Capítulo 2 O primeiro beijo

"Ponto de vista da Diana"

Quando cheguei na cozinha, a mesa já estava posta com o café da manhã que minha mãe havia feito, fui até ela e disse:

" Bom dia mamãe"

Dando-lhe um grande abraço.

Mamãe então deu um pulo de surpresa ao sentir meu aperto sobre ela e rindo retribuiu o meu abraço.

" Bom dia minha princesa, está pronta para o seu último dia de aula? "

Mamãe me perguntou.

" Estou sim, não vejo a hora de voltarmos pra casa"

Eu disse alegremente.

Mamãe sorriu com minha resposta, pois ela sabia que apesar de eu nunca ter reclamado do tempo que ficamos longe de casa, que eu sofri bastante nesse último ano por conta de sua doença e nossa mudança repentina.

"Vamos, tome seu café da manhã e pegue suas coisas se não você vai se atrasar"

Mamãe disse com um tom sério, porém suas expressões dizia que ela estava se divertindo.

Fiz exatamente o que ela pediu , soltei ela do meu abraço de urso, sentei-me na mesa e tomei meu café da manhã.

Quando terminei de comer, peguei minha mochila e corri para pegar o ônibus escolar que passava na frente de casa.

A escola não ficava longe de casa, mais ainda sim meu pai sempre pedia para que eu fosse de ônibus ao invés de ir andando, ele era muito protetor, e em apenas 10 minutos eu já estava na frente da escola.

A nova escola não era ruim, fiz alguns amigos,

e confesso que me despedir deles seria mais difícil do que eu imagina, pois passamos um ano inteiro juntos.

Mais eu sentia muita falta dos meus amigos de verdade, e sentia ainda mais falta do Daniel e Lua.

Apesar de alguns meninos terem se declarado pra mim nesse último ano, eu nunca tinha namorado ou beijado um menino de verdade.

Eu preferia focar nos meus estudos, sair com minhas novas amigas e ler os meus livros.

Bom, teve uma vez que Daniel me deu um selinho na boca quando eu tinha 9 anos, mais isso não conta como beijo de verdade...

*Flashback*

" Diana, Diana"

Daniel gritou meu nome, entrando feito louco no meu quarto.

" O que aconteceu Daniel? "

Eu disse me assustando com a forma que ele abriu a porta do meu quarto.

" Você não acredita o que aconteceu hoje!"

Ele falou com um grande sorriso no rosto.

" Vai me conta logo, para com esse suspense"

Eu falei revirando os olhos pra ele.

Daniel então sentou do meu lado na cama, virando de frente pra mim e falou:

" Uma garota me beijou hoje"

Na mesma hora fiquei toda vermelha, não sabia se era de vergonha ou de raiva pelo o que ele tinha acabado de me contar.

" Como assim? "

Eu falei em um tom de surpresa e raiva ao mesmo tempo.

Daniel então começou a contar que uma garota da escola chamada Patrícia (que eu sabia bem quem era, pois se jogava em cima de todos os meninos bonitos da escola) chamou ele pra jogar o jogo da garrafa junto com outros meninos e meninas, e quando a garrafa parou nela, sua amiga a desafiou a dar um beijo nele.

" E daí ela veio e me deu um beijo"

Ele finalizou a história orgulhoso.

Fiquei frustada porque eu deveria estar lá, mais ao invés disso estava em casa lendo um dos meus livros.

Eu sempre amei ler, então eu disse de uma forma ríspida que surpreendeu tanto a mim quanto ao Daniel:

"Não é justo, eu também quero brincar da próxima vez, eu nunca fui beijada, se você pode beijar então eu também posso"

Ao ouvir o que eu tinha dito , senti minhas bochechas queimando, na verdade eu era muito tímida, a única pessoa com quem eu falava essas coisas era Daniel.

Daniel ficou um tempo calado olhando pra mim, então finalmente ele disse:

"Não, você não vai jogar"

Olhei pra ele sem entender o motivo e vi uma faísca de raiva nos seus olhos.

Ele estava com raiva de mim? Porque ?

"Por que eu não posso ?"

Perguntei.

E ele disse que porque não. Aquilo não fazia sentido, mais depois de mais um tempo em silêncio ele disse:

"Se você quer tanto ser beijada então eu te beijo e ficamos quites"

Eu olhei pra ele com cara de assustada e antes que eu pudesse perceber, ele me deu um selinho na boca e saiu do meu quarto sem falar mais nada.

A partir daquele dia, não tocamos mais no assunto, era como se aquele beijo nunca tivesse acontecido.

Mais algo dentro de mim tinha mudado, eu podia sentir, pois meu coração disparava sempre que eu o via.

Então eu finalmente entendi que estava apaixonada.

* Fim do flashback*

Quando a aula acabou me despedi dos meus amigos, peguei o ônibus e fui pra casa.

Eu não via a hora de empacotar o resto das minhas coisas e finalmente voltar pra minha verdadeira casa.

Ajudei mamãe o resto do dia a empacotar tudo, e algum tempo depois o caminhão chegou para carregar nossas coisas.

Eu estava tão feliz que não conseguia tirar o sorriso do meu rosto, quando derrepente meu celular tocou e vi que era Daniel me ligando.

Corri pro meu quarto que agora estava cheio de caixas, me sentei na minha cama e atendi sua ligação.

"Oi Dani"

Eu disse em tom animado.

"Oi princesinha, tudo bem?"

Ele então me perguntou.

Daniel sempre me chamava assim, apesar de termos só 1 ano de diferença, me sentia como se tivesse 5 anos.

O que só indicava o quanto ele pensava em mim como sua irmãzinha.

" Tudo sim, mamãe e eu acabamos de empacotar tudo aqui em casa e agora estão carregando o caminhão"

Eu disse.

Então Daniel suspirou do outro lado da linha , o que me fez ficar alarmada.

" Está tudo bem Dani? "

Perguntei preocupada.

Então ouvi ele rindo do outro lado da linha e logo depois ele falou:

" Está sim, é só que eu queria poder ter ido aí ajudar vocês com a mudança, desculpe "

Ele parecia triste.

"Não se preocupe com isso, papai contratou uma empresa pra fazer a mudança então não precisamos fazer mais do que empacotar as coisas, o resto está sendo feito por vários homens fortes"

Eu disse rindo.

Logo depois corei, sabendo que ele não deixaria aquilo passar em branco... A voz de Daniel então ficou tensa.

" Vários homens fortes é? Hum acho que vou ter que ir realmente aí, e se algum deles fizer alguma gracinha com você ou a tia? Tenho que ir aí proteger vocês "

'Oun, ele é tão fofo' pensei comigo.

" A para com isso, você entendeu o que eu quis dizer , e papai também já está quase chegando em casa, você vai estar me esperando quando eu chegar né? "

Perguntei em tom de esperança.

Daniel então relaxou a voz e disse rindo:

" Sempre "

E aquilo só fez aquecer meu coração, escutei mamãe me chamando lá em baixo e me despedi do Daniel, descendo para ajudá-la.

            
            

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