A Acompanhante e o Mafioso
img img A Acompanhante e o Mafioso img Capítulo 5 Entre negócios Parte II
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Capítulo 6 Uma conversa img
Capítulo 7 Só mais uma dose img
Capítulo 8 Mais um dia de negócios img
Capítulo 9 É só um shopping img
Capítulo 10 Acabou o passeio Parte I img
Capítulo 11 Acabou o passeio Parte II img
Capítulo 12 Mudança de planos Parte I img
Capítulo 13 Mudança de planos Parte II img
Capítulo 14 Abandonada img
Capítulo 15 Surpresa img
Capítulo 16 Um dia agradável img
Capítulo 17 Um jantar img
Capítulo 18 Então beija img
Capítulo 19 Noite quente img
Capítulo 20 Despedida Parte 1 img
Capítulo 21 Despedida Parte II img
Capítulo 22 Distantes Parte I img
Capítulo 23 Distantes Parte II img
Capítulo 24 Ligações na madrugada img
Capítulo 25 Descobrindo o passado img
Capítulo 26 Saudades img
Capítulo 27 Sonhos impossíveis img
Capítulo 28 Visitando o passado Parte I img
Capítulo 29 Visitando o passado parte II img
Capítulo 30 Visitando o passado Parte III img
Capítulo 31 Para a Rússia img
Capítulo 32 Hora do almoço img
Capítulo 33 Um novo começo img
Capítulo 34 Revelando segredos img
Capítulo 35 Investigando o passado img
Capítulo 36 Grávida img
Capítulo 37 Descobertas img
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Capítulo 5 Entre negócios Parte II

Dmitry

Assim que saio do avião, mais uma vez abalado por ela, meu celular toca e quando o pego, vejo que é Mikhail, meu primo.

Atendi em russo.

- Alguma alteração, Mikhail? – Ele sempre me mantém informado de tudo, uma ligação sua significava que algo aconteceu.

- Como está sua negociação aí no Brasil?

- Indo bem até agora.

- Os Romanov pegaram o Nikolai.

- O quê? Que porra aconteceu?

- Emboscada.

- Como caíram em uma emboscada?

- Fizeram direitinho, cara. – Ele se deteve. – É seguro?

- Claro que é seguro. Pode falar. Ninguém está por perto e nossos aparelhos são especiais, não tem erro.

- Ok! Chegou uma carga, tudo normal. Fomos notificados como sempre, seguimos todo o protocolo e quando chegamos no galpão para o transporte, os caras estavam lá. – Ele suspira. Não posso sair por um dia que já dá merda nessa porra!

- É só eu sair que dá merda, o que tem com vocês? – Me exalto com ele. Não posso amolecer, não é por ser meu primo que as coisas são mais fáceis.

- Já disse, foi tudo bem feito.

- Morreu muita gente.

- Os dois que entraram com Nikolai para a averiguação.

- Então só queriam capturar alguém de dentro?

- Não sabemos.

- Só pode ser, cacete. Se fosse retaliação teria tido troca de tiros, outros estariam feridos.

- Temos uma hipótese.

- Fala logo.

- Sabiam da sua ausência. Parece que esperavam o melhor momento.

- Dobrem a segurança do Papa. Avaliem todos, ninguém está fora de suspeita. Até os empregados, amigos próximos, cabeleireiros das mulheres, manicures... tudo. Exatamente todos que tem algum contato com alguém de dentro.

- Entendido.

- Resgatem Nikolai, custe o que custar. – Mikhail suspirou fundo.

- Já estamos movendo isso.

- Ótimo. Me mantenha informado... – Vejo Maia descer do avião. – Vou desligar.

Minha cabeça está cheia e ainda tenho que lidar com Maia. A mulher é linda, mas às vezes acho que deveria ficar sozinho. Contratar uma acompanhante de luxo para não transar com ela não está funcionando. Nem posso culpar a mulher, ela deve estar confusa. Devo uma explicação a ela, mas não estou com cabeça para isso.

Ao chegar no hotel de luxo, quando acho que as coisas não podem piorar, elas pioram. Maia se insinua para mim e quase me rendo, mas Olga morreu há dois meses, seria uma traição a sua memória. O ano de sofrimento, o silêncio que ela manteve até ser impossível esconder a doença, eu não posso jogar a memória da minha mulher no lixo. Ainda estou de luto.

Consigo me livrar da tentação de mulher, mas me vejo impossibilitado de não ter a tal conversa com ela.

Ela estava sentada a meu lado me encarando. Ao que parece eu tenho que ser o primeiro a falar.

- Não gosto de falar da minha vida pessoal, mas estou de luto. – A encaro para ver sua reação, ela não esboça qualquer emoção. Prossigo. – Minha esposa morreu de câncer de mama há dois meses, ela me acompanhava em minhas viagens antes de ficar doente e enquanto esteve adoentada não saí do lado dela, quem resolvia todas as questões dos negócios era meu primo. Meu braço direito. É a primeira vez que saio da Rússia sem minha esposa.

- Sinto muito. – Ela diz e dessa vez parece entender a profundidade do que eu sinto.

- Contratei você pois um homem de negócios deve sempre estar acompanhado, dá status, só por isso. Não quero nada, nem com você nem com ninguém. – Desvio meu olhar do dela. – Ainda não. Quero respeitar a memória dela, por enquanto.

- Entendo. Peço desculpas por meu comportamento, mas saiba que agi assim porque não sei ser outra coisa, não sei ser assistente. – Ela diz e joga o tronco para frente, apoiando seus cotovelos no joelho.

- Sabe ser amiga? – Pergunto.

Ela me olhou e sorriu.

- Sei.

- Preciso de uma amiga agora. Uma bela amiga que me acompanhe, que seja a assistente quando precisar, que respeite minha dor.

- Eu vou ser isso, só não me garanto quanto ser a assistente.

Ela ri mais descontraída, é bom para o clima tenso começar a ir embora.

- Você foi perfeita hoje, poderá ser perfeita novamente. E fiz isso porque vi como o Vargas te olhou, não quero que ninguém a olhe dessa forma.

- Estou acostumada com isso, Dmitry.

- Vamos deixar isso para lá. Vamos almoçar?

Ela concorda e saímos.

***

Na sala de reuniões, não foi muito diferente da que havia ocorrido no Rio de Janeiro. As pessoas eram outras, mas o assunto era o mesmo e para minha surpresa Maia já estava se situando no assunto, dava para ver como ela começava a entender o que era falado, e não apenas anotava tudo cegamente.

Como um bom sucessor do Papa, eu tenho meu próprio negócio aqui no Brasil e no mundo. Sou um produtor, tenho várias fazendas responsáveis por exportar diversos produtos pelo mundo, e aqui no Brasil meu negócio principal é no Sul onde eu sou o proprietário da maior fazenda do país. Como todo negócio dentro na nossa organização, aqueles que tratam diretamente dos negócios devem pertencer a ela. Sendo assim, a responsável pela fazenda enquanto estou fora é minha irmã, mesmo que ela queira distância da máfia, não há como se afastar completamente. Ela e seu marido, que é brasileiro e sabe dos nossos negócios, gerem a fazenda na minha ausência.

As reuniões no Rio e São Paulo são de fornecedores, investidores e compradores de nossos produtos. Não vejo a hora de tudo isso acabar para ir passar uns dias com minha irmã na fazenda. O inverno na Rússia é muito rigoroso, não chega nem perto do inverno nesse país, mas no Sul a temperatura é mais amena e agradável, e os dias de inverno até se parece com alguns dias no meu país.

- Senhor Zorkin, fico feliz por estar fechando mais este negócio com o senhor. – O homem diz ao estender sua mão para apertar a minha.

- O prazer é meu – respondo devolvendo o aperto.

O dia passa rápido entre viagens e reuniões, agora é voltar para o hotel e tentar descansar, já que na noite passada dormi em um sofá pequeno e acordei com o pescoço doendo. Mas a missão de relaxar com uma mulher como Maia ao lado, não será nada simples.

                         

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