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– ESTÁ BEM, ele não está lá fora agora – admitiu Alissa contrariada, enquanto fitava a calçada do outro lado da rua através da janela, procurando encontrar o jovem que tinha visto algumas horas antes. – Mas eu juro que ele esteve observando esse apartamento durante a maior parte do dia.
Lindy, uma morena curvilínea, deixou escapar um suspiro de frustração e dirigiu o olhar para Elinor.
– Não conseguimos um namorado, mas atraímos um espião? Acho quenão temos muita sorte, não é mesmo?
Elinor não sorriu. Qualquer coisa anormal a deixava tensa. Ela estava sempre alerta.
Dezoito meses haviam se passado desde que começara uma nova vida e preservara sua independência ao quebrar os laços do passado. Ajoelhandose, ela terminou de vestir o bebê com um pijama estampado. Elinor fechou a mão em torno de um dos tornozelos do filho para segurá-lo firme.
– Sami... fique parado – pediu ela.
O menino tinha enormes olhos castanhos adornados por cílios longos e escuros. Com 10 meses, Sami já se mostrava extrovertido e com forte personalidade.
– Está na hora de dormir – disse Elinor ao pequenino, abraçando-o comcarinho.
– Boa noite, Sami. – Lindy acariciou o cabelo escuro e encaracolado dobebê, enquanto passava por Elinor e rumava para a cozinha. – Quer uma xícara de chá antes de dormir?
– Eu adoraria – admitiu Elinor, sentindo-se cansada.
– Boa noite – disse Alissa a Sami com um sorriso.
Elinor repousou Sami no berço situado ao lado de sua cama e contou uma das histórias preferidas dele até que o pequenino caísse no sono.
– Você deixou o chá esfriar – observou Lindy, quando Elinor voltou àsala.
– Estou acostumada a tomar chá gelado.
Alissa já havia se retirado para dormir. Franzindo as sobrancelhas, Lindy a encarou.
– Você pareceu muito preocupada quando Alissa mencionou sobre o jovem que estava observando o apartamento. Acha que pode ser o pai de Sami? Ele era violento?
Elinor congelou e lançou um olhar alarmado para a companheira de apartamento.
– Meu Deus, não, não é nada disso!
– Eu não pude deixar de me preocupar e senti que deveria perguntar,caso alguém viesse procurá-la – declarou Lindy e a viu empalidecer. – Então, do que você está com medo?
Se Elinor não estivesse acostumada a driblar as questões que envolviam o seu passado, ela poderia ter enfraquecido e contado tudo. Lindy e Alissa eram mais do que apenas companheiras de apartamento. Elas eram amigas leais, que a ajudaram durante toda a gravidez.
– Eu não diria violência, mas... Temo perder a custódia de Sami – confessou ela, finalmente proclamando o seu medo mais profundo.
– Eu não sei por que você está preocupada com isso. Mães solteirascostumam ser mais bem-sucedidas com relação a pais solteiros quando se diz respeito à custódia de filhos.
Elinor encolheu os ombros, relutante em admitir que havia se casado com o pai da criança, embora ela tivesse certeza de que o casamento já havia sido dissolvido. Por qual motivo Jasim teria mantido aquele vínculo com uma esposa indesejável, que havia desaparecido no dia do casamento?
Contudo, Elinor estava sempre com medo de que ele ainda a estivesse procurando, porque ela levara o seu filho.
Às vezes, sentia-se incrivelmente mal por isso. De qualquer forma, Elinor não conseguia confiar em homem nenhum, pois temia que alguém pudesse lhe fazer o mesmo que Jasim havia feito. Fora Jasim quem ensinara o quanto desonesto, frio e cruel alguém poderia ser. Casou-se com ela, mas não se importava e, nem mesmo a respeitava; então, como ele poderia ser feliz em compartilhar a educação de Sami com ela? Sami era muito precioso para ser colocado em risco.
Na manhã seguinte, Elinor observou Sami na creche que ficava em seu local de trabalho, o que fazia seu dia a dia ser muito mais simples. A creche era a razão principal de Elinor ter comemorado quando conseguira um emprego na companhia Havertons.
Tendo realizado um curso de gestão empresarial com sucesso, ela agora estava satisfeita e empregada em uma posição dentro da companhia. Aliás, só havia uma coisa que a preocupava. No início do mês, encontrando dificuldades para negociar as incertezas dos mercados financeiros, a companhia Havertons havia mudado de dono.
Desde então, a tensão nos escritórios havia aumentado. Todos estavam preocupados que seus empregos pudessem ser cortados e Elinor estava igualmente temerosa de que o novo dono pudesse fechar a creche como uma medida de corte de despesas.
Ao se aproximar de sua mesa, Elinor se surpreendeu com o alvoroço no departamento de contas.
– O que está acontecendo? – indagou ela ao colega de trabalho.
– O presidente da RS Industries irá nos fazer uma visita hoje. Os chefões estão agitados por terem recebido a notícia com apenas algumas horas de antecedência.
Uma hora depois, Elinor foi chamada na sala do gerente.
– Srta. Leslie. – Daniel Harper a cumprimentou, usando o sobrenomeque ela havia assumido após ter deixado Jasim. – Você foi convocada para comparecer imediatamente ao piso superior e se apresentar à Recepção Executiva.
– Posso saber o motivo? – murmurou Elinor insegura. Daniel suspirou.
– Sinto muito, mas tudo o que sei é que a sua presença foi requisitada.
Preocupada que pudesse estar encrencada, pois nunca havia sido chamada para comparecer ao andar executivo antes, Elinor se dirigiu a um dos elevadores.
Quando as portas se abriram, ela rumou para a recepção e sua atenção ficou voltada para um grupo de homens reunidos no local. Ela reconheceu o diretor geral da Havertons, um homem alto, com cabelo escasso, que parecia estar ansioso. Apenas quando se aproximou um pouco mais, ela pôde reconhecer o perfil clássico do homem ainda mais alto ao lado do diretor geral e sentiu os seus passos ficaram inseguros. Uma onda de choque a invadiu e ela empalideceu. Era Jasim! Contudo, ela lutou contra essa certeza, considerando que tal coincidência seria tão improvável que ela só poderia estar errada.
Mas, quando ele girou a cabeça na direção dela, não restaram mais dúvidas. Elinor sentiu o coração começar a bater descontrolado e a adrenalina jorrar em suas veias enquanto a apreensão ameaçava dominá-la. Vestido com um sofisticado terno azul-marinho, Jasim estava espetacularmente belo e elegante. Por um segundo, Elinor se deparou com a frieza no brilho dourado dos olhos dele e sentiu a garganta se fechar. Ainda assim, por mais que sentisse medo e apreensão, não conseguia suprimir os sentimentos que a presença dele despertavam em seu interior. Embora Elinor o odiasse, ela não conseguia ser indiferente ao poderoso carisma dele ou ao simples fato de Jasim ser o homem mais fascinante que ela já conhecera em toda a sua vida.
– Srta. Leslie? – O diretor geral a cumprimentou com gentileza, como seeles fossem amigos, em vez de completos estranhos. – Acredito que você tenha um filho em nossa creche. Sua Alteza Real, príncipe Jasim, o presidente da empresa, solicitou um tour pela creche em sua companhia.
Elinor estava tão determinada a não demonstrar o seu nervosismo que automaticamente estendeu uma das mãos a fim de cumprimentá-lo, mas logo desistiu quando Jasim lançou um olhar punitivo. Ela percebeu a raiva contida pela feroz autodisciplina de Jasim e, sentindose tão magoada quanto ele, ergueu o queixo em sinal de desafio.
Jasim sentiu as bochechas se aquecerem ao confrontar o brilho desafiador exibido no verde dos olhos dela. Depois de tudo o que ela havia feito, como ousava desafiá-lo? Como ela conseguia se esconder sob um nome que não lhe pertencia e se dirigir a ele sem ao menos demonstrar embaraço? Ela era uma grande atriz! Uma mulher sem um pingo de vergonha sobre a sua conduta, ele pensou amargamente, reprimindo a sua raiva com dificuldade por ela ter fugido com o seu filho e o mantido afastado dele.
– Srta. Leslie – falou ele entredentes, fitando-lhe o rosto por alguns segundos e depois baixando o olhar para os lábios cheios e sensuais dela. A lembrança do gosto dela e do delicioso aroma de sua pele macia o atormentava e ele ficou furioso consigo mesmo por ainda sentir aquela forte atração.
Elinor estava confusa. "Presidente da empresa", o diretor geral havia dito. Jasim? Isso significava que ele era a visita que todos haviam aguardado com apreensão? E que ele era o novo dono da Havertons e também o presidente da RS Industries?
Se isso fosse verdade, significava que Jasim havia acidentalmente assumido o comando da empresa que a havia empregado? Elinor não acreditava em coincidências absurdas.
Após entrarem no elevador, o silêncio reinou no ambiente. Elinor sentia a garganta se fechar. Certamente, Sami fora o único motivo que levou Jasim a manifestar um interesse em conhecer a creche, ela pensou. Ele devia saber que o seu filho estava lá... ele queria ver Sami.
– Eu não esperava que o nosso próximo encontro fosse acontecer em umlocal público – advertiu Elinor com cautela, lembrando-se dos dois seguranças robustos que estavam no elevador com eles.
– Seja grata por isso – declarou Jasim com severidade.
O ódio nos olhos dele provocou nela um calafrio.
– Não temos nada para dizer um ao outro – observou ela.
– Ao contrário – devolveu Jasim com a voz fria como o gelo. – Eu tenhomuito a lhe dizer.
Furiosa pelo tom arrogante que ele usava, Elinor inspirou profundamente, aborrecida com a expectativa de um confronto inevitável. Ele era um rato, um rato perigoso, insensível e sem escrúpulos que havia descaradamente se aproveitado de sua ingenuidade e ganhado a sua confiança para conseguir levá-la para a cama.
– Fiquei muito triste ao saber da morte do seu irmão – falou ela, lembrando-se do quanto havia ficado chocada e perturbada ao ler sobre a súbita morte do príncipe Murad ao sofrer um ataque cardíaco no ano anterior.
– Estamos todos chocados. Murad havia feito um check-up meses antes de falecer, mas nada de irregular fora identificado – declarou Jasim com amargura.
– Foi uma grande perda.
Elinor ficara triste quando lera sobre a morte de Murad e depois se sentiu um pouco culpada quando vendeu o anel de noivado de diamante que tinha herdado de sua mãe, Rose. O altíssimo valor do anel a havia surpreendido, e ela havia usado o dinheiro para comprar o flat que atualmente dividia com as amigas.
Assim que as portas do elevador se abriram, eles seguiram em direção à creche.
A diretora, Olivia, havia sido avisada e aguardava a chegada deles. Jasim apressou-se em conversar com ela. Elinor, por sua vez, estava em pânico. Ao avistar Sami em uma cadeirinha, entretido com um brinquedo, ela caminhou na direção do filho e, após desafivelar o cinto de segurança, ergueu-o no colo. Sami gargalhou de alegria e abriu os bracinhos. Lágrimas de angústia começaram a brotar nos olhos de Elinor.
– Elinor... – chamou Olivia. – Você pode ir para o meu escritório sedesejar.
Os olhos da mulher de meia-idade brilhavam de curiosidade. Elinor esquivou-se do olhar de Olivia e caminhou na direção de Jasim com extrema relutância. Mas ele não estava olhando para ela. Sua atenção estava totalmente voltada para o bebê que ela segurava no colo, e, assim que Elinor se aproximou, ele estendeu uma das mãos e pediu com uma visível impaciência:
– Deixe-me segurar o meu filho.
Elinor esperou até que eles estivessem no escritório de Olivia para entregar o filho nos braços de Jasim. Ele segurou Sami com cuidado, examinando intensamente os traços do rostinho dele. Elinor notou um brilho de admiração nos olhos de Jasim que a fez se sentir desconfortável.
– Ele é o único menino que nasceu em minha família em muitos anos –declarou Jasim. – É um crime termos sido incapazes de celebrar o nascimento dele.
Um... crime? Bem, certamente isso a alertava para o peso de culpa que ele pretendia colocar nas suas costas. Ressentida, Elinor comprimiu os lábios até formar uma linha fina.
– Se Sami não estivesse presente, eu lhe diria exatamente como me sintosobre você...
Jasim ergueu uma das sobrancelhas, impressionado pela declaração dela.
– Acha que estou interessado em tal diálogo depois de você ter abandonado o nosso casamento?
– Casamento? – repetiu ela secamente. – Que casamento? Aquilo foiuma farsa, assim como o seu suposto interesse em mim...
– O que quer dizer com isso? – indagou Jasim, inclinando a cabeça paraum lado quando Sami puxou-lhe o cabelo com uma das mãos.
– Sami, pare... – instruiu Elinor, dando um passo à frente e gentilmenteafastando a mão do filho.
– Ele pode fazer o que quiser comigo – reagiu Jasim. Elinor lançou umolhar de ódio para ele.
– Assim como você faz? A esposa do seu irmão lhe conta uma históriaabsurda sobre o marido estar sendo desencaminhado pela babá e você não pensa duas vezes em tentar me seduzir? Você ficou orgulhoso quando conseguiu me levar para a cama? – condenou ela. – Que tipo de homem usa uma mulher dessa maneira? Como você pôde ser tão baixo?
Jasim a olhou com fúria.
– Você ouviu Yaminah naquele dia. Ela estava histérica. Eu me perguntei se você teria escutado alguma coisa...
– De qualquer maneira, eu não teria ficado com você... – declarou Elinorveementemente. – Não da forma com que você estava me tratando! Eu tenho o meu orgulho, estando grávida ou não, Vossa Alteza Real, e a última coisa que eu precisava era um noivo relutante e mentiroso!
– Silêncio! – exclamou Jasim, indignado pela forma desrespeitosa comque ela se dirigia a ele. – Eu não vou tolerar ser tratado dessa maneira!
No tenso silêncio que se seguiu, Sami subitamente irrompeu em lágrimas e estendeu os bracinhos para Elinor, em busca de conforto.
– Olha o que você fez! – censurou Elinor, enquanto apanhava o filhodos braços dele. – Você o assustou.
– Isso é culpa da sua falta de controle e seu mau comportamento – devolveu Jasim sem hesitar.
– Mau comportamento? – arfou Elinor. – Como pode dizer uma coisa dessas depois do que fez comigo?
– Já chega – declarou Jasim friamente. – Vejo você às 19h em minhacasa. Eu mandarei um carro vir buscá-la.
– Não se preocupe. Eu não irei.
– Você é minha esposa – falou ele por entre os dentes.
– Ainda estamos casados? – indagou ela severamente.
– Claro que ainda estamos casados – declarou Jasim. – E eu quero aminha esposa e o meu filho de volta.
– Isso está fora de questão.
Conforme o silêncio pairou sobre o ambiente e seus olhares se cruzaram, Elinor sentiu o coração disparar. Imagens da noite em que fizeram amor invadiram-lhe a mente, provocando um calor que subiu pelo seu rosto. O clima estava denso por causa da tensão sexual.
Jasim sentia o seu interior fervilhar de desejo e se esforçava para resistir ao impulso de tocá-la.
– Acredito que eu também gostaria de ter a noite de núpcias que vocême negou – murmurou ele roucamente.
– Isso não vai acontecer – devolveu ela.
Jasim soltou um riso de escárnio.
– Você é minha esposa – repetiu ele.
– Mas não por muito tempo. – E, dizendo isso, Elinor abandonou a salae rumou de volta para a creche.
Ao voltar para a sua mesa de trabalho, Elinor sentia os olhos marejarem. Ela estava chocada e tinha poucas esperanças de ganhar o desafio que teria de enfrentar. Jasim era um príncipe herdeiro com amigos e contatos no governo, que apreciava a riqueza ilimitada e o poder. Jasim poderia facilmente arcar com advogados e travar uma batalha na justiça pela custódia de Sami. Gostando ou não, ela teria que compartilhar a educação de Sami com ele.
E isso não seria nada fácil. Elinor achava depreciativo ter que reconhecer que se apaixonara tão facilmente por Jasim. Mas o pior de tudo era que ele havia julgado cruelmente a sua moral quando deu crédito aos medos de Yaminah de que o marido pudesse estar envolvido com ela. Isso era tão ridículo, Elinor refletiu amargamente. Com exceção do primeiro e do último encontro que Elinor tivera com o príncipe Murad no apartamento de Jasim, ela nunca havia ficado a sós com ele. As poucas conversas que eles tiveram sempre foram na presença da filha dele ou dos criados. Nada do que era dito nesses breves diálogos poderia ser considerado inapropriado.
Seu orgulho e seus princípios se revoltaram contra o fato de Jasim ter escolhido acreditar que ela fosse capaz de ter qualquer outro tipo de comportamento.
No final do dia, quando Elinor apanhou o filho na creche, ela notou que havia dois seguranças no local.
Olivia aproximou-se dela, exibindo desconforto.
– O príncipe insistiu na presença de seguranças enquanto o filho deleestiver sob os nossos cuidados. Ele também me pediu que eu não comentasse sobre isso com ninguém. É claro que eu não direi uma palavra. Preciso manter o meu emprego.
– Tenho certeza de que isso será temporário – declarou Elinor com maisconfiança do que realmente sentia, principalmente quando os mesmos seguranças a acompanharam e um deles avisou que havia um carro aguardando para deixá-la em casa.
Assim que Elinor chegou ao apartamento, Alissa observou:
– Você voltou cedo do trabalho.
Sem conseguir mais conter os sentimentos que a atormentavam, Elinor debulhou-se em lágrimas.
– O que aconteceu?! – indagou Alissa, preocupada. Nesse instante, Lindy saiu do quarto e apressou-se em saber o que estava acontecendo.
Elinor resolveu contar a verdade às amigas sobre o casamento secreto que havia partido o seu coração e esmagado a sua autoestima.
– O pai de Sami é seu marido? E um príncipe? Isso significa que Samitambém é um príncipe? – indagou Alissa, deslumbrada.
– Eu não tenho ideia – respondeu Elinor entre soluços. – A única coisaque sei é que eu não posso fugir com Sami... Não seria justo com ele.
– Claro que você não faria algo tão estúpido – se interpôs Lindy. – Vocêapenas está em pânico.
– Eu quero o divórcio. Acho que Jasim já deve ter cuidado disso! –exclamou Elinor, ressentida.
– Você pode discutir isso com ele esta noite – sugeriu Lindy. Alissa franziu o cenho.
– Será que ao menos você não deveria tentar ficar casada, pelo bem de Sami? Quero dizer, por que vocês se casaram em primeiro lugar?
Elinor empalideceu ao ouvir a questão.
– Tudo mudou no minuto em que eu ouvi Jasim conversando com Yaminah...
– Basicamente, eu acho que você apenas ouviu Yaminah enfurecida, eela só disse besteiras – comentou Lindy. – De qualquer forma, você não acha que a ideia de Jasim ter deliberadamente planejado seduzi-la seja um pouco... improvável?
Alissa concordou com um gesto de cabeça ao ouvir o comentário de Lindy.
– Você é uma garota muito bonita, Elinor. É mais provável que Jasimsimplesmente tenha se sentido atraído por você. E ele estava disposto a ficar do seu lado e ajudá-la na criação de Sami.
Elinor levou uma das mãos à testa, sentindo-se confusa.
– Eu acho que Jasim merece mais uma chance – falou Lindy.
Depois daquela conversa, Elinor tinha muita coisa para pensar. Será que ela tivera uma reação exagerada no dia do seu casamento? Será que ela deveria ter confrontado Jasim na época?
Essas eram as questões que Elinor pensava enquanto tomava um banho e depois trocava de roupa. Após ter alimentado Sami e deixado o filho sob os cuidados de Alissa, o carro chegou para apanhá-la. Casualmente e confortavelmente vestida com calça legging preta e blusa violeta, ela entrou na limusine e deu um profundo suspiro. De um jeito ou de outro, ela poderia resolver toda a situação sem se aborrecer. Afinal, já haviam passado 18 meses desde o casamento desastroso e era tempo de ela superar as mágoas e o orgulho ferido e seguir em frente, Elinor disse a si mesma com firmeza.