- Filha, o que aconteceu? Estava te procurando - se aproxima preocupado comigo por ver meu estado, estou suja.

Segurei as lágrimas e me apoiei nele, que prontamente me carregou, deixei as muletas caírem no chão e escondi meu rosto.

- Só me leve para casa, peça desculpas por mim para a Lorrana, não conseguirei ficar - falo fungando. - Depois conto para o senhor o que aconteceu.

Papai começou a andar, mas parou de repente.

- Holando - essa voz é a mesma que a do homem grosseiro. Me encolhi mais no colo do papai.

- Sr Gratteri - fala o papai. Ele é o filho mais velho mesmo.

- Não é necessário essa formalidade, me chame pelo primeiro nome - fala, o tom dele agora é gentil. - Ela é sua filha? Para onde vai?

- Sim, Hugo, é minha filha. Não se sente bem - meu pai responde. O homem que agora sei que se chama Hugo soltou um resmungo que acredito que nem meu pai entendeu.

Papai me levou para o carro. Precisava do meu quarto, ficar sozinha.

❇❇❇

Hugo Gratteri - Narrando

Minha vida não tem sido fácil, conciliar a máfia e meu tempo na empresa em Londres. Nesses últimos dias tudo tem acontecido, e exige minha atenção. É difícil lidar com os traidores, na curta viagem que fiz, foi somente para eliminar os envolvidos em uma operação contra mim.

Não queria ter sido um otário com a menina, a filha de Holando, principalmente pela condição dela, agora sentado na mesa de jantar minha consciência pesa lembrando dela se arrastando.

- Está longe, Hugo - Miranda atrai minha atenção. Olho para minha mãe e para Igor colocando a aliança no dedo de Lorrana.

- Estou pensando - falo, ela continua me olhando. - Como é o nome da outra filha do Holando?

Pergunto em tom baixo para não chamar a atenção da família Saverin.

- É Pérola, ela é a mais velha - responde. - Viu ela por foto, ficou interessado nela?

Mirando é louca para me ver casar, e dar netos para ela cuidar. Nosso pai já é falecido.

- Não vi ela por foto, e não estou interessado nela - falo pensando. - Só quero encontrá-la para me desculpar.

Levanto da mesa sem dar mais informações para Miranda que certamente ficou roendo as unhas para saber o que aconteceu.

Vou para meu quarto, pego meu celular e ligo para Augusto, meu agente aqui em Londres.

"Manda para mim tudo que encontrar sobre Pérola Saverin" só mando e desligo.

Pego meu Tablet na mala. Essa menina teve muita sorte, não é sempre que dou atenção para os latidos de madruga.

Augusto manda uma foto para mim, e é da Pérola. Coloco os óculos para detalhar seu rosto, tem cara de anjo, é muito bonita. Aguardo pelo relatório da vida dela, amanhã mesmo a encontrarei.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022