/0/9261/coverbig.jpg?v=a2f3605357a8adeea1bf390c28f468b1)
- Minha nossa! Me desculpe e..eu não te vi, me perdoe.-Disse em desespero à loira que me encarava com um ódio mortal.
- Olha o que você fez sua puta imprestável, dê o fora daqui agora!-Espera ai, eu estava sendo educada em me desculpar e essa garota mimada me chamou de puta?!?
- Eu sinto muito, foi sem querer.-Insisti demostrando minhas desculpas sinceras.
- Não interessa, você estragou meu vestidinho Channel sua puta barata!!!-Ela respondeu e seu empurrão me pegou de surpresa me fazendo cambalear para trás. Senti a ira subir nas minhas veias e me controlei para não estragar o botox da cara daquela patricinha metida.
- Pode me chamar de qualquer coisa, só nunca me rebaixe ao seu nível! -Respondi entredentes sem esconder minha irritação. Senti alguém me segurar e vi que era Quenaz tentando impedir que eu socasse a cara daquela mulher mesquinha.
- Você viu o que ela fez e não vai fazer nada?!-Perguntou ela lançando um olhar de incredulidade para o chefe.
- Não se preocupe querida, ela não ficara aqui por muito tempo.-Respondeu ele me olhando da forma mais fria possível, fazendo com que eu me encolhesse em defensiva.
- Acho bom mesmo amorzinho, e como castigo, que tal mandarmos ela pra uma das boates mais usadas da região, tenho certeza que ela passará por várias mãos em apenas uma noite!-Disse ela agora já ao lado do chefe enquanto acariciava seus cabelos. Infelizmente suas palavras me atingiram em cheio, eu não queria virar prostituta, eu não podia, por favor, isso não.
- Concordo com você, é uma ótima ideia, Quenaz, chame o Luiz e o mande levar a garota a boate Kliss, lá ela vai aprender a ser profissional.
- Não! Você não pode fazer isso comigo seu riquinho de merda, quem você pensa que é!? Eu não sou um objeto pra você decidir o que vai ou não fazer com o meu destino.-Respondi quase gritando, eu não podia mais suportar toda aquela situação, eu sabia do risco que eu corria por ter insultado ele e era exatamente isso que eu queria, se minha única opção era me prostituir eu poderia muito bem fazer com que eles me matassem primeiro, evitando assim que eu tivesse um futuro de torturas.
- Você tem a língua muito afiada putinha, e não se preocupe, acho que meus soldados ficariam felizes se tivessem um brinquedinho para eles passarem o tempo, você vai se arrepender por ter me insultado!-Respondeu o chefe me olhando mortalmente, ele disse algo em um tipo de rádio manual e em questão de segundos estava na minha frente o mesmo brutamonte que tinha me espancado no dia anterior, essa era a oportunidade certa de eu me vingar pela surra que tomei, apesar de eu não estar ainda totalmente recuperada, pelo menos eu não estava amarrada e impossibilitada de me defender. Porém antes que eu fosse atacada, ou levada dali, Quenaz se pôs em minha frente como forma de proteção, não entendi porque ele estava sendo tão legal comigo se eu apenas o ignorei até agora, porém ao que parece eu não fui a unica a se espantar com a atitude do moreno.
- Sai da frente Quenaz!-Ordenou o chefe, porem ele fingiu não ouvir. - Mas que porra Quenaz, da pra parar de tentar proteger essa garota? Sai da frente agora! -Gritou o chefe tendo a atenção de Quenaz.
- Você pega a garota Luiz, más só depois de passar por cima do meu cadáver!-. Ele foi um tanto firme com suas palavras e aquilo me assustou também. O "chefe" esperou por mais alguns segundos e viu que mais ninguém se manifestou, nem Luiz aceitou o desafio de Quenaz, então ele caminhou lentamente até mim, o medo já era palpável e como uma aurea de poder a presença dele me fazia se sentir acoada, más nem por isso eu deixei transparecer, continuei com a cabeça erguida o encarando, ele olhou para Quenaz e passou por ele ficando cara a cara comigo.
Seus olhos azuis destihavam ódio, agora mais próximo eu podia sentir-me sufocada pela sua presença, seus musculos enormes pareciam prestes a romper os botões do terno, ele era mortal e eu pude saber disso apenas com uma simples aproximação dele.
- Senhor, com licença, se me permite lembrar, estamos sem uma cozinheira e acho que a garota seria de grande ajuda na cozinha!-. Todos olharam em direção a voz, e lá estava a senhorinha que encontrei no corredor, seu sorriso fraco demonstrava respeito pelo patrão.
- Não se preocupe Sônia, vamos encontrar uma substituta logo logo, mas para essa eu já tinha escolhido um outro destino!.
- Senhor, peço que reconsidere o meu pedido, já estou muito cansada e preciso de uma ajudante o mais rápido possível, como o senhor bem sabe, esse processo de contratação levará alguns meses ainda e suspeito que não darei conta de cumprir minhas obrigações se continuar trabalhando sozinha. Ela insistiu, e eu soube que ela só estava tentando me livrar da minha sentença. Naquele momento eu soube, que se aquela doce senhora conseguisse de fato fazer aquele monstro mudar a minha sentença, eu deveria minha vida à ela. Pois diante da minha atual situação eu achava impossível alguém convercer aquele ser do contrário. No fundo eu ainda não entendia porque ela e Quenaz estavam tentando ser legais comigo, se eu sobrevivesse, deveria me lembrar de agradecer à eles mais tarde.
Ao ouvir o que a senhora tinha lhe dito, o chefe pareceu pensar por um momento antes de responder.
- Tudo bem Sônia, más se a garota aprontar alguma coisa saiba que a responsabilidade cairá sobre você! -Respondeu ele ainda me olhando de um jeito mortal. Sônia concordou com um sorriso e me olhou, era impossível não sorrir de volta para ela, agora eu não seria mais prostituta, seria empregada doméstica, com certeza já era uma evolução. Com apenas um olhar o chefe dispensou Luiz e se quebrou a distancia que nos separava sussurrando suas palavras mortais em meu ouvido.
- Agradeça de joelhos, pois você é uma garota de sorte. -O seu olhar frio e sua voz de assassino me congelaram no lugar, talvez ele tenha um pouco de razão, talvez eu ainda tenha um pouco de sorte por ter insultado um assassino e saído ilesa.
O olhar da moça ao qual eu tinha feito se sujar era de vitória, ela sentiu meu medo, pra falar a verdade qualquer um naquele ambiente podia senti-lo. Mas ela era a única que parecia se sentir satisfeita com minha reação.
- Obrigada Sônia, eu nem sei como lhe agradecer, muito obrigada mesmo, você cumpriu sua promessa!-Depois de estarmos finalmente a sós na cozinha fui agradecer à ela, e mais uma vez me senti péssima ao lembrar que, ao que tudo indicava, eu não tinha conseguido cumprir a promessa que fiz a Nathallie.
- Tenho certeza que você não irá nos decepcionar, más agora porque essa carinha triste? Eu sei que você não queria estar aqui, más posso sentir que essa tristeza não é de fato por estar aqui.
- Você esta certa Sônia, realmente tem algo a mais me perturbando, Minha amiga Nathallie, eles a trouxeram junto comigo, más ela desapareceu antes de eu acordar, eu prometi a ela que ficaríamos bem más eu não consegui cumprir!-Não pude deixar de evitar as lágrima traiçoeiras que escorreram dos meus olhos.
- Oh querida, eu sinto muito, gostaria muito de poder ajudar, más devo confessar que não vi nenhuma garota chegando além de você, eu sinto muito pela sua amiga!-Nesse momento ao confirmar que realmente Nathallie tinha maior chances de estar morta, me desabei a chorar, sem me importar se eu estava parecendo fraca, era minha Melhor amiga, ela não merecia passar por isso.
Ao me recompor tentei interiorizar a minha dor, eu choraria mais tarde no chuveiro ou com a cabeça enfiada no travesseiro. Porém naquele momento eu precisava ser forte, manter o foco e tentar ficar viva para conhecer melhor tudo ao meu redor, pois eu planejava fugir daquele lugar na primeira oportunidade que eu tivesse.
Passamos o resto do dia na cozinha, Sônia estava me explicando como funcionava os horários das refeições e quais eram os pratos a serem servidos naquela semana.
- Sônia, já que você mesma disse que eu só saio daqui morta, então acho que não tem problema nenhum em eu saber o que eles são, pois tenho certeza de que eles não são apenas uns ladrãozinho de esquinas.
- Isso é verdade, más não sei se deveria te contar.
- Eu prometo guardar segredo, jamais faria alguma coisa para te prejudicar, terei com você uma eterna divida por ter livrado minha pele sem nem mesmo me conhecer direito.
- Tudo bem, acho que você tem o direito de saber onde realmente você se meteu! Nós somos a Máfia-. Respondeu Sônia, como se isso fosse algo simples e normal para ela.
Máfia??? Em que merda grande eu fui me meter? nunca me importei em saber o que eram máfias, até porque eu nunca soube que tinha máfias no Brasil. Mas pelo que Sônia me explicou eles eram como gangues, ela disse que eram mais como "família", mas eu vou dizer gangues pois é mais fácil de entender, descobri que o chefe era o "Capo", uma espécie de líder supremo da máfia, a relação dele com Quenaz não era por parentesco, segundo ela eles eram amigos de infância que reforçaram o elo de amizade e companheirismo depois que cresceram, tornando então Quenaz o consigliere do chefe, Sonia ainda não tinha me dito o nome dele, então eu ainda continuava o citando como "chefe". E o mais importante que ela me disse foi que estávamos na Itália. Eu jamais teria descoberto isso, pois ali a língua falada pelos membros da casa a qual eu já tivera contato, era o Inglês. Por sorte minhas aulas de inglês estavam ainda frescas em minha memória e apesar do sotaque brasileiro eu ainda conseguia entender a maioria das coisas que eles falavam e ainda me arriscava em falar também.
Certamente o líquido que injetaram em mim e na Nathalie quando nos levaram da sorveteria na noite do nosso sequestro era forte o suficiente para que tivéssemos dormido a viagem toda até a Itália.
- E você Sonia? Também foi sequestrada?-Perguntei querendo saber como ela se tornou empregada da família.
- Não, na verdade os empregados são todos contratados por uma empresa especifica, primeiro eles te pré-selecionam para investigar sua vida e depois de ver que esta tudo certo você passa por todo o juramento de um integrante da máfia, ou seja, "entro vivo e só saio morto, minha vida pela família", eu ainda vou para casa nos meus dias de folgas, más como se diz, aqui somos uma família e uma família não prejudica a outra, por isso nenhum de nós conta nada do que se passa aqui dentro.
- Nossa, vocês levam isso de "família" mesmo a sério.-Ela concordou com a cabeça, fiquei pensando se eu também precisaria passar por todo esse ritual de entrada na máfia, espero que não, achei esses votos um tanto exagerados.
- SÔNIA!- Nos assustamos com o grito que a namoradinha do chefe deu ao entrar na cozinha toda rompante.
- Sim senhorita.-Respondeu Sonia e mesmo educada pude notar o quanto ela também não gostava da garota.
- Darei uma festa hoje a noite, não se preocupe, já contratei um serviço de buffet e rejeitei por hoje sua comida horrível, más vocês serão as garçonetes, usem seus uniformes e estejam prontas em 20 minutos!-Diz ela olhando no relógio ignorando a nossa situação.
- Mas não vai dar tempo, precisamos terminar de assar essas tortas e limpar toda a bagunça da cozinha ainda!-Eu disse sem controlar minha irritação.
- O problema não é meu se vocês são lerdas e imprestáveis!-Respondeu ela na sua ignorância.
- Não é questão de ser lerda ou não madame, acontece que a Sonia não esta muito bem de saúde e ela não vai dar conta de ficar servindo na sua festinha, até porque, pelo que eu sei o horário de expediente dela termina após servir o jantar, que é exatamente daqui 15 minutos!-Sonia me olhou assustada e pediu com o olhar para que eu esquecesse esse assunto, más de jeito nenhum eu deixaria essa patricinha metida se aproveitar de uma senhorinha boa como Sonia.
- Esta tudo bem Chloe, só nos dê mais alguns minutos para organizarmos a cozinha.
- Vocês tem 15 minutos agora para estarem prontas e servindo no salão principal, e você sua velha, pede a conta se não tiver conseguindo mais fazer suas obrigações!
- Como você é mesmo sem educação, sua puta mimada, presta atenção! O mundo não gira ao seu redor e se você quer empregados daqui 15 minutos servindo na sua festinha, acho Melhor pegar o uniforme e ir fazer o serviço você mesma!-Eu ainda nem tinha terminado de falar quando senti um tapa estralando no meu rosto, essa não, essa vadia mexeu com a empregada errada, mais que depressa revidei o tapa, colocando toda minha força e ira em minhas mãos, fazendo com que ela voasse e caísse sentada com uma enorme cara de assustada, eu poderia ter avançado em cima dela e ter terminado o que comecei facilmente, mas parei quando me deparei com um par de olhos azuis mortais me encarando.
É, acho que esse é o meu fim, pelo visto ele chegou na hora errada, pois pela cara dele ele só viu eu agredindo sua "amada", ele perdeu o inicio do espetáculo que ela fez e então a culpa como sempre cairá sobre mim!!!
- Amor, você viu o que ela fez!? Ela me agrediu sem eu fazer nada com ela, eu cheguei aqui toda contente falando da minha festa pra Sonia e essa garota por inveja veio pra cima de mim!-Disse Chloe derramando lágrimas de crocodilos em seu teatro, sínica, e o idiota ainda acreditou.
- Vai pro seu quarto agora!!!-Disse ele pausadamente e vi que ele estava se segurando para não me socar ali mesmo.
- M...más ela q...- Tentei me explicar mas pelo visto ele não estava afim de ouvir minhas explicações.
- Eu disse A.G.O.R.A.- Ele praticamente gritou me fazendo pular de susto, decidi não falar mais nada, apenas caminhei, ou praticamente corri, para o quarto no fim do corredor. Droga, eu estou ferrada, pude ver ele se abaixando para olhar a boca de Chloe que escorria sangue e me encarando mortalmente antes de eu correr para o quarto. Entrei no quarto e fiquei andando de um lado para o outro, eu precisava fugir daquele lugar e tinha que ser agora, depois dessa eu tinha certeza de que não sobreviveria mais ali.
Sai do quarto decidida, essa era a Melhor oportunidade de fugir, estava tendo uma festa lá embaixo então provavelmente teria muita gente diferente entrando e saindo da mansão, o momento perfeito para eu sair sem ser notada, observei o corredor escuro e segui lentamente, uma janela me chamou a atenção, ela era do térreo e dava direto no jardim da mansão, o lugar era afastado, ideal para uma fuga, notei alguns seguranças ao longe de prontidão, mas tinha uma árvore com um galho saindo fora dos muros da mansão, era agora ou nunca, só precisava abrir a janela e seguir o plano,〕8 tinha como dar errado, porém se eu ficasse ali acabaria morrendo do mesmo jeito e se eu tentasse e desse errado pelo menos eu morreria por tentar e não por aceitar como uma covarde. Empurrei a janela com força e ela logo se ergueu me dando passagem, sentei sobre a mesma e fiquei calculando a distancia da minha queda até o chão, apesar de estarmos no térreo o chão ficava a aproximadamente 2 metros, eu tinha que saber pular de um jeito em que eu não destroncasse meu pé, pois com o pé destroncado dificultaria minha fuga.
- O que você estava tentando fazer?!- Meu coração acelerou ao ouvir uma voz grossa, essa não, eu tinha sido pega em flagrante!.