Me encolhi no banco, tentando me tornar o menor possível, como se isso pudesse me proteger da ameaça ao meu redor. Cada olhar, cada movimento, parecia carregar a promessa de perigo iminente. Estou com muito medo, com medo do que esses prisioneiros poderiam fazer comigo, mesmo todos nós estando algemados. Tenho certeza que se algum deles tentar algo comigo, ninguém vai se importar.
O meu coração batia descompassado dentro do peito, uma batida frenética que parecia ecoar no silêncio tenso do ônibus. Eu estou sozinha, cercada por estranhos cujos motivos e intenções eram desconhecidos para mim. E enquanto o ônibus avançava em direção ao meu destino incerto na Penitenciária do Horizonte, eu estou rezando silenciosamente para que eu conseguisse sobreviver a essa viagem.
Enquanto o ônibus seguia o seu trajeto em direção à Penitenciária do Horizonte, eu permanecia encolhida no meu assento, um nó de medo apertando minha garganta. De repente, um homem robusto, coberto de tatuagens e com piercings reluzentes, virou-se na minha direção, um sorriso malicioso dançando em seus lábios.
- Está tudo bem, lindinha? - Sua voz era um sussurro carregado de insinuações.
Meu coração acelerou, minha respiração se tornou superficial. Eu estava completamente indefesa diante daquele estranho intimidante.
- S-sim - Gaguejei, minhas palavras mal conseguindo escapar da minha garganta seca.
O homem apenas soltou uma risada debochada, seus olhos brilhando com diversão cruel.
- Não parece - Ele provocou, sua voz ecoando no silêncio tenso do ônibus.
Um calafrio percorreu minha espinha enquanto eu desviava o olhar, sentindo-me exposta e vulnerável sob o olhar penetrante daquele homem. Eu rezava silenciosamente para que a viagem terminasse logo, desejando fervorosamente nunca mais cruzar o caminho desse homem aterrorizante.
O coração batendo descompassadamente, eu senti um arrepio percorrer minha espinha quando aquele homem sinistro se sentou ao meu lado, sua presença envolvendo-me em um véu de terror. Seus olhos brilhavam com uma malícia que me fazia tremer, e suas palavras eram como garras que arranhavam minha alma.
- Quer carinho, meu amor? Eu posso te dar. - Sua voz era carregada de sugestões obscenas, eu engoli em seco, tentando me afastar dele. Mas era impossível.
- Não... E-Eu só quero ficar sozinha, por favor - Implorei, meu tom repleto de medo.
Um riso maldoso escapou dos lábios dele, ecoando no espaço apertado do ônibus.
- Você nunca vai estar sozinha, meu amor. Esse corpo vai ser meu - Sua voz sussurrante no meu ouvido enviou um arrepio gelado pela minha espinha, e eu me senti encurralada, completamente à mercê desse homem ameaçador.
Me encolhi ainda mais no banco, desejando fervorosamente que alguém aparecesse para me salvar desse pesadelo. Mas no fundo, eu sabia que estava sozinha, presa neste ônibus, com esse homem assustador que parecia determinado a me subjugar.
Meu único desejo nesse momento era estar em casa, longe de toda essa aflição. Eu não mereço passar por isso. A sensação de medo crescia dentro de mim, corroendo minha coragem e deixando-me vulnerável a cada batida do meu coração acelerado.
- Por favor, só me deixem ir para casa - Murmurei para mim mesma, num apelo silencioso aos deuses que pareciam ter me abandonado nessa situação desesperadora.
O homem do meu lado apenas riu, mas não disse nada.
De repente, o policial irrompeu com um grito de "vamos", ecoando no ônibus como um trovão sinistro. Meu corpo inteiro tremeu de horror diante da realidade implacável que se aproxima.
- Vamos logo seu bando de criminosos! - Bradou o policial, sua voz autoritária cortando o ar com uma frieza gelada.
Cada palavra parecia uma sentença, uma confirmação sombria de que eu não podia escapar desse destino cruel. O meu coração martela furiosamente dentro do meu peito, enquanto eu me via sendo arrastada para o desconhecido, para um mundo onde o perigo espreitava em cada sombra e a esperança se dissipando como fumaça ao vento.
Estou apavorada, mas sabia que não podia fraquejar. Eu precisava encontrar forças para enfrentar o que quer que viesse pela frente, mesmo que o medo ameaçasse me consumir por completo.
Me levantei do meu assento conforme os outros prisioneiros, tentando ignorar o aperto crescente de medo em meu peito. No entanto, um arrepio percorreu minha espinha quando senti a presença do homem sinistro que estava ao meu lado, agora atrás de mim. Seu riso malicioso chegou aos meus ouvidos.
- Que bunda gostosa, meu amor - Sua voz sussurrou em meu ouvido, carregada de luxúria repugnante.
Meu estômago se revirou com repugnância, e uma sensação de repulsa inundou meu ser. Me encolhi, tentando me afastar dele, mas me sentia acuada, presa nessa situação perturbadora.
- Afaste-se de mim! - Minha voz saiu num sussurro trêmulo, minhas palavras carregadas de desespero.
Ele apenas riu do meu desespero, me deixando ainda mais assustada e com vontade de chorar.
Mas suas palavras obscenas estão ecoando na minha mente, me lembrando constantemente do perigo iminente que estava enfrentando nesse ônibus em rumo ao inferno.
Assim que desci do ônibus junto com os outros prisioneiros, fomos forçados a nos alinhar lado a lado, como peças de um sinistro quebra-cabeça. O ar ao redor estava impregnado com uma tensão palpável. Então, de repente um policial se aproximou, reparei na sua expressão séria, sua expressão é tão assustadora que causou um arrepio pelo meu corpo. Ele nos encarou com olhos penetrantes antes de proferir suas palavras cortantes.
- Sejam bem-vindos ao inferno. Aqui não há brincadeiras. Se cometerem algum erro, serão enviados para a solitária. Este presídio é dividido em duas partes, a parte sul e a parte norte. Eu mesmo decidirei em qual lado vocês irão. Agora, sigam em frente!!
Engoli em seco, sentindo o peso das suas ameaças pairando sobre mim. Não havia espaço para erros neste lugar, e o medo estava me envolvendo como um manto sufocante enquanto nos encaminhávamos dentro.
Eu quero muito chorar, estou com medo, muito medo.
Enquanto seguia em frente com os outros presos, minha mente estava tomada por uma mistura de incredulidade e desespero. Observo os muros que nos cercam, compreendi a minha situação. Era como se estivesse presa em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Não deveria estar aqui. Eu sou inocente. Tudo o que quero é voltar para casa, para a segurança do meu lar. Para os meus pais. Eu não vou aguentar essa maldade, sempre desejei sair dessa cidade, não quero ficar aqui. Tenho apenas vinte e um anos, não quero morrer.
Adentramos o presídio e fomos interrompidos por outro policial, cujas palavras gelaram meu sangue.
- Tirem todas suas roupas. Quero ver se vocês estão com alguma coisa.
Uma onda de vergonha e humilhação me atingiu em cheio. O pânico tomou conta de mim, mas eu sabia que não podia desobedecer. Com as minhas mãos trêmulas, comecei a despir-me lentamente, cada peça de roupa retirada era um golpe na minha dignidade. Meus olhos permaneciam baixos, incapazes de encontrar o olhar dos outros presos ao meu redor. Eu me sentia vulnerável e exposta, desejando desesperadamente que aquela provação chegasse ao fim.
Enquanto os guardas iniciaram a revista minuciosa, uma sensação de invasão tomou conta de mim. Eu me sentia violada, exposta diante de estranhos que vasculharam cada centímetro do meu corpo em busca de qualquer sinal de contrabando.
Cada toque, cada olhar, era uma ferida na minha dignidade já tão fragilizada. Eu me encolhia, tentando me proteger da sensação de humilhação que me consumia por dentro.
O medo pulsava em minhas veias, uma constante lembrança da minha vulnerabilidade naquele lugar hostil. Eu desejava fervorosamente que aquela provação acabasse logo, que eu pudesse escapar desse inferno e encontrar o conforto e a segurança que tanto anseio.
Após a verificação, o policial declarou com frieza.
- Irei decidir agora para qual lado vocês vão.
Um arrepio percorreu minha espinha enquanto ele olhava para nós com um desprezo palpável, aumentando ainda mais meu medo já crescente. Meu coração batia descompassado, e eu lutava para controlar a respiração diante da incerteza do que estava por vir. De repente o seu olhar se fixou em mim, engoli em seco, esperando pelo meu veredito.
- Você vai para o lado norte - Disse ele, e algo em seu tom de voz me fez estremecer. Parecia que ele estava escondendo algo, e o medo se intensificou dentro de mim.
Os policiais nos conduziram, e fui levada para o lado designado. De repente, o policial que me escoltava sorriu para mim de maneira sinistra, enviando arrepios pela minha espinha.
- Quero só ver se você vai sobreviver ao lado norte - Ele disse, rindo, enquanto me deixava com um sentimento avassalador de medo e incerteza quanto ao meu futuro naquele lugar hostil.
Mesmo com o coração martelando no peito, eu reuni coragem para questionar o policial.
- O que tem ao lado norte? - Minha voz saiu trêmula, carregada de medo.
O policial me encarou com um olhar malicioso, e um sorriso sinistro curvou seus lábios.
- Só tem alguns prisioneiros interessantes. Mas como eu sou um policial gentil, irei te colocar na cela da Trix. - Ele respondeu, sua voz carregada de sarcasmo e crueldade.
Um calafrio percorreu o meu corpo enquanto eu tentava processar suas palavras. Cela da Trix? O que isso significa? Minha mente está girando com possibilidades assustadoras, e eu estou me sentindo como uma presa encurralada, à mercê da vontade desse policial sinistro.
Com uma expressão confusa, reuni coragem para questionar o policial:
- Quem é Trix?
O policial apenas lançou um olhar sombrio em minha direção, sua voz carregada de ameaças.
- Você vai conhecê-la, porque se eu te colocar na cela de outros presos famintos por carne nova, você não vai sobreviver.
Um nó se formou em minha garganta, e engoli em seco diante da perspectiva sombria que se apresentava diante de mim.
Percebi que havíamos chegado à minha cela quando um grito de repente ecoou pelo corredor, fazendo o meu coração pular.
- Carne nova no pedaço!
Um calafrio percorreu minha espinha, e eu me encolhi, abraçando meu próprio corpo com medo das palavras assustadoras.
Outro preso ecoou, sua voz cheia de desejo lascivo.
- Que delícia! Evander, traga essa gostosa para a minha cela.
Um homem negro e alto me encara com uma expressão de luxúria, e meu estômago revirou de repulsa e medo diante daquele olhar faminto.
Com o coração batendo descontroladamente, eu olhei desesperadamente para o policial, implorando silenciosamente para que ele não me entregasse àquele homem. Minhas mãos tremiam enquanto eu esperava sua decisão com uma mistura de terror e esperança.
O policial revirou os olhos com desdém e dirigiu-se ao homem negro com firmeza.
- Sossega, eu não vou colocá-la aí. Eu sei muito bem do que você é capaz de fazer.
O homem negro soltou uma risada cruel em resposta, seus olhos brilhando com malícia enquanto ele respondia ao policial.
- Eu não tenho culpa se aquela gostosa era fraca demais para aguentar o meu pau na sua buceta.
Uma onda de repulsa e pavor percorreu todo o meu ser, e meus olhos se encheram de lágrimas diante da crueldade das palavras dele. Eu me sentia como uma presa indefesa diante de predadores, e o medo me envolvia como uma névoa sufocante.
Com as pernas tremendo de medo, consegui reunir coragem para perguntar ao policial.
- O que aconteceu com a garota? - Perguntei com um nó na garganta.
O policial olhou para mim com um olhar frio e indiferente antes de responder.
- Ele a matou de tanto transar.
Um calafrio percorreu todo o meu corpo ao escutar essas palavras, e eu me senti paralisada pelo terror dessa revelação.
De repente, o policial abriu a cela e anunciou:
- Aqui estamos. Trix, você tem uma nova companheira de cela.
Ele me empurrou para dentro da cela, e meus olhos se fixaram na figura da mulher deitada sobre o beliche. Minha boca se abriu em choque diante da cena, mas antes que pudesse dizer algo, o policial fechou a cela com um estrondo e se afastou, deixando-nos ali, sozinhas na escuridão sufocante dessa prisão infernal.
Com o coração ainda acelerado pelo medo, eu encarei a mulher com surpresa quando ela falou.
- Não precisa ficar tão assustada, fofa.
Seus traços começaram a se destacar em minha mente enquanto eu a observava. Ela era um pouco alta, com a pele morena, longos cabelos ruivos que caíam em cascata por suas costas, um corpo definido e olhos castanhos claros que pareciam penetrar a minha alma.
A mulher desceu do beliche e estendeu a mão para mim com um sorriso gentil.
- Sou a Trix desta prisão. Qual é o seu nome, fofa? - Ela perguntou.
Insegura, apertei sua mão e respondi:
- A-Aurelia.
- A-Aurelia, é um prazer te conhecer - Ela repetiu meu nome de forma brincalhona, e um leve sorriso escapou dos meus lábios, aliviando um pouco a tensão que eu sentia. - Não precisa ficar nervosa, fofa. Eu não vou te comer.
Soltei um pequeno suspiro de alívio ao ouvir essas palavras.
- Você está bem acabada, fofa. Vá descansar um pouco, as celas estarão abertas amanhã de manhã. Então você não precisa se preocupar com a sua virgindade - Ela disse, rindo da minha expressão assustada. - Vá dormir, amanhã irei te mostrar a sua nova casa.
Eu respirei fundo várias vezes, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam transbordar. Caminhei em direção ao beliche com passos lentos, me sentei na cama de baixo e cobri o rosto, tentando conter o choro que lutava para escapar. Minha mente está uma bagunça, estou me questionando do porquê de estar passando por tudo isso. Tudo o que eu queria era terminar a faculdade, conseguir um bom emprego e seguir em frente com a vida. Agora, tudo havia sido arruinado por causa da maldade daquele policial.
- Porra de vida. - Murmurei baixo para mim mesma e me deitei na cama, sentindo-me completamente exausta e derrotada pelos eventos do dia.
Acabei adormecendo rapidamente.