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O toque entre Leonor e James ainda vibrava no ar quando algo mais despertou dentro deles - um calor súbito, vindo não apenas da marca, mas de um ponto mais fundo. Como se o coração tivesse se alinhado com algo maior. James fechou os olhos, ofegante. "Você sentiu isso?" Leonor assentiu, pressionando os dedos sobre a marca em sua clavícula. "Foi como... uma onda. Mas não só nossa. Foi... múltipla." E então veio a visão. Seis luzes. Seis pulsares de energia espalhados por diferentes lugares - em florestas, cidades, desertos, ruínas. Todos com o mesmo selo, a mesma chama silenciosa no peito.
*Outros como eles*. James se afastou um passo, os olhos arregalados. "Não somos os únicos. Há mais. Seis... como nós." "Guardados. Perdidos. Esquecidos", Leonor sussurrou. "E cada um deles carrega uma parte daquilo que fomos."
Imagens começaram a se formar em suas mentes, como fragmentos de uma memória coletiva: um guerreiro de pele acobreada cercado por sombras; uma jovem entre livros antigos com olhos que viam além do véu; um menino cercado por água viva, uma dançarina com marcas douradas nas costas... cada um com sua essência, seu dom. Seus destinos entrelaçados. "Se os encontrarmos, nos completamos," James murmurou. "Se não os encontrarmos... a ruptura pode acontecer de novo." Leonor sentiu o peso da missão, mas não com medo. Com propósito. Agora, sabiam quem eram. E o próximo passo era claro.
Encontrar os Seis.
Reunir os Guardiões.
Despertar Elyndor.
Naquela noite, Leonor não dormiu. O mapa não estava em papel, mas impresso nas veias do mundo, e pulsava dentro dela como uma bússola viva. Os seis guardiões chamavam - não com palavras, mas com uma vibração sutil, como o eco de uma canção esquecida. James a encontrou no terraço da biblioteca antiga, onde o céu parecia mais próximo. "O primeiro está ao norte," ela disse, antes que ele perguntasse. "Sinto o frio dele. A solidão." James fechou os olhos. Também sentia. Não era um lugar exato no mapa, mas uma direção marcada pela alma. Eles partiram ao amanhecer, com mochilas leves e marcas pesadas. Deixaram o campus sem alarde, como se apenas fossem estudantes em férias. Mas cada passo os levava para mais perto de algo que ninguém ali jamais imaginaria. Foram guiados por instinto até uma vila esquecida entre montanhas cobertas de neblina. As casas eram de pedra escura, e o silêncio parecia espesso. Mas ali, entre as árvores cobertas de gelo, Leonor sentiu. "Ali," apontou para uma antiga construção abandonada no alto da colina. Uma sensação gelada lhe tomou o corpo, mas não era medo. Era reconhecimento.