•Protegida pelo Mafioso•
img img •Protegida pelo Mafioso• img Capítulo 3 BILHETE RASGADO E FLORES NO LIXO!!
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Capítulo 6 SUA BELEZA NÃO ME ATRAÍ! img
Capítulo 7 TE PEGO A FORÇA! img
Capítulo 8 EU TE QUERO! img
Capítulo 9 VAI DIVIDIR O QUARTO COMIGO! img
Capítulo 10 PRECISO VOLTAR A REALIDADE! img
Capítulo 11 POSSESSIVO E CIUMENTO! img
Capítulo 12 VAI DEIXAR EU FAZER TUDO! img
Capítulo 13 QUER QUE EU CONTINUE img
Capítulo 14 QUERO CASAR COM ELA! img
Capítulo 15 SORTE SUA FAZER MEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE! img
Capítulo 16 ACOSTUME-SE! img
Capítulo 17 MADRUGA! img
Capítulo 18 CASAMENTO! img
Capítulo 19 PRESSÃO! img
Capítulo 20 CONFIANÇA! img
Capítulo 21 CUIDA DELA! img
Capítulo 22 QUANDO VAI VOLTAR img
Capítulo 23 CIRURGIA! img
Capítulo 24 OLHA AQUELA MULHER! img
Capítulo 25 VAI FICAR AQUI! img
Capítulo 26 EU TE AMO! img
Capítulo 27 ELA NÃO TEM ESCOLHA! img
Capítulo 28 PREPARATIVOS! img
Capítulo 29 ME AME EM TODAS MINHAS VERSÕES! img
Capítulo 30 VAI SER DIFÍCIL! img
Capítulo 31 FAÇO QUALQUER COISA POR VOCÊ! img
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Capítulo 3 BILHETE RASGADO E FLORES NO LIXO!!

Pérola - Narrando

Todos nós temos traumas, o meu sem sombra de dúvidas são pessoas. Não é fácil para ninguém como eu sobreviver nesse mundo cruel onde pessoas egocêntricas habitam. Arrumo minha bolsa guardando meus livros sentindo ódio, ódio pela noite anterior.

Será possível que aquele homem, Hugo Gratteri, não enxergou minhas muletas no chão? Ou toda sua elegância acabaria se usasse um pouco do cérebro para prestar atenção?

Qualquer pessoa diante de um cachorro grande e assustador como aquele, teria a reação de correr ou pegar algo para se defender. E ver-me suja naquele chão, não lhe ocorreu a droga do pensamento que havia algo errado comigo?

- Filha, está tudo bem? - encerro os pensamentos. Odete minha mãe entra no meu quarto.

- Sim, tudo ótimo, mãe! - respondo franzindo a testa, mostro um sorriso e continuo organizando minhas coisas. - Porque?

- Porque a ouvir bravejar quando passei no corredor - comentou me olhando desconfiada. - É sobre ontem? Você não quer contar o que aconteceu, a gente quer entender como foi parar naquela área.

- Mãe, eu preciso responder? - respiro fundo. - Eu caí da janela, fui tentar me sentar e aconteceu isso. Rolei para o outro lado. Foi isso que aconteceu.

- Filha, isso foi muito arriscado, não devia sair de perto - Odete iria falar muita mais, sobre o que já havia decorado. Por isso a interrompo.

- Mãe, hoje não preciso de todo esse cuidado. Vou para faculdade, quero ver pessoas e sofrer a realidade da minha vida. Ontem serviria de jantar para um cachorro, então tudo bem lidar com pessoas da minha idade - falo desabafando.

Hoje não é um dia bom para mim. Não sei porque mas não consegui esquecer a voz de Hugo Gratteri. Foi a pior vergonha e humilhação que passei, ele é cunhado da minha irmã, o pior é que terei que vê-lo mais vezes. Por isso a angústia.

- Tem certeza que quer ir? - ela pergunta, tentando moderar no tom de tristeza, ela nem consegue imaginar o que passo.

- Sim, mãe. Eu te amo! - falo, coloco a bolsa em cima das minhas coxas, passo por ela na minha cadeira de rodas.

No lado de fora de casa, espero pelo motorista e meu guarda costas, Danilo. O homem que a quase três anos me acompanha na faculdade. Ele foi escolhido a dedo para estar comigo, cuidar de mim quando necessário e solicitado.

- Bom dia, Pérola! - fala chegando-se a mim, faço um aceno e nem sorrio por não sentir vontade. O carro para na nossa frente, um Citroën C4 Cactus Feel Business, adaptado para cadeirante. Prefiro estar logo na cadeira, para não ter que ser carregada na frente da faculdade.

Danilo abre a porta e empurra minha cadeira para dentro.

Alguns minutos depois.... No carro.

Olho para as páginas do livro. Sinto que Danilo me olha, e isso me incomoda.

- Porque me ignora, srta Pérola?

Danilo pergunta em tom risonho, ergo os olhos para ele, é a primeira vez que faz essa pergunta.

- É pago para me proteger, não para conversar comigo - respondo, volto meus olhos para a página do livro.

- Não cobrarei dinheiro extra se falar comigo, Pérola - ele fala, paro de ler. - Posso ser seu amigo, faz tempo que quero dizer isso. Pode aceitar?

Seu tom é gentil, sinto a mão dele na minha, um toque agradável sem más intenções.

- Sente pena de mim? - pergunto, não quero me decepcionar.

Danilo respira fundo.

- Sinto pena de quem perde a oportunidade de tê-la como amiga, Pérola - fala sincero, baixo a cabeça. - E não digo isso por ser uma menina rica de família conhecida. Meu irmão caçula é paraplégico, ele era atleta, um acidente de moto paralisou não só suas pernas como sua vida completamente. Então, não sinto pena de você.

Meus olhos ardem. Paraplégico. Eu consigo movimentar minhas pernas, só não manter-me em pé sem apoio, já o irmão de Danilo não pode fazer isso. No fim percebo que sinto tanta pena quanto os outros que me olham, preciso superar a mim mesma.

- Qual o nome do seu irmão? - pergunto interessada em saber mais.

- Luciano - responde mostrando uma foto no celular. - Um dia posso levá-la para conhecê-lo se quiser.

- Eu quero sim! - sorri para ele, sentindo que poderíamos sim, ser amigos.

Algum tempo depois.... Na saída da faculdade, após uma aula longa..

A pedido meu Danilo usava roupas comuns enquanto na minha companhia na faculdade, isso desde o começo. Para mim é mais fácil assim, ser vista com ele no padrão de roupa de guarda costas, me constrangeria, ainda mais em uma faculdade.

Na saída do edifício, onde "colegas" de classes saíam para aproveitar o final de semana, Danilo parou-me e se agachou na minha altura.

- Hoje sua irmã vai escolher as lingerie para a lua de mel e sua nova rotina como esposa. Ela me ligou quando estava na sala de aula, quer você para ajudá-la - fala Danilo, suspiro sem vontade de ir, lembro bem desse compromisso importante na escolha de lingerie, e principalmente de uma presença feminina que a ajudaria.

- Ela não precisa de mim, sei que uma parente distante de Igor irá ajudá-la. Mas como Lorrana quer que eu participe, irei! - falo, é melhor que voltar para casa e me enfurnar no quarto.

Danilo contente com minha resposta iria me levar para o carro, porém, um homem se aproximou de nós e me entregou um lindo e grande buquê de flores. Isso chamou a atenção de alguns "colegas". Olhei para Danilo e cheguei a rir, iludida que alguém poderia ter se interessado por mim.

- Você que pediu? - pergunto para Danilo, antes de ler o bilhete.

- Não! Leia o bilhete - responde se levantando erguendo as mãos.

Abri o pequeno envelope e comecei a ler o bilhete.

"Perdoe-me pela noite passada, me excedi! Não devia ter sido um grosseirão com a filha do meu fiel amigo. Essas flores representam meu pedido e arrependimento." Hugo Gratteri

Minha reação após ler o bilhete foi apenas de amassá-lo. Avistei uma lixeira perto, pedi para Danilo me levar até ela, e lá joguei as flores.

- Quem mandou? - Danilo pergunta confuso com minha atitude.

- Um grosseirão - pigarreo sem paciência para explicar.

❇❇❇

Hugo Gratteri - Narrando

Bebo mais um gole do café, o gosto amargo salpica na minha boca. Já tem um tempo que mandei que comprassem as flores mais lindas para entregar à filha de Holando, a pequena Pérola de vinte e um anos. Olho no relógio, a essa hora deve ter recebido e se derretido, esquecendo minha deselegância.

Estou na terceira reunião na empresa, não teria tempo para ir pessoalmente entregar as flores e pedir desculpas para a filha de Holando, por estar ansioso tive a ideia da entrega.

Uma batida na porta dupla de vidro escuro tem minha atenção, uma das minhas secretárias adentra a sala retangular para me passar algum recado, e recebe um olhar repreendedor por interferir a reunião, e ela sabe disso.

- Perdão, sr. Gratteri. Mas o sr. Augusto insiste em falar com o senhor - ela fala se justificando.

Mandei que ele próprio entregasse as flores para a filha de Holando. Mesmo não sendo seu trabalho, ele é perfeito para descrever a reação dela e por esse motivo me levantei da cadeira e saí da sala de reunião, deixando sozinho quem dialogava.

Encontro Augusto sentado na poltrona próxima à mesa da recepcionista. Passei por ele e me seguiu para minha sala.

- Como ela reagiu? - pergunto para ter certeza do que já sei. Ela se derreteu.

Augusto faz uma expressão que me faz duvidar da minha convicção, mas espero ouvi-lo.

- A filha do Holando leu o bilhete e o rasgou - informa com tensão nos olhos, isso já faz minha respiração mudar. - As flores, ela jogou no lixo.

Isso não deveria me irritar tanto e fazer-me desejar ver essa menina para confrontá-la sobre as flores. Gastei meu tempo para isso, e ela joga fora as flores mais caras da cidade? Sem contar com a beleza, escolhi a dedo. Minha caligrafia cravou naquele pequeno papel.

- Onde ela está agora? - pergunto, pego meu paletó e visto.

- Em uma boutique de lingerie, está ajudando a irmã a escolher as lingerie para a lua de mel - responde.

Não pergunto mais nada, ligo para minha secretária e mando que cancele as próximas reuniões.

- Para onde o senhor vai? - Augusto me pergunta, seguindo-me para fora da minha sala.

- Atrás dessa menina - resmungo. Quem ela pensa que é?

Alguns minutos depois.....

NA BOUTIQUE... adentro o espaço decorado na cor branca e vermelha, está praticamente vazia, Igor certamente quis assim para que Lorrana tivesse liberdade para escolher o que quisesse.

A poucos metros de mim, vejo a filha de Holando, a responsável pelo meu súbito estresse. Pérola está sentada em uma cadeira de rodas, tem o corpo reto, uma boa postura. Está de lado para minha direção. Me aproximo.

- Porque jogou fora as flores e rasgou o bilhete que lhe mandei, srta Savarin? - ressalto minha voz atraindo a atenção das mulheres que trabalham na boutique, ouço os suspiros e tenho certeza que recebo olhares de desejo, mas mantenho os meus na menina que continua sentada e não moveu um músculo para olhar para mim e responder-me. - Está me ignorando? Devia seguir o que seu pai ensinou, ser educada!

Que inferno! Ela continua parada sem olhar para mim.

- Hugo! - a voz de Simone, minha prima, me faz tirar os olhos da menina mal educada.

- Simone - falo com voz arrastada, estou irritado! Não lhe dou atenção e me aproximo mais da menina.

Me coloco na frente dela, assim não continuará me ignorando, seguro em cada lado da cadeira, inclinando-me para baixo . Ela finalmente me olha com os olhos assustados, na foto não mostrava o contraste perfeito da cor de mel, que me miram agora.

- Mas o que está fazendo? - ela pergunta, tira dos ouvidos os fones. Puta que pariu!

❇❇❇

Pérola - Narrando

Sorte minha sempre ter comigo meus fones, pois foram meus salvadores da companhia de Simone. Fomos apresentadas e o jeito que ela me olhou e as palavras delas? Que ódio!

Lembrando de minutos atrás..

- Nossa, ela é tão bonitinha, parece uma boneca! - fala Simone sem jeito em como me comprimentar.

- Não use o diminutivo comigo, não me agrada - falo, não tenho a mínima vontade de agir na falsidade, menos ainda com essa Simone. Não quero julgá-la, mas seu olhar mostra o tipo de pessoa é.

Atualmente.

Olho assustada para esse homem que tem os olhos tão azuis que pareço estar diante do oceano pela também profundidade que me levou por alguns segundos, quase me afogando.

Pergunto o que ele está fazendo, está muito inclinado para mim. Me sinto desconfortável.

- Pensei que estivesse me ignorando - ele pigarreia em resposta a minha pergunta. Fica reto, agora olho para cima para encarar sua face confusa.

Respiro fundo, desvio meus olhos dele. O que veio fazer aqui? Iria colocar novamente meus fones de ouvido, mas fui impedida pelas mãos do grosseirão retirando-os da minha mão.

- Devolva meus fones! - falo. Ele os coloca no bolso do terno.

- Primeiro responda minha pergunta, srta Savarin - fala com sanha nos olhos, se inclina mais uma vez para mim. - Porque rejeitou o meu pedido de desculpas? Jogou fora as flores e o bilhete.

Hugo Gratteri veio até aqui, para reclamar sobre o que fiz?

- Eu aceitei seu pedido de desculpas, sr. Gratteri. Só não as flores que eram feias e a caligrafia no bilhete não me passaram seu arrependimento, mas, aceitei seu pedido - falo, movo meus lábios em um sorriso sem mostrar os dentes. - Não precisava se preocupar pela sua grosseria. Até tinha esquecido.

Tirei suas mãos da cadeira, e quis locomover-me para longe dele.

- Eu posso te ...

O tom de voz dele saiu grosso, não iria permitir que falasse alto comigo.

- Pode o que?

Travei a cadeira de rodas e me coloquei de pé, apoiando-me nela. Hugo se afastou alguns centímetros e olhou-me dos pés à cabeça. Eu usava uma melissa transparente brilhante e calças jeans, blusa branca.

- É linda .. - ele sussurrou de repente com os olhos estreitos, como se isso fosse uma surpresa para ele, não sei explicar.

Engulo em seco. Ele parecia me ver nesse momento como uma mulher, não uma manca indefesa.

De repente ficamos nos olhando, meu coração ficou acelerado.

- Hugo, o que faz aqui? - a aparição de Igor no cômodo me assustou e acabei soltando da cadeira perdendo o equilíbrio iria cair, mas os braços fortes de Hugo agarraram minha cintura. Típico.

Prendo minha respiração. Meu corpo ficou colado no dele, nunca havia ficado tão próxima de um homem.

❇❇❇

Hugo Gratteri - Narrando

Estranho o que meu corpo sente, não quero soltá-la. Ela é pequena e parece indefesa, embora mostre força e independência em suas palavras. Seu corpo cheira a sândalo, é exótico, amadeirado e doce.

Percebo que meu corpo quer ela. A coloco na cadeira. Quase não conseguindo tirar as mãos dela.

- Vim falar com a irmã da sua noiva, Igor - respondo, olho para Pérola, ela parece afetada com o meu toque, tem os olhos fixos em minhas mãos. - Mas tenho que ir agora.

Sair sem olhar novamente para Pérola. Preciso entender o que meu corpo quer.

Voltei para a empresa.

Algum tempo depois ...

Suspiro sentado na minha cadeira no escritório. Lendo pela vigésima vez o relatório da Pérola Savarin. Ela ousou me enfrentar, isso nunca aconteceu antes, todos temem a mim, as mulheres se ajoelham aos meus pés. Ela desdenhou das flores da minha caligrafia. Me prestei a fazer isso pela primeira vez.

- Porque está inquieto? - Augusto entrou no escritório, pensei que tinha ido embora.

- Estou pensando! - advirto.

- Há uma hipótese da srta Savarin não ter ficado "feliz" com as flores e tê-las jogado fora - fala Augusto com uma foto nas mãos, a coloca em cima da mesa, a pego, é de Pérola em frente a boutique sorrindo para um homem agachado, muito próximo do rosto delicado dela. - Ela tem namorado!

- Isso não está na porra do relatório que fez, Augusto! - me exalto, amasso a foto, sentindo meu sangue ferver. Porra! Eu dificilmente perco o autocontrole. - Descubra tudo sobre esse namorado.

- O que vai fazer, sr. Gratteri? - odeio a expressão de Augusto e o tom de voz modelado por riso. Está se divertindo.

- Vou te matar se permanecer na minha sala! - bravejo. Ele sai sério, entendendo que não estou brincando.

Pego meu celular, ligo para Holando.

"Um jantar?" Holando pergunta com voz surpresa.

"Sim, um jantar na sua casa" afirmo, pensando no que farei. "Essa noite!"

            
            

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