Capítulo 3 O Jogo Começa

As paredes do escritório eram altas, com estantes de livros que subiam até o teto, criando um ambiente claustrofóbico, íntimo demais para um reencontro como aquele. Alícia sabia que cada centímetro daquele espaço havia sido planejado por Dante. Ele adorava o controle, o domínio sobre tudo ao seu redor. E agora, ali, com a porta fechada e o silêncio que só amplificava o som de suas respirações, ela se sentia exatamente onde ele a queria: acuada, exposta.

Ele não se moveu imediatamente. Deixou que o peso do silêncio fizesse seu trabalho. O olhar de Dante – intenso e faminto – pousava nela como um toque. Alícia tentou manter a postura, mas cada célula do seu corpo parecia responder à presença dele. O calor subia por seu pescoço, espalhando-se por seu peito, e ela odiou o efeito que ele ainda tinha sobre ela. Por que ainda sente aquilo? Por que o desejo jamais se apagaria, mesmo depois de tudo?

Dante deu um passo à frente, os movimentos lentos, calculado. Ele era perigoso assim – quando não se apressava, quando sabia que cada segundo contava como uma tortura. Os olhos dela seguiram cada movimento, cada fivela do cinto que reluzia sob a luz suave, cada detalhe da camisa que mal escondia ou o corpo que ela conhecia tão bem. E odiava admitir: sentiu seu corpo trair cada pensamento racional.

- Parece que você se esqueceu de como é estar aqui – Dante disse, a voz baixa, sedutora e cheia de um tom que deixou claro que não havia esquecido nada. Cada palavra deslizou até ela como uma carícia não permitida.

Alícia mordeu os lábios inferiores, um gesto inconsciente que Dante não perdeu de vista. Ele mudou-se ainda mais, e o ar ficou ainda mais denso. Quando finalmente parou à sua frente, os dedos dele roçaram seu braço – um toque leve que inveja uma onda de calor direto para o centro do seu corpo. Ela sentiu um calor subir entre suas pernas, uma umidade aumentando, um desejo que a fazia querer recuperar e avançar ao mesmo tempo. Precisava recuperar o controle.

- Dante, isso precisa parar – ela sussurrou, a voz falhando levemente, atraída pelo desejo.

Ele aplica a mão, deslizando os dedos pelo contorno do rosto até o queixo, forçando-a a encará-lo. Seus olhos escureceram, cheios de algo que ia além do desejo – era uma fome primitiva.

- Precisa? – ele murmurou, aproximando os lábios dela. Alícia sentiu o hálito quente dele, a proximidade, e seu corpo reunido de desejo.

Antes que pudesse responder, ele se inclinou mais, os lábios roçando os dela de leve. Não era um beijo completo – era uma provocação, uma promessa do que ele poderia fazer. Alícia sentiu cada músculo de seu corpo se contrair, a pele arrepiada, os seios pesados ​​sob o tecido fino de sua blusa. Ela sabia que deveria se afastar, mas tudo o que conseguiu fazer foi fechar os olhos e se permitir sentir. O corpo dela reagiu de imediato, os mamilos aguentando, uma pulsação acelerando enquanto o calor entre suas pernas se tornava impossível de ignorar.

Dante recuou apenas o suficiente para fitar seus olhos. A expressão dele era de triunfo, mas também de desejo reprimido. Ela notou o volume na calça dele, uma ereção evidente que desafiava todo o controle que ele tentava manter. Era isso que os destruía – a capacidade de se consumir, de queimar cada limite.

- Não acha que podemos conversar? – ele provocou, deslizando as mãos para sua cintura, puxando-a contra si. O contato foi uma explosão de sensações – o corpo rígido dele foi pressionado contra o dela, o calor que fazia cada pensamento lógico desaparecer.

Alícia respirou fundo, tentando se recompor. Sua cabeça girava com a intensidade da proximidade, com o perfume dele que a deixa zonza.

- Isso não é uma conversa – ela conseguiu dizer, a voz embargada.

Dante sorriu, o sorriso de um homem que sabia exatamente o efeito que causava. Ele deslizou os lábios pelo pescoço dela, um toque leve que fez seu corpo inteiro vibrar. Alícia mordeu os lábios para conter o gemido que quase escapou. Sentia o calor dele, o desejo que crescesse a cada segundo. Seu corpo era um campo de batalha, dividido entre a razão e a vontade de se perder ali, naquela sala, com ele.

- Nós dois sabemos o que acontece quando estamos juntos – Dante murmurou, os lábios tocando sua pele de maneira que a fez arquear as costas.

Ela tentou resistir, tentou se afastar, mas os dedos dele a seguravam firme. E ela sabia que, se quisesse mesmo fugir, ele permitiria. Mas não era isso que seu corpo pedia. O calor se intensificou, e ela se odiou por desejar mais – mais da boca dele, mais das mãos dele, mais do fogo que sempre os consome.

- Dante... – ela começou, mas a voz morreu quando os lábios dele finalmente tomaram os dela, sem mais gentilezas, sem hesitação. O beijo era uma mistura de raiva, desejo e lembranças – um redemoinho que os arrastou sem chance de escapar. Alícia sentiu a umidade em sua calcinha se intensificar, um reflexo do calor que a dominava. Ele abriu seus quadris, enviou-a contra si, e o contato com a ereção dele fez seu corpo queimado ainda mais.

Ali, naquele escritório, com a respiração ofegante e os corpos ansiosos, Alícia sabia que qualquer resistência seria um esforço inútil. Mas, no fundo, também sabia que ceder ao desejo poderia ser o começo de um novo inferno.

            
            

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