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Um mês se passou, e eles não tinham se visto desde aquela noite.
Amy estava escutando música no jardim, quando sentiu uma tontura e uma coisa estranha subindo em sua garganta.
Ela correu para o banheiro e vomitou e incontrolavelmente.
'O que caralho eu comi que me deixou assim?' Ela pensou enquanto lavava a boca.
Ela ignorou o que aconteceu e foi para seu quarto arrumar as malas para a faculdade.
"Você tinha que fazer faculdade em outra cidade? Irei ficar com saudade." Alex disse enquanto entrava no quarto.
Amy parou por um momento de arrumar a mala e olhou para sua irmã.
"Você tá pálida. Está tudo bem?" Alex perguntou preocupada.
"Mais ou menos. Acho que comi alguma coisa estragada." Amy respondeu passando a mão na barriga.
"Você é horrível quando se trata de comida. Você passaria dias sem comer se a mamãe não ficasse no seu pé!"
"Ela me trata como uma criança. Ainda bem que vou embora."
Alex se aproxima dela e lhe dá um abraço apertado.
"Vou sentir sua falta." Ela sussurra.
"Aah para. Eu vou vir aqui sempre que puder. Mesmo não querendo, hahaha."
"Amy... admite que você vai sentir falta dessa cidade, dos seus amigos, dos gatinhos correndo atrás de você! Se eu tivesse a sua idade, com certeza iria preferir continuar aqui. Nascemos aqui, conhecemos pessoas importantes aqui..."
"Falou a piranha de 24 anos! Eu... vou sentir saudade daqui. Isso é óbvio, mas... eu quero começar a minha vida. Ser uma cirurgiã e tanto. Eu sei o que todo mundo pensou quando eu disse que seguiria a carreira dos nossos pais. Eu era uma garotinha idiota, rebelde e... muitas outras coisas. Hahaha. Mas, eu não sei... eu simplesmente me apaixonei pela medicina. E quero ajudar pessoas e..."
"Amy... Amy!"
No hospital
"O que... o que eu tô fazendo aqui?" Amy gaguejou.
"Porra, Amy!" Alex gritou desesperada.
"O que foi? Por que eu tô aqui?"
"Você... você tá grávida!"
Amy ficou pasma, e com os olhos arregalados. Ela tentou se levantar, mas Alex a impediu.
"Eu... aí que merda." Amy sussurrou.
"De quem é esse bebê, Amy? Você tem noção do que vai acontecer agora? Nossos pais vão te matar. E eu não vou poder te ajudar."
Elas passaram alguns minutos discutindo, até que Penélope e Benjamim chegaram ao hospital, Alex já tinha ligado para eles e informado tudo.
"Amélia Monroe! Me conte agora quem é o pai desse bebê!" Benjamim gritou com raiva.
Amy ficou de cabeça baixa o tempo todo pensando na sua falta de responsabilidade.
"Sai daqui! Eu não quero ver você. Você já não é mais meu pai a muito tempo." Amy gritou depois de um tempo.
"Amy. A errada aqui é você!" Disse Penélope olhando-a nos olhos.
"Eu... Eu não sou mais uma adolescente que precisa dos cuidados dos pais. Então... por favor saiam daqui! Não preciso de vocês me julgando agora." Ela disse derramando lágrimas.
O aparelho ao seu lado começou a bipar e um médico e alguns enfermeiros entraram.
"O que está acontecendo? Amy..." Penélope gritou vendo sua filha cercada de médicos.
Uma enfermeira os tirou do quarto e depois entrou novamente.
30 minutos depois
"Ela e o bebê estão bem. Mas, ela deve se estressar. Então, tentem tratá-la com calma e paciência."
Eles entraram no quarto e Amy estava limpando algumas lágrimas do rosto. Quando ela os viu, disse rapidamente: "Eu já tenho 18 anos. Então... eu vou para a faculdade..."
"Você não pode ir para a faculdade grávida. E... você não tem dinheiro para se manter e pagar a mensalidade." Disse Benjamim ainda com raiva.
"Caso você tenha esquecido, a vovó me deu metade das ações da empresa. Então... irei vendê-la, e ficarei com quase um milhão de dólares. Ainda acha que não posso me manter?"
Eliza, mãe de Benjamim e avó de Amy, gosta muito da neta. Então, no aniversário de 16 anos de Amy, Eliza a presenteou com metade das ações da empresa na qual ela era a CEO.
Infelizmente, Eliza faleceu a um ano atrás. Vítima de uma parada cardíaca. Depois da morte dela, Benjamim assumiu a empresa. Ele ficava cada vez mais rico, com o trabalho de CEO e neurocirurgião.
"E com quem você deixaria esse bebê?" Alex perguntou confusa.
"Uma babá não é difícil de encontrar, não é mesmo?" Respondeu Amy.
Benjamim se aproximou de Amy e perguntou friamente: "Vou perguntar pela última vez! Quem é o pai desse bebê?"
Amy não respondeu e virou a cabeça para o outro lado. Ela não queria que seu pai fizesse algo contra Marcus. E também não queria que ele soubesse que ela estava grávida.
Dois dias depois
Amy já estava em casa descansando em seu quarto. Quando ouviu uma batida na porta.
"Entre."
Quando a porta se abriu, ela que era Kate.
"Ele já sabe? Porra, amiga!" Kate disse enquanto se sentava na cama ao lado de Amy.
"Não. E... não quero que ele saiba. Por favor! Não conte ao Antony. Eles são amigos e ele pode acabar contando seu querer. Eu sei que ele não sabe muito bem sobre mim e o Marcus. Mas mesmo assim."
Kate assentiu e a deu um beijo na testa.
Alguns dias depois
Amy ja estava em outra cidade para começar seus estudos na faculdade. Já havia vendido suas ações e já tinha retirado uma boa quantia de dinheiro para viver com independência. Seus pais sempre ligavam para ela perguntando se ela estava bem, e se não falaria quem era o pai do bebê.
Mas Amy sempre dava a mesma resposta: "Estou bem e o bebê também! E não... vou falar quem é o pai. Já sou uma adulta e sei me virar sozinha."
Anos se passaram e Amy havia se tornado uma cirurgia geral de sucesso. Ela trabalhava em um dos melhores hospitais do país. Tinha feitos novos amigos e teve alguns relacionamentos que não duraram muito.
"Mamãe! Olha o que eu fiz na escola."
"Oh, que lindo! Você é uma ótima desenhista!" Amy disse enquanto olhava para o desenho que Emma havia feito.
"Estou com saudade da vovó e do vovô!"
Penélope e Benjamim vinham visita-las algumas vezes no ano. Eles sempre traziam vários presentes.
"Eu também, querida..." Amy foi interrompida por uma ligação
"Dra. Monroe! Sua paciente teve uma piora e precisa de uma cirurgia de urgência. Já fizemos todos os exames necessários para ter visão exata do que está acontecendo."
"Ok. Prepare-a para a cirurgia. Estou a caminho."
Amy vestiu Emma rapidamente, e foi com ela para o hospital.
Quando chegou no hospital pediu que um intenso levasse Emma para a creche no andar de cima.
"Agora mesmo, Dra."
Amy correu e se preparou para operar.
Na cirurgia
"Bisturi." Amy pediu ao instrumentador cirúrgico.
Algumas horas depois, quando Amy estava fazendo a sutura...
"Parada cardíaca!" O anestesista gritou.
'Mais o que?... argh.' Amy gritou em sua mente.
"Começando as compressões."
"Chama logo um cardiologista!" Amy acrescentou enquanto tentava reanimar a paciente.
Meia hora depois
"Dra... não há mais nada a fazer. Ela se foi." Uma enfermeira disse de cabeça baixa evitando o olhar frio de Amy.
Amy se controlou e parou de pressionar o peito da paciente.
Ela saiu da sala com sentimento de culpa por ter perdido essa paciente.
'Ela... ela estava bem... ela estava BEM!' Ela pensou com raiva.
...