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Sara foi instruída por Berta a iniciar a limpeza pelo banheiro feminino, o que a jovem fez prontamente. De forma impecável e em menos tempo que o cogitado, Sara terminara a tarefa.
Mas chamou Berta para inspecionar. A senhora sorriu e a achou muito eficiente.
- Perfeito, menina! Não tenho nada a reclamar! Só não me substitua heim! - riu a mais velha.
- Claro que não Berta, se eu mencionar isso, afunda minha cabeça na privada! - Brincou.
Já fazia mais de meio período que Sara estava trabalhando. Ela não percebeu, mas chamou a atenção de boa parte dos usuários do "Monte Olimpo". Apesar de não ter muita autoestima, Sara era naturalmente bonita sim. Com seus cachos ruivos, olhos verdes e o corpo de ampulheta. Sim, o que Janet chamou de "obesidade" nada mais eram do que seios amplamente fartos, bumbum redondo e coxas roliças.
- Olha, essa nova empregadinha até que é gostosa para caralho! - falou um jovem de cabelos negros, com traços asiáticos e parecendo muito forte.
- Também reparou né, mão peluda? - um moreno musculoso deu um tapão nas costas do outro - Por quanto será que a gente consegue um boquete dessa delícia?
Janet estava por perto , revirou os olhos.
- Pelo amor! Vocês devem estar drogados! Onde que essa baleia é bonita??? Tendo mulheres como euzinha aqui, quem olharia para aquilo? - Tentou ironizar na rodinha de colegas.
- Janet, só fala isso por que aqui todo mundo já enjoou de te comer e ninguém mais te dá bola - falou em tom jocoso o mais moreno.
A mulher ficou vermelha de raiva. E virou-se para Allen.
- Não acredite nele, querido!! Você sabe que eu não sou esse tipo de mulher, né?
Allen sequer dignou-se a olhar a loira. Ele estava reparando na pequena ruiva. O que os amigos disseram era verdade. Não era uma beldade de primeiro mundo como ele estava acostumado a ter, mas era atraente sim. Uma mulher interessante, pelo menos para ter uma noite e nada mais. Algo o incomodava; o jeito como aquela plebeia - assim ele se referia a ela - o enfrentou. Como ela não lhe deu atenção que estava acostumado.
Tais pensamentos o fizeram sorrir. Um misto de desprezo e excitação.
- Allen, querido...? - Janet tentou chamar
Allen continuou sua série de exercícios na barra, levantando cerca de 150 kg, com um sorriso no canto dos lábios. Os amigos observaram em silêncio.
Estava quase no horário de almoço de Sara, ela sabia que tinha que limpar também o banheiro masculino. Por mais vergonha que ela tivesse de fazer isso. Nunca entrou no banheiro dos homens. Na verdade, ela nunca viu um homem totalmente nu. Ela era virgem. Não exatamente se preocupava com rapazes ou tinha medo deles. Apenas colou na cabeça que nenhum ia poder querer algo sério com ela; pobre , meio louca, gorda, etc... Não é como se ela não se atraísse por rapazes, mas tinha desistido da felicidade ao lado de um homem por não se achar digna.
Juntou toda sua coragem , e foi para o luxuoso banheiro masculino.
"Acho que esse banheiro é maior que meu bairro!" - riu internamente.
Realmente o espaço era amplo, o piso de marfim impecável, a iluminação era agradável. Belíssimos spots se Luz vindos do teto garantiam isso. Cada cabine era munida com um vaso gigantesco, com sistema de descarga inteligente, acompanhado de uma ducha para se lavar.
"Prefiro passar papel" - ela pensou enquanto recolhia o lixo de cada uma das cabines.
Ela nem se ligou quando a pesada porta escura de madeira se abriu.
Ela se virou automaticamente, quase a sua frente haviam três homens. O mais alto ela reconheceu como sendo Allen. Os outros dois, um moreno forte, quase tão alto como Allen. E um oriental, de faces até plácidas. Eles a mediam de cima a baixo e Sara sentiu-se corar até ter uma reação.
- Eu posso ajudar os senhores? Desejam usar essa cabine ? Se esperarem só mais um minuto já termino aqui...
Os homens se entreolharam, com ares de deboche.
A ruiva teve um pressentimento ruim e se levantou, devagar. Mas ainda olhava para os três, sem se intimidar. Isso não passou despercebido por Allen.
Ela levantou o saco de lixo e fez menção de passar.
- Com a licença dos senhores...
Allen fez sinal para que eles dessem passagem a moça. Os dois acataram, ela lançou um olhar de incógnita. Mas foi para o box seguinte. Caso só quisessem mesmo usar o banheiro, Sara não queria ver a intimidade de ninguém.
- Como está o primeiro dia de trabalho, minha querida? - identificou a voz grave como sendo de Allen.
- Nada mal, senhor Goller. Me sinto útil e estou feliz pela chance. - respondeu de maneira calma, enquanto fazia o mesmo processo do box anterior.
- Limpando banheiros? - ouviu outra voz, de um dos rapazes que acompanhavam Allen. Uma voz cheia de zombaria, enquanto o outro ria.
- Sim senhor, um trabalho digno. Sem uma pessoa para fazer isso, vocês teriam que sujar suas ricas mãos. Então é bom que tenham pessoas que os façam por vocês. - Sara respondeu , impulsiva.
Ela ouviu mais risos , dessa vez do outro que não tinha falado. E um silêncio um pouco perturbador reverberou pelo lugar.
O belo moreno apareceu a sua traseira assustando-a;
- Chega de papo, criadinha - A olhou de cima a baixo , uma mistura de desejo, curiosidade e zombaria - Quanto você cobra agora para deixar o "passarinho entrar na gaiola"?
Sara o olhou em silêncio, de início não entendendo. Depois que lhe caiu a ficha. Ela sentiu o rosto vermelho. O sangue fervia com a vontade de lhe dar um belo tapa na cara. Mas lembrou de sua mãe e de Alexander, que foi tão bom com ela.
Suspirou, mirou os olhos nos do rapaz a sua frente, e sorriu com desaforo.
- Meu caro senhor, não sei a que tipo de mulher está acostumado. E nem qual razão te leva a crer que qualquer um se submete a algumas notas de papel. Mas eu não sou esse tipo de mulher. E se minha primeira vez não aconteceu ainda por amor, não vai acontecer com um imbecil que oferece grana par..! - Sara parou de falar abruptamente. A tonta tinha confessado na frente daqueles idiotas que era virgem! Ela sentiu o rosto corar mais ainda. Virou-se mas antes conseguiu fitar rapidamente os olhos de Allen. Brilhavam, com lascívia, malícia e desejo.
Nesse instante, ouviu-se palmas.
- Muito bem dito, senhorita Kasilhes!
Ela reconheceria aquela voz suave em qualquer lugar. Todos se viraram para contemplar Alexander. Surgindo por detrás a entrada do banheiro. Um sorriso frio.
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