Mãe por acidente
img img Mãe por acidente img Capítulo 1 A noite de formatura
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Capítulo 15 Velho clichê img
Capítulo 16 O café img
Capítulo 17 Gafe img
Capítulo 18 Onde for img
Capítulo 19 Sem resposta img
Capítulo 20 Medo img
Capítulo 21 Muito pequeno img
Capítulo 22 Família img
Capítulo 23 Intrusa img
Capítulo 24 Minha insegurança img
Capítulo 25 Sem controle img
Capítulo 26 Nao poder img
Capítulo 27 Happy img
Capítulo 28 Não img
Capítulo 29 Revelação img
Capítulo 30 Suas escolhas img
Capítulo 31 Lembranças img
Capítulo 32 Sem rancor img
Capítulo 33 Destemida img
Capítulo 34 Sem pressão img
Capítulo 35 Frescor img
Capítulo 36 Meu lugar img
Capítulo 37 Eu sei img
Capítulo 38 Um inseto img
Capítulo 39 Desejo contido img
Capítulo 40 Saudade img
Capítulo 41 Amigas img
Capítulo 42 Grande engano img
Capítulo 43 Menina má img
Capítulo 44 Meu desejo img
Capítulo 45 Início img
Capítulo 46 Quando puder img
Capítulo 47 Se entregue img
Capítulo 48 Meu erro img
Capítulo 49 Sou sua img
Capítulo 50 Nosss conflitos img
Capítulo 51 Adivinhação img
Capítulo 52 Nem sei por onde img
Capítulo 53 Miragem img
Capítulo 54 Te desejo img
Capítulo 55 Tudo errado img
Capítulo 56 Grande mal img
Capítulo 57 Perfeito demais img
Capítulo 58 Não precisa ter medo img
Capítulo 59 Meio img
Capítulo 60 Coincidência img
Capítulo 61 Foi errado img
Capítulo 62 Traição img
Capítulo 63 Destino img
Capítulo 64 Me diz img
Capítulo 65 Tão pequeno img
Capítulo 66 De volta img
Capítulo 67 Tão errado img
Capítulo 68 Ter voltado img
Capítulo 69 Eu ouvi img
Capítulo 70 Vitória img
Capítulo 71 Não é invenção img
Capítulo 72 Vilão img
Capítulo 73 Oque mudou img
Capítulo 74 O fim img
Capítulo 75 Verdades não ditas img
Capítulo 76 Depois img
Capítulo 77 Prólogo - próximo livro img
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Mãe por acidente

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Capítulo 1 A noite de formatura

Atualmente

Você é tão perfeito; seus olhos azuis, os lábios sublimes desenhados com propósito de beijar uma mulher nos lugares mais secretos. O cabelo da cor do sol. O seu rosto simétrico e perfeito. O corpo escultural de um capitão do time de Lacrosse. Juro, não só a sua beleza, mas a sua benevolência é o que faz com que todas as garotas te desejem.

- Nossa Nicole! - uma das minhas melhores amigas, Alice entrou no meu quarto. Ela não havia feito nada além de me olhar encantada. Mas minha respiração ofegante e o meu rosto corado entregavam os meus pensamentos anteriores. Eu me senti imediatamente desconfortável, como se alguém estivesse espionando meu pensamento mais íntimo, ou tivesse descoberto meu segredo mais sujo. Mas nós não éramos assim, simplesmente não éramos. Alice era minha melhor amiga, não me julgaria por me apaixonar por alguém que nunca nem falou comigo. Olhei para o meu reflexo no espelho. O vestido preto que usava não era muito a minha cara, Vivian, minha outra melhor amiga o havia escolhido. Bom, dava para ver, um vestido daquele tipo não se parecia em nada com algo que eu decidiria para ir à essa festa de formatura. Ele estava colado ao meu corpo, com um decote em forma de coração e renda nas bordas, cruzado nas costas. Eu calçava, para combinar, um sapato alto de tiras finas e pequenos cristais no salto. Meu cabelo era curto e preto, estilo chanel, e usei apenas uma presilha na frente. Meu rosto era normalmente pálido, com algumas sardas. Belisquei levemente as bochechas para que corassem, não quis me maquiar, aquele vestido já estava muito...

- Uau! Garota, você tá quente! Vivian, claro, invadiu o quarto. Ela usava um vestido vermelho muito elegante, com transparecia. Muito curto para qualquer festa. Seus cabelos loiros iam até a cintura, mas, para a ocasião, estavam presos em um coque com alguns fios soltos. Corei involuntariamente com o comentário. Não costumava me vestir daquela forma, eu era a garota simples, a da regata, calça jeans e Converse. Vivian e Alice sim, elas eram o verdadeiro "Uau"!

- Nossa, olhe só para você! Está linda, Nicole! - Alice, que também estava lindíssima com vestido verde musgo, de veludo comentou, enquanto se sentava em um sofá no canto do meu quarto. Eu não era esnobe; mas, porra, elas tinham razão, o vestido agarrava-se lindamente em meu corpo magro! Eu sempre tive dificuldade em achar alguma coisa que me servisse, pois visto manequim pequeno. Mesmo aos Dezessete anos, meu corpo continuava sem muitas curvas e atrativos; poucos seios, pouca bunda. Vivian, ao contrário, tinha um corpo escultural, com belos seios siliconados. Alice possuía grandes coxas e seios proporcionais ao corpo. Não que eu fosse feia, mas também não me achava o suficiente para chamar a atenção de qualquer um, principalmente do cara que eu queria há mais de três anos. O Luck Eu o conheci em uma noite há anos atrás, quando junto com Vivian e Alice, conseguimos fugir da escola de meninas. Nossa escola era extremamente rígida. E tinha uma ótima reputação por isso. A escola era um verdadeiro abrigo para filhas de famosos e magnatas. A maioria de nós entrava lá ainda na infância e só saia para ir a faculdade. Era um verdadeiro castelo gótico cheio de luxo onde cada menina podia ter o seu quarto. Os pais pagavam milhões para não terem que cuidar dos próprios filhos. Por ser uma escola só para meninas é de se imaginar que não tínhamos muito convívio com o mundo exterior com exceção das férias de verão. Mas Vivian tinha seus métodos para conseguir qualquer coisa, e foi assim que aos quatorze anos aprendemos a sair furtivamente sem alertar ninguém sobre isso. Não sei muito bem como Vivian conheceu Luck, mas ela nunca falava muito dele. Na verdade, ela não parecia feliz com as minhas perguntas recorrentes, suas sobrancelhas esculpidas e loiras estavam erguidas e ela tinha preocupação nos olhos sempre que o assunto era ele. " Olha Nicole, o Luck pode não ser tão legal quanto você acha" Ela sussurrou. " Talvez eu queira conhecê-lo por mim própria para saber. - Digo dando ombros". Isso foi há semanas atrás. Porque no dia em que eu o vi pela primeira vez eu fiquei encantada. Ele parecia feliz, livre, desinibido. Era totalmente o meu oposto. Estávamos loucas para conhecer a cidade e desbravar o mundo e Vivian sabia desse cara que ia dar uma festa na clareira de uma floresta na cidade. O cara, óbvio, era Luck. O problema morava aí, ele nunca olhou para mim. Lembro-me até hoje quando descobri da atração que ele sentia por Vivian, ou por qualquer coisa que tivesse um buraco entre as pernas. Cara, aquilo doeu. Perceber que ele nunca me notaria porque eu não era boa o suficiente para ele. Meus pensamentos foram interrompidos pela voz irritante da Vivian cantando Ops, I did it again junto com a Britney Spears. Ela passava gloss no espelho enquanto cantarolava o toque do seu celular.

Yeah yeah yeah yeah yeah Yeah yeah yeah yeah yeah yeah I think I did it again I made you believe we're more than just friends Oh baby It might seem like a crush But it doesn't mean that I'm serious 'Cause to lose all my senses That is just so typically me Oh baby, baby (...)

- Deus! Nossa, por favor, Vivian. Atende logo esse telefone! - Alice arrancou o telefone da mão de Vivian, desbloqueou a tela, olhou por um instante e o apoiou no ouvido, seguindo o monólogo.

- Ah, sim... Já estamos prontas... OK... Já vamos. - Meninas, o Mateus nos espera lá em baixo, vamos? Mateus era o único homem que minha mãe confiava perto de mim. Ele era motorista particular da empresa de segurança cujo pai de Viviam era dono. Era um cara bonito para idade, aproximadamente quarenta anos, e também prestou serviços ao meu pai antes que ele falecesse. Descemos e entramos na grande SUV preta. A conversa correu livremente, não me lembrava de estar tão animada em tempos. Aquilo tudo era novo para mim, era uma nova oportunidade. Finalmente a escola havia acabado, eu até teria mais dois anos pela frente, mas meu ótimo QI me deixou a frente, fazendo com que eu e as meninas terminássemos a escola na mesma época. Encostei minha cabeça no apoio do carro e sonhei com uma outra realidade, onde quem sabe eu poderia viajar pelo mundo, conhecer novas culturas, escolher minha própria faculdade? Respirei fundo quando me lembrei que não teria essa liberdade. A quem estava enganando? Eu sabia muito bem que teria que assumir os negócios de família, suceder a minha mãe na empresa. Não era o que eu queria, era a escolha dela, mas que alternativa eu tinha? Diferentemente dos pais de Vivian e Alice. Elas podiam escolher, os pais eram mais normais. Apesar disso, a mãe delas não tinha saído na Forbes como uma das mulheres mais poderosas do estado de NY. Minha mãe era poderosa, dona de uma rede de joalherias mundialmente conhecidas. Seus pais, meus avós, não só criaram como ampliaram a empresa com muito esforço. Dizem também que meus bisavós eram garimpeiros, e tinham o grande sonho de crescer no império da produção de joias. E assim, de uma simples ideia, surgiu uma empresa multimilionária, passada de geração a geração. Quando minha mãe teve idade, ela assumiu a empresa dos meus avós, triplicando os lucros com ajuda do meu pai, que era um CEO. Oque para uns era uma vida de luxo e glamour era para mim um verdadeiro pesadelo. Nesses últimos anos, não fui capaz de reatar ou construir uma boa relação com a minha mãe, pois ela viajava frequentemente a negócios e pouco se importava com a filha deixada para ser criada em uma escola para moças. Até meus 8 anos de idade, lembro-me que meus pais me tinham, praticamente como uma família de milionários normais, porém, quando meu pai adoeceu, ela acabou nos estabelecendo em New Braunfels, uma cidadezinha nos confins do Texas por questões médicas. Seis meses depois, ele morreu. Minha mãe me achava grande demais para ter uma babá e, por isso, matriculou-me em um colégio interno para moças, ao norte da cidade. Foi lá que conheci Vivian e Alice. Que é sinceramente a única parte boa de ter sido deixada para trás por ela. Elas fizeram os meus dias melhores e mais felizes. A minha infância foi difícil, eu me sentia constantemente sozinha, tinha saudades do meu pai; ele foi tudo o que minha mãe não tinha sido: amoroso, atencioso, cuidadoso, um bom pai, mesmo que não estivesse sempre presente. Eu só queria voltar para casa, sentia saudades até da minha mãe, apesar de não termos muita ligação. Constantemente chorava até adormecer. Mas como disse, meus dias foram melhores graças a minhas amigas. A vida melhorou um pouco quando passamos para o ensino médio. Hoje eu esperava que melhorasse um pouco mais.

- Nossa! - Tosse. - O que - tosse - tem aqui? - Tosse. Alice engasgou depois de beber do pequeno cantil de alumínio que Vivian bebeu e passou para ela.

- Uísque. - Ela sorriu quando pegou a bebida da sua mão e tomou.

- Ah, o que é, Nicole? Não me olhe com essa cara, nós vamos para faculdade.

- Ela faz um barulho de protesto com a garganta quando deu seu próprio gole na bebida.

- Droga, isso é forte. - Ela riu com aquela voz enjoada. - Ninguém vai contar para sua mamãe! - Ela deu uma piscadela generosa para Mateus, que olhava pelo espelho retrovisor, com olhar desaprovador

- Ah, vamos! Só um gole! Até a Alice bebeu. - Depois de quase morrer sufocada! - ela rebateu, sua voz rouca, forçando uma cara feia. - Eu não sei... Encarei Mateus, que parecia distraído com o trânsito.

- Ah, quer saber? - Ela usou o app do celular e aumentou o som do carro no último volume, espalhando pelo carro a melodia Complicated, de Avril Lavigne.

- E então? - ela levantou uma sobrancelha, como em um desafio. Bom, eu poderia ter negado, elas não teriam me pressionado. Eu poderia simplesmente dizer que não, mas estava cansada das regras que, mesmo de longe, Madeleine me impunha. Não saia sozinha! Não beba! Não fume! Fique longe de homens, eles só querem uma coisa! Preserve o seu futuro, você será uma grande CEO quando me substituir! Eu já calculei tudo, Nicole! Nicole! Nicole! Nicole! Quase podia ouvir a sua voz.

            
            

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