Capítulo 2 Baile de Máscaras no Arranha Céus

- Uma máscara!? Um vestido de noite!???!? Por amor de Deus, Jane, onde você pensa que eu vou encontrar uma máscara a uma quinta feira, para uma festa no sábado? E que festa é essa mesmo, que bobeira..

- Kathryn, meu bem, tenha calma. É apenas um requisito para tornar a festa elegante e divertir os convidados. Não se preocupe, eu mando o estafeta aqui do rádio entregar para você um vestido e uma máscara que eu lhe empresto. Tenho para nós as duas!

Kathryn refletiu. Normalmente usava coisas simples no seu dia a dia, como jeans e camisetas básicas e sapatos confortáveis. Sempre fora magra e elegante, e ouvia muito frequentemente elogios à sua forma física ou incrível beleza, mas roupas justas e com decotes como as de Jane não faziam o seu género. Apesar disso, não tinha nenhum vestido no seu modesto armário que fosse considerado "de noite" e não sabia muito bem onde comprar um ou o que comprar, além de que o seu modesto salário de terapeuta não permitia muitas despesas extra. Suspirando, disse:

- Tem a certeza que isso não te causa muito transtorno, Jane?

- Claro que não, meu bem. Eu tenho vestidos que sobram e ficarei super feliz por partilhar um com minha melhor amiga e por finalmente ver você longe dessas roupas demasiado práticas! O estafeta deixa a roupa e a máscara amanhã ao final do dia na sua casa.

No dia seguinte, após chegar a casa do trabalho, Kathryn abriu a porta e recebeu do estafeta da rádio de Kathryn uma caixa de papelão rosa. Perguntando-se o que a amiga lhe reservara, retirou do saco um vestido preto comprido, com costas decotadas e uma enorme racha na frente. Ponteado por pequenos brilhantes, o vestido era lindíssimo, mas definitivamente nada o tipo de vestidos que Kathryn normalmente usaria. Na mesma caixa, estava uma mascarilha negra com pequenas penas em torno dos olhos. Só Jane para lhe enviar uma indumentária tão sexy e vistosa!

Suspirando de novo, decidiu tomar um banho e dar uma oportunidade ao vestido. Lavou e secou o cabelo e aplicou alguma maquiagem básica. Respirando fundo, vestiu o vestido negro e decidiu ver-se ao espelho. Kathryn sentiu-se espantada com a mulher que viu no espelho. Alta, esguia, com uma cintura fina e elegantes linhas na silhueta, peito firme e com o lindo decote nas costas, muito sexy mas sem ser demasiado revelador. Nunca se via nesse papel de mulher sofisticada e elegante, mas sempre como a simples terapeuta Kathryn, com as suas calças de ganga e sapatilhas.

Pegou um casaco quente , uma pequena bolsa de mão e calçou o seu único par de sapatos de salto, rezando para que não começasse a nevar essa noite.

Enquanto se dirigia ao número do edifício que Jane lhe havia enviado, Kathryn observava, deslumbrada, a arquitetura dos edifícios naquele bairro. A maioria dos prédios tinha mais de 50 andares e eram impressionantes edifícios construídos em betão e vidro, com suas pequenas janelas cheias de luzes. De repente, viu o número para o qual de dirigia e sentiu-se esmagado e maravilhada por aquele lindíssimo prédio espelhado, à porta do qual se encontravam uma passadeira vermelha e um grupo de fotógrafos. Tinha combinado com Jane pelas 21:00, faltavam 3 minutos e não a via em lado nenhum!

Subitamente, viu Jane a sair de uma limusine e sentiu-se deslocada, depois da curta viagem a pé desde o metro que, provavelmente já lhe deixara flocos de neve sobre o apanhado de cabelo simples que fizera em casa.

- Kathryn, meu bem, venha aqui. Vamos entrar!

Jane estava deslumbrante, com um vestido vermelho coleante que lhe realçava as formas.

Passaram pelos fotógrafos e entraram num átrio de mármore, com um pé direito gigante, adornado por vários espelhos e uma elegante fonte. Kathryn tirou timidamente o casaco, que entregou a um mordomo vestido a preceito.

- Kathryn, você está deslumbrante!!! Eu sabia que esse vestido ia ficar um arraso. Não quero entrar nessa festa a seu lado, vai roubar toda a atenção de mim, brincou Jane.

Kathryn sorriu. Talvez fosse hora de largar a sua personalidade simples durante uma noite e de se divertir. Agradeceu a Jane, sorriu e colocou a máscara.

As duas subiram num elevador forrado a madeira e com uma carpete vermelha, um enorme espelho e um banco com almofadas., onde um outro mordomo colocou uma chave no elevador, que permitia acesso aos andares mais altos e exclusivos. Embora houvesse 40 andares para subir, a subida foi rápida e num instante o elevador, abrindo as portas para a sala mais bonita e espaçosa que Kathryn houvera visto.

A sala tinha um bar a um canto, onde empregados em smoking branco carregavam copos de champanhe que faziam circular pelos convidados. Estavam espalhados vários sofás em pele branca, em frente a mesas com elegantes arranjos de flores e algumas esculturas e pinturas modernas decoravam as paredes. A parede do fundo não existia, tendo sido substituída por uma enorme janela com vista para os arranha-céus, e que dava acesso a uma enorme varanda.

Kathryn sorriu e pegou num copo de champanhe. Ia aproveitar cada minuto daquela noite de glamour, tão diferente da sua simples vida.

- Obrigada pelo convite, Jane. Você acha que podemos ir explorar um pouco a varanda?