Adotada por um vampiro
img img Adotada por um vampiro img Capítulo 4 Matrimônio
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Capítulo 7 Vou lhe fazer minha img
Capítulo 8 Pega no Flagra - Primeira parte. img
Capítulo 9 Pega no Flagra - parte final. img
Capítulo 10 Entediada - primeira parte img
Capítulo 11 Entediada - parte final img
Capítulo 12 Estranha Fome img
Capítulo 13 O Segredo img
Capítulo 14 Distração img
Capítulo 15 Visita Indesejada img
Capítulo 16 Vinho Venenoso img
Capítulo 17 Sou Sua Salvação img
Capítulo 18 Uma Conversa Profunda img
Capítulo 19 De Olhos Abertos img
Capítulo 20 Especial: David img
Capítulo 21 Problemas com Agulhas img
Capítulo 22 A Paz que Falta: Bônus David img
Capítulo 23 Dor de Cabeça img
Capítulo 24 Cansei de Esperar img
Capítulo 25 Visita Inesperada img
Capítulo 26 Para Onde Devo Correr : Bônus David img
Capítulo 27 O Sombrio Passado img
Capítulo 28 A volta do Cobertor img
Capítulo 29 Culpa img
Capítulo 30 Prazo Se Esgotando img
Capítulo 31 Arrependimentos img
Capítulo 32 Vidas Entrelaçadas img
Capítulo 33 Visita Indesejável img
Capítulo 34 O Homem Misterioso img
Capítulo 35 Visitando Um Velho Amigo img
Capítulo 36 Aprisionada img
Capítulo 37 Rosas e Espinhos img
Capítulo 38 A Nova Coleção img
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Capítulo 4 Matrimônio

Acordei, depois de um longo sonho onde, David me dizia tudo o que havia dito no Jardim. Aquilo não era possível, eu não acreditei, mas aí me pego pensando: Será? Tudo que ele falou pode ter algum sentido?

– Não acredito, que estou considerando isso, – Falo, sussurrando para mim mesma, com medo de que alguém escute.

O fato de que, David, praticamente, ter me colocado em uma encruzilhada, não significa que eu não arranje um jeito de sair. Talvez, se eu tomar um bom banho, tudo fique melhor.

Me dirigi ao banheiro, meu pescoço ainda doía, e eu não iria aceitar facilmente a ideia de que foi um "acidente". Fui para o chuveiro, necessitava daquela água morna, para acalmar meus conflitos internos. Ultimamente, está sendo estressante ter que conviver com vampiros.

Enquanto estava com a mente em outro lugar, escutei um barulho vindo do quarto. Saí do chuveiro, colocando um roupão antes. Fui devagar até a porta, onde avistei, nada menos, nada mais, que David mexendo na gaveta de calcinhas.

– Divertido? – Falo, o fazendo pular para trás. – Pelo jeito, não queria ser pego no flagra.

– Na verdade, preciso de sua ajuda e... já pensou no que eu te disse? – Pergunta, mudando de assunto, sem perceber que está com uma de minhas calcinhas ainda na mão.

– Primeiro, tira essa mão imunda da minha calcinha. - Finalmente percebeu e largou. – Segundo, até ontem você estava desmaiado e fraco, e agora parece que, está totalmente recuperado. – Ele tenta me interromper, mas continuo a falar. – Terceiro, o que você precisa?

– Primeiro, – Diz, se aproximando de mim. – Você deveria me respeitar, mocinha. – Termina de falar com um ar sombrio. – Segundo, eu me curo rápido. Terceiro, preciso de ajuda para achar um cobertor e, não adianta dizer que não sabe onde fica, porque ontem você caiu no meu colo graças a ele. – Diz, dando um sorriso safado e me deixando com vergonha.

Droga de cobertor.

– Eu acho que está no armário. – Falo, tentando não fazer contato visual.

Ele anda até o armário e começa a fuçar, tira de lá toalha, lençol, cortina, até que, para e se vira, segurando um cobertor todo costurado há mão e cheio de retalhos.

– Por que precisa dele? – Minha curiosidade fala mais alto. Ele estava segurando o cobertor de maneira estranha, como se, do nada, ele criasse vida e pulasse em sua cara.

– Quer segurar? – Diz, já me entregando, sem ao menos me questionar primeiro.

Começo analisando e sentindo sua textura em minhas mãos. Não tem nada demais.

– Antes que você pergunte, ele é usado pela minha família, para fazer... como posso dizer? – Fala, hesitando um pouco. – Serve para fazer filhos.

– Entendi... – Fico encarando o cobertor, até que...– Espera! O QUE?! – Jogo de volta para ele horrorizada, o mesmo, apenas ri da minha cara.

– Pois é, ele sempre foi um encosto para mim. Por isso, vou devolver para minha mãe no baile do mês que vem. – Diz, indo até a porta. – Não se esqueça da proposta, de qualquer jeito você já é minha. – Abre aquele sorriso irritante e sai de vez.

Ufa... Fico aliviada. Mas isso dura pouco, porque ele volta:

– A propósito, seu roupão está quase mostrando o que não deveria. – Diz, e aí sim, se retira. Me fazendo ficar paralisada.

Depois que reparo, o roupão estava prestes a abrir. Pego e me escondo no banheiro.

– Nem tive tempo de perguntar mais nada. – Falo, sussurrando. O que foi isso, meu Deus?

...

Eu sabia que não teria escapatória. De qualquer jeito "seria dele". E a palavra "baile", eu deixaria para conversar um outro dia.

Meus pensamentos ficavam voando o tempo todo, pensava no que eu iria fazer. Já estava cansada de não ter muito o que distrair minha mente.

– Bom Dia! – Diz Katherine, pulando na minha frente me dando um susto.

– O que é isso, garota?! Todo dia vai ser isso? – Digo, tentando respirar.

– Desculpa. Bom, eu vim aqui porque, principalmente, sou sua "dama de companhia", segundamente, vou te dar aulas e terceiramente, vim te chamar para o café.

– Até você. – Digo, me lembrando quando comecei esse lance de "primeiramente", de manhã.

– Você, vai me dar aulas? – Falo, tentando analisar o que se passa em sua cabeça.

– Eu mesma! – Diz, e começa a me encarar, tentando me analisar. – Você está duvidando mesmo dos meus 639 anos de estudos? –

Começa a me metralhar com os olhos. Parei um pouco para refletir. Ela tinha razão.

– Vendo por esse lado... – Falo, meio sem graça.

– Agora mudando de assunto. Vamos ir tomar um café?

– Vamos. – Ela passa seu braço no meu e vamos ao encontro da escadaria.

...

Estava muito tenso, na sala onde estávamos novamente. Era um climão.

Eu não conseguia encarar David, porque toda a hora ele me dava olhares, e não conseguia encarar Katherine, porque toda hora, estava rindo da situação.

Eu já estava irritada, com o fato de estar sendo controlada com poucas porções de comida; Tentava olhar para os lados, para disfarçar meu desconforto, mas nada adiantava.

– Está tudo bem? – Katherine, sussurrou em meu ouvido. Fiz sinal de positivo.

...

Depois do café da manhã, eu e Katherine, fomos para uma biblioteca (que eu nem sabia da existência), estudar. Era um lugar enorme, com várias prateleiras cheias de livros.

– Isso é demais. – Digo, impressionada.

– Fecha a boca, se não entra mosquito. – Katherine, fala rindo de mim.

Realmente a biblioteca era bela. Cheia de livros. Me encantou à primeira vista. Passei minhas mãos pelas estantes, os livros pareciam ser bem cuidados, era apaixonante. Sempre fui louca por livros, mas ficava difícil ler o tempo todo por causa das provas, mas creio que agora vai ser mais fácil.

– Gostou? – Perguntou, já sabendo minha resposta.

– Vamos estudar aqui, todos os dias?! – Digo, muito animada. Não pelo fato do estudo, e sim, por estar em um paraíso cheio de livros.

– Não todos, porque ninguém merece estudar de final de semana. – Katherine, vai até uma mesa e se senta, me chamando para fazer o mesmo. – Vamos começar por história...

– Antes de começar, por que você aceitou me dar aulas? – Interrompo.

– Bom... – Ela trava por um instante. – Digamos que, estava devendo um favor a David.

– Hmmm – sei.

– Então, onde eu parei... – Antes de terminar, a interrompo de novo.

– O David me fez uma proposta, que creio que não seja próprio para...

– Um pai. – Dessa vez, eu que sou interrompida.

– Ele não te adotou para ser seu pai, menina ingênua. - Uma voz grossa atrás faz arrepiar minha nuca, me deixando paralisada.

Vejo Katherine encarando a direção da voz. Talvez, depois de um certo "sermão" que ele acabou me dando, tenha ficado com vergonha de encará-lo.

– Deixe-a, Sebastian. É sua primeira semana. – Katherine, exclama.

– Humf! – Sebastian não parece feliz. – Essa garota mal chegou e já quero ela fora do meu estofado. – Agora me viro para ele irritada. Meu sangue subiu pela cabeça. Ele precisava ser tão rude?!

– Sebastian, se acalme...

– Se...se acontecer a mesma coisa com ela, não diga que eu não avisei. – Sebastian, um homem, que parecia ter 40 e poucos anos, de cabelos cinza e olhos castanhos, olhou para Katherine que devolveu em um olhar furioso.

– O que pode acontecer comigo? – Falo, com um pouco de receio.

– Nada. Sebastian, só está tentando assustá-la.

– Por que não pergunta para, David? Ele te responderá tudo. – Diz, saindo brusco pela porta.

– Desculpe...– Katherine começou, mas eu acabei interrompendo, me sentindo frustrada pela situação.

– Escuta, eu tentei me manter calma e fria diante a toda essa situação. Você acha que foi fácil para mim? Eu tenho dezessete anos! Nunca fui adotada na minha vida, e agora vem esse, David Parker Storn, e me tira do único porto seguro que eu tinha. Eu não pedi para vir parar aqui, eu não queria vir parar aqui! Em uma cidade, onde a maioria da sociedade é formada por vampiros ricos e esnobes, eu fui parar justo nesse lugar. E o melhor de tudo isso, eu não tenho escapatória, eu não tenho para onde pedir socorro. E, estava tentando fingir que a história do casamento não passava de uma brincadeira, mas quer saber? Isso não é uma brincadeira! Eu tentei ser fria, mas é impossível, perante a eu ser forçada a me casar com ele! – As palavras, simplesmente saem da minha boca, sem eu conseguir segurar.

Katherine me olha com... pena. Eu não quero seus olhos me olhando com cautela. Eu não quero ser julgada por um estranho. Menina ingênua. Será que todos acham isso? Eu sei que algo nessa história está errado, quantas vieram antes de mim? Será que veio uma antes de mim...

– Não. Não veio. Essa eu não escolhi, não obriguei, não ameacei... nos escolhemos, veio comigo, me dominou e agora não resta mais nada. –Escuto uma voz familiar, só que fria, calma e com raiva... tristeza talvez. Levanto a minha cabeça quem nem vi que abaixei e limpo as lágrimas que, nem sabia que derramaram.

– Por quê? Por que eu? – As palavras saem novamente, amontoadas por um choro silencioso.

– Talvez porque...– O encaro nos olhos e vejo uma expressão triste. Era, David, a voz familiar. – Porque você tinha muita determinação, esperança, você era diferente de alguma forma. Eu queria mostrar a você que não existe mais esperança nesse mundo, e que pessoas superiores sempre vão ser superiores. Eu te escolhi, porque queria estragar o futuro que você acha que poderia construir.

Katherine, olha paralisada para nós dois. Não sabia o que fazer.

Eu só vejo as palavras sendo tacadas em minha face. Determinação e esperança. Eu nunca soube o que era isso, e agora simplesmente, estou sendo julgada por elas. Ele simplesmente, as colocou na minha frente, em um tribunal silencioso.

Olho de relance para os lados e, não tem mais ninguém aqui, fora eu e ele. A porta está fechada. Me deixaram aqui. Eu lembro de minhas palavras ao vácuo e pensamentos que deveriam ser só meus, mas são roubados da minha mente. Como surtei assim?

Minhas mãos doem, vejo os nós dos meus dedos brancos. Estou apertando com força, tanta força que acabo que furando com minhas próprias unhas.

– Eu só queria...– Sou interrompida. Não consigo impedir, sinto que estou pequena e indefesa, igual quando era pequena no orfanato.

– Uma família? PAIS?! Você queria pais, Elisa. – Ele, simplesmente, joga as palavras novamente. E foi quando eu me vi levantando a cabeça novamente e o encarando com raiva.

– Eu queria apenas, paz. Queria sair daquele lugar. Queria trabalhar e poder ter a minha vida, sem ninguém para me julgar ou colocar pressão em minhas costas. – Falo, mas é como se não falasse. As palavras saíram vazias. Nem eu acredito nessas mentiras.

– Queria um refúgio, porque é fraca. Sempre foi, uma realidade simples.

– Não ache que pode me humilhar assim e sair limpo. Eu não vou me abaixar, por suas palavras cruéis. – Não iria, embora elas fossem verdade.

– Vai sim. Vai ser minha noiva com um sorriso doce no rosto e ficar quieta ao meu lado. Vai ao baile de inverno comigo e se apresentar, me beijar e fingir que estamos apaixonados. Vamos nos casar e quando não precisar mais de você... – Ele não precisa mais terminar a frase, para eu saber qual será meu final. Eu esperava tudo, mas não sabia que ele poderia ser tão...

As palavras machucam, são tão afiadas que são capazes de furarem minha carne.

– Você não teria coragem... – Pronuncio as palavras, mas novamente sai sem emoção. Nem eu acredito em minhas palavras. Ele apenas ri, me encarando maliciosamente.

– Será mesmo, Elisa? – O jeito que pronuncia meu nome, me dá nojo. No fundo eu já sabia qual era o meu futuro aqui. Afinal, o que um vampiro de sangue nobre, iria querer com uma humana insignificante? Resposta: usá-la.

Eu não preciso responder. Nós dois já sabemos a resposta.

– Olha, vou tentar te explicar gentilmente uma realidade óbvia: você não é nada. E, antes que diga, que eu estou fodendo a sua vida, porque a minha é uma porra...Você está errada, ela é maravilhosa, mas tem um calo, me impedindo de continuar assim... – Ele pausa um pouco e faz uma cara de desgosto. Então me encara e continua. – Mas você pode me ajudar. Você, Elisa. – Novamente, sinto nojo do meu nome saindo de sua boca. Apertava tão forte minha mão que os nós dos meus dedos estavam brancos.

– Não. Mesmo você me ameaçando, me matando, eu não vou fazer isso. Não tenho mais nada a perder. – Na verdade, eu tinha uma coisa a perder, minha dignidade. Eu tentava segurar as lágrimas silenciosas, mas era em vão. Simplesmente eu chorava de raiva, chorava querendo não chorar, mas chorava. Bem confuso.

– Na verdade, não só sua dignidade. Tem outra coisa que eu posso tirar de você, e posso fazer isso agora. Que tal começarmos a ensaiar a Lua de Mel? Hein? – Ele vem caminhando até mim, com um olhar de predador, e sinto como se fosse sua presa. Foi quando entendi o que ele quis dizer com "tem outra coisa que posso tirar de você". Não, ele não faria isso. Faria sim...

Ele não tirava a expressão maliciosa de sua face, não conseguia ver no que estava pensando, não conseguia ler sua mente, igual ele. David estava me encurralando em uma das paredes, até conseguir segurar meus pulsos e chegar seu rosto bem perto do meu.

Simplesmente, eu fiquei em silêncio, remoendo suas palavras cruéis em minha mente. Eu tentei sair, mas ele era mais forte.

Realmente, sabia qual seria meu destino naquela sala. Saiba que seria tirado a única coisa que eu ainda achava ter dignidade, a minha inocência. Não era difícil saber que eu era virgem, transparecia isso em minha face. Não tinha vergonha de não ter tido "meu momento". Mas eu também não queria que fosse tirado, era a única coisa que ainda me fazia me sentir como antigamente, uma criança inocente e marrentinha...e feliz.

Foi quando a campainha tocou e um alívio percorreu meu corpo por inteiro. Aquilo me salvou. Me salvou de sentir nojo de mim mesma.

– Ah que droga, péssima hora. – Ele me encara, seus olhos bem presos nos meus. A malícia ainda estava lá, e a arrogância também. Afinal, ele não era tão fino e elegante, um bom rapaz como aparentava ser.

Ele solta os meus pulsos e me encara novamente:

– Eu ainda não acabei...

Ele deixa no ar essa frase, e sai do cômodo me deixando sozinha. Estava sozinha ali e dentro de minha alma.

Katherine me deixou sozinha com ele, sozinha. Por pouco a minha vida não é desgraçada hoje.

*David:

Tá, admito: as coisas saíram do controle. Talvez, seja o fato de estar bastante estressado ultimamente ou o fato de que, quero ensinar uma lição para aquela menininha, metida a durona.

Se exagerei? Exagerei, mas eu não ia de fato...bem...estuprá-la. –Acho uma palavra muito forte para tal ato. – Era só para que aprendesse o seu lugar...acho que recebeu muito bem a mensagem.

Eu poderia até estar feliz pelo gosto de mostrar a aquela garota, quem eu sou de verdade, mas a campainha não me deixou esquecer do meu outro "problema".

Quando Clarck me propôs a ideia de aparentar ser um "cara legal" (nem tão legal assim), e namorar uma loira bonita e nenhum pouco inteligente, eu pensei: hmm talvez seja uma boa ideia. Mas agora, antes mesmo de chegar no hall de entrada, sei que foi um erro chamá-la aqui. Afinal, aquela droga de bebida que ingeri fez eu contar tudo para Elisa antes da hora e agora o plano foi por água abaixo...ou não.

Estava indo de encontro com a porta da frente, para receber quem eu já sabia que veria, Aly...

Sinceramente, eu a chamei para fazer uma "encenação" para que Elisa não desconfiasse do meu plano de torná-la minha noiva, mas tudo não saiu como o planejado como achei que iria sair. E agora, tenho esse problema a resolver.

O mordomo chegou primeiro que eu, mesmo assim, faço questão de abrir para ter certeza, de que, realmente meu pesadelo começa agora.

Seguro a maçaneta e a puxo. Vejo nada mais, nada menos, que a loira mais sexy e mais irritante da cidade parada em minha porta. Aly.

Ao reparar em suas roupas e no seu corpo escultural, noto que tem duas malas de viagem, uma de cada lado. Ela está pensando em se mudar para cá ou o quê?

– Dominic, que saudade! – Ela vem e se joga em meus braços. Eu não acredito que isso está acontecendo. – Como está meu namorado? – Ela enfatiza a última palavra, como se estivesse provando algo novo – Acho que, não vai achar ruim de minha ilustre presença por... digamos, alguns meses? – Eu não conseguia demonstrar felicidade, apenas uma carranca de desgosto. Ela já estava até entregando as malas ao mordomo. E o pior de tudo...PORQUE ELA SIMPLESMENTE NÃO ME CHAMA DE, DAVID E NÃO DE DOMINIC.

Dominic, é meu nome verdadeiro e tudo o mais, mas está muito ultrapassado até mesmo para ela.

– Mas é claro que não. - Mas é claro que sim. Até o mordomo revira os olhos vendo a cena. – Porque não entra, ou melhor, já entrou. Venha, vou te mostrar a casa e a minha...digamos, minha protegida. – Por mais que, Elisa já tenha descoberto minhas intenções, ainda dava para me divertir com Aly em sua frente. Até hoje, a loira não sabe das tradições das famílias antigas e de sangue nobre, então não vai desconfiar, vai ser tipo um fantoche. Um fantoche burro igual uma porta.

Que os jogos comecem...

Elisa, ao chegar na entrada, não parava de me encarar, era até engraçado.

– Então, Aly... Bem-vinda, a minha humilde casa. – Não sabia como me dirigir a ela. Precisava apenas despertar alguns ciúmes em, Elisa. Não deve ser difícil, afinal, eu sou gostoso demais para ser dividido.

– Nossa casa né, amor? Agora é tudo nosso. – Aly enfatiza o nosso, o que me faz querer ter um ataque de pânico.

– Ah claro. Sim, sim. Bom, o mordomo vai levar a mala para o seu quarto e... – Sou interrompido.

– Mas pera. Eu não vou ter que me casar com... – Elisa, começa a falar e fecho sua boca com a minha mão rapidamente. – Mas que cheiro bom é esse?! – Se refere ao cheiro da minha mão.

– Ervas. – Digo, dando uma piscadela.

– Bom, achei que eu iria poder ficar no quarto com você. – Aly, começa a fazer uma cara que deveria me convencer, mas que, na verdade, me assustou.

– As regras são muito claras e, vai ser diverti... quer dizer, regras são regras.

– Entendi, mas, Dominic...e ela? – Aly, aponta para Elisa, que faz uma carranca.

– É David, Aly. Meu nome é, David! Enfim, ela vai ficar perambulando por aí, com a daminha dela. – Foi a vez de minha irmã (que chegou junto a, Elisa) fazer a carranca. Consegui!!! – Enfim, eu vou precisar dar umas palavrinhas com a Elisa, mas já volto, ok? Não faça nada que eu tenha que limpar depois. – Digo, puxando Elisa pelo braço e a levando para um canto separado.

– O que pensa que está fazendo?! – Elisa, diz em um tom bravo, que mais a faz parecer fofa.

– Olha, ela apareceu aqui e eu não esperava. Eu tinha meio que pedido ela em namoro...

– Que?! Por quê?

– Posso terminar? Enfim, era na época que você não sabia de nada. Fiz isso para ser parte do disfarce, mas você estragou tudo, sem graça. – Digo, mostrando a língua.

– Escuta, Dominic ou David. Se ela tentar fazer qualquer coisa, contra mim, eu vou para cima com tudo.

– Nossa, bravinha! Temos aqui um titã baixinho. – Era engraçado ver Elisa irritada. Mas eu tinha que manter o controle. – Mas escuta, não é você quem manda e essa discussão acabou aqui.

*******

*Elisa:

Eu não acredito que, o David, deixou aquela loira oxigenada, vir para cá de male e cuia.

– Oh cuidado! Vai abrir um buraco no chão desse jeito. – Katherine exclama rindo da minha cara. Tínhamos voltado para o quarto.

– Antes que você diga, não é ciúmes. Eu estou apenas chocada que ele a deixou ficar aqui.

– Para mim, isso é ciúmes. – Ela revira os olhos.

– Tal irmão, tal irmã – Digo, saindo do quarto a ponta pés.

...

Já havia percebido que, ficar brava, não iria adiantar nada. Pelo menos, quando o assunto era, David ou Aly, ou qualquer coisa que incluía os dois, sabia que iria tirar minha paciência.

Katherine andava de um lado para o outro, falando que eu estava com ciúmes e dizia uns 200 motivos, do porquê de não gostar de, Aly. Eu também não gostava, mas ao contrário de mim, Kate já a conhecia.

– Olha, a voz dela é muito irritante, mas também não aguento mais a sua. – Digo, tentando tampar meus ouvidos, na esperança que ela pare de falar.

– Eu estou falando sério. Aquela garota, não bate bem da cabeça. Apesar que. eu acho que você já percebeu. – Era engraçado ver a situação, mas estava começando a me irritar.

– Eu sei, eu sei. Mas o que podemos fazer? Daqui a pouco, vai ser o jantar e eu não sei nem como me dirigir a ela.

– Talvez... gigolô?

– Boa ... – Dou risada do apelido.

Já estava na hora de descer e encarar aqueles dois esquisitos. Tinha que tomar coragem, fui saindo do quarto primeiro. Quando cheguei na sala de jantar, não me aguentei ao ver, Aly, se pendurando no pescoço de, David, que a empurrava delicadamente com a mão. Acabei rindo e... alto, o que fez os dois perceberem minha presença. Acho que o plano de, David, para me irritar, estava indo por água abaixo.

– Aly, meu largue. – David, diz me encarando.

– Ela não se importa, não é mesmo, Elisa? – Aly, parecia estar pronunciando meu nome, daquele jeito, de propósito, só para me irritar.

– Claro que não. – Digo, entre dentes, tentando parecer simpática.

O jantar estava indo até que bem, tirando o fato de Aly, estar sempre em cima de David e, Katherine, sempre rindo da minha cara.

Logo depois, decidi ir para meu quarto. Kate, quis me acompanhar, mas resolvi ficar um pouco sozinha.

Já no meu quarto, acabei desligando as luzes e indo me deitar. Mas um barulho, me fez ligar as luzes assustadas.

– Surpresa... – David, me diz assustado e vindo em minha direção.

– O que você está fazendo aqui? Você me assustou!

– Fica tranquila, só vim dizer que, daqui 3 dias, vamos a casa dos meus pais. – David, sussurrou, como se tentasse não fazer barulho. Aquilo soou como a coisa mais sem importância do mundo. – E, estou fugindo da Aly. – Empina o nariz.

– Não! Eu não quero isso. – Acabo excedendo a voz.

– Shiu! Fala baixo! – Diz, colocando o dedo indicador entre os lábios, pedindo silêncio. – Você não tem que querer nada. Eu que decido e, nós vamos. – David, sussurra novamente. Cada vez, se aproximava mais da cama, me deixando encurralada.

– O que está fazendo? – Digo, assustada com nossa proximidade. – E para de sussurrar.

– Shiu, Elisa! Que garota barulhenta. – Nessa altura, ele já estava na beirada da cama, quase se sentando. – Só fiquei curioso para saber o sabor de seu sangue. – David, já estava com a cara colada na minha e seus olhos estavam estranhos, nunca tinha o visto assim. Eu tentei me desvencilhar, mas ele foi rápido e seguro minhas mãos.

– Não tão rapi...– Quando achei que estava tudo perdido, surge uma voz no meio ao corredor... era Aly chamando por, David. – Viu, você chamou muita atenção. – O encarei e percebi a frustração em seus olhos e, em um piscar de olhos ele sumiu. Fiquei surpresa e nunca pensei que poderia ser salva por aquela garota.

- Ufa! Salva pelo gongo. – Digo, em meio a uma respiração pesada.

Tudo estava calmo, menos eu – como sempre. Depois da visita indesejada do meu futuro marido ao meu quarto, eu não consegui mais fechar meus olhos.

Era tão ruim me sentir assim, não me lembrava da última vez em que me senti segura. – Se é que um dia eu realmente estive.

Estava tão cansada por não ter dormido que, ao olhar pelo espelho do banheiro, havia bolsas nos meus dois olhos.

Esperava hoje uma boa notícia, do tipo "Então, lembra daquele baile? Pois é, não vai mais rolar." Ou "Acabei percebendo que você não seria uma boa esposa, você está livre". Mas é claro que, isso não iria acontecer, porque nada que envolvia eu e vampiros, era simples.

Hoje, eu e Kate, – a apelidei assim, o nome dela é muito grande. – Iríamos escolher um vestido para o tão importante, baile de máscaras. Eu não queria uma coisa muito extravagante, mas Kate insistia em falar que:

– Mas é claro que, precisa ser extravagante, Elisa! Você será o que todos vão falar e fofocar. Todos sabem que você é a noiva do primogênito. – Ela, toda vez que dizia "primogênito", eu revirava os olhos quase automaticamente.

– Eu sei, mas não foi por escolha minha. E se dependesse de mim...– Eu provavelmente nem estaria aqui.

É claro que, ficamos discutindo durante uma hora, sobre qual vestido eu deveria vestido usar, mas no fim, concordamos que pelo menos a máscara eu poderia escolher. – O que não era muito justo, mas pelo menos, era alguma coisa.

– Tá legal, meio que eu já tinha escolhido o vestido que você iria usar. – Kate, acabou admitindo, o que me fez ficar levemente indignada.

– Bom, já notei que ninguém aqui liga para minha opinião mesmo. – Eu suspirei, já admitindo para mim mesma.

Kate pediu para eu esperar no quarto, pois, de acordo com ela, seria uma surpresa. Quando ela trouxe, eu jurava que aquele vestido tinha saído de um possível filme de vampiros. Sério, aquilo remetia exatamente o que o baile traria. Era um vestido vermelho sangue, com um discreto decote entre os seios, e uma longa e esvoaçante saia.

– Uau. – Foi só o que consegui dizer. Era um vestido simples, mas muito bonito.

– Eu imaginei que você fosse gostar, é simples e bonito, igual a você. –Minhas orelhas ficaram quentes, não era muito boa com elogios. – Então, eu sei que você queria escolher a máscara, mas eu encontrei uma que ficaria linda com o vestido.

Kate novamente saí do quarto e volta com as duas mãos para trás.

– Tá preparada? – Fiz que sim com a cabeça. – TCHARAM!

Kate, então me entrega, uma bela máscara sexy e ao mesmo tempo, delicada que remete a uma raposa.

– Realmente, eu me superei. – Diz, batendo palmas para si mesma.

– Realmente...– Digo, ainda um pouco impressionada.

...

Depois que, Kate, saiu do quarto, eu precisava espairecer a cabeça. Resolvi, que sairia um pouco do quarto, afinal, não dava para ficar trancafiada lá o tempo todo. Se arrependimento, matasse...

Passando pelo corredor, do andar de cima, me deparei com nada menos, nadas mais, que Aly, saindo de um quarto com uma porta gigantesca. Ela estava toda descabelada, parecia que tinha sido atropelada por uma manada de elefantes. Não contente, suas roupas estavam todas rasgadas. Meu Deus, ela está bem?

Acabei ficando preocupada, então fui em sua direção. Se arrependimento matasse, parte 2...

Antes de, me aproximar o suficiente, David, sai pela mesma porta em que, Aly estava antes, com o cabelo todo bagunçado, porém, suas vestes estavam impecáveis. Gente, que baixaria...

Eu acabo me escondendo, atrás de uma das colunas que iam até o teto – eram bem grandes, então estava segura, ou achava que estava.

Eles não tinham percebido minha presença, acabei sendo mais rápida. Ou era o que eu achava, mas no fim, eu mesma me delatei, tudo por culpa de meus pensamentos. Aly, já estava indo para outro lugar, e David a acompanhava, eu até respirei, aliviada, mas fiquei curiosa com uma coisa.

Vampiros são tão fortes assim? Meu deus, ela está só o pó!

Eu então, na mesma hora, me arrependi amargamente. David, parou e ficou estático, ele estava de costas, mas eu podia jurar, que estava sorrindo. Aly, foi embora em uma velocidade fora do normal, por isso, nem reparou que, David, ficou para trás.

– Merda...– Nem deu tempo de piscar e, David já estava atrás de mim.

Eu sabia que ele estava lá, mas não queria virar. Ele tinha lido novamente minha mente, mesmo sem saber da minha presença... ou ele já sabia?

– Ficou curiosa? – Escuto uma voz grave. Ele estava atrás de mim. – Bom, se quiser saber mais sobre...– Sinto que, ele estava se aproximando, ficando bem perto das minhas costas. Só que, ele tinha 1,90cm de altura, e eu, 1,69cm. – Se quiser, pode ir ao meu quarto, mais tarde

Ele se aproximou, encostando seu lábio em minha orelha. E sussurrando:

– Esperarei por você, Elisa.

– Você pensa que... – Falo, tomando coragem, e me virando. Mas ele não estava mais lá.

Esse homem, é louco! Que abusado. Nem tinha reparado, mas estava segurando a respiração. Aquilo tinha sido rápido, mas foi tão intenso que, eu não estava conseguindo raciocinar.

Me indaguei se, o quarto dele, era aquele por onde ele tinha saído, que tinha uma porta gigante. É sério, que você está considerando isso, Elisa? A curiosidade ia me matar um dia.

Ele havia me feito um convite, de ir ao seu quarto, mais tarde. Creio que, o mais tarde, seria a noite, certo? Afinal, já era, mais ou menos, 18:00 da tarde.

Bom, eu sabia que ele tinha ido fazer outra coisa. Então significava que, ele provavelmente chegaria mais tarde ao seu quarto. Isso, me dizia que, eu tinha um tempo até ele voltar.

Sim, resolvi que ia dar uma olhada em seu quarto. Mas só por curiosidade. Afinal, ele nem estava lá.

Coloquei meu plano em ação, fui indo em direção a grande porta, por onde, David e Aly, saíram. Se eles não quebraram o quarto inteiro, né?

Chego perto da porta, ela estava fechada. Era bem alta, preta, e tinha uns detalhes talhados a madeira, bem bonitos. Puxei o trinco, e a porta estava aberta. Só olhar, nada mais.

Sem mais, nem menos, entrei. Estava meio escuro, por causa das cortinas pesadas, mas eu liguei a luz, que era avermelhada. David, seu safadinho.

Olhei ao redor, estava tudo nos conformes. O quarto cheirava a rosas. Tinha uma grande – e quando eu digo "grande", é porque é grande mesmo. – Cama centralizada. Parecia muito confortável, toda preta, tinha cetins pendurados em cima, tipo no teto dela? Sei lá, mas era bonito. Tinha um grande tapete, preto, bem felpudo, no meio do quarto. Duas portas, uma para o closet, e outra, para o banheiro.

Quer saber? Vou dar uma olhada no, closet.

Então, abro a porta maior, que parecia ser o closet, e era ele mesmo. Era enorme, tinha muitas roupas, que pareciam muito caras. Ele só tem coisa preta? Affe!

Passo a mão pelas camisas, estavam penduradas em cabides, eram bem confortáveis, pelo visto. Lá tinha um espelho, fui em sua direção. O olhei, ele estava um pouco rachado, como se, tivessem esbarrado nele. Então, foi aqui que o negócio rolou? Aiai, esses vampiros.

Já que estou aqui, vou dar uma olhadinha no banheiro...

Eu tinha bastante tempo, até ele voltar, então resolvi ir até a outra porta, que dava ao banheiro. Assim que entrei, fiquei fascinada.

Era um luxo. Tinha uma banheira enorme em um canto, um chuveiro no outro, tinha até sofá. Para que, um sofá? Nossa, o dinheiro é grande, para ter um sofá no banheiro.

Notei que, na pia principal, tinha alguns cosméticos, e algumas coisas que homens usam, para sei lá o que. Fui em sua direção, era cheia de perfumes, eles tinham cheiro muito bom, nem tinha aberto a tampa e já sentia o perfume. Fiquei impressionada com um frasco, ele era todo preto, bem misterioso. Aí deve ser muito cheiroso. Resolvi cheirar. Realmente, era muito bom.

Estava saindo do banheiro quando, minha visão ficou turva, minhas pernas começaram a vacilar, e eu fui parar no chão, e de repente, tudo ficou escuro.

...

Sentia meu corpo um pouco dormente, parecia que eu tinha dormido por um bom tempo. Abri os olhos e, para minha surpresa, estava no banheiro do David!

– Merda! – Exclamei. Levantei-me meio tonta, olhando para janela que tinha perto do chuveiro, consegui observar que, já havia escurecido.

Ele deve chegar a qualquer momento!

Sai do banheiro correndo. Fui para a porta do quarto, mas então, escutei um barulho, vindo de trás da mesma. É ele! David, chegou!

Não sabia o que fazer, se ele me pegasse aqui, seria meu fim. Então, fiz o que qualquer um faria: me escondi debaixo da cama. Genial! Por sorte, consegui me encaixar e ficar em silêncio, foi o tempo de ele abrir a porta.

Conseguia enxergar de seu pescoço para baixo. Ele entrou, e fechou a porta atrás de si, e trancou! Eu já sabia, tinha me ferrado, e não era pouco.

Ele então, caminhou até o meio do quarto. Tirou seu casaco chique, e jogou na cama. Parecia cansado, mesmo sem ver sua cara, seus movimentos já serviam de exemplo.

Achando que não poderia piorar, ele vem em direção a cama, e se senta:

– O que eu vou fazer com essa menina... – Exclama, soltando um suspiro (se isso era possível). Estava falando de mim, Dominic?

Ele então, se levanta e vai para o closet. Vejo de escanteio seus movimentos, ele estava tirando a camisa. De botão em botão, bem devagar. Confesso que, estava curiosa. Já não estou aqui? Pelo menos, preciso de um agradinho.

Quando seu tronco, começa a aparecer, acabado dando um suspiro. Realmente, era um belo homem. Ele, finalmente, tira toda a camisa, e consigo ver todo seu peito, e barriga. Nunca tinha visto algo tão bonito na minha vida, aquele homem era todo malhado!

Gente, será que algo ainda vai me surpreender?

David, começa a desabotoar sua calça. Nesse momento, eu fico confusa, não dá para ver tão bem, ele se vira de costas, e some. Isso me deixa frustrada. Menina, para de ser tarada! Minha própria mente me sabota. Ele então volta, está com uma calça de moletom, apenas...

Ele vem em direção a cama, me fazendo prender a respiração. David, se senta e suspira.

Ufa! Foi por pouco. Penso.

Ele estava sentado, logo acima, mas estava tudo bem. Eu me sentia tranquila. Até que, do nada, ele joga seu tronco para frente e se agacha.

Sua face, encontra a minha. Meus olhos se arregalam. Fui descoberta!

– Saí debaixo dessa cama, agora. – Ele me olha sério, e com medo, eu o obedeço.

Saio de baixo da cama, e fico parada no canto, enquanto ele, sentado, só me observa.

– Sente-se aqui. – Ele bate a mão, indicando para eu me sentar ao seu lado, na cama. Eu fico paralisada. – Agora. – Ele recita a palavra, de um jeito, que me fez engolir em seco.

Obedeço e me sento ao seu lado. Quieta. Ele abre um sorriso, sarcástico.

– Quando eu te disse aquilo. Me refiro a...

– Eu sei. – O interrompo. Ele se referia a conversa de mais cedo. Não pareceu gostar de eu, o interromper.

– Não terminei de falar. – David, me olha sério, porém seu sorriso irritante, ainda está lá. – Para onde você está olhando?

Foi aí que percebi, eu não tirava o olho do abdômen dele. Ai que merda. Ele então, dá uma gargalhada.

– Qual é a graça? – Pergunto, tentando tomar coragem e encará-lo. Ele então aproxima seu rosto ao meu, quase encostando nossos narizes.

– O que a puberdade não faz, não é mesmo? – Me encara, e eu o encaro de volta. Pera aí, ele acha que eu vim aqui, por que meus hormônios estão em chamas?

– Eu não vim aqui, por causa de hormônios. Vim aqui, porque eu quis...– Nem termino a frase, e já me arrependo. Ele abre um sorriso largo.

– Então, você quis vir me ver? – Fala, e seus olhos azuis me encaram. Estava tão perto, que não conseguia respirar.

– Na verdade...– Eu não sabia como terminar uma frase.

– O que você quer de mim, Elisa? – David, parecia saborear meu nome em sua boca. O olho surpresa, e o mesmo segura meu queixo com uma de suas mãos (grandes, até de mais). – Diga, quer que eu faça o que com você? – Diz. Ele me olha de um jeito, diferente, o sorriso havia sumido, no lugar, havia uma expressão muito intensa.

– Eu não sei...– Pera, o que eu acabei de dizer?!

Ele me encara, mais intensamente ainda. Não conseguia respirar. Ele pende a cabeça para trás e ri, me deixando com uma cara de tonta.

– Vai dormir, Elisa. – Diz, largando meu queixo e indo até a porta.

Eu me levanto, confusa. David, abre a porta, e faz sinal para que eu passe.

Eu apenas estava indo no modo automático, nem olhei mais para, David. Sentia que, ainda estava sendo observada, e que, provavelmente, aquele sorriso safado, tinha se instaurado em seu rosto.

Estava já aliviada, quase saindo pela porta, mas David, me segura pelo braço, e me puxa para si, me fazendo esbarrar em seu peito. Ele me encara, e por último fala:

– Dessa vez, vou deixar passar. – Me encara, sério. – Mas dá próxima, quem vai fazer isso por mim, vai ser você. – Então, ele me larga.

– Fazer o que? – Digo, confusa.

Ele ri, me deixando mais confusa ainda. Eu já estava para fora do quarto, e ele já fechando a porta.

– O que significa fazer? – Ou ele me falava ou eu não sairia dali. David, sorri.

– Volte aqui de novo, Elisa. – Ele aponta para mim, suas palavras saem em forma de aviso. – Volte aqui de novo, e farei com que você se ajoelhe.

Então, sem mais, nem menos, ele fecha a porta.

– Espera ai! – Bato na porta. – Como assim, ajoelhar? O que isso significa? Por que vou ter que me ajoelhar para você?

Ele não responde mais. Resolvo voltar para o quarto, de mãos abanando.

            
            

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