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Ela se encostou na parede colocando as mãos na testa. Ela ficou lá por quase 10 minutos parada e pensando na sua paciente.
"Dra, o marido dela e os filhos estão na sala de espera. Se quiser, eu posso ir informar-los." Disse uma residente que estava auxiliando na cirurgia.
Amy saiu do seu transe e respondeu: "Não. Eu mesma irei contar. Vá para emergência. Deve ter outros pacientes precisando de atendimento."
A residente assentiu e saiu.
Na sala de espera
"Dra! Como Brooke está?" O marido perguntou aflito.
"Senhor... eu já tinha operado. Mas quando estávamos fechando, ela teve uma parada cardíaca e... não resistiu. Eu sinto muito."
"Nãoo. Não! Você disse que ela ficaria bem! Você é considerada uma das melhores cirurgiãs do país. Tinha... tinha que ter salvado ela..."
O homem tentou ir pra cima de Amy, mas um médico o segurou e o afastou.
"Eu... Eu sinto muito." Amy disse aos filhos da paciente e depois saiu.
Ao sair ela foi para a sala dos médicos. Ela se sentou no sofá e ia ligar para Kate, mas a porta se abriu e ela viu Brady, o médico que tinha segurado o marido de Brooke, ex paciente de Amy.
Brady e Amy se encararam por um momento, até que o pager dos dois começaram a tocar.
"Camille!" Os dois falaram ao mesmo tempo.
Eles correram para o quarto da paciente e quando chegaram lá as enfermeiras estavam ao redor da cama.
"Carrinho de parada, agora!" Amy gritou enquanto corria para verificar o pulso da garotinha.
"Essa garotinha precisa viver!" Brady disse verificando as pupilas dela.
O carrinho de parada chegou e Amy logo pegou o desfibrilador.
"Carrega em 120!"
Alguns minutos depois a garotinha foi reanimada e foi entupida de medicamentos para evitar que uma parada respiratória aconteça novamente.
Quando Amy estava saindo do hospital com Emma, ela ouviu alguém a chamando. Era Brady.
"Oi, seu primeiro dia aqui? Nunca tinha visto você aqui no hospital."
"Sim. Dr. Hunter, Cirurgião pediátrico. Mas pode me chamar pelo primeiro nome, Brady." Ele disse olhando-a nos olhos.
"Você salvou a Camille hoje. Deveria ser pediatra... Sua filha? Muito prazer, garotinha!" Brady acrescentou.
"Sim. Está é minha filha, Emma. E... eu não seria uma boa pediatra. Eu... não gosto muito de tratar de crianças. Me envolveria emocionalmente e não seria certo pra uma médica. Mas como eu sou cirurgiã geral, aparecem alguns casos em que os pacientes são crianças. Bom, precisamos ir. Prazer em conhecê-lo. E bem vindo!"
Eles trocaram olhares por alguns segundos, e depois Amy foi embora com Emma.
Nos dias seguintes
Amy estava indo descansar um pouco, depois de uma cirurgia de quase 12 horas.
"Dra.Monroe, você pode me ajudar? Tenho um paciente com uma laceração no fígado. Provavelmente vai precisar de cirurgia."
"Eu acabei de sair de uma cirurgia que durou quase 12 horas. Eu não sou a única cirurgiã geral aqui." Ela disse revirando os olhos.
Mas logo percebeu que exagerou e pediu desculpas.
"Desculpa. Eu só... estou muito cansada. Mas vamos lá. Eu vou examina-ló, se não for muito urgente, irei operar amanhã."
A outra médica assentiu, passou as informações do paciente para Amy, e depois foram para o leito.
"Olá, senhor Peterson. Sou a Dra..."
Amy parou por um momento ao ver quem estava ao lado do paciente.
"Amy?..."
'Marcus?' Ela pensou confusa.
"Está tudo bem, Dra?" A médica ao lado perguntou vendo que Amy estava pálida.
Sem responder Amy saiu da sala. Mas Marcus foi atrás dela.
Ela a puxou pelo braço e olhou-a nos olhos.
"Faz anos que não nos vemos. Como você está? Pelo visto realizou seu desejo de ser uma médica."
"Eu... preciso... desculpe. Eu... vou mandar outro cirurgião para tratar do seu pai. Espero que ele fique bem." Amy gaguejou evitando olhar para ele.
"Amy... precisamos conversar! Eu... quero saber como você está."
Mas, Amy não queria conversar com ele, então saiu, o deixando sem reação e parado no corredor.
Amy começou a passear pelos corredores, enquanto pensava em Emma. Ela sabia que Marcus tinha direito de saber dela, mas ela era orgulhosa demais para contar.
Sem saber pra onde ir, Amy entrou em uma sala onde ficava os utensílios cirúrgicos. Ela se encostou na parede com os olhos indo de um lado para o outro em confusão.
"Está tudo bem?" Uma voz familiar foi ouvida.
Era Brady que estava pegando alguns curativos para a emergência.
"Sim. Está ou pelo menos vai ficar."
Brady se aproximou dela, e colocou a mão na bochecha dela para limpar as lágrimas que estavam caindo lentamente.
"Dr..."
Os rostos deles foram se aproximando e eles não paravam de se olhar em nenhum momento.
Quando eles se deram conta, já estavam entre um beijo quente. Amy colocou as mãos entre o pescoço dele e continuou a beija-ló.
Brady a pegou e começou a beijar o pescoço dela, até que o telefone dela começou a tocar.
Ela se afastou dele e olhou para o identificador de chamadas e viu que era a babá que estava cuidando de Emma.
"Sim?... o que? Como você pode ser tão irresponsável?" Amy gritou no telefone.
Depois desligar, Amy olhou para Brady e disse: "Isso não deve acontecer novamente. Somos colegas de trabalho e nada mais."
Depois ela saiu sem esperar uma reação de Brady. Ela correu para fora do hospital tentando encontrar Emma.
Emma era uma garotinha de 9 anos muito rebelde. Ela não gostava das babás que Amy contratava. Sempre aprontava com elas, mas dessa vez ela foi longe demais, Emma saiu de casa sozinha para ir até o hospital ficar com sua mãe.
No lado de fora do hospital, Emma estava brincando na neve com duas outras crianças e uma mulher com cabelos um pouco grisalhos.
"Emma Monroe!" Amy gritou.
"Mamãe! Olha só meu boneco de neve."
Amy não demonstrou interesse, por que estava com raiva.
"Você não pode desobedecer a babá! E muito menos sair de casa sozinha. Você é uma criança, Emma! Podia ter acontecido algo com você."
"Des-culpa." Emma gaguejou chorando.
Amy deu um abraço nela, e perguntou como ela veio sozinha para o hospital.
"Aquela velhinha. Ela... me trouxe." Emma respondeu apontando para a mulher atrás dela.
"Emma!" Amy a repreendeu por chamar a mulher de "velhinha"
"Oh, não se preocupe. Eu a vi andando nas ruas e perguntei pra onde ela estava indo. Depois que ela me disse eu a trouxe." A mulher disse com um sorriso.
"Obrigada. Agora você vai pensar que sou uma péssima mãe." Amy riu.
"Imagina. As todas as crianças são um pouquinho rebeldes. Meus netos já fizeram tanta coisa que... enfim. Bom o preciso ir agora. Crianças, deem tchau para Emma." A mulher disse gentilmente.
Amy agradeceu mais uma vez, e entrou com Emma.
'Aí merda! Por que ele não está com o pai dele?'
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