Mãe por acidente
img img Mãe por acidente img Capítulo 7 Grávida
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Capítulo 15 Velho clichê img
Capítulo 16 O café img
Capítulo 17 Gafe img
Capítulo 18 Onde for img
Capítulo 19 Sem resposta img
Capítulo 20 Medo img
Capítulo 21 Muito pequeno img
Capítulo 22 Família img
Capítulo 23 Intrusa img
Capítulo 24 Minha insegurança img
Capítulo 25 Sem controle img
Capítulo 26 Nao poder img
Capítulo 27 Happy img
Capítulo 28 Não img
Capítulo 29 Revelação img
Capítulo 30 Suas escolhas img
Capítulo 31 Lembranças img
Capítulo 32 Sem rancor img
Capítulo 33 Destemida img
Capítulo 34 Sem pressão img
Capítulo 35 Frescor img
Capítulo 36 Meu lugar img
Capítulo 37 Eu sei img
Capítulo 38 Um inseto img
Capítulo 39 Desejo contido img
Capítulo 40 Saudade img
Capítulo 41 Amigas img
Capítulo 42 Grande engano img
Capítulo 43 Menina má img
Capítulo 44 Meu desejo img
Capítulo 45 Início img
Capítulo 46 Quando puder img
Capítulo 47 Se entregue img
Capítulo 48 Meu erro img
Capítulo 49 Sou sua img
Capítulo 50 Nosss conflitos img
Capítulo 51 Adivinhação img
Capítulo 52 Nem sei por onde img
Capítulo 53 Miragem img
Capítulo 54 Te desejo img
Capítulo 55 Tudo errado img
Capítulo 56 Grande mal img
Capítulo 57 Perfeito demais img
Capítulo 58 Não precisa ter medo img
Capítulo 59 Meio img
Capítulo 60 Coincidência img
Capítulo 61 Foi errado img
Capítulo 62 Traição img
Capítulo 63 Destino img
Capítulo 64 Me diz img
Capítulo 65 Tão pequeno img
Capítulo 66 De volta img
Capítulo 67 Tão errado img
Capítulo 68 Ter voltado img
Capítulo 69 Eu ouvi img
Capítulo 70 Vitória img
Capítulo 71 Não é invenção img
Capítulo 72 Vilão img
Capítulo 73 Oque mudou img
Capítulo 74 O fim img
Capítulo 75 Verdades não ditas img
Capítulo 76 Depois img
Capítulo 77 Prólogo - próximo livro img
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Capítulo 7 Grávida

Passamos o restante das três semanas e meia comprando coisas para minha viagem, atualizando o guarda-roupa, tirando passaporte. Eu não era de gastar muito, mas foi uma forma de esquecer tudo o que se passou e seguir em frente. Naquela manhã eu estava péssima, não sei exatamente se era porque faltavam apenas três dias para que eu fosse embora ou porque não estava comendo muito bem. Eu estava empacotando em caixas o restante das coisas que faltavam para enviar para lá. Vivian e Alice insistiram para que eu contratasse alguém que fizesse aquilo por mim, mas eu não quis, não tinha muita coisa.

Além do mais, quanto mais distraída eu ficasse, melhor. Estava prestes a empilhar a última caixa quando uma onda de vertigem me pegou. Apoiei minhas mãos na caixa, tentando me segurar, mais estava muito tonta. Caí sentada no chão. Eu via tudo rodando, custei a conseguir enxergar com clareza normalmente. Outra onda de vertigem me atingiu e eu corri, ainda zonza, em direção ao banheiro, mas vomitei antes de conseguir chegar ao vaso. Deus, eu estava mal. Sentia ondas de frio subindo pela minha pele, enquanto vomitava. Quando meu corpo acalmou, deitei no chão frio do banheiro, enquanto sentia meu estômago doer e ondas de vertigem irem e virem. Eu só podia estar morrendo, sem dúvida, não me lembro de ter passado tão mal em toda minha vida. Eu precisava pedir ajuda. Peguei o meu celular com as mãos trêmulas e disquei o primeiro número da minha lista de chamada. Vivian demorou para atender, ela e sua mania de cantar a música antes de atender a ligação. Caixa postal.

- Droga! - Agarrada ao vaso, vomitei novamente. Meu telefone tocou. Atendi no primeiro toque, sujando a tela de vômito por causa dos dedos sujos. - Vivian... - eu disse. - Por favor, preciso de você. - Ok? Está no seu quarto? - Sim... - respondi, antes de vomitar novamente e, mais uma vez, deitar no chão frio. - Estou perto, chego rapidinho. Alguns minutos se passaram quando ouvi passos no meu quarto. Em seguida, Vivian se ajoelhou ao meu lado.

- Ai, meu Deus! Nicole, o que você tem?

- Eu não sei... acho que estou morrendo - disse, encolhida no chão com a mão no estômago.

- Não diga bobagens. Vamos, vou te ajudar a levantar. Eu vim com Mateus, vamos levá-la ao médico. Mais passos; em seguida, Alice entrou correndo, histérica, dizendo algo sobre eu não estar comendo direito. Mateus estava junto e me pegou no colo. Apoiei minha cabeça em seu ombro sujando ele de vomito, e adormeci.

O barulho dos monitores acabou me acordando. Abri meus olhos e olhei para o meu braço, que estava com acesso ligado ao soro. Sentei na maca devagar. Arranquei os fios do monitor ligados em meu peito e dedo da mão. Olhei em volta, o quarto do hospital estava vazio. Tentei apoiar meus pés no chão, ainda me sentia fraca, devia estar com anemia. A porta do quarto se abriu.

- Nicole O'Connel? Confirmei com a cabeça. - Fui informada que te encontraram praticamente desmaiada em seu apartamento, que havia vomitado muito e estava tendo surtos de calafrios.

- Sim. Eu estava bem e acabei ficando muito tonta, vomitei algumas vezes.

- Isso tem acontecido com frequência?

- Não, é a primeira vez que vomito.

- E os enjôos?

- Estou passando por uma fase complicada. - Digo simplesmente. - Se eu me alimentar normalmente, posso melhorar?

- E está se sentindo melhor? - Ela ignora minha primeira pergunta e aproximou, verificando o soro vazio e, em seguida, retirando o acesso do meu braço.

- Sim, me sinto melhor. Acho que sim. - Apertei meu braço com algodão para que não sangrasse. Ela pegou uma prancheta e começou a verificar os resultados.

- Você faz uso de algum medicamento?

- Não.

- Bebe ou fuma?

- Também não.

- Tem se alimentado com frequência?

- Hummm... - Engoli seco, demorando um pouco mais para responder.

- A verdade é que estou um pouco dispersa em relação à minha alimentação. - Sorri para baixo. - Como disse, estou passando por alguns problemas. Ela fez sinal negativo com a cabeça, como se desaprovasse.

- Isso, de fato, agravou os seus sintomas. Qual foi a data da sua última menstruação? - Um pouco mais de um mês...

- Faço uma pausa para calcular, mas não consigo. - A minha menstruação nunca manteve um fluxo correto.

- Sim, entendo. Bom, Nicole, você está com anemia e sua taxa de açúcar no sangue está baixa. O desmaio deve ter ocorrido por uma queda brusca de pressão.

Fui concordando enquanto ela falava.

- Seu exame de sangue também mostra que seu Beta HCG deu positivo para gravidez.

- O quê? - perguntei, sorrindo como se fosse uma piada.

- Seu exame de sangue deu positivo para uma possível gravidez. Eu me endireito e ouço meu próprio batimento cardíaco em meus ouvidos. Eu respiro fundo, trêmula. Caramba. Estou um pouco nervosa. Nervosa a ponto de ouvir coisas. Mas então, a médica repente..

- Não... Não... Não... O que você tá dizendo? - respirei fundo e saí da maca.

- Deseja que eu chame alguém? - Ela finalmente me olhou, tirando os olhos do exame. - Não! - gritei. - Eu não quero ver ninguém! Eu quero refazer esse exame.

- Ok. Se quiser, podemos fazer um exame de ultrassom transvaginal.

- Claro. - Assumi de forma pouco grosseira.

- Só um momento. Vou trazer o equipamento para cá. Quer que eu peça para alguém vir ficar com você? A sua sala de visitas está cheia.

- Não! Apenas quero acabar logo com isso e voltar para casa. Por favor - sussurrei. Minha voz abaixando alguns decibéis. - Não diga nada a ninguém. Eu preciso de um tempo para assimilar isso tudo.

- Tudo bem - ela disse, abrindo a porta. - Sigilo médico. Melhor ir fazer xixi.

Em seguida, deu uma piscadela. O exame só podia estar errado! Eu me lembro bem do dia em que eu e Luck transamos, nós usamos camisinha. A minha anemia pode ter dado alguma alteração no exame. Minhas mãos suavam frio, eu estava inquieta. Subia e descia da maca, aquele exame estava errado. Passei minutos, que se pareciam horas, dias, anos, assim. Até que a médica voltou, empurrando um carrinho contendo muitos equipamentos. Minutos depois, ela havia instalado tudo. Deitei na maca ginecológica, que se escondia atrás de uma cortina. Senti-me um pouco envergonhada por estar exposta daquela forma, mas queria acabar de uma vez com aquilo. Ela se sentou em um banquinho na minha frente. Vi quando colocou o gel no equipamento devidamente encapado com uma camisinha. Ela disse: - O exame não é doloroso, só uma pequena parte das mulheres sente desconforto. Apenas uma pequena porção do transdutor é colocada dentro da vagina. Não se preocupe, não vai doer. - Ela sorriu docemente. Eu estava tão ansiosa que nem consegui sorrir de volta. Porque ela tinha que dizer que uma pequena parte sentiu desconforto? E se eu estivesse na estatística da minoria? Apenas concordei com a cabeça. Ela introduziu o transdutor calmamente, mas não pude evitar de me sentir invadida. Mexi-me de forma desconfortável.

- Você precisa relaxar - ela disse. - Eu não vou te machucar, mas você precisa relaxar o corpo.

- Ok - eu disse, fechando os olhos. Novamente ela introduziu. Mas aquilo era péssimo. Tudo para provar que ela estava errada. Espremi meus olhos como se o tempo fosse correr mais rápido. Bop bop bop bop.

- Aqui está ele - ela disse, sorrindo. - Esses são os batimentos, consegue ver? Abri meus olhos e vi uma pequena mancha na tela.

- Não, não! Deus! - Foi a primeira coisa que consegui dizer. Aquilo nem mesmo parecia um batimento, estava mais para um ruído. Botei as mãos na boca enquanto chorava. - É um bebê? - Sim - ela disse. - E mede cinco milímetros, o seu peso é de aproximadamente um grão de arroz. Em seguida, tirou o equipamento. - Está com cerca de seis semanas. - Não, não, não... - Eu estava em choque. - O que eu vou fazer agora?! Chorei baixinho. A médica, que pareceu se comover, aproximou-se, acariciando os meus ombros.

- Se quiser, posso pedir para alguém entrar. As pessoas da sala de espera estão com os nervos à flor da pele. Vai fazer bem para você ter alguém para compartilhar isso. Eu não respondi. Estava em choque. E só conseguia chorar. Minutos se passaram enquanto ela imprimia o papel do ultrassom, a prova física de que aquilo estava mesmo acontecendo. - Aqui está! - ela disse, entregando-me um envelope branco com ultrassom. - Você vai precisar começar um acompanhamento pré-natal o mais breve possível e tomar as vitaminas necessárias, além de se alimentar de forma adequada para que não passe mal de novo. Se desejar manter a gestação, isso pode ser muito prejudicial para você e o bebê. Eu não conseguia responder, apenas sinalizei com a cabeça e apoiei os exames na mesa ao lado.

- Você provavelmente vai precisar de alguém que te ajude caso essas quedas de pressão continuem, e de acompanhamento médico preciso. Tirando isso, você está bem e já está de alta. - Em seguida, ela saiu, deixando-me sozinha.

            
            

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