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Tentei abrir meus olhos, porém a dor que a claridade me causou me fez o fechar novamente, senti minha garganta seca e a dor em meu corpo me trazendo de volta à realidade!
Se eu morri porque está doendo tanto?! Forcei meus olhos a abrirem lentamente mais uma vez e a dor neles foi diminuindo até que consegui enxergar totalmente, eu não tinha morrido pois o soro em meu braço era a prova disso, olhei ao redor tentando identificar o local mais foi em vão.
Ouvi o barulho de uma porta se abrindo e de repente Sonia estava em meu campo de visão, ela tinha um olhar cansado e abatido, não pude deixar de sorrir ao vê-la, assim que me viu acordada veio correndo ao meu encontro.
- Oh céus! Minha menina acordou!- Exclamou ela alto o suficiente para que outro empregado por nome Sálisvan que passava no corredor entrasse no quarto apressado com uma cara de preocupado.
- Sálisvan, a Anelise acordou, avise o Quenaz, por favor! -Pediu ela e ele sem questionar deixou o quarto.
- Você parece tão abatida Sonia, o que houve?-Minha voz saiu arranhando minha garganta numa sensação dolorosamente horrível.
- Me sinto tão culpada pelo que aconteceu, eu realmente sinto muito, por favor, nunca mais me defenda daquele jeito, eu não sei o que aconteceu, Luigi nunca fez nada parecido com alguma mulher, mas tenho certeza de que foi a naja da Chloe que o fez te maltratar assim. -Ela afagou meus cabelos e senti um carinho materno da parte dela, isso me deixou reconfortada.
- Por um momento achei que tivesse te perdido para sempre! -Continuou Sônia e Confesso que fiquei realmente emocionada ao ver que lágrimas saiam de seu rosto, eu não conseguia entender porque ela gostava tanto de mim.
- É exagero seu Sônia, eu estava mesmo precisando dormir umas doze horas seguidas! -Tagarelei para que acabasse aquele clima emotivo que me deixava um tanto sem reação.
- Doze horas? Você realmente não faz ideia do quanto dormiu? -Perguntou ela com a expressão desacreditada.
- Não estou entendendo, eu desmaiei ontem depois do acontecido e acordei hoje, isso significa quase um dia, ou doze horas não é?
- Na verdade você dormiu por uma semana e meia, querida, você perdeu muito sangue e seus ferimentos quase mortais te levaram a um coma.
COMA???-Oh my God!!!. Como assim coma? Para mim parece que tudo tinha acontecido um dia antes, não deu tempo de questionar o comentário de Sonia pois logo a porta foi aberta novamente e meu coração martelou ao ver Quenaz entrando por ela, más o que me deixou realmente apavorada foi ver quem estava atrás dele. Luigi! Meu coração deu uma tropeçada e eu instintivamente me encolhi na cama, senti o medo travar minhas pernas. Na hora que o vi entrar no quarto confesso que se eu pudesse, eu teria corrido quilômetros de distancia dele, más minha inútil reação foi me encolher na cama, eu queria gritar e pedir que tirassem ele de perto de mim, más minha voz simplesmente travou, meus olhos não conseguiram desgrudar dos deles e o pavor que pairava em mim era palpável, desviei o olhar para ver Quenaz se aproximar da minha cama, porém não relaxei minha postura.
- lise, você esta bem? Como esta se sentindo? Esta com dor? Quer que chame a médica?. -Meus olhos ainda estavam grudados à Luigi, por isso notei-o revirar os olhos pela preocupação do colega, porém não o respondi, eu tinha medo do que sairia quando eu abrisse a boca, com certeza eu gaguejaria miseravelmente. Quenaz esperou por alguns minutos pela minha resposta e quando não a obteve seus olhos se arregalaram enquanto ele desviava sua atenção à Sonia.
- Oh não! Ela perdeu a voz?! -Perguntou ele realmente levando em consideração a ideia pela sua feição de pavor. Eu iria responder que não, que eu estava bem, más Sonia respondeu antes que eu abrisse a boca.
- Depois que ela acordou ela não disse nenhuma palavra até agora, senhor! -Olhei para Sonia e ela piscou para mim, captei sua mensagem, vi o rosto de Luigi nos encarar parecendo preocupado com a situação, então essa seria uma forma de me vingar, fazendo ele se sentir culpado pelo que me fez. Quenaz lançou um olhar de reprovação e decepção para Luigi enquanto eu continuava no meu teatro fingindo estar sem a fala.
- Satisfeito!? -Perguntou Quenaz a ele, porém o mesmo não respondeu, simplesmente prendeu seu olhar em mim por tempo suficiente para me fazer querer ficar ainda mais longe do seu olhar frio e calculista, será que ele percebeu que eu estava mentindo? E se ele perceber ele vai me castigar de novo? Estou ferrada!
Quenaz deve ter percebido o meu medo e a tensão entre nós pois felizmente decidiu intervir.
- lise, ele veio se desculpar, não é mesmo Luigi!? -Percebi que ele estava praticamente se sentindo obrigado a me pedir desculpa e isso não era de fato o que eu gostaria. Ele apenas olhou de Quenaz a mim e concordou com a cabeça.
- Me desculpe. -Ele disse ainda sério e não parecia de fato arrependido, isso me chateou, porém decidi continuar seguindo com o plano de Sônia, fiz um sinal pedindo papel e caneta e não demorou muito para Sálisvan trazer até a mim um pequeno caderno e uma caneta preta, peguei-as e o agradeci com um aceno de cabeça, minhas mãos estavam suando frio e eu já tinha decido o que escrever, ainda trêmula, deixei no papel a minha sinceridade
"Eu disse que independente do que acontecesse ou do que você me fizesse eu te perdoaria, minha palavra continua a mesma, eu te perdoo".
Não sei de fato porque eu escrevi isso, más era verdade, eu tinha o perdoado antes mesmo dele me machucar, eu sabia me colocar no lugar dele, eu o desrespeitei enquanto até seus homens que são mais parecidos com muralhas o temiam, e outra, eu bati na cara de sua amada companheira, não que isso justifique o que ele me fez, más no mundo da máfia cada ação tem uma reação, e o resultado das minhas ações foi a seção de tortura na sala vermmelha, no mundo da máfia eu tinha realmente que agradecer por ainda estar viva!. Convicta do que eu tinha acabado de escrever estendi o papel à ele que ainda estava parado na porta do quarto, ele olhou o papel estendido por longos segundos e caminhou lentamente até eu o pegando da minha mão, fiquei o observando ler o papel, gostaria de desvendar suas reações através de sua feição, ele o leu por várias vezes eu suponho, ou talvez estivesse tendo dificuldades para interpretar minha letra que não era das Melhores, porém quando seus olhos encontraram os meus vi que ele estava diferente, havia uma mistura de surpresa e arrependimento neles, eu queria muito acreditar que ele realmente estava arrependido, ele se sentou na beira da minha cama o que me fez se encolher mais automaticamente, ele notou e me encarou quase suplicante, isso estava me assustando.
- Eu sinto muito, me perdoe, por favor! -Sua voz soou suplicante e não pude evitar que meu peito se enchesse de alegria ao saber que dessa vez ele estava de fato arrependido. Peguei novamente a folha e a caneta e escrevi a ele novamente.
"Eu não volto a traz no que eu tinha te dito, você sempre esteve perdoado".
Ainda surpreso ele deu um leve aceno de cabeça e caminhou de volta para seu lugar de prontidão na porta, olhei para Quenaz e ele parecia mais que satisfeito com a reação do colega, ficamos em silêncio por um tempo até que Quenaz voltou suas preocupações para mim, decidi responde-lo logo, entreguei-lhe a folha com meu recado
"Estou bem, apenas um pouco de dor, acho que um analgésico é o suficiente, não preciso de uma médica, obrigada".
Ele leu o papel e me analisou por algum tempo procurando vestígios de mentira em mim, más eu aparentemente estava bem mesmo, confesso que menti um pouco quando disse que estava com apenas um pouco de dor, pois a minha dor estava simplesmente gritante, más eles não precisavam saber disso.
- Eu estava pensando que, de qualquer forma você vai precisar de roupas novas, então o que acha de irmos ao shopping? Podemos deixar para outro dia eu sei que você ainda não está totalmente recuperada.
Espera ai, ele queria me levar ao shopping?? Eu finalmente iria poder sair dessa casa, eu estava tendo a chance de conhecer as ruas da Itália, mesmo que seja de dentro das janelas de um carro, más essa era uma oportunidade única e que se dane a dor, eu com certeza aceitava esse convite, mais que de pressa peguei o papel e a caneta e lhe entreguei meu recado com um leve sorriso no rosto.
Na verdade a dor não está muito forte eu acho que consigo ir ao shopping, pra falar a verdade eu gostaria muito de ir.
Ele leu o papel e me deu um sorriso satisfeito.
- Ótimo, vou pedir para te trazerem um analgésico e uma roupa para você se arrumar. Devolvi um sorriso tímido à ele e relaxei o corpo na cama, ou pelo menos tentei porque a dor ao mexer minhas costas me fez arquear e provavelmente fazer uma careta horrível, merda, eu estava falhando terrivelmente na minha tentativa de parecer bem.
- Você tem certeza que está bem? -Perguntou Ele me analisando mais uma vez, concordei freneticamente que sim e ele não quis mais insistir. Logo estava apenas eu e Sonia no quarto novamente.
- Você tem certeza que vai aguentar ir ao Shopping? -Perguntou ela parecendo preocupada também.
- Sim, não há dor que um analgésico não alivie, a propósito essa é uma oportunidade única que eu posso estar tendo para sair dessa casa e conhecer um pouco da Itália. -Respondi à ela agora já falando e não por escrito.
- Esta bem, más por favor se sentir alguma dor insuportável peça para eles te trazerem de volta ok? -Perguntou-me ela como sempre se mostrando preocupada e prestativa.
- Tudo bem. -Parei de falar quando a porta se abriu e outra empregada alguns anos mais velha que eu apenas entrou, Sonia a apresentou como Sarah, ela parecia legal, más não me arrisquei em conversar com ela, muito menos por escrito. Más que depressa tomei 2 comprimidos seguidos de analgésicos que Sarah tinha trazido, não esperei que os mesmo fizesse efeito, Sonia me ajudou a se levantar e ir ao banheiro, era um tanto constrangedor para mim, más eu não tive outra opção a não ser deixar Sonia me ajudar no banho, ela retirou a agulha de soro do meu braço e eu agradeci mentalmente por isso. Depois de banho tomado, por sorte tinha um secador na casa e Sonia me trouxe para facilitar o trabalho de secar meus cabelos castanhos escuros, os sequei até os deixar totalmente lisos, alguns fios insistiam em cair sobre a pele clara de meu rosto e meus olhos verdes acinzentado, decidi por fim o deixar solto mesmo, depois do cabelo arrumado peguei a roupa que Sarah trouxe que era calça jeans preta, uma blusa vinho colada e um sobretudo preto, por incrível que pareça as minhas sapatilhas pretas que usava no dia que fui raptada estava junto, a calcei, levei o sobretudo na minha mão ainda sem entender o porque de terem me dado um, pois pelo menos dentro de casa o clima estava ambiente e não frio para se usar um sobretudo. Depois de pronta Sonia me conduziu até a sala, a dor já tinha diminuído significativamente e eu agradeci mentalmente por isso, Quenaz já estava me esperando quando eu cheguei.
- Esta pronta? -Perguntou ele sempre sorridente. Dei um aceno de cabeça em concordância e um leve sorriso, eu estava mesmo era ansiosa para me ver livres dos portões dessa mansão então dei um passo à frente para podermos ir logo.
- Podemos ir então. -Disse outra voz me fazendo virar e gelar ao mesmo tempo, era Luigi. Eu achei que iriamos apenas eu e Quenaz, não achei que ele fosse querer ir ao shopping para me ver comprar algumas peças necessárias, ao que parece Quenaz estava tão surpreso quanto eu.