- Olá, Francisco! Lembrou que tem amigos ou só quer saber do príncipe encantado?
- Desculpa, estou um pouco ocupada com esse contrato.
- E então, quais são as novidades?
- Oliver me convidou para sair.
- Amiga, você não está indo rápido demais com esse rapaz. Lembro que quando namorou o Mark foi a mesma coisa e depois ficou sofrendo.
- Nem me lembre dessa pessoa, já sinto vontade de chorar.
- Então pense melhor.
- Mas eu nem sei se é um jantar romântico ou de negócios.
- Patricia, não ouço você falar de outra coisa além do Oliver.
- Você está certo, acho que estou apaixonada por ele.
- Não te culpo, além de rico, ele é lindo!
- Sim, ele é perfeito. Falei suspirando.
- Querida, apenas tome cuidado.
- Pode deixar.
- E o que devo usar?
- Vamos fazer compras.
Nesse momento, a campainha tocou.
- Amigo, tem alguém na porta. Ligo para você depois.
Fui abrir a porta e encontrei o motorista Mauricio.
- Olá, senhorita.
- Mauricio, que surpresa! Deseja entrar?
- Não, apenas entregar essa encomenda do Sr. Oliver.
- Certo.
- Passarei para buscá-la às 21 horas.
- Hum, você sabe para onde iremos?
- Não tenho permissão para dizer.
- Quanto mistério. Até mais tarde.
Abri imediatamente o pacote. Era um lindo vestido azul e longo. Experimentei e ficou perfeito, senti-me como uma princesa, embora soubesse que aquele vestido custava cerca de 6 meses de salário meu.
Fiquei ansiosa o dia todo, desejando que o horário chegasse logo. Estava impaciente para descobrir as verdadeiras intenções de Oliver. Seria eu apenas mais um negócio para ele ou uma diversão? Além de ser rico e bonito, ele era extremamente inteligente e poderia ter qualquer mulher que quisesse.
Meu telefone tocou.
- Boa tarde, Sr. Ricardo.
- Boa tarde, como você está?
- Estou bem!
- Estou curioso, por que você tem um jantar com o Sr. Laiser hoje?
- Incrível como as notícias se espalham, não é?
- Quando eu disse que aqui sabemos de tudo, era verdade.
- Eu sei disso. Mas não é nada sério, nem mesmo eu sei o que é.
- Você acha que está perto de fechar o negócio? A Diretoria está pressionando.
- Acredito que sim, mas lembre-se de que a decisão final é do Sr. Olavio.
- Precisamos desse contrato de qualquer forma. E sei que você é a pessoa certa para isso.
- Estou me esforçando.
- Ok, conversamos mais tarde.
- Até logo.
Lembrei que fazia muito tempo que não ligava para meus pais, mas não era o momento. Eu precisava me arrumar. Também precisava marcar uma data para vê-los, mas o trabalho estava me consumindo muito tempo. Estava sempre ocupada.
Já era noite e comecei a me arrumar. Recebi uma mensagem de Oliver, que estava muito feliz e ansioso pelo nosso encontro. Acabei me derretendo. Caprichei na minha aparência e desci. Mauricio já estava me esperando.
Passeamos por lugares que eu nem sabia que existiam, bairros lindos e elegantes. Paramos em um lugar que parecia um castelo. Entrei e a recepcionista me conduziu a uma mesa onde Oliver estava.
O lugar era lindo, com luzes e pedestais por toda parte. As cadeiras eram tão confortáveis que pareciam nuvens. Um cheiro delicioso de comida enchia o ar, e as pessoas estavam muito bem-vestidas e elegantes. Só consegui ver o belo sorriso de Oliver, esperando por mim.
- Nossa, você está incrivelmente linda!
- Obrigada! Você também está perfeito.
- Por favor, sente-se. Eu já pedi um champanhe e o menu.
- Este restaurante é muito agradável.
- Meus pais sempre jantam aqui.
- Então, viemos falar de negócios?
- Patricia, você sabe que meu interesse por você vai além dos negócios.
- Fico lisonjeada.
- Desde que te conheci, minha vida mudou completamente. Acordo ansioso para viver cada dia. Conto as horas para ver o seu sorriso.
- Tenho medo de que meu pai encerre o negócio mais cedo e nos separe.
- Eu sinto o mesmo, mas tive medo de não ser correspondido. Afinal, você é de uma classe diferente e tem um futuro totalmente diferente do meu.
- Nesse momento, ele pegou minha mão.
- Eu não quero um futuro no qual você não faça parte. Não vejo diferenças entre nós, eu preferiria ter a sua liberdade e não sofrer essa pressão.
- Seu pai é muito exigente?
- Bastante, e ainda tem minha mãe, que acha que devo ser o melhor para que minha irmã não assuma os negócios.
- Eu não sabia que você tinha uma irmã.
- Na verdade, você a conheceu.
- Sério? Se me foi apresentada, não me lembro.
- Ela é a recepcionista.
- Incrível! Não entendo por que ela está nesse cargo, considerando que é uma das herdeiras da empresa.
- Minha mãe acredita que ela deve começar de baixo para valorizar tudo. Ela é apenas minha meia-irmã.
- Sua família é complicada.
- Sim, sofro muita pressão. Na verdade, eu sempre quis ser músico, mas imagina se minha família deixaria, para eles é apenas um hobby e não um futuro.
- Sério? Que legal!
- Sim, tem algumas noites que toco em bares longe daqui para não ser descoberto.
- Um dia precisa tocar para mim.
- Com todo o prazer!
Em outra mesa estava o Sr. Olavio e sua esposa Joana jantando.
- Olavio, aquele não é seu filho com a menina que achei que era empregada da manutenção?
- Sim, eles mesmos, mas não lembro de ter pedido para ele se reunir com ela.
- Estou achando que isso não é um jantar de negócios.
- Não seja boba, Joana, nosso filho jamais se envolveria com esse tipo de mulher, sem classe e pobre.
- Então dê uma olhada, porque estão de mãos dadas?
- Eu não acredito, isso é inaceitável! Eu dei um projeto para esse menino e isso é o que ele me devolve. Assim, quem irá assumir a empresa será a Rebeca.
- Jamais deixarei isso acontecer.
- Vamos jantar, Joana! Amanhã vou resolver esse problema.
Nem percebemos que os dois estavam lá, apesar de Oliver ter comentado que os pais jantam ali. A noite foi perfeita e tínhamos que ir embora. Levantamos e Oliver me levou para casa.
Na porta do prédio, ele me beijou apaixonadamente. Fiquei tentada a convidá-lo para subir, mas ainda era cedo e precisava ser uma dama.
Aquela noite foi especial e não dormi, pensando em como o amava.