ao lado da Lussandra, quis tocá-la mas ela se afastou,
- Quando a nossa filha estava sendo
violentada, onde estavas tu para defende
- Bem, eu... Eu não escutei, como
viste estava bebado.
- Tao bêbado que ao escutaste os
pedido de socorro dela...
- Lussandra...
- Eu não quero mais a Kucaia aqui, ela
nunca mais vai por pes aqui
- O que a Kucaia tem haver com isso?
- Tudo! Não sou idiota Abelar, me
traíres eu suporto eu ignoro, mas traíres a nossa filha, não!
Neste instante, Marifa, chega à casa
pois ela havia saído logo cedo, queria escutar da boca do Lacaio o que ele
havia feito. Olha para os seus pais que estão sentados no cadeira.
- Onde estavas?
- Com Lacaio
- Não posso crer que foste ter com
esse miserável
- Precisava escutar dele, ouvir a
versão dele. - Marifa respirou fundo de cabeça erguida.- Ele pediu desculpas!
Ele ainda quer me casar
- Ainda pensas em casar com ele depois
de tudo? Ele estuprou a sua irmã. _ Lussandra não podia crer no que escutava.
- Ah mãe, todo mundo sabe que depois
de ela nasceu tudo virou de cabeça abaixo! _ Marifa afirmou revoltada.
- Não diga isso! Ela é sua irmã!
- Ela é uma feiticeira! Ela deve ter
enfeitiçado os amigos do pai e o meu noivo!
Lussandra sem pensar lançou à mão no
rosto de Marifa, só se deu conta do que havia feito quando viu ela no chão.
- Ela é uma menina de oito anos, que
foi violentada!
- Mas Lussandra, vendo bem talvez seja melhor
entregar a Marifa ao Lacaio! Nossa família já está com uma reputação -
Comentou Abelar.
Lussandra ficou em silencio.
- Vou me casar com Lacaio por bem ou
por mal! Eu amo o Lacaio e sei que ele se arrepende. _ Marifa afirmou pondo a
mão no peito. A moça só pensava em se casar, tão pouco se importando com os
sentimentos da sua irmã do criminoso que o Lacaio era.
No seu quarto, Kataleya o seu quarto
conseguia ouvir a discussão e de algo ela tinha a certeza, sua casa não era
mais o seu lar. Era como se ela estivesse num lugar que não lhe pertencesse,
ela só tinha ódio, medo, vingança e raiva no seu coração. Lembrou-se de tudo que sua mãe havia dito, a
menina acreditava em karma... Acreditava em castigo e maldição, já que muitos
diziam que ela era uma feiticeira e filha do demônio, decidiu agir como tal.
Olhou para as suas mãos que as mesmas, manchavam a sua família de vergonha e
para sempre a marca dos olhos estariam cravados nela, a não ser que ela
cortasse as mãos. Deixou que a sua ira prevalecer, que o seu Coração de menina
se alimentasse do ódio e fechou os olhos, durante dez segundos e quando os
abriu seu dom renasceu.
"Com as minhas mãos, condeno todos os
homens que provarem da minha carne a morte. Cada segundo meu será sua pena,
cada lágrima minha será sua dor, cada lembrança naquela noite será a sua
angústia e meu sorriso será a sua morte"
A pequena sentiu o seu corpo frio,
sentindo que o seu pedido seria atendido. Saiu do quarto, caminhando pela
caminha se deparando com a sua mãe, sem dizer meia palavra caminhou em direção
a porta.
-Filha para onde vais? - Disse
Lussandra seguindo
- No quintal da casa...
-Não convém saíres, pode ser perigoso!
Não convém as pessoas te verem assim...
- Não existe nada mais perigoso que
esta casa.- Kataleya saiu pela porta
fora, ferindo os sentimentos da sua mãe que não estava mais magoada e manchada
pela vergonha que ela.
As palavras ditas por Kataleya, machucaram sua mãe.
Kataleya ficou no quintal, sentada no chão
desenhando um barco à vela, como se um
dia ela pudesse entrar no barco e atravessar os oceanos. Enquanto desenhava viu
uma senhora branca vestida preto, tinha cabelos grisados e longos que chegavam
aos tornozelos, com tatuagens nos braços e no rosto. As pulseiras e o colar de
missangas, chamavam mais atenção. A
senhora tinha um olhar fixo, mas pequena não se deixou intimidar encarando-a e foi
se aproximando da senhora.
- Por quê me miras?
- Por quê te vieste até mim?
Kataleya nada respondeu.
- Me chamo Maná...E o seu nome
A pequena não respondeu e ficou a
encarando.
- Sinto uma energia forte em ti!
- O que sabes de mim?
- Não mais do que tu sabes de ti
própria
- Como iria saber?
- Sentes só não queres ver...
- Não entendo...
- Vem comigo criança, siga-me...
- Tenho que pedir a minha mama para
sair...
Mana sorriu e olhou para porta de
casa, fazendo a pequena olhar também vendo a sua mãe olhando para as duas.
Lussandra sabia quem era a Maná, sabia que um dia ela viria para conhecer sua
filha, por isso não interferiu. Feiticeiras se conhecessem e unem. Kataleya olhou para a sua mãe e soube que
tinha o seu consentimento para seguir a Maná, correndo o risco que de nunca
mais a ver.
Kataleya seguiu a Maná, caminhando juntas pelo mato, até que chegaram numa casa enorme
feita de madeira e areia vermelha, podia se enxergar algumas videiras no
exterior. Ficaram uns segundos olhando a
casa, Maná olhou para pequena vendo se ela se sentia confortavel. Ela foi na
frente e abriu a porta, deixando a
Kataleya ir passar, deixando ela livre de entrar. Era uma casa
diferente, com conchas nas mobílias e no chão, abajur decoradas com penas de as
aves e incensos pelos corredores .
Kataleya olhou a volta da casa, vendo outras
mulheres e crianças , que a encaravam.
- Quem são elas? Que lugar diferente! -
Kataleya estranhou, nunca havia estado num lugar igual.
- É diferente porque nós somos
diferentes! Temos um dom que ninguém mais tem.
- Ela são, feiticeiras... Por que me trouxeste aqui?
- Porque aqui onde um dia irás ficar...
Kataleya olhou a volta e logo começou a chorar
com medo, desgosto pelo que havia acontecido. Estava confusa e não entendia.
Kataleya abanou a cabeça.
- N-N-Não sou feiticeira!
- Veja isso como um dom!- Disse a Maná
pegando e amostrando as palmas das mãos da pequena
- Quero ir para casa!- Kataleya afastou-se assustada.- Quero minha
mãe.
- Calma
Kataleya, ninguém irá te machucar! Eu te acompanharei até o lugar onde
te encontrei.
Assim Maná e Kataleya voltaram para a aldeia, indo até a
casa. Kataleya logo entrou na casa,
vendo o seu pai ameaçando a mãe. Abelar havia pego um pau, tencionando bater a
Lussandra, mas a Kataleya ficou a frente
da sua mãe a defendendo.
O Abelar ficou surpreendido, ele não
esperava essa atitude. Por um instante parou e pousou o pau, parecia estar com
medo, deu-lhe uma agonia no peito que jamais havia sentido, podia enxergar um
olhar obscura na menina, um céu negro.
Kataleya vendo que o seu pai baixou o pau de madeira, se afastou e foi
até o seu quarto, havia se tornado uma criança destemida. Abelar pela primeira
vez sentiu medo de uma menina de oito anos.
- Aquele olhar! Viste aquele olhar?-
Abelar parecia pensativo e agoniado.
- Quê olhar?- Lussandra não entendeu o
susto do Abelar.
- Da Kataleya!
- Ela é só uma menina, ainda com dor depois de tudo que passou...
- Não, aquele olhar não é normal,
ela...- Abelar parou assustado. - Ela estava me ameaçando, parecia uma menina do mal.
Abelar vendo os olhos da sua filha, percebeu que havia mudado. Nunca na sua vida teve medo de suas filhas, mas com a Kataleya foi diferente. seu coração acelerou de medo e angustia, como se o inferno estivesse o chamando.